Mirai No Majin Buu escrita por jdredalert


Capítulo 2
As preliminares do Torneio


Notas iniciais do capítulo

As preliminares que definem os 8 principais lutadores se iniciam. E, em meio aos competidores das mais variadas disciplinas das Artes Marciais, emerge sempre uma ou outra figura conhecida entre os novatos...



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Uma enorme fila havia se formado na sede do Torneio de Artes Marciais, onde pessoas de todas as partes do mundo se amontoavam para participar da disputa e concorrer não somente ao prêmio em dinheiro, mas também à fama e reconhecimento. Diversos lutadores com os mais variados estilos e faixas etárias se misturavam em meio à massa humana para se inscrever no Torneio.

Trunks havia chegado bem cedo, mas ainda assim teve de enfrentar uma grande fila como sua primeira adversária. O sol ainda estava nascendo quando ele havia chegado, e se deparado com algumas dezenas – ou quem sabe até centenas – de competidores. Levou duas horas caminhando à passos extremamente lentos, até finalmente poder escrever seu nome numa ficha e pegar uma pequenina esfera dentro de uma urna de madeira, com um número “8” desenhando em vermelho. Fora recomendado para não perder aquele número, pois este seria utilizado para que pudesse prosseguir no processo de inscrição.

Mas sua manhã estava apenas começando, e Trunks permaneceu junto aos demais num espaço aberto já dentro da sede. A grama era nova e estava verdejante, e alguns lutadores praticavam seus golpes a fim de passar o tempo, enquanto outros meditavam pacificamente debaixo da sombra de uma árvore qualquer. Logo aquele lugar foi ficando cada vez mais cheio de gente, com uma multidão de lutadores ansiosos para que pudessem logo prosseguir com o processo de seleção para o torneio. O jovem Saiyajin acariciou o estômago, tentando fazê-lo parar de roncar, com uma expressão mista de desânimo e tédio. Estava realmente fazendo aquilo somente por sua mãe, e pensou que talvez não tivesse coragem para fazer aquilo novamente. Preferiria mil vezes mais ter uma luta contra Cell ou qualquer outro oponente grandioso, do que ter que encarar horas de espera apenas para poder ser encaminhado à um Torneio que sabia que iria ganhar.

Quando o relógio bateu no meio dia, a atenção de Trunks e dos demais foi desviada de suas atividades do momento para o som encorpado de um gongo soando, ao passo que um homem gorducho usando trajes laranjas que lembravam vestes de monge e um óculos aro de tartaruga chegou diante da enorme massa de competidores que havia se formado no campo aberto, falando através de um megafone.

- Sejam todos bem vindos ao Torneio Mundial de Artes Marciais. Gostaria de pedir desculpas aos que tiveram de esperar durante tantas horas, mas o Torneio só poderia prosseguir no exato momento em que se encerrassem as inscrições dos participantes. Estou aqui para explicar a todos os presentes como funcionam as regras de nossa competição e como serão definidas as chaves das lutas principais.

“Como os senhores devem ter percebido, cada um de vocês recebeu um número após o cadastro em nossa ficha de participantes. Este é o número do grupo cujo lutador pertence e onde serão realizadas as lutas preliminares, sendo oito grupos no total. Todos eles ficarão em alas distintas, onde os participantes se enfrentarão em combates eliminatórios simultâneos fechados ao público. Apenas um único participante em cada ala irá se classificar para as lutas principais do Torneio, onde serão assistidos por todos e disputarão pelo prêmio de quinhentos mil Zeni em dinheiro. Estejam cientes que tanto durante as preliminares quanto nas finais, não será permitido o uso de nenhum tipo de arma ou armadura protetora. Dedos nos olhos e golpes nas genitálias farão com que os participantes sejam advertidos, caso persistam na utilização destes artifícios serão desclassificados. É também terminantemente proibido matar seu oponente em combate. A intenção do Torneio não é promover combates até a morte, e caso um participante mate o outro ele será desclassificado imediatamente. Fora isto, todo tipo de técnica de luta é permitida, não havendo restrições de estilos. Uma vez que as lutas preliminares terminem, o participante classificado estará liberado para voltar para casa, tendo por obrigação estar aqui novamente amanhã para as lutas principais. Havendo atrasos, cada lutador terá direito a cinco minutos de tolerância e passado este tempo será desclassificado por abandono do Torneio. Espero que as regras estejam bem claras para todos. Os assistentes do Torneio irão conduzir agora todos os lutadores às suas devidas alas, por favor formem filas sem pressa e sigam eles até suas respectivas arenas. Desejo boa sorte para todos os competidores, e que vença o melhor lutador.”

