No terceiro dia de internação Sara estava ansiosa pela sua saída do hospital, assim como seus amigos.

Dr.: Muito bem srtª. Sidle, não apresentou nenhuma complicação e já esta liberada, porém se notar qualquer anormalidade não hesite em me ligar, a qualquer hora do dia ou da noite, combinado?

SS: Com certeza, não se preocupe Drº, o pior já passou, tenho certeza. (Sara hesitou por um momento, mas finalmente perguntou o que queria e o que a atormentava), Drº, como está o Grissom?

Drº.: Sobre isso eu teria que conversar com a srtª. Em minha sala, onde não nos interrompam e onde não possam nos ouvir.

SS: Então o assunto é sério?

Drº.: Infelizmente sim.

SS: vamos para sua sala então? Preciso saber o que etá acontecendo.

Drº.: É mais aconselhável que vá para sua casa e repouse, depois nós falaremos.

SS: A única coisa que eu fiz nos últimos dias foi repousar, estamos falando da vida do pai do meu filho, do homem que salvou a minha vida, se tem algo para me dizer diga de uma vez.

Drº.: Ok, vamos para a minha sala.

Na sala do médico.

Drº.: Primeiramente, a srtª sabe que este transplante é arriscado por si só, somado ao fator idade, o risco se torna ainda maior.

SS: (Sara já estava ficando impaciente) Por favor Drº. o srº já me explicou tudo isso, eu já sei o que aconteceu, o que eu quero saber é o que está acontecendo agora!

Drº.: O srº Grissom deixou uma outra carta, nesta carta ele deixa claro o que deve ser feito em caso de coma.

SS: Como assim?

Drº.: Ele não quer ser mantido vivo por aparelhos, ele já está em coma a três dias, e deixa claro em sua carta que não que este estado seja mantido por mais de sete dias,.

SS: (Estarrecida) Como, desligar os aparelhos, ele pediu para desligarem os aparelhos, é isso?

Drº.: Sim, se o coma persistir, é vontade dele que na manhã do oitavo dia os aparelhos sejam desligados. Eu realmente sinto muito, mas ele assinou um termo de responsabilidade, não há nada que eu possa fazer, eu tentei convence-lo do contrário mas foi inútil, infelizmente acho que ele entrou na sala de cirurgia sem nenhuma intenção de voltar.

SS: (em lágrimas) Isso não é possível, não é justo, será que ele não pensou em nós, nos amigos dele, no nosso filho!

Drº.: eu acompanhei pela televisão essa disputa de guarda, seu seqüestro, as suspeitas que caíram sobre ele, enfim, não sou próximo, não compreendo e nem ao menos posso tentar compreender toda a confusão e todos os problemas que envolvem as vidas de vocês, o que eu sei é que algo aconteceu que o fez desistir de viver,  e por mais que estivessem em uma disputa de guarda e em uma guerra pessoal ele arriscou tudo pela srtª e aparentemente a decisão dele de desistir não a agradou, é óbvio que sua tristeza não é a de uma amiga, tão pouco esta sofrendo apenas por seu filho que perderá o pai.

SS: O que o srº quer dizer com isso?

Drº.: Vá falar com ele, estudos mostram que pacientes em coma que recebem visitas que demonstram afeto reagem muito melhor e mais rápido, como eu já disse não conheço os problemas que envolveram a separação de vocês, mas está claro que ainda se amam, deixe os problemas para traz, nestas horas o amor e o perdão devem prevalecer. Já vi muitos casos em que a mulher ou o homem só decide dizer o que realmente sente quando não há mais tempo, não guarde isso aí dentro, não conseguirá viver com isso depois.

SS: (desorientada) Preciso ir pra casa agora, prometo que vou pensar em tudo o que me disse, obrigada.

Drº.: Pense mesmo, pense em seu filho também, sei que será difícil para ele, mas se conseguir que ele venha falar com pai seria ótimo, o seu nome e o do filho, foram as últimas palavras ditas por ele.

Sara saiu do hospital sozinha, já estava planejando ter esta conversa com o médico por isso não disse a ninguém o horário em que sairia, precisava de um tempo para pensar em tudo o que aconteceu.