Gina Weasley

Ela se segurava para não começar a dar pulinhos de felicidade. Ia sair com Cedrico Diggory, o novato completamente lindo e gostoso – que também era seu vizinho – de Hogwarts.

– Ele só pediu para você repassar a matéria com ele Gina – Hermione bufou pela milésima vez enquanto Gina revirava os olhos.

– Ai Hermione, deixe de ser estraga prazeres, okay? Eu. Vou. Sair. Com. Cedrico. Diggory! – Gina disse as palavras lentamente, apreciando o momento.

Podia imaginar a expressão de inveja de Pansy Parkinson quando ela soubesse que a Weasley havia conseguido sair com o garoto antes que ela pudesse fazer qualquer coisa.

– Olha, ele é lindo – Hermione falou sonhadoramente – E simpático e tem todos aqueles músculos – soltou um suspiro antes de virar para a ruiva e arquear as sobrancelhas. – Mas não se iluda ainda, ele só quer repassar as matérias para saber que conteúdos estão dando em Hogwarts e se é muito diferente do que ele estudava antes. Não crie tantas expectativas Gina, pode acabar se dando mal – e então, Hermione a fez voltar a colocar os pés no chão.

Esse era o problema de Gina. Sempre criava expectativas e sonhos com relação à alguém. Aquele maldito platonismo!

Como aconteceu com Harry, por exemplo. Ela sempre soube que o garoto era o maior galinha, mas mesmo assim insistia em criar expectativas com relação à ele. E no que isso deu? Em nada, claro, sem levar em conta um pedido fajuto de namoro.

A culpa nem era dele, claro, afinal o garoto sempre fora acostumado à ter tudo nas mãos, mas mesmo assim gostaria de poder fazê-lo ver que o mundo não girava em torno dele. E a expressão em seu rosto quando lhe dissera que iria sair com Cedrico fora, de longe, uma das coisas mais engraçadas que já vira na vida.

– Okay, você tem razão – Gina resmungou e atirou-se em cima da cama.

Estavam na casa de Hermione para, segundo o que disse à sua mãe, ‘estudar e colocar os deveres em dia’. Mas é claro que na verdade tudo o que queriam era conversar e fofocar um pouco.

Não que fossem um bando de fofoqueiras, mas fala sério, qual garota não gosta de se juntar às amigas para colocar os assuntos em dia? E, é claro, comentar sobre os novos cortes de cabelos das ‘populares’ e sobre as suas roupas. Coisas normais.

TOC, TOC, TOC.

O barulho de alguém batendo na porta do quarto de Hermione fez Gina erguer-se da cama.

Hermione caminhou até a porta e a abriu. Luna Lovegood entrou, seus cabelos loiros presos de qualquer jeito em um coque em sua nuca e, coisa muito rara, uma expressão furiosa no rosto.

– Cara, é o apocalipse? – Gina comentou de brincadeira enquanto a loira encarava as duas com uma expressão severa no rosto.

– Eu estou gostando do Malfoy – Luna disse rapidamente.

Um silêncio completamente tenso recaiu sobre elas enquanto Gina tentava decifrar o que a garota havia dito.

– Você. Gosta. Do. Malfoy? – Hermione reagiu primeiro, arregalando os olhos como se não conseguisse acreditar em suas próprias palavras.

– Podem falar – Luna bufou e se atirou na cama do mesmo modo que Gina havia feito momentos antes. – Eu estou perdida.

– Sim, você está perdida – Gina conseguiu proferir.

Ronald Weasley

Existiam duas coisas que, para Rony, eram essenciais. A primeira eram mulheres.

Tudo bem que não chegava aos pés de Harry quando o negócio era pegar alguém, mas ainda assim tinha suas ‘pretendentes’.

E a segunda era futebol. Definitivamente.

Rony era goleiro do time principal de Hogwarts High School e encarava isso como uma grande honra. O problema era que havia algo que o incomodava. Muito.

O negócio era que, nos treinos, Rony era excelente, conseguia capturar noventa e cinco por cento dos chutes à gol, mas na hora do jogo...

Faltava apenas uma semana para o inicio dos jogos e isso influenciava muito seu humor nos treinos, tornando-o instável e mal-humorado. O que só aumentou ainda mais quando um novo jogador foi anunciado:

– Pessoal! – o treinador chamou, fazendo-os interromperem suas ocupações e encará-lo.

– O que será? – Rony ouviu Harry perguntar à ele enquanto ambos seguiam junto ao time na direção em que o treinador estava.
Ele deu de ombros sem ter idéia.

– Vai ver ele quer nos chamar para tomar um drink com ele qualquer dia desses – todos sabiam do caso do treinador com as bebidas. Triste.

Harry deu um soco em seu ombro antes de pararem em frente ao treinador e ao lado de todos os jogadores.

– Bem, eu queria que vocês dessem às boas vindas à Cedrico Diggory, o mais novo atacante titular do time – ele sorriu como se a noticia fosse uma das melhores coisas do mundo enquanto o garoto estúpido e loiro se aproximava de onde estavam e sorria para eles.

Rony olhou para Harry e não foi preciso muitas palavras para saberem o que ambos pensavam.

Eles iriam achar alguma forma de tirar o loirinho do time. Custasse o que custasse.

–-X—

– Deus, vocês estão sendo muito, muito e muito infantis! – Hermione exclamou pela milésima vez enquanto dava voltas e mais voltas pela sala de estar da casa dos Potter.

Rony revirou os olhos.

– Fala sério Hermione, o cara é um babaca – Harry resmungou. – Só porque sabe dar alguns dribles não significa que ele seja bom. Sem falar que ele era de Durmnstrang! DURMNSTRANG! E naquela escola só tem terroristas!

– Por favor, vocês estão sendo completamente preconceituosos e ridiculos! – ela bufou e arqueou as sobrancelhas. – Vocês já falaram com ele por acaso?

– Ah... – Harry começou.

– Hum... – Rony tentou articular alguma coisa, mas ela o impediu.

– VOCÊS NEM FALARAM COM ELE! Isso daí, sabe o que é? – ela sorriu vitoriosa – Isso é ciúme!

– Claro que não! – Rony protestou, mas novamente ela o calou.

– O garotinho novo que chama a atenção das garotas – sorriu novamente. – É queridos, vocês não são o centro do universo – ela encarou-os profundamente antes de voltar a caminhar pela sala.

– Chamando a atenção das garotas! – Rony bufou. – Deus, vocês é que são um bando de retardadas! Imagine! Aquele cara é quase a cópia perfeita daquele vampiro dos filmes idiotas que vocês assistem – sorriu maliciosamente enquanto a via ficar corada pelo insulto do filme. – Só falta ter asas e brilhar ao sol!

– Vampiros não tem asas! E o brilho é legal e parece... ARGH! Porque eu estou falando isso mesmo? – ela bufou consigo mesma e parou em frente à eles. – Quer saber? Se quiserem fazer isso, ótimo, façam. Mas quando vocês estiverem tão ferrados que vão ser expulsos de Hogwarts, não me peçam por ajuda, porque eu vou estar rindo da cara de vocês! – disse antes de dar as costas e sair da sala imperiosamente.
O silêncio ficou entre eles por algum tempo, até que a risada de Harry foi ouvida.

– Edward Cullen? – ele riu novamente. – Cara, eu nunca tinha pensado nisso! Mas é quase igual – ele disse e deu um soco no ombro de Rony que gargalhava.

– Até que ver Cedrico brilhando na frente de todos não seria tão ruim – Rony sorriu maldosamente enquanto arqueava as sobrancelhas para Harry que sorria, entendendo o recado.