Samurai No Forbidden Love escrita por Kitty


Capítulo 8
Capítulo 8




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1

A borboleta que tinha pousado na janela voou como se tivesse percebido o ambiente mais tenso. Ele lamentou a sua partida e, então, voltou a observar a mulher a sua frente. Ela não aparentava a idade que possuía, mas ainda assim emitia um ar maternal. Seus cabelos ainda eram todos negros e cumpridos, presos por uma fita branca. Usava um quimono discreto e elegante em cores suaves.

Sentados frente a frente, com uma mesa baixa entre eles, Tomohisa sentia como se a sua convicção estivesse sendo testada desde que regressara. E meio dia apenas tinha se passado desde a conversa com Nishikido e, agora, a mãe de Jin veio pessoalmente em seu quarto. O assunto não podia ser outro além da briga deles.

Assim que ela entrou, ele a reverenciou como se deve. Ela pediu para suas criadas pessoais darem uma volta enquanto eles conversavam e isso fez com que o samurai suspeitasse do assunto que a trouxera até ali. Gentil e carinhosa, ela ficou contente em ouvir seu relato sobre a sua cidade natal e sua noiva. Como se fosse realmente a sua mãe, ela o ouviu pacientemente, as mãos unidas sobre suas pernas, e um sorriso sincero.

– Gostaria que Tomohisa tivesse certeza de que, neste momento, meu coração se enche de alegria em saber que pelo menos um de meus filhos está seguindo o caminho natural de um homem adulto. Não quero ofender sua mãe, que certamente não precisa da minha ajuda para criá-lo e é atrevido de minha parte dizer essas palavras.

– Iie. Não se preocupe. De maneira alguma ser tratado como seu filho poderia ser uma ofensa à minha mãe. Certamente ela ficará orgulhosa e agradecida em saber que sirvo a uma família que me trata com elevada estima.

– Estamos em um período turbulento, mas gostaria que ela me visitasse com mais freqüência.

– Transmitirei este desejo a ela assim que possível. Ela há de querer vir o mais breve possível.

– Tomohisa... Eu realmente tenho sentimentos de uma mãe por você.

– Sou grato por isso. – ele se curvou novamente.

– E é por isso que eu quero perguntar-lhe diretamente. Há algo que me vem incomodando.

– Espero poder ajudá-la a se tranqüilizar.

– Porque Jin e Tomohisa estão brigados? Espero que me seja honesto em sua resposta. Não tente negar, pois é algo evidente para uma mãe notar quando seus filhos brigam. Jin nunca aprendeu a disfarçar sua tristeza. Também posso dizer que Tomohisa esteve diferente nos últimos tempos, o que pode ser devido ao casamento, é claro, mas... Há algum tempo um apareceu com o rosto inchado e o outro com a mão machucada... Não pense que fecharei os olhos para isso.

Tomohisa sorriu como se achasse divertida a preocupação dela.

– Okaa-sama, eu peço desculpas por fazê-la se preocupar por tão pouco. Por favor, fique tranqüila, trata-se apenas de uma discussão tola em que dois tolos se esqueceram dos argumentos e se agrediram fisicamente.

Ela o observou demoradamente. Tomohisa manteve uma expressão serena. Diferente de Jin, Tomohisa sabia muito bem como controlar e demonstrar seus sentimentos. Por isso, ela suspeitou.

– Não acredito nesta resposta. Vocês não se agrediram fisicamente. Jin foi o único que o agrediu... Como se Tomohisa pudesse levantar a mão contra Jin. – ela disse, sorrindo – Desde pequeno sempre foi mais maduro que meu primogênito, mesmo sendo mais novo. Nem quando ainda possuía temperamento infantil respondia aos ataques de Jin. Nunca permitiu que uma briga durasse mais que dois dias. E é isso que me preocupa... Dessa vez, sei que foi algo sério.

– Okaa-sama...

Ela levantou uma mão, impedindo que Tomohisa prosseguisse. Ele se calou e esperou que ela continuasse.

– Está certo. Não quer me contar do que se trata, eu respeitarei o silêncio de vocês. Mas agora tenho a confirmação de que é uma situação grave. Espero, Tomohisa, que possa contar mais uma vez com a sua maturidade para que esse problema seja resolvido... Sei que é um pedido egoísta, não devia pedir tal coisa quando Tomohisa devia se concentrar apenas na guerra e em seu casamento.

– Repito para que Okaa-sama não se preocupe... Nós resolveremos esta situação em breve. – afirmou.

Sorrindo-lhe gentilmente, ela se despediu e se retirou. Após refletir por algum momento, Tomohisa se dirigiu para o quarto de Jin.

2

O Sol estava se pondo e a luz alaranjada iluminava a ponte e se refletia sobre o lago. Ele sempre gostou desse cenário. Teve vontade de pedir para que trouxessem sua tela e suas tintas, mas, Jin estava ali por outro motivo. Finalmente o pássaro tinha se recuperado e agora poderiam libertá-lo. Jin sorriu para a pequena ave em suas mãos. Ele seria livre agora e teria que encontrar forças para sobreviver sozinho.

