Contrição De Snarkii escrita por Breno Velasco
Notas iniciais do capítulo
Thiago "Snarkii" Ishida, capítulo 026. Pai... Nunca deixarás de me apoiar, não? Você não é o coadjuvante, como muitos pensam... Boa leitura e Não esqueçam de comentar!
18 de Janeiro de 2003.
Segurava suas delicadas porém fracas mãos, enquanto ela se deitava na cama do hospital. Olhava para mim, e para meu pai, com felicidade e orgulho de si mesma. "Desculpem se eu fiz algo errado..." - Dizia ela, constantemente.
Meu pai já estava passando por um momento de melancolia desde a revelação da nova doença que ela passara. "Você não fez nada de errado... Nada..." - Dizia ele, segurando o choro, enquanto passava a mão no cabelo levemente grisalho dela.
Uma lágrima escapou rapidamente de seu olho direito. "Não quero ver você chorar, querido" - Dizia ela, enquanto passava a mão na bochecha de meu pai, enxugando a única lágrima que caira.
"Filho, quero que você seja forte... Proteja todos" - Disse ela, agora passando a mão em meu rosto. "Sim mãe, eu vou fazer isso" - Também disse, tentando segurar o choro. "O câncer finalmente vai me libertar, hehe" - Disse ela, com um pouco de dificuldade, enquanto ria.
"Não digo isso meu amor. Esteja me esperando lá, junto com Ele..." - Disse meu pai, enquanto penetrava seu olhar nos olhos claros de minha mãe. "Com certeza... Com certeza..." - Respondeu ela, agora deitando sua cabeça no travesseiro.
"Mais uma lágrima?" - Disse ela, enquanto enxugava com dificuldade, a outra lágrima que acabara de cair dos olhos de meu pai - "Você nunca foi de chor--" - Disse ela, sendo interrompida pelo inevitável.
Enquanto seus olhos se fechavam lentamente, sua mão caía como em câmera lenta, se apoiando finalmente em seu corpo magro. O Batimento cardíaco de minha mãe, agora estava a zero, como indicava a máquina, que causava um som triste, incessantemente.
O médico apareceu e desligou os aparelhos, enquanto meu pai se virava e chorava melancolicamente. Com a mão sobre a testa, ele olhava para baixo, molhando o piso liso com lágrimas.
Olhei constantemente para minha mãe, que desencarnara com um leve sorriso de satisfação e orgulho. "Obrigado..." - Disse, com dificuldade, antes de não resistir à tentação de chorar.
01 de Setembro de 2005.
Relembrava aquele triste momento, vendo as fotos antigas dela. "Como ela era bonita..." - Pensava, enquanto o retrato que estava na minha mão, era embaçado com uma única lágrima minha.
Guardei ele na gaveta, de uma mobília que estava bem próxima à minha cama. Enxuguei a única lágrima, e me levantei, em seguida abrindo as cortinas. O Sol estava claro, o dia estava azul e bonito. O silêncio só era interrompido pelos poucos carros que passavam, naquela rua tranquila de Nova York.
Me sentei novamente na cama, e abrindo outra gaveta, porém pequena, peguei meu Notebook. "Relatar dados é uma porcaria" - Pensei alto, quase cuchichando. Abri o e-mail, e selecionei as opções:
Para: ocbra01110100110001@omsiiopny.com
DATA OPERACIONAL: 02325TEM014015SEB02MRO0101
MOTIVO: EVKVKA856DATOP045STTS
ALVO: -----------------------------------------00000
CÓDIGO: KEH01OCMVQEJ02CNMV,DF,KE03MR.
STATUS: MÍSSIL TERMINADO EM CERCA DE 96%
STATUS²: 4 NOVOS OPERÁRIOS, TOTALIZANDO 86
STATUS³: SILENCIOSO/NEUTRO, AINDA ALIADO
NOTES: NÃO HÁ ANOTAÇÕES A CONCLUIR.
CONCL.: ESPERE FUTURAS LIGAÇÕES, EM BREVE.
Fechei o Notebook após enviar os Status para Cobra. Realmente, estava pegando o jeito dos códigos. De fato, é fácil, quando começa a mandar quase todo o dia.
Abri a porta do quarto do Hotel, e em seguida a fechei, andando pelo corredor antes de descer as escadas. Chegando na recepção, deixei as duas únicas chaves, e o dinheiro, sem olhar diretamente nos olhos, andando sem parar.
Uma limousine preta me esperava na frente da entrada do Hotel. Abri a porta traseira, e sentei, ao lado de Killer, que estava perto do vidro, tomando água.
- Lindo dia, não é, Snarkii? - Perguntou Killer, olhando para fora pelo vidro.
- De fato. - Respondi.
