Samurai No Forbidden Love escrita por Kitty


Capítulo 9
Capítulo 9




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Capítulo nove

1

Havia algum tempo que sentia Tatsuya estranho. Ele parecia ainda mais distante do que o seu costumeiro jeito calado e observador. Nakamaru ponderou que devia ser o ambiente de guerra. As pessoas não conseguem ser indiferentes a este tipo de clima. É impossível não mudar quando se vive esse tipo de experiência. Contudo, o que lhe parecia mais preocupante eram esses repentes de romance que vinha do namorado.

Ueda havia pedido que saíssem para jantar na outra noite e agora o havia sequestrado para uma casa abandonada e isolada em uma colina. Ainda estavam dentro dos territórios de Akanishi, mas afastados o suficiente para garantir alguma privacidade.

Ali havia sido a sala de estudos dos samurais no passado, mas haviam construído um lugar novo mais próximo do palácio, assim que aquela casa estava desativada e esperando que seu destino fosse decidido. Talvez fosse destruída ou talvez se tornasse alguma sala de arte. Talvez de pintura, já que a casa estava bem localizada numa altura em que se podia visualizar por cima o rio que atravessa todo o terreno dos Akanishi. O primogênito poderia passar um tempo ali.

Essas ideias logo sumiram da mente de Nakamaru quando as suas suspeitas se confirmaram. Era final de tarde, logo anoiteceria. Assim teriam ainda mais tranquilidade para passarem algum tempo a sós. E esse era o objetivo de Tatsuya, Yuichi confirmou quando o mais novo fechou a porta e depois se jogou contra ele.

Recebeu os beijos em seu pescoço com uma risada e perguntou em voz alta o que estava acontecendo. A resposta que recebeu foi:

– A batalha contra Kamenashi Yuichiro se aproxima... Preciso ter você antes de partirmos.

Yuichi encontrou os olhos confiantes de Tatsuya encarando os seus, mas, ele sabia, havia algum temor dentro deles. Imaginou que deveria ser o medo da morte. Quis confortá-lo, assegurar que estariam juntos pra sempre. Mas como dizer tais palavras quando o seu maior medo era o mesmo?

Mandou as responsabilidades às favas. Aquela noite era deles. Ele também precisava ter Tatsuya antes de partirem ou correria o risco de se arrepender para sempre. Yuichi era romântico, não foi difícil que ele cedesse aos beijos apaixonados de Tatsuya.

Eles não se importaram com a poeira daquele lugar. Nem ao menos registraram aquele cômodo, não importava aonde fosse, tudo o que eles precisavam era um do outro. Assim que, com Tatsuya devorando sua boca, Yuichi o guiou até uma mesa e ali o desembrulhou. Ele forçou o mais novo a soltar sua boca para que pudesse cair em seus mamilos enquanto suas mãos subiam e desciam pelo corpo abaixo do seu.

– Yuichi... Eu te amo.

Yuichi parou seus movimentos e o olhou. Viu a boca inchada e entreaberta, o olhar apaixonado e ébrio do amante. Não era sempre que ele se declarava. Yuichi podia contar nos dedos quantas vezes tinha acontecido antes. Por isso ele sempre se chocava e tentava manter aquelas palavras ao máximo dentro de sua cabeça. Tatsuya, porém, não estava dispostos a perder muito tempo com apreciações e o puxou pelo nuca para que ele voltasse às carícias em seu peito. E depois começou a desamarrar o seu quimono.

Yuichi notou o quão ansioso ele estava. Tatsuya estava mesmo diferente. A urgência em sua voz quando pediu para que o penetrasse – e com força – o deixou preocupado. Ele hesitou, então Tatsuya tocou-lhe o membro e movimentou sua mão com rapidez. Yuichi precisava parar de pensar tanto. Voltou a beijá-lo enquanto o masturbava e, entre os beijos, suplicava para que o namorado lhe penetrasse logo. Então Yuichi não teve mais como resistir. Fez-lhe o que pedia. Aumentando a velocidade e a força quanto mais Tatsuya murmurava para que o fizesse.

Então seus corpos logo estavam encharcados de suor e suas mentes, vazias. Eles perderam a consciência em meio ao prazer e desejos. Não havia mais temor da guerra, não havia mais clã, não havia mais preocupações.

Não havia mais Nishikido Ryo.

Apenas os dois.

Do jeito que deveria ser…

2

Acordaram quando o Sol estava nascendo. Recolheram suas roupas e voltaram para o palácio. Ainda tomaram banho juntos e foram os primeiros a chegar para o café-da-manhã. Tatsuya estava sorridente e Yuichi ficou feliz com isso. Era raro que ele demonstrasse seu bom humor dessa forma. Até porque, mais do que ser raro ele demonstrar seus sentimentos, era incomum que ele estivesse com tamanho bom humor.

Nakamaru não podia negar que também estava muito contente. Tatsuya lhe proporcionava sentimentos que ele desconhecia a existência desde que se conheceram. Ele era um homem especial e tinha sorte por estarem juntos.

