Contrição De Snarkii escrita por Breno Velasco


Capítulo 31
Capítulo 031 - O Inferno é aqui


Notas iniciais do capítulo

Thiago "Snarkii" Ishida, capítulo 031. "Muitas vezes, as coisas que me pareceram verdadeiras quando comecei a concebê-las, tornaram-se falsas quando quis colocá-las sobre o papel" - René Descartes. Boa leitura e Não esqueçam de comentar!



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17 de Setembro de 2005.

Assim como eu mesmo, Irking's Frad desabava, consumido pelas chamas, causado pelo detonador pressionado pelo meu pai. Meu pai, o homem misterioso, e Arbok, ainda me puxavam, contra a direção da base destruída.

Logo após, me jogaram num carro, Mercedes CLK, no banco traseiro. Conversível. Jack, o meu pai, assumiu o volante, enquanto Arbok sentava no banco do motorista, e o homem misterioso sentava à minha esquerda.

Pudemos ver claramente Killer e Cobra entrando num carro, em seguida fugindo. Seria extremamente fácil perseguí-los, se não fosse pelo Comando Azul, agora meu atual inimigo, que estavam armados, dirigindo motos, com o objetivo de proteger o carro.

"Filhos da puta!" - Gritava o meu pai, enquanto dava a partida no carro. Saímos em alta velocidade, quando eu tentei abrir a porta para voltar, por razões inexplicáveis, causadas pelo instinto de proteção. Porém, Arbok se virou e segurou meu braço, forte, com um incrível olhar de calma.

Me encostei perto do canto direito do carro, ainda sentado no banco, e encostei o vidro com minha mão direita, olhando para a base, enquanto enxugava minha última lágrima por ela, com a mão esquerda.

"Thiago, conheça Alex!" - Disse meu pai, enquanto tentava alcançar a velocidade máxima. Olhei para a minha esquerda, onde aquele homem estava, e vi ele estendendo sua mão para um cumprimento. "Muito prazer, Ishida" - Disse ele.

Um homem aparentemente gentil. Ruivo, cabelos longos, uma aparência rústica. Um de seus olhos eram brancos, e o outro olho tinha uma cor que lembrava mel. Uma cicatriz fina que começava em sua orelha, passava a bochecha indo em direção a boca, merecia destaque. Com um sorriso nem um pouco forçado, ele disse: "É uma honra conhecer o filho de Jack". Então era ele, o amigo de meu pai, que ele mencionava na história.

Estendi minha mão, concluindo o cumprimento. Meu pai era realmente ótimo em dirigir. Entramos em uma estrada de terra, onde tudo fazia balançar e derrapar.

- Pai, como você me achou, o que foi aquilo tudo!? - Perguntei num tom assustado, quase gritando, devido ao barulho dos tiros que Arbok e Alex proporcionavam.

- Huh... - Suspirou meu pai, olhando para baixo e coçando o cabelo - Bem...

- ...

- Filho, depois eu te explico melhor - Disse meu pai, se abaixando, tentando desviar dos tiros - Agora não é uma boa hora! - Concluiu gritando, enquanto pegava uma arma e se levantava, atirando nos azuis, que estavam nas motos.

Estávamos numa subida, quando percebemos que todas as motos desapareciam quando a subida acabava. Meu pai, então, freiou o carro, e viu que estava no alto de uma colina, onde muitas motos, por engano,  havia caído.

Ele deu a ré, e continuou pelo caminho na direita, com muito cuidado para não cair na colina. Ele acelerava, enquanto Arbok me deu uma M1911 para atirar. Me levantei, apoiado no banco da frente, e atirei, destruindo todas as motos a frente.

"Não destrua as motos!!" - Gritou Jack, informando que se tal fosse feito, seria difícil de passar com motos no caminho. Continuei a atirar, quando entramos numa rodovia pouco movimentada, mas que passavam alguns carros.

Todos pararam e olharam para nós, alguns até saíram do carro para ver todo o tiroteio. Nós não ligávamos, pouco nos importávamos. 

Naquela hora, foi como tudo acontecesse lentamente. Comecei a pensar sobre Stryker, Ekan, Stell e Gih. Todos eles morreram por causa de Killer.

Não pude honrar o desejo de Ekan, em proteger seu irmão. Muito pelo contrário, eu mesmo havia matado ele. Gih... Não pude ter uma vida boa com ela, apenas passamos por dificuldades durante todo esse tempo. Até Stryker, que tentou me alertar sobre o projeto.

Tudo voltou a normal em minha mente, quando Arbok me interrompeu, encostando em meu ombro e dizendo:

- Entende agora o que eu queria que você soubesse? - Perguntou com um tom sério.

- S-Sinto muito. Pensei que éramos inimigos - Disse, enquanto olhava para baixo, com frustração de mim mesmo.

- Hehe - Riu Arbok, enquanto virava para a posição normal - Você apenas foi manipulado. É como na vida real, te manipulam para depois te usar. - Concluiu, acendendo um cigarro.

- Cigarro, Arbok? - Perguntou meu pai - Você já não está velho demais não para isso? - Terminou com outra pergunta.

- Em breve, morrerei. Não adianta parar agora - Disse ele - E pode ser também... Que esse seja meu último cigarro - Concluiu, olhando para o cigarro que estava em suas mãos.

- Huh! - Suspirou Jack, tentando alcançar o carro preto em que Killer e os outros estavam.