- Faltam 15 dias, não é? - Questionou, ainda olhando em direção ao vidro.
- Não, faltam 30 dias. - Respondi, com um olhar duvidoso, diretamente a ele.
- Oh - Exclamou, com um olhar espantado, porém ainda fixo olhando para fora - É verdade, estou enlouquecendo, só pode. - Concluiu, com uma pequena risada.
- Certo.
- Vou te levar o mais próximo lá. Chegando no ponto designado, você--
- ... vai a pé. Tá bom Killer, eu conheço o procedimento.
- Perfeito. Motorista, vamos.
O motorista, conhecido gentilmente por James, acelerou o veículo, e chegou o mais próximo da localização do Míssil Snark II, com medo de ser notado.
Saí do veículo, agredecendo James e Killer, e continuei meu caminho a pé. Demora um pouco, cerca de uma hora. Porém é bem tranquilo.
Chegando lá, após passar por um túnel subterrâneo, encontrei Jimx Walter, o operário líder do Míssil. "Bom dia, Sr. Ishida" - Disse ele, tirando seu clássico chapéu de beisebol.
- Olá, Walter. Como está o Míssil? - Perguntei.
- Bem, está tendo alguns pequenos problemas na parte G-26, em um parafuso que liga a seção B para C do cabo 06... Mas nada que não possamos arrumar em algumas poucas horas.
- Perfeito. Faça seu melhor, que em relação à proteção, também farei o meu.
- Pode deixar, senhor.
Meu celular, que estava no bolso da calça, começou a tocar, apresentando uma música bonita chamada "Somewhere over the Rainbow". "É meu pai" - Pensei, reconhecendo o harmonioso som, e atendendo o mais rápido possível, para não incomodar ninguém.
- Pai. - Disse.
- Oi filho, como está?
- Tudo bem por aqui.
- Hehe... Bem que eu queria continuar aquela história...
- É, porém Killer pode estar nos vigiando pelas câmeras. Ele contratou agentes especiais para interferir nas imagens da câmera para ele mesmo. Não podemos arriscar.
- De fato. Bem, só queria ver se estava tudo bem.
- Está sim, pai.
- Se alguma coisa der errada com o míssil, não entre em pânico. Primeiro, pense em pensar.
- Faz, e não faz sentido.
- Pois é! Hehe...
- ...
- Eu estou arrependido. Não queria entrar nessa vida...
- Pai, já discutimos isso, não é culpa sua - Disse, enquanto um dos operários olhava para mim.
- Eu sei mas...
- Olha, daqui poucos dias eu vou pagar sua dívida, segundo Cobra falou, e vamos ir para casa, como nos velhos tempos. Seremos pai e filho, vivendo normalmente, ok?
- ... Tudo bem filho. Apenas fique com Deus. Saiba que eu te amo.
- Eu também te amo pai. Obrigado pelo apoio.
- Preciso desligar, até mais filhão - Disse ele desligando, ouvindo um grande barulho após ter desligado o celular.
"O plano de infiltração está indo muito bem. O Governo americano acha que eu sou fiel a eles. Falta só 30 dias... 30 Dias!! Não posso fuder com isso... Não agora" - Pensava eu, enquanto uma mistura de sentimentos inexplicáveis se estabelecia em minha mente.
De minha mala, tirei uma garrafa de água, e coloquei a água num copo. Preferia tomar água em copo, para mim, era melhor. Não passava de uma mania inexplicável minha.
Enquanto tomava água com muita vontade, devido à sede, ouvi alguém falando comigo. "Snarkii!" - Gritou o operário principal Walter, que me chamava gritando. Com um susto em meu olhar, ainda tomando água, olhei e respondi: - "Hm?"
Após isso, ele sacou um tranquilizante que guardava no bolso de seu jaleco, e mirou em minha direção, atirando apenas uma vez em seguida.
Me lembro bem. O dardo acertou minha testa, enquanto eu caia no chão, quebrando o copo em pequenos pedaços, que voavam no ar. Minha visão ficava cada vez mais escura... Mais escura...
-- de Setembro de 2005
"Acorde... Acorde!!" - Dizia uma voz alta e grave, manipulada por equipamentos eletrônicos. "Han..." - Dizia eu, acordando atordoado, em uma cadeira, numa pequena sala escura, com cama, passagem para comida, e banheiro. Era como uma cela sofisticada.
"Snarkii... Consegue me ouvir?" - Disse a voz grave, não sendo natural. Fiquei em silêncio até esperar outras palavras. "É agora que as coisas começam a ficar divertidas Snarkii. Colabore e responda" - Concluiu a voz. "Fale!" - Gritei, em um tom ameaçador.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Próximo capítulo em breve e Espero que tenham gostado!