Como fora dito, oito homens usando trajes similares ao do anunciante pararam diante da multidão, cada um com uma placa pendurada no pescoço onde havia um número desenhado, de um a oito. Eles se alinharam paralelamente uns aos outros, formando grandes filas de lutadores que se agrupavam de acordo com os números que lhes foram dados na inscrição. Logo, Trunks estava posicionado em meio à uma fileira de participantes na última fila. No entanto, algo havia chamado a atenção do jovem Saiyajin: no momento em que foram se organizar as filas, ele pensou ter sentido algo. Uma presença, ou talvez um presságio, algo que ele definitivamente não esperava sentir naquele lugar. Era como se no meio daqueles participantes houvesse alguém poderoso. Ou pior, alguém perigoso. No entanto, por mais que procurasse alguma anormalidade não conseguia enxergar nada senão pessoas normais.

Mas que droga... eu devo estar ficando paranoico. Melhor esquecer esta sensação estranha.

A fila número oito seguiu andando, para dentro de um afastado dojo feito de madeira, num tipo de construção tipicamente rústico. Haviam placas nas paredes com o nome dos Mestres, Instrutores e alunos, todos escritos em tábuas de madeira e em ideogramas orientais. Lá dentro, haviam cinco pequenos ringues, onde os participantes se enfrentariam nas preliminares, e uma grande lousa onde estavam pregados os nomes de todos os participantes numa chave de lutas iniciais. Trunks vibrou de alegria ao ver que seu nome estava entre as cinco primeiras partidas: poderia finalmente fazer algo que não fosse ficar parado, ainda que aquela fosse apenas uma luta sem emoção real.

Um dos staffs do Torneio anunciou que os dez primeiros combatentes deveriam se apresentar nos respectivos ringues para o início dos combates preliminares. Como seu nome estava presente na terceira chave contando da esquerda para a direita, Trunks seguiu até a terceira arena, caminhando tranquilamente.

Ao subir no ringue, no entanto, o jovem Saiyajin foi recebido com uma gargalhada de desprezo. Ele observou muito bem seu oponente: um homem de pele mulata e cabelos em formato black power grisalhos, bem como seu cavanhaque. O homem exibia uma idade avançada, ainda que seu corpo fosse musculoso e cheio de vitalidade como o de um homem no auge da vida. Usava trajes amarelos, similar ao dos monges hindus com metade do peito exposto e uma faixa azul amarrada em sua cintura. Ele olhava para Trunks como se estivesse ciente da sua própria vitória, numa atitude prepotente que talvez não combinasse com sua idade.

- Eu não acredito que depois de todos estes anos, meu primeiro adversário será um mero garoto como você! – disse o lutador, falando num tom que lembrava o do Mr Satan.

- Você parece se achar muito forte – Trunks retrucou, sorrindo de forma provocativa – Posso saber quem é você?

- Não me admira um garoto como você não saber quem eu sou, aposto que você nem sequer pratica artes marciais tradicionais! Eu sou o Rei Chappa, campeão do Vigésimo Torneio de Artes Marciais e Mestre na arte do combate! Não espere ter a menor chance contra mim!

- Rei Chappa é...? Nunca sequer ouvi falar – Trunks continuou, com o tom de voz ácido bem parecido com o de seu pai Vegeta quando queria provocar o adversário – Mas me diga, você não acha que o vigésimo Torneio foi há muitos anos não? Imagino porque não conseguiu vencer outros torneios depois disso.

- Ora... – Chappa pareceu um pouco desconfortável com o comentário, mas mesmo assim prosseguiu – Se você quer mesmo saber, eu não esconderei as minhas derrotas do passado! Eu era um lutador invicto, nunca sequer tocado por nenhum adversário até que aquele maldito moleque com rabo resolveu cruzar o meu caminho... sim, em duas edições consecutivas, o garoto chamado Goku me venceu nas preliminares. Mas isto foi há muito tempo! Treinei bastante desde aquela época e desenvolvi novas técnicas de luta! Você não pode me vencer, garoto, não importa o quanto se esforce!

Então esse homem lutou um dia contra o senhor Goku? Nossa, como esse mundo é pequeno...

- Pois então venha, Rei Chappa. Eu estou ansioso para ver essas suas técnicas!