Um pensamento sombrio cortou a sua felicidade, no entanto. Yuichi pensou que gostaria de saber se existia tanta felicidade para uma pessoa só. Porque se ambos sobrevivessem às próximas batalhas, era dessa forma que ele se consideraria. Seria o homem mais feliz do mundo se pudesse viver em paz com Tatsuya...

Mas rápido cortou esse pensamento quando os outros samurais começaram a encher o refeitório. Ele se distraiu conversando com eles e depois seguiram para as obrigações do dia.

3

Nishikido Ryo estava sentado ao final de uma colina do território do clã Akanishi. Esfregava um pano molhado para limpar a sua armadura enquanto brincava com um pedaço de galho em sua boca. As mangas do quimono estavam erguidas e seus braços morenos e definidos estavam visíveis para ele.

Ueda estava parado no alto da escada, atrás de Nishikido observando-o. O vira por coincidência, ele estava procurando por Tegoshi, tinham combinado de treinar a defesa do mais novo. Não tinha certeza da sua escolha, mas desceu a escada. E notou quando Nishikido percebeu a sua presença e, ainda assim, não se virou.

– Se fosse um inimigo, estaria morto agora. – ele disse, sentando-se no degrau em que ficava no mesmo nível do outro samurai.

– Se um inimigo conseguisse chegar até aqui... O clã Akanishi estava acabado. – e agora Nishikido o olhou, com uma expressão irônica e com o galho jogado para o canto da boca. – Perdeu o seu namorado? Não o vi. E não, eu não o matei e escondi seu corpo. Ainda.

– Na verdade, estou procurando Tegoshi. – Ueda preferiu ignorar o comentário sobre Nakamaru.

– Ah é?

– Sim.

– E porque se acomodou aí, então?

– Porque Nishikido está sempre sozinho?

Estranhou a pergunta. Ryo afundou o pano no balde de madeira ao seu lado e depois o torceu. Voltou a sua tarefa.

– Penso que se Nishikido se envolvesse mais com outras pessoas, descobriria que não sente nada por mim.

– O que está pensando, Ueda? Que não conheço meus próprios sentimentos?

– Não posso acreditar que me ame.

Ele novamente demorou a responder. Primeiro, largou de novo o pano no balde, mas desta vez virou o rosto para o samurai. Encontrou aquela expressão tranquila de sempre. Não condizia com o assunto que estavam discutindo. E esse rosto sempre inflamava em Ryo o seu ego, o seu orgulho e o desejo em provocar-lhe reações. Qualquer reação.

– Mas eu o amo. – disse firme e aproximou o rosto dele. Ueda não recuou ou perdeu a sua calma. – Eu apenas luto por aquilo que quero.

– Não concordo com a sua forma de lutar. Não consigo ver como isso seja amor. – ele disse, sem demonstrar estar abalado. E levantou-se. – Eu esperava que pudéssemos resolver isso de forma pacifica...

Ele teria ido embora, mas Ryo o chamou.

– Você pode ter vindo até aqui fazer essa proposta. Não duvido. Mas porque se deu ao trabalho de notar que sou uma pessoa solitária? Isso o incomodou? Quer saber mais sobre mim?

– É sempre bom saber mais sobre nossos inimigos.

Nishikido se levantou e se aproximou. Segurou-o pelos braços e aproximou seu rosto de seu ouvido.

– É só isso mesmo Tatsuya? Na verdade, o seu rosto demonstra muita segurança e tranquilidade, mas a sua voz... Oscilou. Não é você quem está inseguro sobre seus sentimentos? Ora, ora... Mas não se culpe... Nossos corpos se encaixam perfeitamente, é natural a atração que está sentindo. – e, num movimento brusco, o fez se virar de frente para si. Desta vez, o olhar de Ueda aumentou e seus lábios se franziram. – Eu te amo, Tatsuya. Eu o quero e terei você totalmente pra mim.

Seu olhar seguro e penetrante parecia que estava invadindo a alma de Tatsuya. Não se podia negar que aquele guerreiro atrevido era determinado e confiante. E bonito. Existia algum charme em sua malícia que Tatsuya não entendia muito bem e isso era aterrorizante. Precisava sempre ter o controle da situação, mas isso raramente acontecia quando estava com Nishikido. E se repreendia pelos rápidos pensamentos em que não era capaz de controlar seus desejos. Como agora. Os lábios do moreno eram tentadores. Ainda mais proclamando palavras tão ardentes.

Mas recuperou a razão e usou de força para se livrar das mãos calejadas em seu braço. Recuou alguns passos e, antes de ir embora, disse:

– Não é esse o tipo de amor em que acredito.

– Farei com que acredite.

– Não será capaz disso. Amo Nakamaru.

– Diz isso em voz alta para me convencer ou a si mesmo?

Não lhe respondeu, apenas escolheu ir embora.

