Fuck Normality escrita por mai_peace


Capítulo 14
Fim


Notas iniciais do capítulo

FIM sm. 3. A última parte ou fase de algo: final.



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Ás vezes o céu não é tão azul quando você enxerga. E o destino se torna inesperado e com reviravoltas que você jamais imaginaria. Foi assim comigo, e sempre que eu posso observar, é assim com muitas pessoas.

Eu vejo pessoas andando com suas pastas embaixo do braço, acreditando que sabem o que está por vir, sorrindo, então elas se vão.

Pessoas paradas, chorando, achando que sabem o que vai vir a seguir, mas elas nunca sabem, existe algo maior do que todos os planos e Clarice não sabe disso, mas existe algo maior, quem sabe ela ainda salve muitas vidas mesmo que de seu ponto de vista ela não possa ter salvado a minha.

Os detalhes mudam o significado do todo, todos os dias, o que você acreditava ser correto, não era. O irreal, pode ser a realidade que você jamais quis enxergar.

Eu fecho meus olhos daqui de onde estou, para evitar enxergar toda a dor, o ódio e o rancor que ela carrega, a necessidade de justiça. Eu não espero por ela, talvez sua missão seja estar lá e aprender, ensinar, da mesma forma que ela me ensinou.

Dianna gargalhou, enquanto seu peito arfava e seus dedos se entrelaçaram nos da loira, ela respirava o perfume doce de Clarice, esta sorriu para aquela e pousou delicadamente seus lábios nos de Dianna. Tinha sido tanto tempo desde que elas chegaram nesse ponto, ao de se tornarem companheiras e amantes, era um dejavú na vida da pequena, minha pequena Clarice.

–Então, você realmente acha que vai ser uma boa advogada capaz de me livrar de todos os crimes que eu ainda vou cometer? - brincou a espevitada, levando um soco delicado em seu ombro, Clarice se aproximou do seu ouvido e sua voz doce e feminina se uniu ao ar quente, aquecendo todo o corpo de Dianna.

–Eu ia adorar te ver algemada...

Dianna a segurou pelos pulsos, e a jogou na cama caindo em cima da loira.

Eu não a esperaria, mesmo se ela viesse. Agora eu sei que o destino nos prega peças, ele nos ilude, ele está ali para brincar, como em um jogo de dados, ande sete casas e você está na prisão, volte três e você ganha duas propriedades.

Ande sete casas Clarice, você está na prisão, volte três casas...

Amanheceu, ela repetiu toda a sua rotina, enquanto caminhava para uma prova e finalmente ingressar na faculdade. Ela estava feliz por ter se formado, a loira bagunçou seus cabelos no espelho, eles não tinham mais aquele formato meio ondulado que a faziam parecer uma criança, mas eu amava a forma como ele era.

O trânsito, enquanto ela dirigia o carro que tinha comprado para poder se adequar a nova vida na cidade grande, buzinas, barulho e então gritos.

Um menino, cabelo escuro, cerca de doze anos de idade e um tornozelo quebrado.

Um carro vermelho saiu em disparada, sem pensar em ficar e ajudar, e, ela só pensou em como desejaria ver aquele homem, pagando pelo erro que havia cometido, mas seu instinto a provocou e ela se viu afastando toda uma multidão e checando se o garoto estava bem.

–Oi! Você é médica? - perguntou o garotinho assustado, Clarice parou por uma fração de segundos enquanto sua mente formulava alguma conclusão e ela segurava a cabeça do garoto e checava seu pulso, algo que ela aprendera em um curso rápido de primeiros socorros, que fora obrigada a fazer.

–Não. Eu ainda não tenho idade pra isso.

Ela fez o garotinho rir.

–Você está bem?

–Sim, ele não me acertou muito forte, mas eu cai da bicicleta de mal jeito.

Suas mãos precisas apertaram o tornozelo do menino, que deu um grito.

A ambulância chegou e ela mentiu que conhecia o garoto, permaneceu ali até quando a família do garoto chegou ao local, assustada e extremamente agradecidas.

Clarice olhou o local em sua volta, checou o relógio e notou que havia perdido sua prova, ela sorriu e percebeu que ela não queria estar lá, ou levar o motorista do carro vermelho ao tribunal, ela queria ver o olhar emocionado da família e ajudar o garotinho assustado.

Nem com todos as coisas são assim, alguns precisam de algo muito mais simples para perceber que o destino está os mandando virar aquela esquina, outros precisam de algo maior, eles são pequenos demais ainda pra se darem conta de certas coisas.

A vida não é como nos contos de fadas, não existe um “Felizes para sempre.” e um “Era uma vez...”, uma princesa e um príncipe encantado.


Mas vamos fingir que naquele dia, no apartamento da garotinha espevitada, o céu estava desenhado de giz de cera e que o casal protagonista, destinados a ficar juntos, “Foram felizes para sempre...”

Bear se aninhou egoistamente no corpo de Clarice, ela se perdeu no fundo dos seus olhos claros e ela ainda não conseguia distinguir de que cor eles eram, se azuis ou verdes, eram lindos e peculiares como tudo nela. Com perfume doce, uma leve melodia do piano e a voz de menina delicada, com tom provocador, sussurrando coisas ao seu ouvido.

–Eu te amo... - balbuciou a morena, tocando a loira no rosto com a ponta de seus dedos.

–Eu também, te amo... - disse de volta a loira, se inclinando e beijando a morena, aferrada ao seu corpo, presas no seu próprio mundo, suave e delicado.

E elas foram felizes para sempre...



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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos que acompanharam a fic, que estiveram aqui comentando desde sempre.
Deu até uma certa pena de terminar a fanfic, de saber que tinha acabado e as duas personagens que criaram vida para mim, iam seguir suas vidas agora em um mundo paralelo apenas na minha imaginação!
Agradecimentos:
Mentira, a única pessoa que eu tenho que agradecer é a minha Beta, que chama essa fic de "sua", ela deixou de ser só minha, pra se tornar nossa! Espero que ela me perdoe por ter esquecido esse agradecimento inicialmente...
Porque mesmo atrasado, é verdadeiro!



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