Naquele momento, um helicóptero preto apareceu, sobrevoando bem próximo de nós.

"Snarkii, preste atenção. - Disse Alex - Eu, seu pai e Arbok, vamos matar Joey Collins e seus parceiros do governo. Você se encarregue de Killer e Cobra, eles são seus. Se por algum acaso não conseguirmos matá-los agora, tentaremos até morrermos. O mesmo com você" - Concluiu, com um olhar confiante.

O helicóptero se aproximava mais ainda, enquanto tentava nos atirar. Meu pai desviava em zigue-zague, impossibilitando nossa localização como alvo fixo.

Subitamente, o helicóptero ficou ao nosso lado, tentando nos perseguir para entrar na nossa frente e parar o carro. "Filho..." - Disse Jack, olhando para mim. "Te vejo mais tarde, pai" - Disse, enquanto apertava sua mão. 

Fiz um sinal de despedida para todos que estavam no carro, e todos responderam. Fiquei de pé no carro, e pulei no helicóptero. Segurei no aro de aço que serve para o pouso, e fiquei pendurado lá, a poucos centímetros do chão.

Tentei subir o helicóptero até chegar no piloto, porém o helicóptero virou subitamente, tentando impedir o carro do meu pai. Quando ele manteve a posição e a velocidade, subi, segurei na camisa do piloto, e o joguei para fora, enquanto ainda estava pendurado.

O helicóptero diminuia a velocidade e direção, até que eu subi na cabine e tomei controle dele. "Obrigado Killer" - Disse ironicamente, enquanto me lembrava das aulas de veículos variados que ele me dava, aula que eu achava inútil.

Agora no helicóptero, pude ver o carro de Killer e dos outros, não tão longe assim, então comecei a atirar. Aumentei a velocidade, enquanto eles desviavam de meus tiros.

Aproximei o helicóptero perto do carro, desviando dos inimigos das motos que tentavam atirar em mim. Enquanto estava perto para fazer a manobra de parar o veículo preto de Killer, vi ele abrindo o vidro, e passando pela passagem aberta, subindo em cima do carro.

Killer olhava sério para mim. Eu já entendia o que ele quis. Entendi melhor ainda quando ele largou sua arma no chão. Vi ele pegando um comunicador, e falando com ele. Quando percebi, a voz dele apareceu no helicóptero.

- Está confortável por aí, irmão? - Perguntou, com um tom irônico.

- Muito. Ficaria mais ainda quando arrancar seus olhos desse seu rosto imundo - Confirmei, com o mesmo tom irônico que ele.

- Se você faria isso com seu próprio irmão por nada, imagino quando soubesse que Gih estava grávida. - Disse ele, enquanto olhava para mim e sorria.

Gih estava grávida... Ela precisava fazer os testes para ver mesmo mas... Mas agora ela morreu. Isso quer dizer que... Ela morreu com o bebê...

Comecei a tremer, meus dedos se mexiam constantemente. Raiva e ódio passaram por cada pedaço de meu ser, principalmente em minha alma.

Com a paciência e controle que me restavam, aproximei o mais próximo possível meu helicóptero do carro, onde pude ver bem de perto Killer, que estava parado, enquanto o forte vento mexia seu cabelo.

Ele olhava para mim de braços cruzados. Larguei o controle do helicóptero, liguei meu nanocomunicador para o carro de meu pai dizendo: - "Não atirem".

Saí do helicóptero e pulei em direção ao carro do meu inimigo primário. Com as mãos sustentando meu apoio, fui levantando bem devagar, enquanto olhava para aquela face já conhecida.

"Um último combate, que tal?" - Disse Killer, enquanto descruzava os braços. "Vamos" - Gritei, enquanto preparava meu soco mais forte.

Cada veia de meu braço se expandiu, contraindo o mesmo. Com um forte impulso, soquei Killer, que defendeu usando as duas mãos, e forçando para frente.

Ele, ainda segurando minha mão, me virou, fazendo com que eu caísse. "É só isso que você tem irmãozinho?" - Perguntou, enquanto cruzava novamente os braços.

Segurei no carro quando percebi que virariamos para a esquerda, rumo a uma ponte extensa. Tal ponte era tão importante, que passavam navios por baixo dela, por isso, foi instalado uma divisão nela, que separava a ponte, abrindo-a, quando um navio passasse.

Me levantei enquanto estávamos na ponte e o carro acelerava rapidamente. Killer tirou do bolso um pequeno cubo, com um botão nele. Ele apertou tal botão, e a ponte começou a levantar.

Killer então voltou para o carro numa manobra rápida, voltando pela passagem do vidro e fechando o mesmo rapidamente. Comecei a socar o carro, tentando abrir algum buraco. 

Perdia controle a medida que a ponte formava uma descida para mim, então segurei no carro o mais forte possível. Quando percebi, estávamos no ar, pulando de uma parte da ponte para a outra parte. Não resisti, e soltei, fazendo com que eu caísse de uma longa queda na água do mar.

Pude ver o carro de Killer entrando pela direita. Pude ver claramente ele parando o carro e abrindo o vidro, acenando para mim. Em seguida, fechou o vidro e foi embora.

Fiquei vendo a cena, enquanto me controlava do ódio e raiva, tentando nadar. "Maldito... Killer... Você vai morrer" - Disse baixo, queimando de ódio, enquanto olhava ele fugir com o carro.


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Notas finais do capítulo

O Fim está próximo... Próximo capítulo em breve e Espero que tenham gostado!



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