Tanaka o observava alguns passos atrás, em silêncio.

– Vamos... Não precisa ter medo... Você consegue. – ele disse, levando a ave próxima de sua boca. – Ganbatte ne?

Ele soltou o pássaro, cujo vôo inicial foi atrapalhado e ele passou rente ao chão, mas logo conseguiu se equilibrar. O pássaro se afastou com movimentos mais seguros e logo desapareceu de vista. Jin suspirou.

Se a pessoa que ama está sendo cortejada por outra pessoa, então lute por ela!

Se ao menos ele pudesse ter a força daquele pequeno pássaro... Ele queria tanto lutar por Tomohisa, mas não conseguia pensar de que forma poderia fazer isso. Não era apenas a saúde que lhe faltava. Tendo crescido sempre protegido, ele não fazia ideia de como lutar por algo que desejava. Não sabia como conquistar Tomohisa porque o romance deles começou de forma natural. Não houve sedução, sempre existiu o carinho, ele simplesmente cresceu e se transformou em amor. Tomohisa sempre esteve ao seu lado desde que se lembrava e agora não sabia como fazer para trazê-lo de volta.

Pensou que deveria perguntar a Kazuya de que modo se deve lutar pela pessoa que se ama. Sim, se ele não era capaz de descobrir por si só, Kazuya certamente teria a resposta.

3

Disseram que Akanishi-sama tinha saído em direção à ponte. Tomohisa caminhou até lá e o avisou com Tanaka. Não os abordou de imediato porque aquela cena o paralisou. A delicadeza daqueles dois seres – Jin e o pássaro – lhe chamou a atenção e um sorriso involuntário surgiu. Como ele adorava aqueles momentos tranqüilos que a companhia de Jin era capaz de lhe proporcionar.

Jin estava mais magro e pálido, mas ele continuava bonito. Principalmente quando sorriu no instante em que o pássaro conseguiu voar. Mas apreciar a sua beleza no momento em que se encontrava também lhe trazia algo de dor. Jin, seu amado senhor, estava ali, a uma distância curta. E completamente inalcançável. Com esse golpe, ele despertou e caminhou até se aproximar dos dois.

Foi Tanaka quem notou primeiro a sua presença e o cumprimentou de forma silenciosa, apenas um gesto com a cabeça. Jin ainda permanecia absorto em seus pensamentos e pareceu não notar sua presença. Um gesto de Tomohisa foi suficiente para que Tanaka compreendesse e os deixasse a sós.

Tomohisa ainda demorou a se identificar para o seu senhor. A poucos passos atrás dele, na direção contrária ao vento, ele podia aspirar novamente o seu perfume. Sentia o seu perfume e a vontade de tocá-lo crescia. Ao notar-se encantado novamente, ele interrompeu seus desejos e se anunciou.

Jin se virou lentamente e não escondeu a sua surpresa. Tomohisa estava próximo e registrou o seu olhar surpreso, curioso e inseguro. Também pode perceber o sorriso que Jin tratou de apagar logo em seu início. Uma atitude que o mais velho sempre teve o hábito de fazer quando estavam brigados e ele se esquecia disso e acabava por querer rir, mas tentava ocultar o sorriso. Só que desta vez seu rosto estava triste.

– Akanishi-sama. – ele o cumprimentou.

– A viagem... Espero que tenha sido boa.

– Sim. Tranqüila e segura.

O silêncio entre eles nunca foi tão constrangedor. Jin não sabia o que pensar. Por alguns instantes, uma pequena esperança de que pudessem se reconciliar o alegrou, mas logo a dispensou para não se iludir. Não era possível uma reconciliação tão fácil, os preparativos para o casamento de Tomohisa estavam avançando e Jin duvidava de que algo pudesse ter acontecido nos últimos dias para fazer o amante mudar de ideia.

– Akanishi-sama... Está cuidando da sua saúde? – a pergunta saiu de forma involuntária. Tomohisa queria e não queria prolongar aquela conversa. Sua razão lhe ordenava para que fosse direto em suas palavras e encerrar aquele contato. Mas não conseguia obedecer a essa ordem tão simples.

– Me sinto bem nos últimos dias. Agradeço a preocupação.

Foi a vez de Tomohisa em experimentar a dor que a formalidade nas palavras do amante eram capaz de provocar. Pensou em como Jin se sentiu quando se deparou com a sua postura formal e esse pensamento apenas aumentou a dor. Seu senhor não merecia esse tratamento, não devia experimentar essas dores. Jin precisava e merecia apenas carinho e proteção. Desejou envolvê-los em seus braços e sentir seu corpo quente e a sua respiração.

– Os preparativos para o casamento...

– Estão correndo bem.

–... Isso é ótimo. – disse de forma evidentemente forçada. – Sei que Yamashita-dono não veio me ver apenas para conversarmos amenidades.

