Ele me olhava sentado da mesa grande e redonda de seu escritório, a luz invadia a sala e iluminava aquele rosto que uma vez eu amara, mas me fez sofrer mais do que eu poderia contar, eu ainda conseguia sentir as lagrimas que eu havia guardado dele vindo de novo a superfície.

- Então, soube que você esta com o Yesung.

O olhei com desprezo.

- Sim, e o que isso teria a ver com você?

Ele riu e calmamente me respondeu.

- Tudo, por isso que você vai terminar tudo com ele.

Ele realmente estava se achando, eu sentia meus olhos lacrimejarem com toda a raiva que eu tinha dele surgirem novamente, ele era a única pessoa que eu não conseguia disfarçar minhas emoções. Só respirei fundo e respondi.

- Por que? Não tem nada mais entre nós. Ou nessa sua cabeça psicótica você ainda pensa muito em mim? - ri ironicamente.

- Não só na minha cabeça mas como na sua também. Lembra que quando eu costumava viajar pra China quando eu vivia no Brasil, e quando eu voltava depois de um mês você passava mal de nervosismo quando me via? - ele então levantou da cadeira e começou a andar em minha direção.- foi exatamente o que aconteceu quando você me viu de novo hoje, mesmo nos braços do Yesung você ainda passou mal por me ver depois de anos. Pensei que você era mais forte Rebeca, depois de tudo que eu te ensinei você deixou seu coração amolecer por causa de um idol? - Ele chegava ainda mais perto e eu andava pra trás, mas depois de um tempo senti a parede em minhas costas. Sem saída me senti indefesa com aquele homem chegando cada vez mais perto. - por isso que você vai terminar com ele, não consigo ver esse seu lado feliz e saltitante do lado de alguém que não seja eu. - ele conseguiu me irritar.

- Você acha que eu era feliz com voce? No começo admito que sim, mas depois de tudo que voce me fez passar, eu não consigo mais olhar na sua cara sem sentir nojo e repulsa.

Ele estava muito perto, e ficou irritado.

- E quem disse que eu ligo pra como voce se sente quando esta comigo? Eu só quero voce ao meu lado, não suporto te ver feliz com outro!

Ele havia batido na parede ao meu lado, o que me fez realmente congelar, e sabia que ele seria bem capaz de me bater se ele quisesse, mas ele relaxou depois. Então voltou a me olhar com aqueles olhos irônicos, maliciosos e maldosos. A raiva que eu sentia dele voltava enquanto eu lembrava das vezes que ele não havia se controlado.

- Vai sonhando Yong! Eu nunca mais quero ser tocada por voce, voce me enoja! - disse e o empurrei pra longe me direcionando a porta, girei a maçaneta mas para minha surpresa, a porta estava trancada. Meu sangue congelou, e comecei a pensar nas coisas que ele deveria estar querendo fazer comigo, eu o conhecia bem, e ele faria o que bem quisesse.

- Voce realmente achou que seria tão fácil fugir de mim? Eu nunca mais vou te deixar sair do meu lado Reh.

Ele foi muito rápido, quando eu me virei para encara-lo ele me prensou contra a parede, me fazendo gemer de dor.

- Se você quiser a sua carreira aqui intacta é melhor você terminar com ele. - olhei pra cima e disse ironicamente.

- Já esqueceu que eu tenho uma carreira no Brasil? Se aqui não der certo eu posso voltar pra lá. Desista, eu não largo o Ye!

Ele me olhou, calculando a situação. Com os dois braços ao meu redor, era impossível me locomover, queria sair das garras dele, me vinha o pensamento de gritar o nome do Ye, mas então pensei no que o Yong poderia contar pra ele, a verdade que eu tenho escondido por tantos anos. O meu ato mais vergonhoso.

- Então que tal se eu arruinasse a carreira do seu amado namoradinho? 

Ele conseguiu.

- Você nunca conseguiria fazer isso, o Yesung é um dos melhores cantores daqui, você não poderia simplesmente dizer que quer ele fora. Soo Man nunca deixaria!

- Se eu fizesse eles pararem de ter público na China ele abriria mão do Yesung.

Ele tinha razão, infelizmente ele tinha razão. Não... Eu não poderia me entregar assim tão fácil. Mas eu não poderia deixar a carreira do Yesung ser prejudicada, o que ele iria fazer? Ele ficaria arrasado, eu sei como ele ama o Suju. Eu não poderia deixar isso acontecer com ele, tinha que protege-ló mesmo se isso significasse que eu teria que me entregar para o diabo, e era exatamente isso que iria acontecer.

- Então, já se decidiu?

Ele sempre impaciente, mas já tinha a resposta, mesmo que me machucasse muito dizer isso, teria que dizer.

- Você ganhou. - ele abriu um sorriso de superioridade - Mas eu não quero a carreira do Yesung prejudicada de jeito nenhum! Nem de nenhum dos outros sujus! 

- O que você quiser amor. - então ele me pegou pelos ombros e me aproximou dele selando nossos lábios. Ele beijava de uma maneira urgente, violenta, exatamente como era antes, ele só se importava com o prazer dele. Ele me prensava ainda mais na parede, com suas mãos curiosas e apressadas percorrendo meu corpo, tentando recuperar todo o tempo que ele havia ficado sem mim. Isso me enojava, eu estava com as mãos em seu peito para o distanciar, e não mexia os lábios por nada. - Ah, e esqueci uma coisa, se você contar ao yesung sobre o acordo, terei que contar a ele um segredinho nosso, - eu congelei, o Yesung nao poderia saber daquilo, o que ele iria pensar de mim? A minha raiva aumentava ainda mais.-então é melhor você me beijar logo antes que eu mude de idéia e vá contar pra ele agora.

Tive que simplesmente aceitar e corresponder ao beijo. Ele me colocou na outra parede e estava mais violento ainda. Sua saliva queimava como veneno em minha boca, fazendo com que ela ardesse e me fazendo passa aida mais mal. Eu senti sua mão descendo até meu sexo e por reflexo o afastei e o soquei. Ele respondeu socando a minha barriga, me fazendo cair no chão de dor. O nojo e a dor se misturavam fazendo a sala girar, mas a raiva era o que ainda me segurava na realidade.

- Como nos velhos tempos não é? - ele estendeu a mão para me ajudar a levantar, mas levantei sozinha, aceitar ajuda dele era contra meus princípios morais. - acho que vou agora, tenho uma reunião. Vou dar esse ultimo dia pra você aproveitar o seu amado, amanhã você será só minha de novo.

Ele então abriu a porta me indicando pra sair primeiro, olhei pra ele tentando fazer com que ele visse toda a minha fúria, mas ele só riu da minha tentativa de intimida-lo. 

Sai daquela sala, e fui correndo ao banheiro, não queria que ninguém me visse antes de me recompor. Entrei no banheiro, tranquei a porta, e chorei ainda mais que na noite passada.
.
.
.
.