4

Seu andar era rápido e pesado. Não notou os samurais pelos quais passava em seu caminho, ignorando seus cumprimentos até que um deles o puxou pelo braço e, para contrariá-lo, era justamente Nakamaru.

Não queria vê-lo, não agora que seus pensamentos estavam embaralhados pelo veneno de Nishikido. Sabia que amava a Yuichi, mas também era certo que já não era indiferente ao outro samurai. Não podia dizer que era amor, estava bem longe disso, mas havia momentos em que se pegava relembrando os sexos que tiveram. Havia algo de viciante nos toques daquele rapaz que ele não conseguia encontrar em Yuichi. E isso era desesperador.

– Algo errado?

– Nada.

– Tatsuya...

– Yuichi, se você está com tempo livre agora, por favor, limpe a minha armadura. Eu combinei treinar a defesa de Tegoshi-kun. – disse sem dar tempo ao outro de responder qualquer coisa e se afastou.

Nakamaru apenas o observou ir embora, sentindo aquele incômodo com as atitudes recentes de Tatsuya aumentar.

5

No final do dia ele foi até o rio. Ueda tirou o seu quimono e o deixou dobrado em cima de uma pedra. Pulou no lago e a água gelada fez sua mente congelar. Isso era o que ele estava precisando. Acalmar seus pensamentos e sua alma. Enquanto nadava sentia-se calmo e ele poderia refletir melhor em sua situação.

Não estava apaixonado por Nishikido. Não poderia estar. Era apenas atração carnal, ele tinha que admitir que o sexo era bom. Era somente um vício. E ele sabia o que deveria fazer.

Tinha que se livrar do vício. Não importava de que maneira. Ele estava atrapalhando a sua concentração e Tatsuya deveria tirá-lo do seu caminho para voltar a pensar somente na guerra.

Sim, essa era a resposta.

Quando saiu do lago, ele já sabia o que deveria fazer.

6

O Sol estava começando a surgir, ainda se misturava com o restinho da escuridão, e eles já estavam no dojô treinando. A guarda de Ueda estava muito melhor, Nishikido notou rapidamente em poucos minutos de confronto. Seus movimentos estavam mais rápidos também. Contudo, ele ainda conseguia prevê-los. E todos os ataques do outro samurai, ele conseguiu repelir.

Nishikido conseguiu mover seu pé contra aquele que sustentava Ueda, fazendo-o perder o equilíbrio e cair de costas no chão. Não era um treino com espadas, assim que ele esperou que o rapaz se levantasse e eles recomeçaram o combate.

Ele estranhou o pedido de Ueda para treinarem juntos, mas a justificativa era razoável. Depois de vê-lo lutando apenas com as mãos contra aqueles bêbados, Ueda disse ter ficado admirado com a sua habilidade e gostaria de medir forças. Além do conflito sexual, entre eles também existia a disputa como guerreiros com espadas ou artes marciais. Ueda se esforçava para superá-lo e ele estava cada vez mais próximo de sua habilidade, Nishikido tinha que reconhecer.

No entanto, o horário do combate não era algo que o moreno deixaria passar despercebido. Assim que, quando Ueda conseguiu derrubar-lhe no chão, colocou-se sobre ele de modo a imobilizá-lo, não foi com muita surpresa que Nishikido o viu retirar uma faca de seu quimono e aproximá-la do seu pescoço. Eles se encararam. Por fim, Nishikido sorriu de canto.

– Enfie com força... E observe meu sangue esguichar... Manche o seu quimono com o meu sangue. Seria uma imagem bonita... O seu rosto com o meu sangue. Mas isso não vai acontecer. – ele disse e sentiu a pressão em seu pescoço aumentar. – Não vai porque Tatsuya é, antes de um homem passional, um samurai. Seu sentido de obrigação não o permite...

– Está enganado. É justamente pelo meu sentido de obrigação que estou fazendo isso. Preciso me concentrar apenas na guerra.

– Isso significa que os pensamentos de Tatsuya estão divididos? Então... Tatsuya tem pensado em mim? – e, pela primeira vez, as palavras ditas por ele não pareciam irônicas. Nishikido estava surpreso de verdade e parecia contente.

Ueda odiou-se pela sua distração e por ter revelado este segredo. E neste instante em que se descuidou, abriu uma brecha e Nishikido aproveitou. Aproveitou-se da sua desatenção e conseguiu virá-lo, colocando-se por cima e obrigando a mão de Tatsuya a soltar a arma.

– Eu disse que você não queria isso de verdade... Caso contrário, eu já estaria morto... Pare de resistir Tatsuya. – ele pediu, antes de beijá-lo.

Ele resistiu. Por pouco tempo. E, então, suas mãos se moveram para abraçar o corpo em cima do seu. O beijo foi intensificado e, pela primeira vez, correspondido...

7

Andava desorientado pelos corredores do palácio. Não conseguia acreditar no que tinha acontecido. Depois disso, ele não podia mais negar a si mesmo. Seus sentimentos estavam confusos. Entregou-se a Nishikido sem o menor pudor e agora o remorso o consumia. Sentiu vergonha ao pensar em Nakamaru. E sentiu um pequeno desespero diante da sua situação. Pela primeira vez ele não sabia o que fazer. Não sabia a quem escolher. E reprovava a si mesmo pelo fato de estar em dúvida.