– Sim, de fato há algo que eu preciso pedir a Akanishi-sama, mas... Acredite na sinceridade de minhas palavras quando digo que em algum dia gostaria de voltar a conversar amenidades com meu senhor sem que isso provoque qualquer tipo de dor.

– Isso não será possível jamais.

– O tempo ajudará a...

– O tempo não me trará Tomohisa de volta. Não é verdade?

– Akanishi-sama...

– Assim... O tempo não será capaz de me ajudar. Não haverá forma alguma que abafará o que sinto diante de Tomohisa sabendo que ele pertence à outra pessoa. E o tempo não me trará outra pessoa que possa substituir Tomohisa em meu coração... Porque tal pessoa não existe. E nunca vai existir.

Eles se olharam. Tomohisa praguejou mentalmente contra o romantismo de Jin. Esse sentimento intenso que vinha do mais velho sempre encheu seu peito com uma quentura deliciosa, mas agora o estava ferindo com a mesma proporção. E sabia que feria com igual intensidade a Jin. Ao mesmo tempo, e o que tornava a situação mais esquisita e confusa, Tomohisa se sentia bem com aquela declaração. A certeza do amor de Jin era algo que o deixava em uma posição cômoda. Não podia deixar de se regozijar por isso. Mas era um pensamento egoísta e ele logo se repreendeu.

– Akanishi-sama... Sua mãe veio me ver, pois está preocupada com nossa discussão. Assegurei-lhe que não era nada sério que devesse a atenção dela. Gostaria de pedir que Akanishi desse a mesma resposta, caso seja questionado.

Talvez pela mudança brusca de assunto e a forma fria como Tomohisa ignorou a sua declaração, talvez pela ousadia que o amigo demonstrava em pedir para que mentisse, mas o fato é que o rosto de Jin se alterou. Franziu a testa e seu rosto corou, indignado.

– Agora me pede para que seja um mentiroso como Tomohisa? Acaso realmente julga que nossa discussão não é séria? Para Tomohisa realmente não passou de sexo?

– Essa não é a questão. – ele respondeu com calma – Acaso meu senhor deseja contar a sua mãe sobre nosso relacionamento? Se é o que deseja, eu não me importarei e não o impedirei. Estou preparado para realizar o seppuku.

Jin, então, engoliu as próximas palavras que pensava em dizer. Ficou em choque com aquela declaração e a facilidade de Tomohisa em aceitar tirar sua vida. Não queria isso. Não disse mais nada, apenas deixou seu rosto demonstrar que continuava zangado.

– Não é o momento para nosso senhor perder um guerreiro por outro motivo que não a guerra. Estou preparado para o seppuku, mas desejaria que acontecesse em outro momento.

– Não... Não fale desse jeito.

– Akanishi-sama então entende a importância de tranquilizar a sua mãe?

– Não se preocupe. – ele disse, baixando a voz, mas em seguida completou: – Não diria nada imprudente que possa afetar o seu casamento.

Foi à vez do samurai se chocar. De alguma forma, Jin havia interpretado mal as suas palavras. Que ele acreditasse nesse motivo só fez o seu coração doer mais. Teve vontade em dizer que nenhum relacionamento que viesse a ter seria mais importante que o amor que os uniu... Algumas palavras seriam suficientes para tranquilizar o seu senhor, mas sabia muito bem que não poderia controlar as consequências dessas palavras. Assim sendo, talvez fosse melhor que Jin acreditasse nessa hipótese absurda.

– Agradeço a atenção de Akanishi-sama. Realmente seria um transtorno para a minha noiva e as nossas famílias.

Jin observou o semblante dele. Por mais que o olhasse infinitamente, não seria capaz de enxergar o sofrimento naquele rosto, Tomohisa sabia ocultá-lo. Não tendo encontrado nem um vestígio de algo que pudesse consolá-lo, Jin lhe deu as costas e seguiu para o palácio.

4

– O que é preciso fazer para lutar pela pessoa que se ama? – a pergunta foi feita de forma casual, mas era notável alguma ansiedade em sua voz.

Akanishi estava com um olhar desolado para a janela fechada e Kamenashi não foi insensível a este sentimento. Ele suavizou a sua voz quando disse:

– Akanishi-sama... Está disputando o amor de alguém?

– Só estou curioso.

– Desculpe se fui intrometido...

– Não, não foi. Eu realmente só estou curioso. Kamenashi-dono disputou o amor de uma mulher com um médico... Como conseguiu?

– Não é muito diferente de um duelo de espadas. – ele explicou – Para vencer um inimigo, primeiro, é necessário conhecê-lo. E conhecer a si mesmo. Assim é possível analisar nossos pontos fracos e fortes e escolher o terreno em que teremos maiores vantagens para vencê-lo. Naquela época, aproximei-me do meu rival como se fosse um paciente. Pude observá-lo enquanto trabalhava e coletei informações com as pessoas do vilarejo em que morava. Descobri um segredo de seu passado... Ele já tinha tido um filho, que não resistiu ao parto, mas não havia se casado com a mulher. Isso tinha sido na época em que ainda era estudante e morava em uma cidade no norte do país. Então, espalhei a história.

