Contrição De Snarkii escrita por Breno Velasco


Capítulo 30
Capítulo 030 - O Verdadeiro Projeto


Notas iniciais do capítulo

Thiago "Snarkii" Ishida, capítulo 030. Lutei em uma batalha sangrenta como um patriota, seguindo ideais. Me comportei como um homem na vida, e como um soldado em batalha. Cumpri o que meus líderes, e o governo me requisitaram. Sou apenas uma marionete controlada por eles. Tudo que fiz, tudo o que faço, é ofuscado por líderes corruptos, que mancham meu nome e me usam como um simples projeto. Killer... Cobra... Até mesmo Joey Collins. Agora, finalmente, começa minha contrição... Onde tudo será revelado. Boa Leitura e Não esqueçam de comentar!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/179704/chapter/30

17 de Setembro de 2005.

Encarei Killer e Cobra, com uma expressão assustada, sentindo angústia e desespero. Acima de tudo, raiva... Raiva de algo que ainda não sabia. "Lembra do Projeto, Snarkii?" - Disse Killer, bem baixinho, enquanto ria discretamente, num tom irônico.

Cobra, com uma aparência incrivelmente mais velha, me encarava constantemente, olhando sério, a cada ponto de meu corpo. Mãos, pernas, até meu peito, foram observados por ele.

Estava sem camisa, apenas usando um shorts, que cobria uma pequena parte das minhas pernas, quase uma cueca. Cicatrizes de combate estavam à mostra em toda a parte do meu corpo, principalmente em meu peito.

O lugar, que antes estava mal iluminado, se revelou quando acenderam as luzes. Estávamos em um lugar que eu já sabia onde era, um lugar onde aconteceram coisas terríveis. Um lugar onde memórias deveriam ser enterradas lá, porém foram carregadas comigo.

Interior da base central de Irking's Frad.

Estava perto da parede, onde possuíam duas portas. Não entendi, até que eu olhei e percebi. Do lado esquerdo da porta esquerda, havia uma cabine. A porta da direita estava aberta, e lá, possuía uma escada de descida.

Da porta da cabine, saíram mais pessoas: Adam Willson, Butter Smith, e Joey Collins. Todos com a mesma roupa, a mesma roupa que eu costumava usar. Terno e gravata preto.

Todos se posicionaram perto da maca onde eu estava, e olhavam para mim constantemente, olhando entre si. Joey Collins me olhou com satisfação, e Killer sorriu.

- Então essa é a conclusão do Projeto? - Perguntou Joey Collins, com a mão posicionada perto do queixo.

- Exatamente. Tentamos ir o mais rápido possível porém, não teríamos os mesmos resultados satisfatórios que sua nação precisa. - Respondeu Killer.

- Ótimo. Agora, precisamos de suas informações genéticas. Coletem uma amostra de sangue, já que o projeto foi concluído - Requisitou Joey, olhando para Cobra e Killer.

- Tudo bem. Estamos honrados de servir ao senhor - Disse Cobra, com alegria.

- Killer, o que é isso? - Perguntei, olhando para todos.

- Não se preocupe, irmão. Logo verá. - Respondeu.

- Irmão!? - Tentei levantar da maca, porém estava preso.

Ele ignorou, se posicionou na frente da maca, e começou a andar, me levando a outro lugar. A base estava menor, olhei em volta e percebi o porquê. No corredor do segundo andar que ligava leste para o oeste, foi feita uma parede gigante, que dividia a base em dois.

Andamos, enquanto Joey Collins e Cobra, conversavam sobre partes técnicas do projeto.

- Cobra, faz anos que não tocamos no assunto do projeto para ninguém perceber, não é? - Perguntou Collins.

- Certamente. Qual o objetivo de tal comentário, Joey?

- Você se lembra do objetivo primário desse projeto, não é?

- Sim. Mas lembre-se que esse projeto só será aceito, se o Brasil for aliado primário dos Estados Unidos.

- Certamente. Desde que tenhamos as informações genéticas de Snarkii para o melhor desempenho dos soldados americanos, certamente isso acontecerá.

- Agradecemos à Jack. Sem ele, e sem seu filho do projeto de 1975, Snarkii, não teríamos chegado a lugar nenhum.