Para aumentar a sua confusão, as palavras ditas por Nishikido após o sexo perturbavam a sua cabeça.

Vamos fugir.

O que está dizendo?

Vamos para longe desta guerra. Podemos escapar. Eles nunca vão nos encontrar... Viveremos em paz... Só nós dois.

Isso não faz sentido. Cale-se. Concentre-se em servir ao seu senhor.

Tatsuya ainda vai se arrepender dessas palavras... – ele suspirou.

Ele refutou aquela proposta. De fato, não tinha a menor coerência. No entanto, porque seu coração insistia em bater de tal forma enquanto Nishikido sussurrava em seu ouvido? Porque ele não batia dessa mesma maneira quando Nakamaru o fazia?

Não tinha percebido que já estava de volta ao quarto. Assustou-se com a voz de Nakamaru o chamando.

– Tatsuya, venha aqui! – ele pediu. Estava sentado em seu futom.

Aproximou-se sem dizer nada e sentou diante de Nakamaru. Ainda em silêncio, o observou retirar algo de seu quimono. Eram dois pequenos sacos de tecido floridos. Ele entendeu o que significava e olhou sem acreditar para o amante.

– São omamori da nossa terra... Na verdade... Fui eu quem fiz... – ele riu, levando uma mão à cabeça – Não deve ter muito valor por isso... Gomen nasai. Eu peguei algumas sementes de flores típicas do nosso povoado antes de sairmos de casa. Sabe... Eu pensei que poderíamos plantar na nossa futura casa... Por isso as costurei nesse tecido... Vamos carregá-las... E vamos plantá-la juntos quando a guerra terminar, está bem?

Ueda nunca se sentiu tão mal em toda a sua vida. Franziu os lábios, irritado. Seu remorso o impulsionou a uma atitude irracional. Bateu nas mãos de Nakamaru, derrubando as duas sacolas.

– Yuichi! Não se apegue a essas besteiras! Se tem tempo para perder com superstições tolas... Então vá treinar a sua defesa. Não perca tempo com essas bobagens.

Ele se levantou e saiu do quarto apressadamente. Não aguentaria mais ficar na frente de Yuichi por mais nenhum segundo. Ele não viu o rosto triste do namorado.

8

Nunca em sua vida inteira imaginou-se em tal situação. E nunca imaginou que uma pessoa seria capaz de surpreendê-lo tanto. Ainda mais essa pessoa não sendo um samurai. Mas se a saúde lhe faltava, era certo que Akanishi Jin era dotado de uma teimosia sem limites. Somente assim Kazuya podia imaginar porque o líder do clã aceitou os apelos de seu primogênito para que agora ele estivesse jantando com a família Akanishi.

Ele não estava algemado nos pulsos, apenas seus pés, para que pudesse comer sozinho. Ao seu lado estava Kimura-dono e, ao outro, estava Yamashita. Nishikido e Tanaka estavam presentes na sala de jantar, mas estavam de pé, próximos à porta, em posição de guarda. Jin estava a sua frente e ele nunca antes lhe pareceu tão contente.

E o samurai soube, em poucos minutos de conversa, de onde vinha a benevolência do jovem Akanishi. A mãe, uma delicada senhora, era tão gentil quanto o filho. Ela parecia ser a única na mesa, além de Jin, a não se sentir desconfortada com aquela situação e mantinha um sorriso acolhedor. A diferença com a sua família era gritante.

Kazuya não tinha entendido muito bem a justificativa, mas, de alguma forma, Jin convencera seu pai com aquele discurso idealista sobre humanidade durante uma guerra. Ele não sabia o que teria realmente convencido o líder, mas o fato era que ele havia deixado o posto de simples prisioneiro e agora estava sendo tratado com mais cordialidade. Permanecia todo o tempo algemado, mas o quarto em que estava instalado agora tinha mais conforto e tinha a permissão de continuar se encontrando com Akanishi, desde que com a supervisão de Tanaka. Yamashita havia orientado sobre essa questão.

Yamashita foi o único que se colocou firmemente contra a decisão em mudar o tratamento com o prisioneiro. O capitão Kimura, por alguma estranha razão desconhecida aos demais samurais, aconselhou Akanishi-dono a aceitar a proposta de Jin. E o lembrou de que era melhor ter conhecimento de tudo o que se passasse entre os dois do que se eles, de alguma forma, voltassem a se encontrar escondidos. E Tanaka-san assegurou que nada aconteceria com o primogênito enquanto estivesse sobre sua supervisão.

E era assim que eles estavam jantando reunidos. Aquela era a última noite de Akanishi Jin-sama no palácio. Seria enviado para o Sul no dia seguinte.

