Capítulo 7 – Retornar

– Bom, antes que vocês, Aoi e Ruki no caso, digam qualquer coisa a respeito, eu gostaria de deixar bem claro que mesmo se não continuarmos com o Gazette... Eu não quero perder contato com nenhum de vocês, por que acima de tudo essa é a minha família... E é isso... E então como ficamos? – Diz Kai diante de olhares confusos e misteriosos de seus amigos.

– E decidi que... Não quero que terminemos assim, até por que eu estaria sendo um imbesíl se destruísse meu sonho e o sonho dos meus amigos.

Todos sorriem exceto Aoi.

– Hum... Há tempos não me vejo fazendo outra coisa a não ser estar ao lado de vocês, porém me dirijo a vocês, Kai, Uruha e Reita. – Diz Aoi ao lançar um olhar desagradável para Ruki. Portanto volto ao The gazette com a condição de que o amigo de vocês não fale comigo.

– Mas Aoi...

– Diga a seu amigo Akira que não será problema algum, ele já não existe pra mim há muito tempo. – Ruki se retira após o argumento.

– Por que Aoi? – pergunta Uruha

– Por quê? Você não tem noção do quão difícil foi engolir todo o desprezo que ele descarregava em cima de mim, e eu não estou disposto a agüentar isso novamente.

– Aoi, você está se deixando levar pela raiva, se você me permitir eu posso te mostrar que...

– Eu já posso ir. – Aoi interrompe Kai, e o silêncio domina o ambiente por alguns segundos até o moreno sair e bater a porta.

– É, será que vamos terminar assim? Todas as vezes que surgem conflitos os dois viram as costas, saem, e nós ficamos para trás sem saber o que fazer. – Uruha se volta para Kai e Reita.

– Merda! Está tudo errado. – diz Kai.

– O Aoi não está colaborando como imaginamos. – Reita se senta ao lado de Kai.

Três semanas mais tarde...

– Ah, Uruha! Eu me sinto tão mal por saber que a banda só está como está por minha culpa.

– Desculpe por ser sincero Ruki, mas... Talvez se você deixasse seu orgulho de lado e pedisse desculpas pro Aoi, as coisas mudariam. – Uruha se senta a frente de Ruki.

– Talvez você tenha razão, mas será que vale a pena ir atrás dele? E se mesmo assim ele não me perdoar, será tudo em vão.

– Claro que não Ruki. O Aoi sempre foi assim, quando as pessoas reconhecem que estão arrependidas, ele reconhece onde ele também errou.

– Não se engane ele mudou, eu percebi isso. Está nos olhos dele, ele ainda se sente muito magoado.

– E é por isso que você tem que se redimir, ou então essa mágoa pode se transformar em ódio, ai sim não haverá mais volta...

– Que horas são? – O mais baixo se levanta e pega suas coisas.

– Dez e meia, mas Ruki aonde você vai?

– Depois eu te ligo!

– Por que será que eu não me acostumo com essa mania que o Ruki tem de sempre me deixar falando sozinho... E olha só que loucura, eu estou falando sozinho!

...

– Ruki!

– Já era de se imaginar.

– Hey, Ruki volta aqui... Não é o que você está pensando, Ruki. Merda... ... Aoi atende droga... Que merda!

– Fala Hiroto!

– Onde você está Aoi?

– Aqui em baixo, na recepção, por quê?

– Você está vendo o Ruki?

– O Ruki? Estou vendo sair de moto... Mas o que...

– Vai atrás dele...

– Por quê?

– Por que ele me viu atender a porta do seu apartamento só de cueca, agora ele deve estar pensando mil e uma coisas a respeito!

– Merda! Merda! Merda! Mais tarde a gente conversa...

Aoi vai correndo até o estacionamento do prédio, entra em seu carro, e sai igual a um louco arrastando dois carros na saída... Não demora muito e ele consegue alcançar Ruki, nesse mesmo instante começa a chover.

– Ruki, para essa moto! – Aoi gritou de seu carro para que o mais baixo, que o ignorou e acelerou, Aoi faz o mesmo e o alcança novamente. O moreno parece desistir da perseguição, Ruki olha para trás umas três ou quatro vezes para se certificar que Aoi desistiu de persegui-lo, quando se dá conta que o carro do Aoi está atravessado na pista, a sua frente, impedindo o de continuar.

Aoi sai do carro e vai em direção à Ruki

– Tire esse carro daí Shiroyama! – Ruki gritou para o mais alto.

– Eu só quero conversar Taka...

– Não há nada para conversar Yuu.

– Então por que foi até minha casa?

– Eu não quero falar com você, agora tira essa porcaria daí!

– Você não está achando que eu dormi com o Hiroto, está?

– Se estivesse ou não, não é da minha conta. Já que não somos amigos há muito tempo, agora me deixe ir...

– Ruki, por favor!

– Porque insiste Aoi, você mesmo disse que não queria que eu lhe dirigisse a palavra, então...

– Por que você foi a minha casa?

– Não faz a diferença Aoi, agora quem pede, por favor, sou eu, se você ainda tem ao menos consideração por mim, me deixe ir. – Ruki diminuiu o tom de voz.

Ele assente com a cabeça, vai à direção do carro e dá passagem para Ruki... Aoi fica olhando até que o mesmo desaparece virando a esquina.

...

Aoi chega ao seu apartamento todo ensopado...

– E aí! O que aconteceu? – Hiroto se antecipa ao ver Aoi

– O de sempre, discutimos e eu o deixei ir.

– Você disse a ele?

– Ele não me escutaria...

Você tem que tentar Aoi, por Kami, você o ama, e me dói demais te ver sofrer por medo.

– Eu não consigo Hiroto, não consigo, não consigo!

– Logo você Aoi, que sempre foi tão forte, esse bloqueio não lhe cai bem, olhe para mim.

Aoi o mira com os olhos lacrimejados

– Ele também te ama.

– Não ama...

– Claro que ama! Quantas vezes você me disse que enquanto vocês discutiam ele sempre citava meu nome

– O que isso tem a ver?

– Ciúmes Aoi, ele tem ciúmes de mim, isso não é um comportamento para um homem da idade dele!

– Impossível...

– Yuu, por favor, enxergue o obvio.

– E se o óbvio estiver só na minha mente.

– Faça se tornar realidade.

– Como?

– Vá atrás do que é seu enquanto há tempo, ou então conviva com a dor da infelicidade.