Capítulo 2 – Sentimentos

- Por que insistem tanto, deixem aquele nanico se afogar na privada, e teremos um problema a menos. – Aoi começa a rir.

- Yuu temos que ser mais racionais ok, pare de ser irônico. – Disse Reita lançando um olhar desagradável para Aoi.

- Vocês estão com fogo... Vai Shima liga pro Taka. – Disse Kai.

- Mesmo já sabendo a resposta?

- Liga logo e cala a boca vai...

- Hum... Ruki!

- O que é Shima?

- O que você está fazendo?

- Não é da sua conta!

- Pare de agir como uma velha chata, você já sabe de quem é esse cargo.

- Ah se me ligou pra falar desse aí, tchau...

- Não! Calma eu leguei pra... É que a banda está há uma semana sem se reunir, eu pensei que...

- Pensou errado ok, tchau!

- Viado! Falei ele desligou na minha cara.

- Então vamos até ele. – Sugeriu Reita.

- Não, o Aoi vai. Disse Kai.

- Vou porra nenhuma, ele que se foda!

Os três fitaram o Aoi com um olhar ameaçador.

- O que? Vocês estão achando que ele vai me receber? Eu mesmo respondo, não, ele não vai me receber, e eu não quero ir até lá. - Aoi cruza os braços.

- Shiro, por favor, em nome da nossa amizade e da banda, vai lá. – Diz Uruha.

- Ele não vai me receber. – Aoi retruca falando pausadamente.

- Só pagando pra ver.

- Pois nesse caso eu prefiro deixar a minha carteira fechada querido Shima.

- Que merda! Vai ser egoísta assim no inferno. – Uruha se levanta estressado.

- Você vai lá? – Pergunta Reita.

- Eu? Obvio que não, não fui eu que ofendi e saí no soco com o mini-mascote.

- Pelo amor de Deus, eu já pedi desculpas pra ele, agora se ele não quer aceitar já não é problema meu. – Diz Aoi                          

- Estamos cansados de saber que o Ruki se deixa levar pela raiva Aoi, e se você realmente quer que ele te perdoe você é quem deve ir atrás. – Diz Kai.

- E é realmente isso, eu não preciso do perdão dele...

- Não mesmo?

- Vocês são realmente infernais, eu vou, mais se nada der certo é bom que comecem a se esconder. – Aoi se levanta.

- Shiroyama...

- O que Kai?

- Hum.. Nada é só pra não esquecer seu nome mesmo.

- Ah vai se foder Uke-polar.

- Vai some seu viadão! – Kai joga um guardanapo amassado no Aoi que sai sorrindo.

                         ...

- Merda tenho certeza que esse viadinho não vai me atender... – Aoi estava em frente ao apartamento de Ruki, quando resolveu tocar a campainha do mesmo, Ruki abre a porta dá de cara com o moreno parado lá.

- O que você quer aqui?

- Taka, eu só quero conversar.

- Primeiro não pronuncie o meu nome, segundo eu não quero falar com você. - Ruki tenta bater a porta na cara de Aoi, mas o moreno à segura.

- Ruki pare de agir como uma criança, eu não estou aqui por mim, estou aqui pela banda... Agora me deixe entrar.

- Estou de saída.

- Estava! – Aoi o encara com um olhar fuzilante, Ruki solta a porta e o deixa entrar.

- Seja breve. – Ruki se antecipa.

- Eu não estou aqui para brigar.

- Ok, então comece. – Ruki larga a bolsa no sofá e cruza os braços.

- Primeiro que eu já pedi desculpas, então eu gostaria que você as aceitasse mesmo que não queira me pedir.

- Está desculpado, agora eu posso ir?

- Ruki!

- O quê?
          - Como você é difícil, é assim que você quer que fiquemos, um de costa para o outro, e a banda? Nós construímos tudo juntos, e não ficaremos bem se terminarmos assim.

- A banda... Ninguém está ai pra banda nem mesmo você Aoi... Você tem o Bon Craz e...

- Ruki, o que está acontecendo, o que não está bom pra você... Me diz, qual é o seu problema?

- Não é nada Aoi.

- Então por que está agindo dessa forma? Você sabe que pode contar comigo pra tudo...

- Talvez eu só... Esteja... Deixa pra lá, não importa... – Ruki olha para o chão e fica assim por alguns segundos.

- Ruki, está chorando? Ei olhe pra mim, Taka, por favor, ei... – Ruki abaixa mais a cabeça, Aoi o abraça para tentar consolá-lo.

- Ei, pare com isso, não sabe como eu me sinto mal por te ver assim...

- É tudo minha culpa, eu sou um idiota, um tosco, nunca olho pra ninguém só pra mim, só pra mim... – As lágrimas do baixinho se intensificam, e ele coloca mais força em seu abraço, Aoi fica alguns segundos sem reação e só retribui o abraço.

- Taka todos nós temos culpa, todos somos egoístas e isso não é por que odiamos uns aos outros, muito pelo contrário, somos assim por que queremos nos proteger, nada é tão perfeito como deveria ser, más é importante lembrar sempre quem nós somos e por que estamos aqui.