– Coma um pouco mais, Kamenashi-san. Ainda está fraco e precisa se alimentar. – ofereceu a mãe de Jin. – Tomohisa também, mal tocou seu prato.

– Não se preocupe, Kamenashi-dono. Está tudo bem agora. Fique à vontade. – Jin lhe assegurou. – Depois da refeição, tocarei um pouco de shamisen. Aprendi músicas novas, Chichi-ue.

– É uma boa notícia, filho. – o líder do clã sorriu. Era sempre bom quando Jin estava animado, dessa forma afastava a sombra da morte.

Kazuya achou aquela noite muito esquisita e incômoda. Sentiu-se incapaz de encarar aquelas pessoas. Principalmente quando se lembrava do que estava prestes a acontecer...

Nishikido havia sido o samurai escolhido para acompanhar Akanishi até o Sul. Não conversou mais com o espião de seu pai, mas ele tinha certeza de que aquele seria o momento ideal para o sequestro.

9

Após o tempo agradável escutando o shamisen de Jin, eles retornaram para o quarto em que estava sendo mantido agora. Tanaka o levou até o futom e lhe trocou os curativos. As marcas das agressões feitas por Yamashita ainda eram escuras e doloridas. Kamenashi exibia expressões de dores – ele já não se importava com a sua imagem perante Koki – e soltava alguns gemidos de dor quando o samurai limpava os ferimentos e aplicava alguns cremes.

Terminou com os ferimentos e o vestiu novamente. Kamenashi permaneceu deitado enquanto Tanaka preparava o chá de costas para ele. Estava na hora do último remédio.

– Você... Espero que saiba agradecer devidamente ao nosso senhor. – Koki disse repentinamente e Kazuya olhou em sua direção.

– Eu sou grato pela situação confortável que Akanishi Jin-sama me proporcionou. Pelos encontros noturnos para me fazer companhia. Por ter me resgatado de Yamashita... Embora morrer talvez tivesse sido o meu destino desde o começo... Ainda assim... Pude ver a Koki mais uma vez. Por isso, sou grato também em estar vivo agora...

Questionou-se do porque estava dizendo tais palavras. O plano tinha chego ao fim e ele sabia muito bem o que deveria fazer a seguir. Tinha que cometer o seppuku de alguma forma. Antes que descobrissem sua participação no sequestro de Jin. Antes que o torturassem novamente. Para proteger sua honra – ainda que isso fosse questionável a essa altura – e para proteger os planos do seu Clã. Assim, ele não precisava mais seduzir Tanaka também...

Mas em que momento aquele plano havia deixado de ser uma obrigação e se tornado tão prazeroso? Não conseguiu pensar sobre isso porque o samurai disse:

– É certo que Akanishi-sama se esforçou muito por você antes... Mas eu gostaria que também estivesse consciente do último sacrifício que ele fez para proteger Kazuya. – Koki trouxe o chá e esperou que ele tomasse o remédio antes de continuar. – Akanishi-sama fez um acordo com seu pai. Para que Kazuya pudesse continuar seguro, ele aceitou se mudar para o Sul. Sozinho.

Kazuya o olhou, sentindo-se mal com aquelas palavras. O samurai pareceu não notar seu desconforto.

– Porque Akanishi-sama nasceu com uma saúde tão frágil, ele nunca teve muitas companhias... Esteve sempre com Yamashita, seus pais, irmão e médicos. Mas, por mais que seja uma família carinhosa, é uma vida solitária... E agora mais ainda. Não sabemos quanto tempo esta guerra ainda vai durar. Ele estará seguro, certamente... Mas quanto ao seu espírito e seu coração? Você consegue compreender o quanto esta escolha foi difícil e, ainda assim, ele não hesitou em aceitá-la para obter a sua segurança?

Não respondeu. Akanishi Jin era o maior dos idiotas que ele já tinha conhecido. Esse rapaz estava se jogando para o perigo... Por ele. Para protegê-lo. Algo que nem mesmo seu pai foi capaz...

– Espero que esteja agradecido. – Koki retomou a palavra mais uma vez. – Por que... Eu realmente estou. – e ele lhe exibiu um pequeno sorriso.

Essa pequena demonstração de carinho foi o suficiente para colocar em dúvida as convicções de Kazuya... Porque teve que conhecer Akanishi e Koki dessa forma? Durante uma guerra? Porque não pode conhecê-los antes?

Mas... Se tivesse sido diferente, ele teria recebido esses sentimentos?

10

– Meu senhor é muito imprudente.

Jin virou para trás e olhou para Tomohisa. O samurai havia se oferecido para acompanhá-lo até o seu quarto, mas durante todo o caminho tudo o que soube fazer foi bronqueá-lo. Jin, com muita paciência, o escutou repetir sua opinião sobre o prisioneiro.

– Tomohisa não precisa se preocupar comigo. – Jin afirmou quando houve uma brecha.

– Meu senhor não precisa acreditar, mas eu continuo me preocupando com a sua segurança...

