Back To The Dream. escrita por Jajabarnes


Capítulo 1
Outage.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura =D



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Seis meses atrás eu vivia a pior época da minha vida. Via-me obrigada a casar com um crápula, e então meu amor veio me salvar. E salvou. Está comigo desde então. Foram os seis melhores meses da minha existência.  Muitas coisas aconteceram, idas e vindas, viagens, novos amigos, uma cunhada que amo muito e quem sabe um futuro cunhado...

                - Não há nada entre nós, e pode ir tirando esse sorrisinho do rosto, Susana! – exigiu Lucia, ela já estava ficando irritada, ou melhor, nervosa. Eu apenas ri.

                - Hey, vocês duas aí em cima! Vamos! – chamou Natalia, da escada.

                Descemos levando as ultimas malas. Iriamos passar alguns dias na casa de Eustáquio, tio Arnaldo e tia Alberta fariam uma viagem de segunda lua de mel e nós ficaríamos com meu primo. Esprememo-nos dentro do carro e partimos.

                - Uma pena Sophie e Josh não poder vir conosco. – comentou Pedro.

                - Para onde eles iriam mesmo? – quis saber Natalia.

                - Josh me disse que iriam para a Itália visitar os avós. – disse Lucia.

                - Quando você falou com ele? – Nicolas virou para Lucia.

                - Sim, por quê?

                Natalia e eu trocamos um olhar.

                - Por que, Nicolas, por acaso você está com ciúmes? – provocou ela.

                - Eu com ciúmes da Lucia? Imagina! – Nicolas riu.

                - Qual o problema em sentir ciúmes de mim? – ela sentiu certo desdém na frase dele.

                - Não há motivos para sentir ciúmes de você, criança. – rebateu ele.

                - Pois fique sabendo que... – ela iria começar a responder.

                - Ah, vocês vão começar a discutir de novo?! – protestou Edmundo. Eles andam discutindo muito ultimamente...

                - Parece um casal... – provocou Pedro com um sorrisinho nos lábios e os olhos fixos no transito.

                - Oras – resmungou Lucia – a Susana e o Caspian não discutem. Pelo menos eu nunca vi.

                - Acontece que já admitimos o que sentimos um pelo outro e não ficamos nos provocando. – Caspian se pronunciou pela primeira vez. Lucia virou para ele, incrédula.

                - Até tu, filho meu?! – dramatizou ela fazendo todos gargalharem, menos Nicolas.

                - Vamos mudar de assunto? – perguntou ele, incomodado.

                - Ah, mas agora que vocês estão ficando vermelhos! – eu ainda ria.

                - Susana! – ralhou Lucia.

                Todos riram de novo, excertos Lucia e Nicolas que estavam vermelhos, não sabem se de raiva ou vergonha.

[...]

                Meus tios só aguardavam a nossa chegada para poderem ir para a viagem no México. Após nos despedirmos, entramos e nos acomodamos na casa. Lucia, Natalia e eu ficamos no quarto de hospedes; Edmundo, Pedro, Caspian e Nicolas no quarto de Eustáquio. Este, por sua vez, estava muito feliz conosco ali, mas de vez em quando deixava escapar alguma coisa sobre Narnia, logo era lembrado por nós que não podia falar essas coisas perto de Natalia e Nicolas.

                - Sério, Eustáquio, tente controlar sua euforia. – pediu Pedro.

                - Ah, gente, desculpa, às vezes escapa, sem querer. – justificou-se.

                - Bom... – fui interrompida pela campainha. Eustáquio deu um pulo da cama.

                - Ela chegou!

                - Ela quem? – perguntamos em uníssono.

                - Eu chamei uma amiga para passar um tempo aqui com a gente. – disse ele, descendo para a sala, onde Natalia e Nicolas assistiam TV. Eustáquio voou para a porta e trouxe para dentro uma moça de mais ou menos sua idade, cabelos dourados, curtos, acima dos ombros e ondulados. Ela trazia uma pequena mala e um sorriso tímido. Meu primo levou-a até nós, sorridente.

                - Gente, essa é Jill Pole. Jill, estes são meus primos Pedro e Edmundo. Minhas primas, Susana e Lucia. – gesticulou para nós. – Esta é a Natalia, namorada de Edmundo. Nicolas, irmão da Nati e o Caspian, namorado da Su. – nos apresentou.

                - Olá, é um prazer conhece-los. Eustáquio fala muito de vocês. – ela sorriu e Lucia saltitou até ela.

