Long Live escrita por bieljudd


Capítulo 3
Coruja




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Ok... Lá estava eu, jogado na minha cama no fim do dia totalmente sozinho no dormitório. Não era como se eu tivesse jogado uma chance no lixo por não ter beijado o garoto naquela manhã... Também não era como se eu tivesse ganhado o dia. Eu apenas me sentia muito leve.
Criei alguns passarinhos com minha varinha enquanto eu ia numa viagem mental até o dormitório da Lufa-lufa – Até a porta, porque eu não tinha a menor ideia de como era lá dentro – O canto dos passarinhos sempre me ajudaram muito nessas “brisas”.
Eu pensava e pensava de novo em modos que eu poderia me aproximar de novo daquele garoto, mas todos pareciam tão desesperados, ou gay demais. Eu não queria deixar muito claro meu interesse por ele, nem parecer uma garota, muito menos fazer com que ele parecesse uma garota... Era tudo muito confuso.
Eu rolei na cama abraçado com um travesseiro e ouvi um barulho de bicadas em uma das janelas. Eu pensei que fosse um dos passarinhos que eu havia criado, então eu incendiei todos eles no ar sem mesmo olha para eles – Eram pássaros de mentira, não era homicídio. Mesmo assim as bicadas continuaram, olhei para a janela e vi uma coruja tyto branca, muito bonita por sinal, com uma carta no bico.
Levantei da cama num pulo só e corri até ela e na mesma hora a carta foi entregue a mim gentilmente pela coruja. Assim que eu abri o envelope, ela se foi.
–Adam,
Obrigado por hoje de manhã, muito obrigado mesmo. Não sei o que rolou entre nós depois... Mas eu gostei, independente do nome que se dá àquilo. Espero que tenha sido recíproco, ou eu estou fazendo um baita papel de idiota.
G.
Saí do quarto correndo com o envelope aberto em mãos e desci as escadas até a sala comunal onde os gêmeos estavam sentados em um sofá de couro marrom. Me atirei entre os dois e mostrei a carta. Queria ter visto o meu sorriso naquela hora, porque era tão grande que doía.
–Que porcaria é essa? – Josh perguntou arrancando o papel da minha mão.
–Não é porcaria! É uma carta... Do Greg. – Eu sussurrei a última parte.
–Deixa eu ver! – Jimmy pegou a carta da mão do irmão por cima de mim.
Ele começou a ler e Josh me perguntou quem era Greg...
–Josh... Mesmo? Eu te falei desse cara umas cinquenta vezes só esse ano.
–É aquele cara da Lufa-Lufa?
–É... Aquele cara da Lufa-Lufa Josh... – Eu franzi o cenho para ele e me voltei para Jimmy.
–Muito legal Adam, você vai responder, né? – Jimmy disse. Eu havia contado a ele sobre o que aconteceu no pátio.
–Vou... Só não sei o que responder.
–Você sabia que de quintas feiras, ou seja, amanhã... O campo de Quadribol não é usado depois das quatro horas?
–E onde isso resolve meu problema? – Eu perguntei pegando o envelope de volta.
–Não tem ninguém lá, mesmo... – Ele disse com as sobrancelhas erguidas.
–Como você sabe disso, e eu que sou do time há vários anos não sei? – Preguntei indignado.
–Adam, você não é o melhor, nem o mais influente jogador de Quadribol dessa escola. Você é no máximo o batedor mais magrelo de toda a história... – Ele disse dando um soco fraco em meu braço – E além do que, eu preciso de um lugar pra dar uns amassos com a Lara... –Disse mais perto do meu ouvido e deu um beijo estalado no meu rosto, logo se levantando – Por um acaso... Ela está logo ali.
Deus, eu odiava o Jimmy às vezes. Basicamente, quando ele estava certo. Fechei a cara, peguei papel de carta em cima da mesa – eu não sabia de quem era aquilo. Não perguntei – e saí pela porta da mulher gorda o mais rápido que pude.
Fui para o corujal e respondi a carta de Greg:
–Greg
Você sabia que depois das quatro horas, nas quintas feiras, o campo de Quadribol fica inutilizado?
A.B.
Resolvi colocar as iniciais do nome do sobrenome (Brown) só pra não ficar tão igual à carta dele. Mandei minha coruja enviar a carta.
Era uma coruja do deserto de penas bem escuras. O nome dela era Diana. Por causa da Mulher Maravilha. Não recrimine... Eu tinha onze anos quando ganhei. Em geral eu não gostava muito daquela coruja, mas ela era simpática e nunca errou um destinatário.
Agora era só ir para o maldito campo e esperar que ele também fosse.


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Notas finais do capítulo

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