– Eu agradeço, mas não é preciso. Amanhã partirei para o Sul do país como é desejo de meu pai. Assim que não correrei mais risco algum. Tenho a palavra de meu pai de que Kamenashi-dono será bem tratado e que as torturas não se repetirão. Espero ter a palavra de Tomohisa também.

–... Se Akanishi-sama estiver longe de Kamenashi, não será necessário repreender o prisioneiro.

– Fico aliviado em escutar tais palavras. Mas tenho um pedido a fazer.

– Se puder satisfazer Akanishi-sama...

– Eu quero que o proteja.

Tomohisa franziu a testa e exibiu uma expressão contrariada.

– Não acho que meu pai não vá cumprir com sua palavra, mas ele também não estará por aqui por algum tempo. Assim que alguns acidentes podem acontecer. Quero evitar que... Por algum sentimento absurdo de guerra... Algum samurai se sinta no direito de se vingar de Kamenashi.

– Não pode condenar os sentimentos daqueles que perderam entes queridos nas mãos desse samurai.

– Assim como nós matamos os entes queridos de alguém. – ele rapidamente retrucou – Eu realmente entendo que durante uma guerra essas coisas podem acontecer... Mas é justamente por isso que não quero que a vida de Kamenashi-dono se perca. Ele não fez nada diferente do que nós fizemos até agora. Por isso... Eu apelo para a nossa amizade. E se houve ao menos um pouco de carinho durante... Durante o tempo em que fizemos sexo... Eu apelo a esse sentimento também. Se tiver alguma consideração pela minha pessoa que não seja devido à minha posição social... Então Tomohisa vai proteger esse rapaz. Só assim poderei ficar tranquilo longe daqui... É a última coisa que eu te pedirei.

O brilho naquele olhar fez Tomohisa engolir em seco. Naquele momento, sentiu curiosidade em descobrir porque seu senhor era tão devoto ao inimigo. Sabia sobre o seu idealismo e a sua visão romântica sobre tudo, mas isso seria suficiente para justificar tamanho apreço por Kamenashi? Pronto. Esse pensamento veio rápido e foi suficiente para o ciúme beliscar seu coração.

– Meu senhor só pode estar louco ao me pedir para proteger um inimigo.

– Tomohisa, eu só posso confiar em você... Se você o fizer... Eu prometo que aceito o seu casamento. – ele disse isso e baixou a sua cabeça.

Jin não viu a expressão dura em Tomohisa. Como seu senhor se atrevia a tanto por causa de Kamenashi? Passaria até mesmo por cima dos sentimentos – que até então dizia ser intensos – que lhe dedicava?

Sabia que perderia Jin cedo ou tarde. Seu pai o havia prendido em uma armadilha em que não poderia mais ficar com seu senhor, contudo... Sentir Jin se afastar por conta própria foi um golpe tão poderoso e inesperado que, naquele momento, a única coisa que pode fazer foi se negar.

– Eu me recuso.

E como tinham alcançado o quarto do primogênito, Tomohisa lhe deu as costas, deixando um aflito Jin para trás, irritando-se ainda mais com o fato de que ele não havia percebido que o que realmente estava se negando era perder o seu lugar no coração do jovem senhor para o prisioneiro.

11

O quarto estava escuro e silencioso, ele tinha tomado os remédios indicados por Toda-sensei para aliviar as dores que ainda sentia, mas ele ainda estava acordado. Escutava o ronco de Tanaka dormindo no futom do outro lado do quarto.

Kamenashi não conseguia parar de pensar em Jin, sua família e o clã Kamenashi depois do que Koki lhe contara. No dia seguinte, o primogênito dos Akanishi partiria para o Sul. Aquele rapaz tão delicado teria seus pulsos amarrados com grossas cordas ou pesadas algemas e correntes em algum ponto do trajeto. Sua pele branca ficaria marcada de forma quase instantânea. Certamente ele sentira muito medo. Não estava acostumado com situações de risco. Sentiria um medo tão grande que não seria capaz de pensar em nada. Choraria e pediria em silêncio pela ajuda de seu samurai. Estaria longe da proteção do clã e de Yamashita.

Não o machucariam, Kamenashi estava certo disso. Jin era valioso. Mas o clã Kamenashi estaria a par da saúde dele? Antes de se tornar prisioneiro, ele mal escutou falar sobre Jin. Sabia que ele não estava envolvido na guerra, não havia se tornado um samurai, mas não imaginava que sua saúde fosse tão delicada.

E se ele morresse por falta dos cuidados médicos apropriados?

Ele tentava afastar essas preocupações repetindo mentalmente que Jin era um inimigo. Mas não era um argumento que convencia sua razão – porque ela logo rebatia lembrando-o da forma como fora tratado por Akanishi apesar de ser um inimigo – e muito menos os seus sentimentos. Afeiçoara-se demais por aquele rapaz.

Mordeu os lábios quando um pensamento atrevido irrompeu sua mente. Ainda há tempo. Sabia que Jin partiria no final da tarde. Se ele denunciasse os planos de seu pai, poderia salvá-lo.