                - É um prazer conhecê-la, Jill, seja bem vinda. Venha, ajudo você a desfazer a mala. – e levou Jill pela mão para o segundo andar. Natalia e eu seguimos para lá logo depois.

                - Bem vinda, Jill! – Disse Natalia ao entrar no nosso quarto onde Lucia esvaziava uma gaveta para a visitante.

                - É um prazer conhece-la. – falei.

                Jill virou para nós, sorridente.

                - Obrigada. – logo uniu as sobrancelhas. – Eu imagino que Eustáquio não avisou que eu vinha... Eu pedi para ele não fazer isso...

                - Ah, tudo bem. – falei.

                - Sabe como são os homens... – murmurou Lucia.

                - Não sei todos, mas o MEU Edmundo não é igual aos outros. – Natalia abraçou um travesseiro, deitando-se em uma das camas.

                - Meu Caspian é único, não há palavras que possam descrevê-lo... – deitei na outra cama, suspirando como Natalia. Todas riram um pouco com nosso jeito.

                Continuamos conversando e, no final do dia, Jill já era da família.

                No dia seguinte, meus irmãos, minha cunhada, meu futuro cunhado (que a Lucia não me ouça), meu primo e Jill saíram. Foram a uma nova lanchonete italiana que inaugurara ontem. Eu não quis ir e achava que estava sozinha em casa.

                - Enfim sós! – ele abraçou-me por trás.

                - Ai, Caspian, que susto! – eu ri. – Achei que você tinha ido com os outros.

                - Decidi de ultima hora. Ah, antes que eu me esqueça, Pedro deixou um recado.

                - Qual?

                - Tenham juízo. – ele engrossou a voz e nós rimos.

                - Pedro sempre Pedro. – girei em seus braços.

                - Mal sabe ele que já fizemos coisas piores.

                - Shhhh, fale baixo, meu irmão tem audição biônica. – cochichei, fazendo-o rir de novo.

                Logo senti os lábios de Caspian nos meus.

[...]

                - Trouxemos um filme! – Eustáquio anunciou ao atravessar a porta.

                - Vou preparar a pipoca. – Lucia já seguia para a cozinha.

                - Eu ajudo você. – Jill foi atrás dela.

                - Eu vou tomar uma ducha. – Natalia subiu as escadas.

                - Onde está Edmundo? – perguntei.

                - Já está vindo. – respondeu Nicolas.

                - Gente, eu vou pedir uma pizza. – Pedro pulou para o telefone. Eu permaneci ali, sentada, Caspian esticado no sofá com a cabeça deitada em meu colo.

                Pouco depois Natalia desceu e sentou-se no outro sofá; Edmundo chegou e depois de tomar o remédio para dor de cabeça que fora comprar, sentou-se ao lado da namorada, abraçando-a de lado. Ela, por sua vez, aconchegou-se no abraço de meu irmão. Eustáquio sentou no chão. Jill e Lucia chegaram com duas vasilhas cheias de pipocas. Jill sentou em uma poltrona, e Lucia ao lado de Natalia, Pedro sentou na outra poltrona e Nicolas esgueirou-se discretamente e sentou-se no único lugar vago: ao lado de Lucia. Natalia viu e me lançou um olhar com um leve sorriso. Sorri de volta.

                O filme era Romeo e Julieta. Entramos na madrugada assistindo-o. E quando eu e as garotas estávamos prestes a esgotar nossas lagrimas de tanto chorar, faltou luz, assustando a todos. Caspian sentou-se em rompante e eu logo segurei sua mão, para me sentir segura.

                Começou a ventar. Todos se puseram de pé mais assustados.

                - A janela está aberta? – ouvi a voz de Lucia.

                - Não. – respondi. Eu lembrava claramente de Caspian fechando-a.

                A escuridão piscou, oscilando entre o breu e uma floresta ensolarada. Eu sabia bem o que isso queria dizer.

                - O que está acontecendo? – perguntou Jill.

                - É magia! – ouvi a voz animada de Edmundo. Senti um sorriso se formar em meu rosto.

                - Rápido todos deem as mãos! – falou Lucia. Logo segurei a mão de Edmundo do lado direito, já segurando a mão de Caspian do lado esquerdo. O vento bateu mais veloz e a escuridão oscilou mais vezes, mais rápido, tão rápido que não percebi quando ela sumiu de vez e permaneceu a floresta ensolarada.


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Notas finais do capítulo

Comentem, okay? E ideias e dicas são muito bem vindas!
Beijokas!!