– Isso... Não é uma atitude vergonhosa?

– Mais vergonho não é ser desonesto com a pessoa que se ama? Ele se casaria com aquela mulher sem lhe contar o seu passado... O que esperar dessa atitude? Ele seria capaz de respeitar mais a atual noiva sendo que tratou a mãe de seu filho de tal forma?

Akanishi não respondeu porque concordava com Kamenashi de que a atitude do médico havia sido desprezível.

– Em todo caso, a história se espalhou, os pais delas cancelaram o casamento e ela ficou livre de modo que pude cortejá-la.

– Kamenashi-dono é incrível. Lutou pela mulher que ama.

– Um homem tem que ter forças para lutar por seus objetivos. Seja um samurai ou não. É o que eu penso.

– É mesmo, não é?

– Akanishi-sama parece cansado... – ele comentou depois de analisar o rosto do outro rapaz. – E, na verdade, eu também estou um pouco... Porque não continuamos esta conversa outro dia?

Assim, o encontro foi encerrado. Kamenashi julgou que já havia dito o suficiente e o espírito de Akanishi parecia mais frágil que o normal. Tinha certeza de que não era preciso fazer mais nada, aos poucos, a ideia sobre conhecer sua rival germinaria dentro dele. A sua missão estava encerrada, agora Nishikido precisava entrar em cena.

Akanishi se despediu e se retirou. Andou vagarosamente pelos corredores, absorto em suas ideias. Ele não concordava com o modo bruto como Kamenashi lutou pela pessoa que amava. Não sabia se agir deslealmente com seu adversário, mesmo que este não fosse um homem de valor, traria um amor puro. Mas em uma coisa ele concordava.

Precisava conhecer Kitagawa Keiko. Porque ele queria ter certeza de que ela seria capaz de fazer seu samurai feliz. Se estivesse seguro disso, poderia deixar Yamashita partir livremente. Esse pensamento lhe trouxe dor, mas estava convicto de que isso seria o melhor.

Agora, ele precisava pensar em uma forma de deixar o palácio sem levantar suspeitas. Dificilmente conseguiria autorização para que o levassem para passear. Estavam em guerra, afinal.

5

Eles estavam caminhando de volta para o acampamento. Tinham saído do palácio porque era a noite de folga deles e Ueda havia insistido para que jantassem fora do palácio, ele queria respirar um pouco de um ambiente sem o clima tenso que existia perto dos samurais. Nakamaru concordou e eles foram para um lugar um pouco mais distante.

Um jantar tranquilo e depois foram para uma casa de acompanhantes, mas logo as dispensaram. Beberam e fizeram amor. Para Nakamaru, havia sido o melhor sexo que já tinham feito. Ueda estava mais intenso do que o habitual. O mais velho pensou que deveria ser por conta da guerra. O amante deveria estar deprimido. Ele tentou confortá-lo com beijos carinhosos, mas Ueda parecia desesperado em cada gesto e os beijos e toques não eram suficientes para fazê-lo crer que estava com Maru.

Agora que voltavam para o acampamento, Nakamaru pensou se devia puxar este assunto. Queria tranquilizá-lo, mas, pensou, que seria imprudente. Como dizer qualquer coisa positiva quando se está em guerra?

– Nakamaru! – Ueda teve que tocá-lo no braço para que ele lhe prestasse atenção. – Olhe!

Seguiu a indicação dele e viu um pequeno tumulto. Uma briga. Um rapaz estava cercado por três bêbados e estava na frente de um garoto que parecia bastante assustado. Quando eles se aproximaram, notaram que não era ninguém menos que Nishikido.

O moreno não os viu. Ele estava encarando seus oponentes, mas sua voz permanecia tranquila quando disse:

– Eu recomendaria que fossem embora. E que deixassem Makoto em paz.

– Você não deveria se intrometer em assuntos de outras pessoas, amigo.

– Eu não sou seu amigo. Por favor, vão embora.

Um deles avançou contra Nishikido e o segurou pela gola. Ueda tentou visualizar a espada do samurai e percebeu que ele estava desarmado. Deu um passo em sua direção, mas parou no segundo seguinte indagando-se porque deveria ajudá-lo. Nesse tempo em que hesitou, a briga recomeçou.

Apesar de estar em desvantagem numérica, o moreno ainda conseguia lutar. Não foi surrado, como seria de se esperar, conseguia se defender bem e ainda os feriu com socos e chutes. Ele lutava bem. Ele era um guerreiro, afinal.

Mas Nakamaru não conseguiu continuar apenas assistindo. Ele os mandou parar e, quando eles viram as espadas em sua cintura, foram embora. Nishikido os cumprimentou com um pequeno aceno e depois os ignorou. Seguiu até o garoto e agachou-se para ficar em sua altura.