Um juiz aproximou-se do ringue. Era um homem gordo, que usava óculos, uma camisa azul claro listrada e uma gravata borboleta azul marinho, cujas calças eram seguradas por suspensórios marrons. Ele trazia em suas mãos uma prancheta.

- Muito bem participantes... às suas marcas... Comece a luta!

O Rei Chappa colocou-se em sua postura de combate, se lançando com avidez contra Trunks e desferindo-lhe um soco na altura do rosto que foi facilmente esquivado pelo jovem rapaz com um mero movimento de quadril. O velho lutador no entanto não se deixou abater por aquilo, lançando outro soco feroz que também foi evitado com um movimento similar. O Rei Chappa então disparou uma rápida sequência de socos contra Trunks, que ia se esquivando de todos os golpes com uma maestria assustadora sem sequer precisar chegar para trás. E com um leve movimento com a mão esquerda desviou mais um soco desferido por seu oponente que mirava-lhe o tronco. Chappa então saltou para trás, com algumas pequenas gotículas de suor brotando em seu rosto.

- Eh, você tem algumas habilidades... – disse o velho guerreiro, tentando expressar um sorriso confiante – Mas fique sabendo garoto que na época que venci o Torneio de Artes Marciais, eu havia desenvolvido a técnica dos Oito Braços. Daquela época para cá, eu já aperfeiçoei e muito esta técnica. Agora não são mais Oito Braços, e sim Oito Mil! Considerando a velocidade dos meus golpes, isso significa que você receberá mais de oito mil socos por segundo! Está com medo, jovem?

Trunks não respondeu com palavras, mas sim com um muxoxo de desdém, o que fez com que o Rei Chappa avançasse com toda sua ferocidade. Realmente eram muitos socos, e era evidente para o jovem guerreiro que seu oponente já havia superado e muito os limites da força de um humano normal. Entretanto, mesmo os Oito Mil Braços de Chappa não conseguiram sequer passar perto do corpo de Trunks. O jovem guerreiro continuava a se esquivar com a mesma facilidade de antes, sem nem ao menos retroceder um centímetro. Outra vez o Rei Chappa deu um salto para trás à fim de recuperar seu fôlego e foi neste instante que Trunks agiu, enquanto dizia simultaneamente “Agora é a minha vez”. Deslocou-se rapidamente em direção ao adversário e o acertou com uma única cotovelada na boca do estômago do velho lutador, deixando-o completamente sem forças e sem ar também. Ele levou ambas as mãos à barriga, caindo de joelhos no tatame do ringue e em seguida tombando para trás, desacordado. Trunks então deu as costas e caminhou lentamente para fora da área de combate.

Tanto o juiz como alguns dos participantes que assistiam a luta demoraram um pouco processando o ocorrido em suas cabeças, até que o árbitro da luta – repentinamente voltando a si – anunciou Trunks como o vencedor e anotou o resultado da luta em sua prancheta. Alguns dos participantes olhavam assustados para o jovem garoto que agora queria apenas encontrar um lugar para se sentar e relaxar até sua próxima partida. Em seus lábios carregava um leve sorriso. Como esperado, seria muito fácil conseguir ganhar o prêmio em dinheiro e ajudar sua mãe com as finanças. Tudo agora era só uma questão de tempo.

* * *

A segunda e a terceira luta de Trunks foram tão fáceis quanto a primeira. Seu segundo adversário fora um shaolin que utilizava estilos de animais para combater, que embora causassem um belo show visual não foram eficientes contra o meio humano, meio Saiyajin. O outro era um homem encorpado, de longa barba e cabelos, que parecia um guerreiro viking. Seu estilo de luta era agressivo e sem técnica, e apenas força bruta não poderia ser suficiente para vencer o jovem Trunks que com um único soco em sua barriga o arremessou para fora da arena. Estava controlando suas forças de forma que não causasse feridas mortais nos seus adversários, mas por mais que ele quisesse se passar como um lutador normal, as coisas estavam se desenrolando exatamente como sua mãe havia previsto: com apenas um golpe seus adversários estavam caindo.

Ainda bem que nas fases preliminares não é permitido público, senão talvez minha mãe já estivesse dando um chilique com a forma que eu estou vencendo as lutas. Acho que quando chegar nas partidas oficiais deixarei meus oponentes me acertarem alguns golpes para poder dar às pessoas o tal show que minha mãe tanto queria...