A vida de Jin estava em suas mãos. Assim como a sua esteve nas mãos dele... E Jin o salvou da tortura de Yamashita.

Mas e as suas obrigações como samurai? A sua devoção ao seu clã e a sua família?

Naquele momento, esses valores lhe pareceram frágeis demais. Onde estava a obrigação de um samurai e a devoção de seu pai quando ele o impediu de cometer o seppuku? Quando foi obrigado a ser humilhado de tal forma?

Esses pensamentos o desesperaram porque se sentia impotente. E foi quando também ele finalmente foi sincero com seus sentimentos. Não queria perder Tanaka. Mais do que desejou ter conhecido Akanishi e aquele samurai em outro momento que não no meio de uma guerra, agora ele desejava que tivesse nascido naquele clã... Tudo teria sido diferente. Tudo teria sido melhor.

Vivia um terrível conflito interno. E, aos poucos, o sono começava a lhe vencer. A fadiga mental e os remédios estavam começando a fazer efeito. Mas, finalmente ele se decidiu.

Vou salvá-lo...

Vou proteger Akanishi... E Koki vai se orgulhar de mim.

Foi o seu último pensamento antes de cair no sono.

11

Ele ainda não estava dormindo porque se sentia angustiado e, ao mesmo tempo, ansioso para ir embora. Estava encostado próximo à janela, observando o céu, abraçando a si mesmo, segurando firme no tecido macio do quimono escuro. Ficaria sozinho e isso o assustava, por isso a sua angustia, mas entendia que era necessário. Além disso, Jin tinha feito um trato com o seu pai. Obedeceria a essa sua vontade se Kamenashi fosse mantido em segurança e conforto. Dessa forma, ele manteria o prisioneiro a salvo e, também, ao líder do clã. Não queria que seu carinhoso pai se transformasse tanto por causa da guerra, precisava que algo mantivesse a sua personalidade de antes... Um pouco que fosse. Assim, se ele conseguisse esses objetivos, partiria para o Sul sem arrependimentos.

E estava ansioso para colocar o seu plano em prática. Não teria oportunidade melhor do que esta para conhecer Kitagawa Keiko. Aproveitaria que partiria com Nishikido, mais alguns samurais e dois criados, para alterar o trajeto e passar pela cidade natal de Tomohisa. Além de conhecer a moça, também poderia conhecer um pouco mais do seu amigo e seu passado. Por isso se sentia animado em partir o quanto antes.

Pensou em descansar quando bateram na porta. E se surpreendeu quando Tomohisa se anunciou, principalmente por conta da forma brusca com a qual o samurai havia se separado dele mais cedo. Pediu que ele entrasse e o samurai obedeceu.

Tomohisa se ajoelhou diante do seu senhor, cumprimentando-o e essas formalidades sempre machucavam a ambos. Jin devolveu o gesto e se sentou diante dele conforme a sua posição social exigia.

– Desculpe por perturbá-lo no meio da noite...

– Não se preocupe. Não estava dormindo. – garantiu.

–... Por causa da viagem?

– Sim. – não podia e também não era necessário mentir a Tomohisa quanto a isso. – Estou com um pouco de medo...

– Eu sabia. – Tomohisa lhe sorriu. – Sabia que meu senhor estaria preocupado. Para que não volte a pensar antes da hora, porque não tomamos um chá?

Apesar de não entender a sua atitude, Jin aceitou. Passar uma noite tranquila com Tomohisa faria seu espírito se renovar. Mesmo que não devesse alimentar esperanças por causa desse encontro. Ele se levantou e se aproximou da penteadeira. Prendeu os longos cabelos em um coque simples e depois buscou pelos utensílios que estavam em seu armário.

Tomohisa foi ajudá-lo e pegou o kama e o furo que estavam ao lado do armário, no chão. Ele levou o braseiro e a chaleira, ambos feitos de argila, para próximo da janela, sabia que Jin gostava daquela vista, colocou água no furo e acendeu o fogo. Jin se aproximou duas vezes, trazendo o material necessário, e por fim sentou-se novamente em posição seiza.

Não seria exatamente uma cerimônia do chá, já era tarde para preparar todo o ambiente e também, por conta da guerra, os doces estavam em falta, mas, para eles, não importava. Naquele momento era a presença do outro o mais importante. Jin parecia concentrado na preparação do chá, mas, na realidade, apreciava a proximidade de Tomohisa. O samurai, por sua vez, também se sentia mais tranquilo estando ao lado de seu senhor. Quanto tempo desde que tiveram um momento como este?

Tomohisa obervou as mãos finas e grandes de Jin movimentando-se com graciosidade enquanto limpava com o fukusa a porcelana em que serviria o machá.

– O Sul é uma região tranquila e mais calorosa. Vai gostar das paisagens. É um bonito lugar.

– Tomohisa esteve lá?

– Não se lembra? Quando fui aperfeiçoar minhas técnicas com a espada aos dezoito anos.