– Não deveria estar fora de casa e muito menos em um bairro como este. – aconselhou, a voz doce como nunca antes Ueda o escutou falar. – Onde você mora? Vou te levar para casa.

O menino parecia ter menos de dez anos, Ueda calculou. Nishikido conseguiu com que ele se acalmasse e depois se aproximou de algumas latas de lixo e retirou, de trás de uma delas, as suas espadas. Amarrou-as devidamente em sua cintura.

– Porque as escondeu? – Nakamaru perguntou.

– Eles não são samurais. – foi a resposta que deu. – Não vou sujar a minha espada com esse tipo de sangue. Isso deveria ser óbvio.

Passou por eles sem nem ao menos olhar para Ueda. Apesar da resposta arrogante, Ueda entendeu a sua atitude. Mesmo que aqueles homens não prestassem, Nishikido não ia usar de sua vantagem como samurai com eles. E ele não entendeu isso. Porque ele o estava chantageando e ameaçou a Nakamaru. Não era uma pessoa de sentimentos tão nobres. Ou era e apenas passava por cima deles em relação a Ueda porque sentia algo tão forte a esse ponto?

Depois, Ueda caiu em si. O mais próximo da verdade seria que uma pessoa não pode ser totalmente boa. Nem má. Provavelmente Nishikido agiu em uma situação que julgou injusta. Não apaga as suas ações anteriores, nem o absolve delas porque são situações diferentes. Mas... Vê-lo agindo desta forma... Deixou Ueda satisfeito. Por alguma razão.

6

Jin ainda pensava em alguma forma para conseguir escapar do palácio. Ele sabia onde encontrar Kitagawa por causa da carta que interceptou. Mas porque ele já tinha um plano em que se ocupar – e não ficava mais tanto tempo apenas se lamentando pelo abandono que sofrera – seu humor estava um pouco melhor quando se encontrou com Kamenashi novamente.

A conversa foi mais descontraída e eles até mesmo riram. Kamenashi pensou que aquele rapaz era muito bonito quando ria daquela forma. Os cabelos longos caíam sobre o rosto porque seu corpo tremia enquanto dava risada. Ele mantinha uma mão na frente do rosto, logo abaixo do nariz, que parecia tentar esconder a sua timidez. Uma vontade surgiu em Kamenashi, uma vontade de proteger aquele rapaz. Se a história fosse diferente, se os clãs se unissem, ele gostaria de se oferecer para formar parte da guarda de Akanishi. Assim, ele teria certeza de que ninguém lhe faria mal. Porque a sua inocência e benevolência era algo que deveria ser protegido.

Se ele tivesse alguma esperança de sobreviver a esta guerra, ele pensou que seria divertido visitar Akanishi. Uma realidade em que os dois pudessem manter a amizade o fazia sorrir. Mas ele afastou essas ideias. Jamais aconteceriam. Se ele conseguisse sobreviver a esta guerra e se o seu pai não o ordenasse cometer o seppuku, dificilmente voltaria a se encontrar com Akanishi. Primeiro, o clã Akanishi jamais permitiria uma aproximação. Segundo, o próprio Jin não voltaria a desejar sua companhia depois de ser sequestrado, este era o principal objetivo pelo qual havia se aproximado de Jin.

Tentou não se abalar com esse pensamento e se permitiu desfrutar sinceramente da companhia dele. Pensou que o tempo havia passado rápido demais quando Jin anunciou que retornaria para o seu quarto, estava com sono. Ele ainda estava sorrindo quando o viu se levantar e se dirigir até a porta. E quando a abriu, Kamenashi não pode evitar o arrepio.

O samurai Yamashita estava parado do lado de fora. Primeiro, ele olhou de forma severa para Akanishi e, depois, quando olhou para o prisioneiro, a ameaça em seu olhar era quase palpável. Ainda assim, Kamenashi não baixou o seu olhar. O enfrentou, sabendo que depois arcaria com as consequências. Mas o seu trabalho estava feito. Não era mesmo mais necessário que ele conversasse com o primogênito do clã, a semente já estava dentro dele. Por isso, ele olhou para o samurai dessa forma atrevida.

– Cuidem dele. – Yamashita ordenou para dois samurais que estavam atrás de si. – E você, venha comigo. – ele disse, esquecendo-se da hierarquia e puxando seu senhor pelo braço para fora daquele quarto.

Ele se deixou levar porque sua mente ainda estava registrando o que estava acontecendo. O susto em ter sido flagrado embaralhou seus pensamentos e, soma-se a isso, o fato da expressão zangada no rosto de Tomohisa. Era algo que sempre o intimidava. Terceiro, a força com que ele segurava seu braço nunca antes havia sido usada para lhe tocar, o que lhe provocou ressentimento.

Tomohisa o soltou quando já estavam dentro do quarto do primogênito do clã. Akanishi lhe lançou um olhar zangado e pensou em reclamar, mas o samurai se adiantou. A sua voz soou fria demais quando anunciou:

– Você nunca mais vai se aproximar de Kamenashi.

