Long Live escrita por bieljudd


Capítulo 2
Fogo




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Era fim de novembro e começava a realmente esfriar em Hogwarts. Eu gostava disso, eu realmente gostava do Natal e de como o castelo ficava naquela época do ano. Já havia neve pelos pátios nos dias mais frios, e naquela manhã estava realmente frio.
Em geral, eu andava mais com garotos, o que me diferenciava do estereótipo de gays. Mas eu nem me considerava isso aí. Eu apenas gostava de garotos, eu não tinha absolutamente nenhuma atitude considerada afeminada. Eu realmente não me sentia diferente dos outros garotos da minha idade. Meus melhores amigos eram os gêmeos Jimmy e Josh Fletcher. Eles tinham cabelo liso castanho com uma franja curta. Era muito fácil diferenciá-los. Josh usava a franja para a direita e tinha olhos verdes, e Jimmy usava para a esquerda e tinha olhos azuis. Os dois tinham indícios de sardas no rosto, e os dois odiavam isso, ao ponto de já terem tentado inúmeros feitiços para retirá-las. Depois de tantas falhas, acho que se conformaram com as pintinhas. O pior é que eu sempre achei aquilo tão bonito.
Eu já tinha ficado com Jimmy uma ou duas vezes – Josh quase enfartou quando descobriu. Mas acabou achando aquilo muito engraçado; palavras dele. De vez em quando Jimmy e eu ainda dormíamos juntos, sem nenhum toque de malícia nem nada. Apenas nos abraçávamos. Ele não conversava muito. Era um homem de poucas palavras. E além do que ele tinha uma namorada linda – Em geral ele dormia comigo quando brigava com ela e ia para a cama chorando. Era o garoto mais fofo que eu já tinha conhecido. Meu melhor amigo.
Josh era mais durão, ele cuidava do irmão como um segundo pai. Era um artilheiro brilhante para o time da Grifinória. Ele cortava o campo em poucos segundos e fazia mais gols que o resto do time inteiro. Ele me acompanhava em cervejas amanteigadas e de vez em quando eu o acompanhava com algumas garotas. Não era muito minha praia, mas eu não poderia fugir do que eu era – um homem. Eu sempre achei garotas muito fascinantes. Por mais que eu nunca tivesse me apaixonado por uma.

Eu entrei na aula de defesa contra a arte das trevas – atrasado como sempre. Encontrei todas as mesas afastadas para a parede e todos os alunos enfileirados bem no meio da sala. Encarei a cena por três segundos mais ou menos e entrei de vez.
O professor veio até mim naquele mesmo instante. Meu professor favorito, Sr. Darien Foxx. Era uma figura muito pelicular, mesmo para os professores de Hogwarts. Sempre me fez lembrar o personagem de Johnny Depp no filme Sweeney Todd. Ele tinha mesmo um cabelo preto com uma mexa branca bem na frente, usava luvas de meio dedo e tinha olhos bem fundos e na maioria dos dias com uma fúria iminente dentro deles.
–Posso perguntar ao senhor onde se encontrava nos últimos dez minutos? – Ele perguntou sério com o cenho franzido e os braços por trás
–Me arrumando para vir para a sua aula, senhor.
–E por que não fez isso junto com os seus amigos? – Apontou para os gêmeos que já estavam na fila como se estivessem a venda.
–Sinto muito senhor. Eu não acordei a tempo. E ninguém me acordou também... – Eu disse com os olhos provavelmente ridiculamente arregalados. Eu tinha essa mania.
–Está bem... – Ele relaxou a tensão do rosto – Se junte aos seus colegas. Vamos ver algumas criaturas hoje, pois bem? – Apenas assenti e ele voltou para a frende da sala.
Eram minhas preferidas as aulas práticas. Onde realmente iriamos fazer feitiços e treinar conjurações. Eu gostava quando ele nos colocava de frente para bichos-papões, algo que era tão raro nos últimos meses...
–Pois bem classe. Hoje vamos conhecer melhor os Eliopatas. Alguém sabe me dizer o que são essas criaturas? – Ele disse puxando a cortina no fundo da sala revelando uma imensa caixa de ferro sem nenhuma abertura aparente.
–Espíritos de fogo. São capazes de transmutar sua forma, quase como um bicho-papão, mas sempre serão feitos de chamas... – Uma garota da Lufa-Lufa respondeu sem levantar a mão.
–Muito bem Sra. Sparks... E como nos livrarmos deles?
–Com feitiços de água? – Ela já não tinha tanta certeza.
–Não apenas... Podemos usar qualquer feitiço neles. Feitiços de água os matariam, mas esse não é o intuito hoje, então vamos usar apenas feitiços de ataque comuns. Quem vai ser o primeiro?
Alguns garotos as Grifinória tomaram frente da fila e o professor passou a varinha em linha reta na caixa prateada. Por alguns segundos se fez silêncio na sala. A parte da frente da caixa se abriu em suas partes.
–Charles, qual é a criatura que você tem mais medo – O professor perguntou com receio sem tirar a mão de sua varinha e os olhos da caixa.
–Aranhas, professor. – O garoto respondeu erguendo a varinha.
Naquele momento dezenas de aranhas flamejantes do tamanho de uma mão grande começaram a correr para fora da caixa indo em direção ao garoto. Ele não se demorou à conjurar o feitiço que melhor lhe ocorreu:
–Immobilus! – Houve um baque alto saindo da varinha e as aranhas foram paralisadas – Confringo! – As aranhas foram arremessadas para o fundo da caixa outra vez numa explosão branca.
–Muito bem Charles! – O professor gritou – Próximo!