- Sem dúvidas. Infelizmente, Killer não foi de bom uso, em relação ao Projeto que envolvia ele. - Disse Collins, enquanto Killer olhava para ele, com um toque de nervosismo.

A conversa cessou quando chegamos no meio daquela base. Estávamos perto daquela parede. A pergunta era: Irking's Frad foi queimada, porém, como ela estava inteira? Aquela pergunta não saia de minha mente... Só saiu, quando vi Gih, sentada perto da parede, amordaçada e olhando para baixo.

Quando ela percebeu nosso movimento, ela se levantou e correu em nossa direção. Na verdade, em minha direção, até estendendo os braços para um possível abraço. Porém, foi interrompida por Killer, que sacou sua arma, mirando em sua cabeça.

"Killer!!" - Gritei com raiva, tentando me levantar, enquanto ele ria e mandava eu calar a boca. Gih se sentou novamente, agora sem se encostar na parede, deixando cair uma lágrima de seu olho.

"Gih me desculpe! Aquela resposta não foi sincera!! Eu tinha quase certeza de que Killer era o interrogador e eu queria ter certeza absol--" - Tentava dizer, enquanto Killer me interrompeu.

- Você sabia que eu era um dos interrogadores? - Perguntou Killer, com um olhar estranho.

- Tinha quase certeza de que era você, Killer. Queria não acreditar, mas... - Respondi.

- Hehehe... - Disse, enquanto ria, fechava os olhos e olhava para baixo, fechando seu punho esquerdo com raiva. - Meu pequeno irmão não é tão burro assim... - Concluiu.

- ...

- Você não sabe minha felicidade... - Disse ele, enquanto mirava sua arma em mim, encostando a pistola em minha cabeça - Se não fosse pelo maldito projeto, eu te mataria!!! - Gritou, perdendo o controle da situação.

- Abaixe a arma Killer - Disse Cobra, tentando acalmá-lo - Qualquer erro aqui, significa a morte. Não vamos fuder com isso.

- Tem razão, onde eu estava com a cabeça - Disse, enquanto encostava sem seu liso cabelo loiro, e ria discretamente - Vamos dar continuação a esse projeto. E quero que essa vadia da Gih veja tudo! - Concluiu, aumentando o tom de voz, e apontando para ela.

Sentia muita raiva naquele momento, porém era uma mistura de emoções. Não queria acreditar que todos haviam me traído, e me usado como marionete durante todos esses dolorosos 15 anos. Simplesmente não quis acreditar.

"Dê logo início ao projeto" - Disse Collins, enquanto olhava para seu relógio. Dois homens saíram de trás dos containers - Sim, eles estavam lá - e se aproximaram de mim, com seringas.

"É agora, o momento mágico que todos nós esperamos por 15 anos!" - Disse Killer - "E pensar que tive que aturar você por todo esse tempo" - Concluiu, olhando diretamente para mim.

"Passe o produto BH-02" - Disse Cobra, apontando para um pequeno recipiente, em cima de uma pequena mesa. Os dois homens pegaram esse produto, e dele saiu um gel. Um deles colocou em sua mão, e passou esse gel em meu braço. O outro homem, curiosamente, colocava uma calça preta em mim, seguido de um tênis.

Durante o processo, Gih olhava para mim com medo. Por mais estranho que foi o momento, tentei transmitir um olhar bom e suave para ela, pelo menos para tentá-la acalmar, e demonstrar de que eu não estou nervoso. Sua ansiedade foi parando aos poucos.

Enquanto o homem com a seringa se aproximava, eu tentava sair daquela corda. Balançava minhas mãos com força, tentando me livrar daquelas cordas. Milagrosamente, uma corda saiu, e foi a do braço esquerdo.

O homem foi tentar inserir a seringa em meu braço, provavelmente para coletar sangue, como Collins disse, porém foi interrompido por mim mesmo, que o afastava com meu braço esquerdo, ao mesmo tempo que tentava tirar a corda do braço direito.

Pude ver todos tentarem pegar suas armas, enquanto Gih levantava rapidamente. Porém, todos esses atos foram cessados com um simples abrir do portão principal.

O portão foi se abrindo, deixando o lugar mais claro aos poucos, enquanto todos paravam e olhavam para tal cena. Essa cena ficou marcada para sempre em minha memória.