O rapaz havia encontrado um local para se sentar – um banco razoavelmente extenso, capaz de comportar pelo menos três pessoas - enquanto assistia mais um combate se desenrolando no alto da arena, sem muita empolgação. Dois lutadores jovens rolavam pelo chão, enquanto buscavam um estrangulamento com técnicas que lembravam um misto de wrestling com luta greco-romana. Um dos lutadores usava uma máscara onde aparecia apenas seus olhos e boca.

- Isso mais parece uma luta ensaiada... – disse um garoto ao lado de Trunks, dirigindo-se a ele – Olha pra isso, esse cara acha mesmo que vai conseguir chegar em algum lugar com essas técnicas? Aposto como ele não passa das preliminares.

O garoto usava uma longa bermuda ate a altura das canelas e tênis e uma camiseta preta com os dizeres no more mister nice guy  na cor branca nas costas e uma caveira na frente. Por debaixo desta ele vestia outra camiseta, desta vez de mangas longas e brancas. Tinha cabelos castanhos claros, num corte parecido com o que o próprio Trunks utilizava quando não estava com os cabelos longos. Pelo ar do garoto e seus dizeres, ele revelava uma pequena pitada de arrogância em sua personalidade, além de uma grande autoconfiança diante do fato de não parecer temer um eventual combate contra nenhum dos dois lutadores que se enfrentavam. O garoto continuou a falar, encostando-se numa das pilastras próximas onde Trunks havia se sentado de braços cruzados.

- Na verdade, poucos os lutadores que estão aqui hoje são realmente fortes. A maioria apenas veio pelo dinheiro, ninguém sabe o que é lutar de verdade. Menos você.

- O que, eu? – retrucou Trunks, tentando forjar uma surpresa diante do comentário do jovem garoto – Ah, que nada, acho que você está sendo muito gentil comigo.

- Corta essa. Esse seu papo comigo não cola – disparou o garoto outra vez, sagaz – Você ganhou de seus adversários sem nem ao menos suar. Um golpe, apenas um golpe para cada e eles perderam as lutas. Foi bom demais pra ter sido apenas sorte. Engraçado, porque eu não conheço você de nenhuma academia de Artes Marciais famosa... Por acaso você treinou sozinho?

Trunks sorriu, lembrando-se por um instante de seu antigo Mestre, amigo e praticamente irmão: Son Gohan. E então respondeu a pergunta do jovem, que o olhava com uma expressão de extrema curiosidade.

- Na verdade, eu fui treinado por um homem muito poderoso e gentil, que me ensinou os conceitos básicos de todas as técnicas de luta que eu possuo. Este homem não é conhecido dentro do mundo das Artes Marciais porque nunca gostou de lutar, mas infelizmente ele foi forçado a ter que fazê-lo para proteger sua família e amigos durante a época dos Androides. Era uma pessoa que me inspirava bastante esperança durante aqueles anos tão negros.

- E porque ele não está aqui com você hoje? Ou por acaso ele se inscreveu também mas está em outra ala?.

- Não... o meu Mestre infelizmente não sobreviveu para ver o mundo sem os Androides... ele foi morto pelos dois, enquanto lutava para me proteger.

- Seu mestre lutou contra os Androides? Sério mesmo?

- Sim, mas mesmo com todas as suas forças ele não conseguiu vencê-los...

- Hnf, mas que idiota ele era... Ninguém conseguiria vencer os Androides, pessoa alguma era páreo para tamanho poder. Não é atoa que morreu.

As palavras daquele garoto foram bastante ásperas para Trunks, que se sentiu levemente ofendido mas decidiu relevar pois aquele jovem não fazia ideia dos poderes de Gohan ou dos Saiyajins.

Talvez se ele tivesse visto as lutas pelas quais eu e os outros passamos...

- Mas no fim das contas, os Androides sumiram, e há quem diga que um herói de cabelos dourados os destruiu – jovenzinho continuou – O que, cá pra nós, soa como uma história pra boi dormir...

- Herói de cabelos dourados, é? Bem, o que acontece é que realmente os Androides se foram e agora vivemos tempos de paz. E eu espero pelo bem de todos nós que tudo permaneça assim por um longo tempo.

O juiz anunciou o término da luta, no momento em que o lutador de wrestling arremessou seu oponente para fora da arena, comemorando e se vangloriando de sua força, gerando uma expressão de desaprovação do garoto.