- Eu estou aqui por você... – Sussurrou Ruki.

- O quê disse?

[...]

- Me desculpe... Me desculpe por ser tão, tão, Takanori, eu... Me desculpe.

- Claro Taka... Vamos pare de chorar, se não eu choro junto. – Aoi faz com que Ruki dê um meio sorriso.

- Não queira me ver pior, está incomodado com o abraço?

- Por que estaria... Você é meu amigo e... Pode ser estranho para as outras pessoas, mas eu me sinto bem em ver vocês bem... Se sente bem?

- Sim, você conseguiu fazer com que eu me sentisse melhor...

- Hum, que bom...

Ruki se solta do Aoi para poder enxugar as lágrimas.

- E então eu e os meninos estávamos em uma lanchonete perto do estúdio, vamos até lá?

- Não, não... Você... Não gostaria de... Sair só nos dois?

- Sim... Mas aonde vamos?

- No caminho a gente decide...

...

- Quantas brigas nós tivemos só nesse mês? – Perguntou Aoi

- Pergunta difícil... Acho que umas trinta ou cinqüenta.

- Eu opto por cinqüenta. – Aoi e Ruki começam a rir.

- Como estaríamos se a gente não se conhecesse? O que estaríamos fazendo pra sobreviver?

- Eu acho que eu seria um... Ah sei lá! Acho que nascemos pra isso sabe não me vejo em outra profissão... E você gostaria de fazer algo diferente?

- Quando eu fico nervoso com alguma briga entre a banda, eu penso em sumir, e nunca mais voltar. Mais é só de momento... Depois eu me lembro de algo que me impede de se afastar de vocês.

- E o que seria?

- Deixa em off Aoi.

- Por que você anda todo misterioso Ruki? Perdeu a confiança em nós?

- Não é isso, eu só não ando bem comigo mesmo, não tem a ver com vocês.

- Eu queria que tudo fosse como antes, nós sempre estávamos juntos, não havia segredos... Pra mim o único que continua o mesmo é o Kai.

- Você acha que eu mudei muito?

- Sim.

- Em que?

- Praticamente tudo.

- E mudei pra pior?

- Não pra pior, mas está bem diferente. E eu não te culpo por essa mudança, o tempo nos obriga a mudar...

- Eu te incomodo?

- Eu acho que você está com mania de perseguição.

- É o que eu imaginava, eu realmente estou irritante.

- Ruki... Não fique colocando coisas na sua cabeça... Você se sente bem do jeito que está?

- Sim, mas...

- Ok se você se sente bem assim não à por que se preocupar com o que pensão os outros...

- Não é os outros Yuu, são vocês, eu percebo que não se sentem bem com a minha presença, sei que me tornei um impertinente, eu estou tentando mudar, mas... É por isso que estou tão distante...

- Para com essa paranóia, não há o que mudar... Se eu soubesse que você ficaria assim eu não teria dito nada.

- Não é paranóia Aoi.

- Se você estivesse tão irritante assim eu não iria até a sua casa pra te pedir desculpas, nem ia aceitar o seu convite pra sair. Eu amo vocês da maneira que são.

- Você não disse que eu mudei?

- Não é bem mudar e sim se alto - duplicar entendeu?

- Não!

- Tipo assim, quando você é uma pessoa estressada como eu, você fica duas vezes mais do que já era...

- Então eu estou duas vezes mais irritante?

- Por Kami Ruki, quando eu te disse que você mudou eu quiz dizer que você está diferente pra mim, por que você está distante e muito quieto, eu não sei mais nada de você, é só isso...

- E está preocupado?

- Claro que me preocupo... Viu como você está estranho pra mim, não me interrogava tanto assim antes.

- Ta bom vamos mudar de assunto... Não temos assunto...

- Hum, estamos velhos!

- Isso é fato, mas você é mais velho que eu.

- Eu sei.

- Se defende Aoi, tudo é mais emocionante quando nós brigamos.

- Tem certeza de que quer brigar? Estou bem afiado hoje, não vai querer me ver nervoso.

- Posso te dizer o mesmo.

- Não, não pode, você é mais novo e pela lei da natureza os mais novos e mais baixos são mais fracos.

- Errado! Os mais velhos são mais fracos, pois são velhos desgastados.

- Ta começando a me irritar.

- Sério? E eu devo ficar com medo?

- É ainda somos idiotas!

- Com certeza... Você já se sentiu mal por ter medo de dizer algo que pode mudar completamente a sua vida?

- Sim, infelizmente sim, e ainda tem algo que me deixa com muito medo... Por que, quer me dizer algo que está te incomodando? - Aoi o fita com um olhar curioso.

- Hum... Não, talvez outro dia, não é o melhor momento.
- Ok, eu não vou insistir. Mais saiba que quando precisar eu estarei aqui.

- Obrigado, eu me sinto bem em saber que você está ao meu lado.

- Mesmo quando você não me quiser por perto eu estarei ao se lado.