Dream A Little Dream escrita por milacavalcante


Capítulo 22
Capítulo 22 - Somewhere only we know


Notas iniciais do capítulo

Podem me matar, eu mereço.
Mil desculpas pela demora gigantesca pra postar e ainda postar um capítulo minúsculo!
Obrigada por todas as recomendações, reviews e MP's pedindo pra eu voltar a postas, eu nunca desisti da fic e nem vou desistir, ok?
Aproveitem



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Acordei com a sensação que tinha dormido por dias.

Espreguicei-me esperando minha mãe começar a gritar dizendo que eu estava atrasado mas ela não apareceu então me levantei.

Tentei não pensar no dia de ontem, tentaria viver minha  vida como ela era antes de Poseidon aparecer. Arrumei-me para a escola e abri a janela esperando ver Annabeth mas sua janela estava fechada.

Fui até a cozinha e dei um beijo na minha mãe.

- Bom dia. – disse pegando ovos e suco de laranja.

- Caiu da cama? – mamãe perguntou dobrando a página do jornal.

- Quase. – respondi atacando meu café da manhã.

Terminei de comer e saí de casa. Olhei pro carro estacionado na garagem e dei as costas a ele, não morreria se fosse andando por um dia.

POV ANNABETH

Voltei para o meu quarto e fiquei pensando no que tinha acontecido. Por fim, voltei a escrever.

Nessas últimas semanas passei tanto tempo escrevendo que estava quase acabando tudo o que tinha a dizer.

A sensação era de que tinha desativado uma bomba-relógio. Sabia que não estava completamente sã e que poderia ter uma recaída a qualquer momento. A ideia continuava ali, pairando sobre mim, esgueirando-se como uma serpente, esperando um momento de fraqueza para poderar-se sobre mim.

Porém, sabia também que não estava sozinha e isso me dava forças pra resistir.

Escrevi por horas a fio até o sol clarear e com grande euforia tinha percebido que com o nascer do sol a minha história chegava ao seu último ponto.

Fui até o escritório, tirei cópia de todas as folhas e fui me arrumar pra escola.

Acabei vestindo a primeira coisa que encontrei e desci pra tomar café, deixando o manuscrito da minha história na estante de livros e a cópia na mochila.

Tomei três xícaras de café pra me manter acordada e fui pra escola cochilando no banco de trás do carro.

Entrei na sala na hora em que o sinal tocou. Sentei-me ao lado de Thalia e ela começou a falar antes mesmo que eu terminasse de bocejar.

- Você está horrível hoje. – ela comentou.

- Bom dia pra você também. – respondi revirando os olhos.

- Porque essa cara de sono? – ela perguntou.

- Porque eu não dormi, é claro. – respondi deitando a cabeça sobre a mesa.

Thalia fez uma careta estranha.

- Jura? Isso dá pra perceber. – ela disse revirando os olhos.

– OK, reformulando a pergunta... O que a fez ficar acordada a noite inteira?

- Insônia. – menti. – Cadê o Nico?

- Morto, eu espero. – ela disse dando de ombros. – Ou perto disso.

- Brigaram de novo? – arrisquei.

Thalia bufou.

- Ele fica agindo como um idiota e espera que eu fique calada. – ela disse fechando a cara.

Revirei os olhos.

- Até amanhã vocês fazem as pazes. – digo pegando o livro da mochila.

- Espero. – Thalia choramingou.

Ri da cara dela até levar um tapa na coxa.

Tentei prestar atenção na aula mas acabei adormecendo.

Acordei com a Thalia me sacudindo com força.

- Você dormiu a aula toda, animal. – ela disse arrumando sua bolsa.

- A aula já acabou? – perguntei sonolenta sentindo que havia uma marca vermelha na minha bochecha onde meu braço ficara apoiado.

- O primeiro tempo acabou. – ela suspirou. – Ainda temos um dia inteiro.

Gemi de frustração e levantei para a próxima aula.

As horas passaram lentamente, meus olhos pesavam mais e mais a cada segundo que passava, por sorte hoje não teria treino de torcida então quando o último sinal bateu quase gritei de alegria.

Percy estava como de costume me esperando na frente da sala de aula e quando viu minha cara revirou os olhos.

- Escrevendo até tarde de novo? – ele perguntou passando o braço ao redor de mim.

- Vamos embora antes que eu faça você me carregar. – disse sonolenta.

- Não seria um problema. – ele disse e me soltou.

- Ah não Percy, você não vai... – disse mas fui interrompida porque ele me pegou pelas coxas e colocou no ombro dele.

- Ai meus deuses Percy, eu vou cair, me bota no chão. – gritei batendo na costa dele.

Ele riu e continuou andando.

- Sem escândalo Annabeth. – ele disse rindo.

- Me larga. – gritei de novo mas dessa vez rindo.- Idiota.

Ele acabou me carregando até a entrada da escola.

- Cheguei a dizer que vim andando hoje? – Percy falou coçando a cabeça.

Gemi de preguiça.

- Porque logo hoje? – perguntei olhando pro céu. – Tudo bem, eu aguento.

- Preguiçosa- Percy disse revirando os olhos.

Começamos a andar lentamente.

- E então? – ele indagou.

- O que? – disse encostando a cabeça no ombro dele e fechando os olhos.

- O que temos pra hoje? – ele perguntou colocando a mão na minha cintura. – Aulas de direção, nadar no lago, fazer dever de casa...?

Bocejei.

-... Ou dormir. – ele completou.

- Dormir. – disse fazendo um positivo com a mão. – Parece ótimo.

- Imaginei que fosse dizer isso. – ele disse revirando os olhos.

Andei pelas ruas praticamente cochilando no ombro de Percy.