Muitos garotos e garotas foram um a um atingindo a criatura de formas diferentes, mas como não eram feitiços de água, ela continuava a se levantar, se transmutando a cada aluno que tomava a frente. Greg estava logo a minha frente... Sim! Foi algo proposital meu. Ele às vezes demorava um pouco para pensar no feitiço certo e isso já quase o matou uma vez. Preferi ficar atrás pra garantir que ele não se machucasse.
A garota da frente de Greg arremessou o monstro pra o alto e foi para o final da fila. Eu assisti as chamas do monstro começarem a crescer por cima do ombro dele. O que era um dementador começou a se transmutar lentamente. O calor da sala aumentou enquanto a criatura se contorcia no chão tomando outra forma. Por fim ela se levantou na forma de um lobisomem de pelo menos dois metros de altura. Greg ficou estático e se quer ergueu sua varinha. Eu queria poder ter visto seu rosto, mas do jeito que ele travou eu pude imaginar bem seu rosto ficando pálido.
Todos começavam a gritar ou grunhir algo. Eu puxei ele para trás com a mão esquerda e com a direita apontei minha varinha para o grande canino de fogo.
–Glacius! ¬– Eu conjurei num sussurro. Minha varinha disparou uma rajada esbranquiçada na criatura junto a uma ventania gélida.
O professor virou espantado para mim enquanto a chama do Eliopata se apagava e ele começava a congelar. Eu não abaixei minha varinha, deixei a rajada gelar o monstro por completo, e aquilo pareceu tão bom. Eu não entendi bem a razão... Mas por que parar?
Quando eu sessei a conjuração, um dos braços de Greg contornava minha cintura. O lobisomem estava forrado de gelo fosco, completamente imóvel.
–Pois bem! Depois desse ato de bravura do Sr. Hudson – Que vinha a ser o meu sobrenome – Vamos precisar de uma pausa para descongelar o coitado do Eliopata – O professor veio até mim então – Por que você não leva o Gregory para tomar um ar lá fora?
–Se estiver tudo bem por ele – me virei para ele – por você... Vamos?
Ele só fez “que sim” com a cabeça e então saímos da sala. Eu com a mão em seu ombro. Talvez eu estivesse tirando um pouco de proveito, mas eu merecia – Eu tinha salvado a vida dele poxa vida...
Saímos pelos corredores até chegarmos ao pátio. Me sentei ao lado de Greg em um dos bancos em volta da fonte ao centro. Ele se aconchegou em mim apoiou sua cabeça em meu ombro. Sim, eu estranhei, mas NÃO, eu realmente não reclamei.
–Qual foi a do lobisomem? – Eu perguntei olhando para... O nada.
–Quando eu era pequeno, um lobisomem me atacou. Se não fosse o meu pai, eu estaria morto. Ele saiu muito ferido naquela noite, e o lobisomem fugiu. Desde aquele dia eu tenho muito, muito medo de todos eles... – Ele parou, olhou para mim e prosseguiu – É muito idiota, né?
–Com certeza não. Eu estaria na mesma situação que você no seu lugar... Ou pior.
–É... Talvez. – Ele segurou meu braço – Por que você me salvou?
–Porque eu não queria que você se machucasse.
–Isso é muito legal da sua parte... Obrigado.
Ficamos em silêncio por alguns segundos. Não havia nenhuma alma naquele pátio que não fosse a minha ou a de Greg. Nesse curto instante me senti tão bem como não me sentia em muitos meses. Passei meu braço por trás dele e o segurei mais perto de mim.
Depois de ter lido Crepúsculo no último verão, e ter me arrependido amargamente disso, de três coisas eu estava convicto.
Primeira, Greg era um bruxo.
Segunda, havia uma parte dele, que estava encostada em mim, e parte dessa parte, estava muito perto do meu membro.
E terceira, eu estava irrevogavelmente apaixonado por ele.
Mas eu nem sei bem o que irrevogável significa.


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Notas finais do capítulo

( Só pra constar, eu não tenho nada contra Crepúsculo, o personagem tem )
Desculpem se tem erros demais, mas aqui está.
Reviews me ajudam muito, sério.



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