Olhei em direção ao portão, já aberto, e vi todas as unidades do Comando Vermelho atrás de Arbok, o homem misterioso, e Jack, meu pai.

"Vocês estão cercados. Qualquer movimento inimigo é motivo para o abrir fogo. Snarkii e Gih, apenas os dois, venham em minha direção. Tentativa de fogo inimigo, terá como resultado a destruição da base inteira!" - Gritava meu pai, enquanto levantava um detonador.

Pudemos ver então as bombas, onde estavam colocadas. A princípio não a achamos, porém elas estavam em lugares estratégicos e frágeis, porém muito bem escondidas.

Gih, agora sem limitações pelos nossos inimigos, tirou a mordaça com suas próprias mãos. Eu saí da maca, agora com todas as cordas soltas, e abracei ela.

"Seus... Insignificantes!!" - Gritou Killer, rindo ao mesmo tempo, enquanto sacava sua arma e atirava nas unidades do Comando Vermelho. "Snarkii! Corra!!" - Gritou Arbok, enquanto meu pai ativa o detonador.

Todos estavam saindo do local por uma outra passagem pequena, que estava à minha esquerda, um pouco longe. Segurei forte a mão de Gih e comecei a correr. Entretanto, por um momento, percebi que a mesma tropeçou. Olhei para trás, e vi ela pressionando sua barriga com a mão esquerda.

Killer riu, e continuou a correr, guardando sua arma. "Killer!!!" - Gritei, quando percebi que ele havia disparado nela. Me ajoelhei, com um olhar preocupado, e acariciava seu rosto num ato desesperado de acalmar ela.

"F-Fuja!!" - Gritava ela, enquanto ainda estava no chão. Segurei mais forte sua mão, e a puxei em minha direção, num ato desesperado de fugir do lugar que estava desabando.

"Vamos vamos!!!" - Gritava Arbok e o homem misterioso, acenando para nós. Gih conseguiu correr um pouco, porém foi interrompida... Foi o pior momento da minha vida.

Me virei e vi que, uma pequena porém pesada parte do teto, havia caído em cima de Gih, fazendo com que ela caísse de barriga para o chão. O pedaço daquele teto estava prendendo as pernas dela, impossibilitando-a de correr.

"Gih!!" - Gritei, enquanto me virava e segurava sua mão. "Thiago..." - Disse ela, enquanto fechava os olhos. "Cuide de... V-Vikt--" - Tentava dizer, quando foi interrompida.

Tal interrupção foi causada por um pedaço maior do teto, que caíra sobre sua cabeça, e a deixava em baixo dos escombros. Fiquei parado, foi como se tudo estivesse acontecendo rápido demais, porém num clima lento... E doloroso.

Não piscava... Não respirava... Não me movia. Apenas segurava sua mão que estava tremendo, que subitamente, parou os movimentos. Foram poucos segundos que duraram uma eternidade.

Me levantei num ato de desespero e tentei tirar os escombros. Tentei tirar aqueles pedaços de teto caído em cima dele, enquanto toda a base caía perto de mim, e queimava.

"Gih!! Gih!!! Não me deixa!!" - Gritava constantemente, enquanto chorava incontrolávelmente, tentando tirar os escombros de cima dela. "Snarkii! Vamos!!" - Gritava Arbok e meu pai, que corríam em minha direção.

Meu pai tentou me puxar, para fugirmos do lugar, porém o afastei, dando-lhe um empurro com meu cotovelo. Ele caiu no chão, poucos metros atrás de mim, enquanto tentava se levantar com dor, devido a sua velhice.

Arbok então me pegou pelo pescoço e me jogou no chão. Meu pai, Arbok, e o homem misterioso, me puxavam então para fora da base, segurando meu braço, indo em direção ao grande portão.

Mais escombros caíam ao lado de Gih, enquanto olhava para toda a destruição, e estendia meu braço em direção a ela. A base de Irking's Frad, o edifício em si, foi totalmente destruído pelos detonadores. Porém, minha verdadeira missão acabara de se iniciar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O fim está próximo... Próximo capítulo em breve e Espero que tenham gostado!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Contrição De Snarkii" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.