All The Small Things escrita por Lola Sommers
- Afinal de contas, pra onde, exatamente, estamos indo?
- Dá pra você ter paciência? A gente já está chegando. - Ele falava enquanto dirigia o carro pelas ruas.
Começou a tocar Walk de Foo Fighters no rádio. Fechei os meus olhos e senti o vento, que entrava pela janela do carro, bater no meu rosto.
- Sabe, você é diferente, de todas as garotas. - Abri os meus olhos e olhei para Matt. Ele me fitava com um sorriso no rosto.
- E isso é...?
- Um elogio, claro!- Não consegui deixar de sorrir. Não sabia exatamente o que ele queria dizer com aquilo, e nem o que ele queria com todas aquelas coisas que estava fazendo, mas se ele queria me conquistar... Estava conseguindo. – É aqui, chegamos.
Olhei para fora da janela do carro. O lugar era absolutamente lindo! Parecia uma montanha, e dava para ver Phoenix quase inteira.
- Vamos ficar ali debaixo da árvore. – Ele pegou a cesta e um pano preto e branco que estavam dentro do carro. Foi até uma árvore alta e cheia de folhas, que deixava uma sombra enorme perto da sua raiz. Ele pôs o pano estendido no chão, e a cesta em cima. Fui em sua direção e sentei em cima do pano e ele sentou logo em seguida.
- Costuma trazer todas as suas garotas aqui?
- Claro! Acha que você é especial? - Falou em zombaria e riu em seguida. Empurrei levemente seu ombro e ri junto com ele.
Ele se virou para pegar algo na cesta enquanto eu olhava em volta. Phoenix era realmente uma cidade linda. Ele virou de volta e colocou na nossa frente um pote com uvas, morangos e duas taças de vidro. Virou-se novamente e trouxe uma garrafa de vinho.
- Agora eu entendi o motivo das taças. – Arqueei as sobrancelhas e olhei para o lado tentando “fugir” da situação.
- Não precisa beber se não quiser.
- Não, eu quero! – Peguei a garrafa da mão dele e tirei a rolha. Coloquei um pouco na minha taça e um pouco na taça dele. – Só me controle para eu não beber demais.
- Não confie em mim pra isso.
- Saúde então. – Sorri e ergui a taça, bebendo um gole do vinho logo em seguida. Matt olhava para mim, sorriu e bebeu um gole da bebida dele também.
Olhei novamente para ele. Seus cabelos loiros eram curtos e “espetados” pra cima, seus olhos eram castanhos escuros, o que era impressionante pelo fato de seu cabelo ser loiro, e por isso eram destacados em seu rosto. Os dentes dele eram impressionantemente brancos e os lábios dele tinham um formato perfeito. Ele era alto, forte, mas nem tanto, com um abdominal definido, mas não muito... Um corpo perfeito.
Passamos a tarde inteira ali. Uma taça de vinho após a outra. Vimos o pôr do sol, não que eu tenha percebido muito bem, já estava bêbada neste momento.
- Um brinde a nós dois aqui, bebendo vinho e vendo o pôr do sol. – Disse enquanto levantava e erguia a taça. – Cheers!
- Nicole, acho que já está na hora de parar. - Matt levantou calmamente e levou a sua mão em direção à minha taça.
- Nada disso! O vinho ainda tá uma delícia! – Eu me virei muito rápido e uma vertigem tomou conta de mim. Matt me segurou pela cintura para eu não cair. Conseguiu me salvar, mas não a taça de vinho que caiu no chão rochoso e estraçalhou-se em milhões de pedaços. – Matt, me desculpa, não queria quebrar a sua taça. Ela escorregou e... – Não terminei a frase, somente me livrei de seus braços e me abaixei para pegar os cacos no chão.
- Nic, tá tudo bem. Era só uma taça. Vem levanta. – Ele veio em minha direção e me segurou novamente pela cintura para me levantar. Foi aí que o caco de vidro cortou a minha mão, deixando-a sangrando profundamente. Gemi sentindo a dor, fazendo com que Matt percebesse o que tinha acabado de acontecer. - Ai meu Deus, Nicole! Vem aqui. – Ele pegou a minha mão e molhou com água que estava em uma garrafa ao lado do vinho. – Esse corte está muito profundo. Vamos pra casa.
Ele andava na frente, procurando nos bolsos a chave do carro, enquanto eu andava lentamente em direção a ele tentando não cair, mas a minha visão já estava muito embaçada. – Matthew... - Consegui sussurrar um pouco antes de vomitar.
- Nicole! - Ele veio quase correndo em minha direção e me segurou em seus braços. – Vem aqui. – Passou o seu braço pela minha cintura e eu coloquei os meus braços em seu pescoço. Ele me carregou e me levou até o carro, me colocando no banco do passageiro.
- Espera! Eu quero ir deitada.
- A última coisa que você pode fazer é dormir agora, e se você deitar vai dormir com certeza!
- E a cesta? Vai deixar os morangos aí?
- Nicole, entenda uma coisa – ele segurou meu rosto em suas mãos e olhou diretamente em meus olhos – eu não estou nem aí para os morangos ou a taça de vinho... Eu me importo é com você! – Aquelas palavras ecoaram na minha mente algumas vezes até o silêncio ser quebrado novamente com Matt me pedindo para beber um pouco de água.
O caminho até a minha casa foi longo, e eu não consegui evitar e dormi. Matt tentou me acordar, mas foi em vão. A minha mão quase não sangrava mais, mas o curativo que Matt colocou em volta dela estava encharcado de sangue.
- Nicole. Consegue ficar de pé?
- Eu já estou bem Matt, mesmo. – Disse enquanto tirava o cinto de segurança e me virava para sair do carro. – Matt... Me desculpe por hoje, mesmo. Você queria se divertir e eu fiquei lá parecendo uma babaca com... – Ele me interrompeu com um beijo, calmo e terno. Suas mãos seguravam o meu rosto enquanto as minhas, eu não fazia ideia de onde “encaixar”. Ele finalizou o beijo com um selinho delicado e sorriu.
- Hoje foi incrível Nicole. Quando eu disse que estava gostando de você, era verdade. – Os olhos dele estavam olhando diretamente nos meus, o que me deixava completamente encabulada. - Vai, é melhor você cuidar da sua mão.
- Não quer entrar?
- Não, é melhor eu ir pra casa, tá ficando tarde. Não quero incomodar os seus pais. A gente se vê amanhã. – Me deu um beijo na bochecha e foi embora.
Não acreditava no dia que tive. Agora a única coisa que eu queria era tomar um banho longo e ir dormir. E seria muito fácil fazer isso se meus pais não estivessem discutindo.
-Você é ridículo Paul! Tem de contar pra ela! É a sua filha! Se você não contar, eu conto!
- Você não pode contar! Sabe o que vai acontecer se ela descobrir Allie. Não arriscaria perder a sua filha não é?!
Devem estar discutindo mais uma vez sobre a minha irmã. Eu sei tudo o que preciso saber. Pelo menos, era o que eu achava até aquele momento. E foi aí que eu ouvi qual era o motivo da discussão.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Gente, demorei de novo, mas o capítulo já estava pronto há um tempão. Só posto um novo capítulo agora quando já tiver mais três outros. Comecei também a escrever uma nova história, mas só vou postar ela no meio do ano, acho. Espero que estejam gostando dessa, pois ela vai começar de verdade agora.