Even Dark Memories Comes Arond escrita por NaraMew


Capítulo 2
Capítulo 2- Vampiros tem Perna de Burro?


Notas iniciais do capítulo

Alguém sabe o que é uma empousai? Nem eu, mas fui atacada por uma!



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Primeiro, acho bom dizer que eu não dormi do jeito que pensava essa noite...

Meus problemas começaram assim que o ultimo cliente saiu da lanchonete, e eu fiquei praticamente sozinha, a não ser pela garçonete. Até o garoto-jardinagem havia saído meia hora atrás...

Fiquei parada mais um pouco, olhando para o nada, até que ela se sentou na minha frente, me encarando.

- Então, o que você está fazendo aqui? Quer dizer, não vai embora, e não parece estar acompanhada...

- Hã, na verdade, eu não... –e, em 5 segundos, eu já havia contado como eu não sabia de nada sobre a minha vida, nem sobre como eu fora parar ali. -  E agora eu não sei para onde vou!

- Bom... – ela lambeu os lábios, como se a idéia de ver uma garota ter perda de memória fosse deliciosa – Se quiser pode ficar aqui... ou, melhor, minha casa é aqui do lado... e você pode ficar lá.

- Mas a lanchonete não é 24 horas? – perguntei confusa.

-O aviso diz que é 24h, mas, na verdade, ninguém nunca aparece depois da meia noite. Já estou saindo, vem comigo. – ela soltou uma risadinha.

- É muito gentil, mas...

- Shh, amanhã podemos ligar para a polícia...  A propósito, meu nome é Jamie. – ela me lançou um sorriso que, não posso mentir, me tranqüilizou muito. – Vamos logo, já é meia noite e meia. Quero ir logo para casa.

Levantei rapidamente e pendurei a mochila e o arco nas costas. Jamie foi pegar a bolsa, e me deixou do lado de fora esperando.  Então o garoto-jardinagem pulou das sombras e agarrou meu pulso esquerdo, o que estava coberto pela munhequeira vermelha de couro.

- Você tem que sair daqui! Fuja... não tem muito tempo!

- Ah, oi para você também! – respondi, colocando o máximo de ironia que consegui na voz.

Ele olhou para os lados, nervoso, como se alguma coisa fosse nos atacar a qualquer momento.

- Olha você não tem muito tempo! Tem que vir comigo. – eu soltei uma risada. Aquilo estava ficando “maníaco do parque” demais para o meu gosto.

- Desculpe perguntar, mas quem é você?

- Eu... sou Grover, feliz? Agora me escute, Lyn: pegue as flechas. Lembre – se do arco -e - flecha! 

No começo, eu achava que era louco (obvio!), mas... aí ele me olhou nos olhos. E havia algo em seu desespero que me fez acreditar. Com certeza, ele falava a verdade.  

-  Mas... quem ela é?

- Quem, não. O que, essa é a pergunta certa.

- Lyn, eu já estou indo! Estou procurando minhas chaves!

Ao ouvir isso, Grover baliu... Peraí, baliu? Mas eu não tive muito tempo para pensar nisso, por que o garoto me largou e saiu correndo, meio como se saltitasse... Ok, estranho. Mas os meus problemas reais estavam saindo pela porta da Lanchonete, (que, pelo visto, se chamava “Lanchonete” mesmo, pois o era o que estava escrito no letreiro vermelho).

Jamie carregava a bolsa vermelho-sangue de couro falso e um molho de chaves. Me olhava com desejo, como se ela fosse o leão que tivesse avistado sua presa.

-Querida, será que poderia vir comigo até os fundos da lanchonete, por favor? Eu preciso pegar... uma coisa.

- Claro... Ah, me desculpe, eu vou pegar. – eu disse, me abaixando para pegar meus pertences, que eu tinha acabado de jogar no chão. – Pode ir na minha frente... eu estou indo.

- Ok... mas venha logo, eu preciso de ajuda para carregar.

Assenti e comecei a catar as roupas e barras de cereal que caíram esparramados no chão e, quando fui guardar, peguei algumas das flechas e guardei sob a minha camisa. Levantei rapidamente e corri para os fundos da loja. Jamie me esperava lá, virada de costas, o cabelo castanho balançando com o vento.

- Lyn, querida...  por quanto tempo você achou que ia conseguir esconder?

- E - eu... não sei do que você está falando... - eu gelei. Grover tinha razão.

- Mas, sinceramente, eu não acreditei quando você entrou. Seu cheiro é... diferente, cria dos deuses...  – “cria dos deuses?” do que ela estava falando?

- Olha, eu... não sei...-  engoli em seco.

- NÃO minta para MIM!- berrou ela, e seu rosto se transformou. A pele ficou branca como giz, os olhos vermelhos. Seus dentes viraram presas.  Mas o que mais me assustou foram as pernas. A perna esquerda era coberta de pelo marrom, com um casco de burro, e a direita era como uma perna humana, mas feita de bronze. – Eu sei o que você esconde, semideusa, e, acredite, vou ser muito recompensada por te calar agora.

- Ok, quer dizer que você é uma vampira com... pernas estranhas? E por que me chamou de semi... alguma - coisa? Quer dizer... eu sei que eu não sou a coisa mais linda do mundo, e não sei a quanto tempo eu não tomo banho... mas me xingar de animal não precisa, certo?

- Sem gracinhas, garota. E não sou uma vampira, sou uma empousa!  É grosseiro zombar das pernas, sabia?

- Hã... o que?- a empousa revirou os olhos.

- Ah, por favor. Vamos ao que interessa: te matar. – e avançou em minha direção, mostrando os dentes. Eu não consegui me mexer, só fiquei olhando. E, de repente, a voz do garoto-jardinagem ecoou em minha mente. “Lembre – se do arco -e - flecha!”

Levantei a blusa um pouco e tirei as flechas de lá. E, ok, eu não sabia como fazer aquilo. Larguei a mochila e tentei usar o arco. E a flecha foi parar a 30 metros de distância de Jamie.

-  Pobre semideusa... pelo visto perdeu a memória mesmo... vou te dar um desconto: sua morte não vai ser tão dolorosa... – ela me empurrou, e caí dolorosamente no chão. – Posso não saber de quem você é filha, mas, acredite isso não vai mudar nada...

Minha cabeça doía, mas peguei o arco com dificuldade. Sem fazer a mínima idéia do que estava fazendo, joguei uma flecha contra ela. A empousa explodiu em pó, mas alguma coisa bateu em mim... a ultima coisa que me lembro é do rosto do garoto-jardinagem.


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Notas finais do capítulo

Espero que a minha memória volte por causa dessa pancada!