– Como você descobriu que...

– Você me ouviu?

–... Hai. – ele baixou a cabeça, um bico automático surgindo em seus lábios. – Eu escutei sim. Mas não é Tomohisa quem dá alguma ordem. Não em mim. – e olhou da mesma forma que uma criança birrenta faria. – Eu só estava tentando dar um pouco de humanidade a este clã.

– Meu senhor está falando sobre nosso inimigo.

– Nosso inimigo que divide o mesmo povoado. Nosso inimigo é nosso vizinho!

– Não vou discutir sobre isso novamente com você. Independente da sua visão idealista e romântica, não deve interferir nos negócios de seu pai! O que você esperava conseguir com isso, afinal? Além de arriscar-se de tal forma pondo-se tão próximo de um inimigo, esqueceu-se da sua saúde?

– Não. Eu não esqueci. E ninguém me deixa me esquecer disso. – respondeu rapidamente e aumentando sua voz. – Não pretendia nada além de dar um pouco de conforto para aquele que possa ter brincado com a gente quando éramos criança e íamos à cidade nas raras vezes em que minha saúde permitia. E mesmo que nunca tenhamos tido contato com Kamenashi Kazuya-dono antes, poderíamos ter tido. E se fosse você um prisioneiro desta guerra estúpida e sem sentido? E se fosse eu??

– Não coloque termos de uma situação que não existe. Pare de apelar para sentimentalismos. Akanishi-sama foi imprudente e sabe disso!

–... E se fosse eu? – ele repetiu, aproximando-se de Tomohisa. – Se eu fosse um prisioneiro do clã Kamenashi... Como gostaria que me tratassem? Não estamos falando de um inimigo desconhecido. Não precisamos tratá-lo dessa forma tão fria. Além disso, o líder Kamenashi não quer negociar... Ele não vale nada como um prisioneiro, porque continuamos com ele?

– Mesmo que o líder do clã Kamenashi não queira negociar, Kamenashi Kazuya ainda é líder de uma das tropas de seu clã. Esses homens ao menos estarão inutilizados enquanto mantivermos seu líder conosco.

– Então que seja assim... Vamos mantê-lo até o final da guerra, mas não precisamos torturá-lo. E que ele receba um pouco de paz durante este período.

– Ele não está aqui para descansar, meu senhor. Porque não entende isso?

– Porque esse tipo de atitude... Não é diferente da atitude do clã Kamenashi. E não é por isso que estamos guerreando contra eles?

Não soube lhe responder. Assim era a guerra. Ela trazia situações em que era necessário fechar os olhos para suas crenças. Mas Tomohisa se consolou sabendo que era temporário. Apenas para vencer a batalha e, depois, colocar em prática todos os valores em que acreditava. A guerra é um período de sofrimento para ambos os lados. Não havia como mudar isso.

– Em todo caso... Não se aproxime mais daquele homem. Serei obrigado a avisar seu pai se isso voltar a se repetir.

– Não posso. – e Tomohisa se surpreendeu com a teimosia. – Kazuya está sofrendo tanto...

Tomohisa observou o rosto desolado de seu senhor. Jin estava com o rosto inclinado para baixo e seu olhar parecia perdido em alguma imagem do prisioneiro em sua mente. E isso fez com que seu sangue esquentasse a tal ponto que seus pensamentos ficaram nublados. Porque Jin estava se importando tanto com aquele samurai? Lembrou-se das risadas que escutou logo que alcançou o quarto do prisioneiro. Há tempos que não escutava a risada de Jin. E o feriu que seu senhor estivesse compartilhando desse momento com outra pessoa que não ele. Ainda mais com um inimigo.

–... Então vai ter que se resolver com seu pai. Pedirei ao nosso senhor que o envie o quanto antes para o Sul.

– Tomohisa! – Jin se alarmou – Não pode fazer isso. Não faça!

– Meu senhor não me dá opção.

– Tomohisa quer mesmo me ver longe? – perguntou, agarrando-se ao braço dos samurais e tentando encontrar uma resposta dentro de seus olhos. Uma que lhe agradasse, de preferência.

– Essa não é a questão. Porque Akanishi-sama insiste em misturar os assuntos? Não perca seu tempo pensando em algo que já não existe mais. – ele forçou os dedos delicados a soltarem o seu quimono. – E eu vou repetir para não se aproximar mais daquele sujeito.

–... O que farão com ele? Não vão castigá-lo, não é? Quem quebrou as regras e fez algo de errado fui eu, não é justo puni-lo. Não farão nada com ele, certo?

–...

– Tomohisa!

– Porque está se importando dessa forma com ele?

Ele fez a pergunta, e em um tom que pareceu amargo demais para Jin, mas não esperou pela resposta. Deixou o quarto e correu a porta com mais força do que seria necessário. Jin não entendeu o propósito da pergunta, mas estava mais preocupado com a situação de Kazuya. Seria lamentável se suas atitudes o prejudicassem ainda mais.