- Mal posso esperar que este sujeito cruze meu caminho... – ele sibilou, desencostando-se da parede e olhando para o quadro onde os staffs do Torneio organizavam as chaves das lutas – Bom, foi legal conversar com você, mas agora é a minha vez de lutar. Vê se presta atenção e me diz se eu sou um adversário digno de te enfrentar nas finais...

Aquele garoto com certeza parecia confiante e Trunks não sabia exatamente o porque. Ele não se comportava como um mero garoto e a julgar por suas roupas não fazia parte de nenhuma escola de Artes Marciais, então porque toda aquela pose de superioridade? Talvez fosse apenas um rebelde de temperamento forte como suas roupas sugeriam, mas Trunks achou prudente assistir a luta para poder tirar suas conclusões.

Quando o jovem subiu na arena, seu adversário já esperava por ele. Um jovem lutador alto e moreno, possivelmente na casa dos vinte anos de idade, utilizando apenas um calção de luta e cordas amarradas em seus punhos de uma forma similar as ataduras utilizadas no mesmo lugar pela maioria dos artistas marciais. O lutador era alto e robusto, com uma incrível definição muscular e parecia muito mais forte do que o garoto que havia conversado com Trunks. Veio então o juiz, com uma prancheta em mãos como sempre.

- Esta será a luta preliminar entre o jovem participante Stolz e o participante Ting Boran. A esta altura vocês dois já sabem as regras dos combates... Portanto eu quero ver uma luta limpa entre os dois. Às suas marcas... comece o combate!

O jovem – cujo nome Stolz havia sido revelado pelo juiz do combate – assumiu sua postura de combate, com uma das mãos próxima ao rosto e com os dedos flexionados. As pernas estavam ligeiramente arqueadas e a outra mão es posicionava exatamente  no meio do tórax. Ting Boran por sua vez o cumprimentou numa saudação, juntando ambas as palmas das mãos como se estivesse rezando. Em seguida também se posicionou, com ambos os punhos erguidos na altura do rosto e o joelho direito levantado, numa postura bem comum aos lutadores de Muay Thai.

Ting começou atacando, com um soco ligeiro em direção a Stolz, que fora defendido com a mão que estava elevada diante de seu rosto. O garoto devolveu a gentileza com um firme direto com o punho esquerdo, visando acertar o rosto do adversário. Com uma habilidade até então não vista na grande maioria dos participantes, Ting bloqueou o ataque, erguendo ainda mais o seu joelho que agora estava bem próximo ao cotovelo direito. E numa contramedida, acertou em cheio a lateral do rosto do garoto com o cotovelo esquerdo. Um estalo sonoro e o corpo de Stolz foi ao chão num baque surdo.

- Acabou. – disse o jovem lutador ao ver seu adversário no chão, com um sorriso de desdém nos lábios, dando-lhe as costas em seguida.

O juiz aproximou-se da arena com a prancheta em mãos, já se preparando para fazer as suas anotações quando o corpo de Stolz se mexeu novamente. Suas pálpebras tremeram por um instante, e em seguida ele começou a fazer força para se levantar. Pela expressão um tanto quanto perdida em seus olhos, aquele golpe havia com certeza o deixado abalado.

- Não tão rápido, valentão... – disse o garoto, que embora estivesse com a postura arqueada de quem ainda não havia se recuperado do golpe e esfregasse as costas da mão direita no local atingido, parecia querer fuzilar seu adversário com seu olhar.

- Você ainda quer lutar? – Ting assumiu novamente sua base de combate – Pois então que seja. Está de parabéns por ter resistido ao meu golpe, mas não pense que poderá repetir a façanha!

Ting se lançou outra vez, agora mais confiante do que em seu primeiro ataque, lançando mais um soco fenomenal e aplicado com maestria, diretamente em direção ao rosto de Stolz mas para o espanto geral, teve seu punho contido em apenas uma das mãos do jovem que a poucos instantes mal se aguentava de pé.

Stolz sorriu provocativo, devolvendo a cotovelada que havia recebido anteriormente, desta vez na barriga de Ting que fora pego de surpresa, perdendo o ar ao receber o golpe certeiro.

Enquanto seu adversário fraquejava diante do golpe inesperado, o garoto o atingiu mais uma vez no queixo, suas mãos assumindo um padrão similar ao de um lutador do estilo Garras de Tigre de Kung Fu, mudando-as logo em seguida e acertando mais dois socos no corpo do oponente, no estômago e no meio da caixa torácica com a ginga e a graciosidade de um boxeador.