- Vai querer que eu te carregue até o meu quarto? – Percy indagou com humor quando chegamos na porta da sua casa.

- Seria pedir demais? – brinquei e cocei os olhos. – Eu acho que posso andar só mais um pouquinho.

Entramos na casa de Percy lentamente.

- Mãe, cheguei. – ele gritou mas ninguém respondeu.

- Acho que ela saiu. – disse bocejando.

- Também acho... vai subindo pro quarto, vou ver se ela deixou algum bilhete dizendo onde está. – ele disse indo em direção à cozinha.

Subi as escadas lentamente.

Tão lentamente que quando cheguei na metade da escada Percy voltou e me alcançou num segundo.

- Pelo amor de Deus Annabeth, você fica muito lenta com sono. – ele disse me carregando de novo.

- Não precisa me carregar. – disse depois que ele me jogou na cama. – Eu ia acabar chegando de qualquer jeito.

- Talvez amanhã. – ele disse rindo e tirando o tênis.

- Isso. – disse e tirei meus sapatos.

Deitei na sua cama e ele deitou ao meu lado. Encostei minha cabeça em seu ombro e fechei os olhos.

Percy começou a mexer no meu cabelo até eu pegar no sono.

Acordei algumas horas mais tarde com a mão de Percy na minha cara. Tirei-a tentando não acordá-lo e me levantei.

Notei que o sol já estava se pondo então tirei o manuscrito da minha bolsa e deixei ao seu lado na cama com um bilhete escrito ‘’não mostre a ninguém, com amor Annabeth.’’

Calcei meus sapatos e peguei minha mochila no chão. Fui até a varanda e pulei para o meu quarto.

Espreguicei-me preguiçosamente e senti que tinha algo errado no quarto. Sabe aquela sensação de que alguém tinha entrado e revirado as suas coisas? Era o que eu sentia.

Imediatamente corri para a minha estante de livros e verifiquei se o manuscrito continuava lá.

Suspirei quando o encontrei no mesmo lugar que o tinha colocado pela manhã e o tirei de lá, pensando num local mais seguro para coloca-lo.

Podia ser só paranoia minha mas preferi não arriscar e acabei escondendo em um fundo falso na minha mala.

Tomei um banho demorado e vesti roupas confortáveis.

Fui até a cozinha atrás de algo pra comer e passando pela sala a encontrei uma verdadeira bagunça.

- Uou, fizeram uma festa aqui? – indaguei para Carly que estava juntando latas de refrigerante vazias.

- As meninas vieram pra cá. – ela disse.

- E alguém entrou no meu quarto? – perguntei como quem não queria nada.

- Não, acho que não. – ela disse franzindo as sobrancelhas. – Sumiu alguma coisa?

- Não sumiu nada. – respondi simplesmente. – Cadê o Malcom?

- Não apareceu ainda. – ela disse. – Onde você estava?

- No Percy. – respondi amarrando meu cabelo em um rabo de cavalo.

- Não quer me ajudar? Mamãe está para chegar. – ela disse pegando mais duas latas.

- Quantas pessoas estavam aqui? Cinquenta? – indaguei pegando mais duas latas de refrigerante.

- Umas trinta. – ela disse corando.

Revirei os olhos e continuei ajudando a limpar.

POV PERCY

Acordei caindo da cama assustado e chutando um monte de livros pra debaixo da cama com o pé.

Depois que a sonolência passou levantei do chão e encontrei a cama vazia.

- Annabeth? – chamei mas não obtive resposta.

Saí do quarto passando a mão nos cabelos e encontrei a minha mãe sentada no sofá com uma xícara de café entre as mãos.

- Onde você estava, mãe? – perguntei indo até a cozinha pegando um copo d’água e voltando pra sala.

Minha mãe respirou fundo e me olhou com tristeza.

- Eu sinto muito, filho. – ela disse pegando um pedaço de papel de seu colo. – Eu estava com o seu pai.

- O que aconteceu? – perguntei prontamente.

Ela me estendeu o papel com dedos trêmulos.

Era uma carta escrita à mão. Desdobrei o papel lentamente com receio do seu conteúdo.

‘’ Querido Percy,

Saiba que esconder minhas condições de você foi a tarefa mais difícil que eu já fiz. A culpa disso tudo é minha. Eu queria que as coisas tivessem se desenrolado de outra maneira porém não posso mudar o passado. Vou tratar da minha doença em outra cidade e se por ventura eu continuar vivo, procurarei você e farei de tudo para que você perdoe meus erros.

Pelo tempo que ficamos juntos pude perceber o quão maravilhoso você é e disso eu não esquecerei. Você me dá muito orgulho, Percy. Cuide de sua mãe pois ela é uma mulher excepcionalmente especial e cuide para que Paul cuide dela como ela merece ser cuidada. Sentirei muito sua falta.

Com amor, Poseidon. ‘’

Fiquei alguns minutos apenas fitando a carta inexpressivo.

- É melhor assim. – disse suspirando pesadamente. – É melhor assim.

Minha mãe me abraçou e sussurrou palavras que não me dei ao trabalho de ouvir.

Voltei pro quarto sem vontade de fazer qualquer coisa. Joguei-me em cima da cama e dei um grito abafado contra o travesseiro.

Está tudo bem. Era o que eu repetia na minha mente. Não havia mais nada há fazer.

Tudo ficaria bem.

Algum dia.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Me conte nos reviews!
Vou começa a dar um rumo final pra história por isso o capítulo ficou pequeno, não me odeiem...
Espero que vocês tenham gostado e não me abandonem!
caso queiram me pressionar pra postar mais rápido, aceito ameaças via twitter @euinwonderland
beijos