7

Na manhã seguinte, Nakamaru, Ueda e Tegoshi notaram a movimentação de dois samurais que se dirigiram ao estábulo com pressa.

– O que estará acontecendo?

– Estão punindo o prisioneiro. – a resposta veio de Nishikido, que se aproximou discretamente por trás. – Parece que ele estava assediando nosso senhor. Yamashita os descobriu ontem.

– Assediando? – Maru indagou.

– Yamashita acredita que o prisioneiro estava tentando convencer Akanishi Jin-sama a libertá-lo. Eles estavam sempre se encontrando à noite.

–... E ele não estava sob sua vigia? – indagou Ueda, encarando Nishikido.

– Quem você acha que o denunciou para Yamashita? – lançou um meio sorriso e voltou a andar. – Se vocês não se apressarem, vão perder uma cena divertida. – ele riu.

Tegoshi foi o primeiro a correr para o estábulo. Nakamaru e Ueda o seguiram pouco depois, aquela era uma situação inédita naquele palácio. O prisioneiro estava amarrado à base central do estábulo por grossas correntes em sua cintura. Os braços estavam erguidos cima de sua cabeça, presos por uma corda. Estava nu e sua pele clara já estava cheia de hematomas e sangue, ferimentos provocados pela shinai e um pedaço de corrente que estavam na mão de Yamashita.

Tegoshi olhou horrorizado para o samurai mais velho. Sabia que sua atitude era razoável, mas, ainda assim, a cena era chocante. Forçou-se a não desviar o olhar e notou vagamente quando Nakamaru e Ueda se aproximaram.

– Eu vou perguntar mais uma vez. Qual era a sua intenção com nosso senhor? – Yamashita lhe perguntou, olhando-o de cima com desprezo e superioridade.

Ele sentia-se fraco demais. Seu corpo inteiro doía e ardia. Ele sentia o desespero começar a aparecer em sua mente, mas controlou-o rápido. Não podia ceder às torturas, havia sido treinado para não ceder. Seus olhos estavam inchados e sua vista estava prejudicada, ainda assim, tentou encarar o samurai que o agredia. E esboçou um sorriso, que rápido se apagou quando recebeu outro golpe em sua costela. Gemeu e cuspiu sangue. O pensamento de seppuku veio à mente. Se não tivesse falhado em sua tentativa, não estaria sofrendo tamanha humilhação. Se o seu pai não tivesse ordenado que não se matasse, poderia estar descansando agora. E sua honra teria sido preservada.

Recebeu mais um golpe e parou por aí. Kamenashi tinha fechado os olhos e apenas escutou os murmúrios dos samurais inimigos, mas não conseguiu entendê-los. Com esforço, tentou enxergar o que estava acontecendo. E se surpreendeu com o que viu.

Ele estava parado ao lado de Yamashita e estava segurando o seu pulso, impedindo o novo golpe. O rosto, duro, mantinha um olhar seguro na direção dos olhos de Yamashita. Mas a sua voz soou calma, como sempre era, quando disse:

– Nosso senhor ainda não autorizou qualquer tipo de tortura. Por favor, eu peço que pare. Sei que Yamashita jamais desejaria fazer algo contra a vontade de nosso senhor. Por isso estou pedindo que reconsidere suas ações.

Eles se encararam em silêncio por um longo tempo em que os demais observaram com apreensão. Um movimento de Yamashita demonstrou que ele não seria convencido por ele.

– Tanaka, afaste-se. – ele ordenou.

– Não. – o samurai foi firme. – Já chega.

– Tanaka, não me obrigue a desviar a trajetória desta espada.

– Yamashita. – ele segurou seu pulso com mais força.

E quando o confronto entre eles parecia inevitável, a voz suave de Akanishi se fez ouvir. Todos se viraram na direção de sua voz e encontraram o primogênito do clã se aproximando, acompanhado de alguns servos, e repetindo a ordem para que Yamashita se afastasse.

Tegoshi pensou que nunca antes tinha visto alguém tão bonito. Não era a primeira vez que via o seu senhor, mas ele estava mais bonito do que nunca usando aquele quimono preto e os cabelos presos em um coque bem acima da cabeça, alguns fios escorregando pelos lados do rosto. E o olhar sério e determinado fazia com que sua imagem parecesse ainda mais imponente, mesmo quando, na realidade, era tão frágil. Não pode deixar de sorrir, Tegoshi ficou encantado.

– Afaste-se dele. – Akanishi repetiu, agora diante de Yamashita. – Eu lhe disse ontem que a culpa era minha.

– Meu senhor...

– Se é necessária punição, eu não deveria ser punido também?

– Akanishi-sama deveria voltar para seu quarto e descansar. Parece que a febre lhe toma conta.

– Isso é uma ordem, Yamashita. – e sua voz nunca foi tão firme. – Solte-o.