– Tem razão. Nessa época você viajou e ficou muito tempo longe. Foi solitário...

– Meu senhor não ficará tanto tempo sozinho, não se preocupe. – ele afirmou – Assim que possível... Tanaka poderá ser enviado para lhe fazer companhia.

– Preferia que fosse Tomohisa... – ele disse, sem olhá-lo, mantinha a sua vista no que estava fazendo.

–... Se Akanishi-dono me autorizar... Partirei para fazer companhia a Jin-dono. – ele disse sem imaginar que ao chamá-lo dessa forma novamente fez o coração dele sentir-se mais aquecido.

O sentimento de conforto, no entanto, durou pouco quando Jin se lembrou, amargurado, do casamento de Tomohisa.

– Tomohisa... E sua esposa, eu imagino.

– Não posso deixá-la para trás... – ele respondeu.

Eles se olharam. Jin quebrou o contato visual primeiro e continuou com a preparação do chá. Colocou o chá verde no chawan, a tigela de porcelana, e o bateu com o chasen. Quando julgou pronto, despejou a água da chaleira. Por fim, com a frente do chawan virada para Tomohisa, Jin o repousou no chão diante do samurai.

Tomohisa agradeceu e girou a tigela, a frente agora para a direção de Jin, ofereceu a bebida aos Deuses e, por fim, tomou. A água quente confortou o seu corpo e o seu espírito. Ele sorriu para seu senhor, que agora estava servindo a si próprio. E desejou preservar esse momento para sempre.

– Tomohisa... Atenderia mais um pedido meu?

– Se é sobre o prisioneiro...

– Não. É sobre nós...

–...

– Sei que Tomohisa é importante para esta guerra e para sua noiva. Eu entendo isso. Mas quando a guerra terminar... Tomohisa pode me prometer que a primeira coisa que fará vai ser me encontrar? Quando a guerra terminar... Vá para o Sul se encontrar comigo pela última vez?

Ele manteve o rosto baixo enquanto fez aquele pedido. E, mais do que o encontro em si,em serem amantes por uma última vez, Tomohisa entendeu o que Jin estava realmente pedido. Seu senhor precisava de uma promessa para que ele se mantivesse vivo. Porque Jin sabia o quanto ele se esforçava para cumprir com suas palavras. O que ele estava pedindo era apenas algo que o tranquilizasse para acreditar que Tomohisa sobreviveria aos conflitos...

Assim como Keiko quando lhe deu o seu acessório. Os dois queriam lhe dar obrigações para que ele retornasse vivo... E ele estava decidido a morrer em batalha. Ele prometera a Keiko, e agora também prometeria a Jin. Mas não cumpriria sua promessa... Porque voltar para uma realidade em que não poderia mais amar o seu senhor era algo que ele não seria capaz de suportar mais... Mas o rosto de Jin, que mantinha um sorriso resignado, o comoveu demais. E, antes que pensasse em suas atitudes, a tigela estava girando no chão quando foi bruscamente deixada ali. Os passos escorregaram pela curta distância que os separavam e ele se ajoelhou para abraçar o rapaz com força.

Jin agarrou-se às costas do samurai, largas e mais fortes, sentindo-se rapidamente aquecido pelo calor do outro corpo e protegido pelos braços musculosos. Naquela posição, ele sentia que tudo terminaria bem.

Tomohisa o tinha nos braços mais uma vez e a sua alegria era grande por isso. Jin precisava da sua proteção, ele sempre precisaria, assim como ele necessitava protegê-lo. Nunca seria tranquilo se não fosse ele o responsável pela segurança do seu senhor. Isso já não era algo possível de se realizar, mas por aquele instante, naquela noite, ele deixou seus sentimentos falarem mais alto que sua razão. Não sabia se eles voltariam a se encontrar. Aquela poderia ser a última vez em que estariam juntos... Seria certo que morresse deixando Jin confuso sobre seus sentimentos?

Afundou sua mão entre os fios da cabeleira de Jin e segurou sua cabeça fazendo-o olhar para si.

– Esta noite... Este momento... Não passa de um sonho fulgaz...

– Guardarei este lindo sonho para sempre em minhas memórias... – Jin lhe sorriu.

Tomohisa lhe respondeu ao sorriso e deixou suas mãos escorregarem até o queixo dele. Admirou por muito tempo aquele rosto que lhe era tão devoto e por fim repousou seus lábios na boca amada. Apreciando mais uma vez o gosto de seu senhor, seu coração voltou a sentir que estava vivo.

– Cuide-se meu senhor... – ele pediu quando se separaram.

– Tomohisa tem que sobreviver... É uma ordem.

– Sim. Se é meu senhor quem está ordenando.

Jin estava feliz e se acomodou nos braços do samurai. Repousou sua cabeça no ombro de Tomohisa e escondeu seu rosto em seu pescoço. Nada mais foi dito, também nada mais precisava ser dito. Seus sentimentos se completavam e isso bastava. Permaneceram naquela posição até Jin adormecer.


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