Ting estava surpreso. Nunca havia visto uma variação de estilos tão distintos de uma forma tão instantânea em sua vida e principalmente, de uma forma tão efetiva. Naquele instante, ele parecia reconhecer intimamente que Stolz não deveria ser subestimado.

- O que... o que foi isso?

- Eu chamo esta técnica de Taigahandoru Gekido – disse o garoto, confiante – e vai por mim, essa é minha técnica mais básica. Eu no seu lugar, estaria agora morrendo de medo... afinal eu imagino que você nunca enfrentou ninguém assim não é?

- Mas como você é convencido! Pensa que só porque me acertou alguns soquinhos é o maioral? Se prepare!

Furiosamente, Ting deu dois largos passos como se fosse iniciar uma corrida em direção a Stolz, saltando em direção ao seu adversário em vez de dar um terceiro passo, com o joelho direcionado em seu peito. Num movimento rápido, Stolz não somente conteve o golpe cruzando ambos os braços rente ao tórax como também foi rápido o bastante para se agachar e rolar para o lado a fim de evitar receber uma fortíssima canelada desferida pelo lutador logo em seguida. Ao se levantar, sua expressão já não era mais aquela repleta de molecagem de antes. A coisa agora havia ficado séria, e parecia que o garoto sabia quando encarar a situação desta maneira.

Os dois lutadores se encararam por um instante, avaliando até mesmo a respiração um do outro. Concentrados, alheios ao mundo que existia fora daquela arena e focados apenas no combate. E então se lançaram um contra o outro: Ting com o punho direito erguido, armando um poderoso direto enquanto Stolz vinha com o pé direcionado em direção ao rosto de seu adversário, numa perfeita voadora. E no instante seguinte, o som que determinava o fim daquela luta: o jovem garoto havia atingido certeiramente a ponta do queixo do forte lutador de Muay Thai que foi projetado na direção oposta, caindo desacordado. Stolz havia ganhado a partida.

Sem nem ao menos esperar o juiz fazer suas anotações na prancheta, Stolz desceu do ringue. Trunks havia assistido a luta atentamente, e sorria para o jovem com uma expressão de quem havia gostado muito do que havia assistido. Aquele jovem realmente era um lutador talentoso.

- Muito boa luta, Stolz. Confesso que você me surpreendeu.

- Há, eu fui descuidado – respondeu o garoto, esfregando novamente a bochecha que fora atingida pela cotovelada de Ting – Só havia enfrentado lixos até essa luta e por causa desse descuido eu tomei uma senhora porrada na cara. Esse tal de Ting realmente é um cara forte, tá acima da média. Só espero que eu não tenha matado ele nesse último golpe...

- Não se preocupe com isso, ele vai ficar bem – disse Trunks, que podia sentir perfeitamente o ki do lutador vencido, embora ele estivesse imóvel – Mas quando ele acordar, vai estar sentindo uma tremenda dor no maxilar.

- Antes ele do que eu né? Já basta essa pancada que eu levei na fuça. Acho melhor ir colocar um pouco de gelo no local. Se for rápido, eu consigo voltar para minha próxima luta... nesse ritmo somente duas lutas me separam do combate entre eu e você. Sei que é um comentário inútil da minha parte, mas vê se não vai perder daqui pra lá. Estou botando muita expectativa na nossa luta!

O jovem então simplesmente seguiu seu caminho, sem sequer se despedir outra vez. Aquele rapaz deixava Trunks mais intrigado a cada instante que passava. Ting era evidentemente um lutador muitíssimo acima do nível humano normal. Pensava que talvez ele estivesse no nível do Mestre Kame que conhecera no passado, ou quem sabe fosse até mais forte, mas mesmo assim foi derrotado por um simples garoto com poucos golpes que misturavam estilos de luta e técnicas totalmente distintas. Imaginou que tipo de treinamento aquele garoto havia passado e, após perde-lo de vista, permitiu-se uma breve divagação ao seu respeito.

Quem sabe haja a esperança de que um dia, um novo grupo de lutadores se una para defender a Terra, como na época do senhor Goku! Esse garoto tem bastante potencial, só precisa receber o treinamento adequado. Sim, quem sabe um dia...


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Notas finais do capítulo

Olá a todos! Nada mais justo que numa postagem do dia de Natal eu trazer um presente não é mesmo? Pois bem, postagem dupla! Dois capítulos fresquinhos para vocês! o que está esperando, vire a página e boa leitura! E Feliz Natal para todos!



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