– Akanishi-sama, se insistir nisso...

– Não se preocupe, eu irei conversar com meu pai sobre toda esta situação. E aceitarei o que ele ordenar. Por isso, não é necessário continuar com esta punição.

Tomohisa reconheceu aquele olhar. E sabia que insistir seria uma batalha perdida, por isso relaxou. Tanaka soltou seu braço e ele se afastou. Os samurais começaram a se dispersar. Nishikido, que tinha observado tudo encostado e de braços cruzados, apenas lamentou que a diversão tinha acabado e foi embora.

Akanishi e Tanaka se aproximaram do prisioneiro, que não tinha mais forças para sequer tentar pensar o que tinha sido essas duas atitudes em sua defesa. O rosto sujo de sangue se ergueu na direção deles e sorriu.

Sorriu sinceramente antes de perder a consciência.

8

Quando despertou, o rosto aliviado de Akanishi foi a sua primeira visão. Ele estava sentado ao lado do seu futom. Sorriu para ele sem perceber que o fazia. Aos poucos, sua mente começava a registrar mais do que o outro rapaz e, principalmente, os ferimentos em seu corpo. Gemeu. Kamenashi notou ainda que estavam em algum lugar mais confortável, espaçoso e melhor iluminado.

– Finalmente acordou...

– Itte...

– Não tente se mexer muito... Precisa descansar mais... Toda-sensei fez os curativos. Parece que não há nada quebrado, mas é preciso ser prudente.

– Aqui... – e seu olhar vagueou pelo teto e depois para a janela.

– Aqui é o meu quarto. Kamenashi-dono ficará aqui até que esteja melhor.

Ele franziu o cenho. Não fazia sentido que estivesse ali. Como o líder do clã Akanishi poderia permitir que um prisioneiro permanecesse no quarto de seu filho? A ingenuidade de Jin deve ter vindo de algum lugar, afinal. Ou Talvez o líder não estivesse a par ainda dos acontecimentos.

– Não se preocupe. – Akanishi pediu, como se estivesse lendo seus pensamentos. – Desta vez, eu fiz de forma correta. Pode descansar tranquilamente em meu quarto. Gomen nasai, no final, eu trouxe muitos problemas para Kamenashi-dono...

Ficou em silêncio, contendo a sua surpresa e a vontade de questionar sobre a realidade em que Akanishi vivia. Certamente era diferente da sua. Mas o seu silêncio foi mal interpretado pela outra pessoa que estava no quarto.

– Não falte com respeito para o nosso senhor.

Escutou tais palavras e virou o rosto em direção à porta. Tanaka estava ali, encostado a uma parede, os braços cruzados e fitando o chão. Ficou contente por ele estar ali. E também se lembrou de que havia sido aquele samurai quem tinha enfrentado Yamashita. Porque Tanaka teria feito isso? Provavelmente foi para cumprir com os desejos de seu senhor. Certamente, se o líder dos Akanishi não tinha autorizado sua punição, se Yamashita estivesse agindo por conta própria, um samurai tão disciplinado quanto Tanaka não poderia permitir este tipo de atitude. Kamenashi, no entanto, se pegou desejando que a razão do samurai não fosse assim tão sóbria... Haveria alguma chance de que Tanaka tivesse se arriscado por ele? Algo assim era impensável. Ninguém da sua família o teria feito. Um desconhecido poderia se colocar em tal risco?

– Eu peço perdão... – ele murmurou. – Akanishi-sama não deveria se preocupar comigo. E sou grato... Pelo tempo que desperdiçou para me proporcionar algum conforto. Eu jamais serei capaz de esquecer essa atitude nobre.

Akanishi apenas movimentou a mão, dispensando aquela formalidade. Sorriu para o prisioneiro.

– Nós somos vizinhos, Kamenashi-dono. Esta guerra não tem sentido.

Sim, não tinha sentido, Kamenashi pensou consigo mesmo. Com qual propósito ele estava ali ferido e humilhado? Estaria fazendo o certo em entregar Jin dessa forma para o seu pai. Depois de toda a consideração que havia recebido de sua parte? Seu coração chegou a doer quando pensou que estava enviando Jin para um grande perigo. Imaginava que seu pai não o torturaria, precisava de Jin vivo para barganhá-lo pela vitória da guerra, mas a saúde de Jin sobreviveria a este trauma?

Repreendeu-se por este pensamento fraco logo em seguida. Imaginou que devia ser porque seu corpo estava fraco, as suas convicções estavam vulneráveis. Precisava ser firme e prosseguir com seu destino... Ele precisava.

Estava contente, no entanto, em passar seus últimos dias na companhia de Akanishi e Tanaka. Porque seria agradável ter a gentileza de Akanishi por mais tempo e porque sentia-se melhor quando Tanaka estava por perto.

Akanishi se ofereceu para tocar-lhe uma música e Kamenashi agradeceu. Dormiu sem perceber envolvido pelo som do shamisen.


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