The Death. escrita por July Carter


Capítulo 5
Capítulo quatro.


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, queria agradecer a todos que comentaram o último capítulo e desejar a vocês um feliz dia do leitor. rs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/178092/chapter/5



Come break me down!
Bury me, bury me!
I am finished with you!
Look in my eyes!
You're killing me, killing me!
All I wanted was you!
The Kill – 30 seconds to mars


A garota baixa com corpo volumoso encarava o uniforme branco a sua frente temerosa. Já fazia quase dois meses desde que chegou naquele lugar, e particularmente, ela não lembrava, ou melhor, preferia evitar lembrar que existia vida longe daquele campo de batalha, que em algum lugar do mundo havia pessoas felizes que viviam com suas famílias. Se bem, que família de verdade é uma coisa que ela não tinha.

– Ainda não está pronta novata? – resmungou uma senhora baixa. Seu rosto não aparentava muita idade, mas os seus olhos não a deixava negar, ela com certeza tinha mais de sessenta anos. – Precisamos de sua ajuda. – completou ao perceber que Isabella a encarava.

– Minha ajuda? – perguntou atordoada. Todos ali preferiam deixa-la distante. Para a maioria, Isabella era apenas uma criança... Uma criança órfã. Se estivesse no meio daquelas mulheres mais experientes apenas atrapalharia. Na verdade, se ela estivesse viva ou não, ninguém se importaria.

– A menos que exista outra pessoa aqui... Sim, infelizmente precisaremos de sua ajuda. – ela olhou para o lado impaciente. – Apresse-se. – resmungou por fim.

Essa era a sua chance de adquirir o conhecimento que precisava para tomar conta dos negócios da sua “nova” família. Era esse o objetivo de sua estadia ali. Ela precisava colocar algo em sua cabeça. Não estava ali para aprender a salvar vidas e sim para aprender a superar perdas.

– Eu já estou indo. – falou por fim recompondo a sua postura fria e andando em direção ao pequeno “banheiro” com higiene precária.
Com habilidade ela retirou sua roupa informal e pôs o uniforme velho de enfermeira. Pelo menos era isso que ela preferia acreditar sobre aquela roupa, não conseguia pensar na hipótese que uma pessoa que já estava morta tivesse usado a roupa que agora estava em seu corpo.

A garota prendeu seus longos cabelos negros e saiu do quarto calmamente.

O local com que se deparou do lado de fora era grande. As paredes com mofo e o chão sujo a fez se perguntar em como alguém poderia ser tratado ali. Alguns homens feridos estavam em macas velhas e enferrujadas e outros simplesmente jogados de qualquer modo no chão. O forte cheiro de sangue era insuportável para ela que respirou fundo reprimindo a vertigem que fazia questão de atingi-la.

– Droga. – ela sussurrou baixinho.

– Ande novata. – a voz dura vinda de trás dela a assustou. – Várias pessoas necessitam de sua ajuda. Não há tempo para sentir nojo do local.
Isabella caminhou em meio às macas dos enfermos com atenção redobrada, temia pisar em algum dos homens que estavam no chão. Seu olhar voltou-se para um pequeno grupo de enfermeiras que tentavam em vão controlar um jovem rapaz. Ela segurou o grito de horror ao ver o rosto do mesmo completamente coberto de sangue e deformado.

– Eu não preciso de ninguém! – ele gritava enquanto tentava se afastar das enfermeiras que se aproximavam com rapidez.
A senhora baixa que havia ido mais cedo ao dormitório conseguiu segurar um dos braços do rapaz, mas ao deslizar seus frágeis dedos pelo mesmo caiu de encontro ao chão, seu coração já não batia mais. No mesmo instante, os olhos do rapaz se fecharam.

– Por favor, de novo não. – Bella o ouviu sussurrar e ergueu sua sobrancelha demonstrando dúvida e ao mesmo tempo curiosidade.

Ao ver a mulher caída no chão ela conseguiu ter a certeza. Era ele.
Todas as mulheres ao redor do rapaz se afastaram. Apenas uma teve a coragem de se aproximar da senhora caída no chão e ao constatar que sua amiga estava morta sussurrou:

– Você é um monstro.

Pobre humana, de nada sabia da natureza avançada do rapaz. Ele não era um monstro, estava muito longe disso, porém também não era nada sobrenatural e sim algo criado pela natureza, ser da espécie dele poderia ser considerado uma maldição. Mas alguém precisaria fazer o trabalho sujo. E esse alguém era ele, e é claro, sua família também.

Edward abriu os olhos novamente e antes que todos ali pensassem em ataca-lo, ele cruzou a porta correndo para fora do local, não queria ver tudo aquilo se repetir novamente. Os humanos não possuíam chance alguma contra ele, ou melhor, possuíam, mas isso era algo que estava extinto há muitos anos. Como um relés poderia imaginar que um ser de tamanha beleza seria um objeto de mau presságio? Seu criador, Carlisle, vinha de uma longa linhagem de anjos da morte, carregava com si várias almas amaldiçoadas, uma delas era a dele, hoje, seu “filho” tão querido.

Sem temer Isabella deu um meio sorriso e se aproximou das enfermeiras, encontrou uma enfermeira um pouco mais velha do que aquelas ali presente e deduziu que aquela poderia ser a superior a todas.

– Eu cuido dele. – falou baixo pegando uma pequena mala com alguns itens de primeiros socorros e correndo em direção à saída sem ao menos esperar a resposta da mulher.

Enquanto corria conseguiu avistar de longe o rapaz de cabelos acobreados e sorriu largamente. Apesar do rosto completamente deformado ela conseguia lembrar-se exatamente daqueles cabelos. Ela sabia que já havia visto ele em algum instante de sua vida, apesar de ter sido em uma vida distante, uma vida feliz.

– Espere! – exclamou, mas Edward apenas aumentou a velocidade de seus passos. – Eu mandei esperar! – gritou novamente pulando nas costas de Edward que caiu no chão. – Acho que não tinha me ouvido. – ela deu um meio sorriso, mas o rapaz permaneceu calado. – Perdeu a fala? – ela olhava para seu rosto com curiosidade, agora não possuía mais a mesma repulsa de minutos atrás. Estava completamente perdida em seus olhos... Aqueles olhos quase da mesma cor de seus cabelos que em poucos minutos conseguiu deixa-la atordoada. – É, acho que sim. – concluiu por fim levantando-se de cima do rapaz.

Edward fez menção de segura-la. Não queria que ela morresse assim como a outra mulher que morrera há poucos minutos. Algo em seu rosto havia deixado o pobre rapaz hipnotizado.

– Você é louca. – murmurou o rapaz enquanto esperava que ela caísse morta no chão. – Estamos em tempo de guerra, não pode simplesmente sair correndo em busca de um desertor qualquer. Você tem noção do que pode acontecer com você?

– O que faz aqui? – ela perguntou ignorando completamente o questionamento de Edward. – Não deveria estar em um campo de batalha e sim dentro de um hospital... Dr. Cullen.

Ao ouvir aquelas palavras os olhos de Edward se arregalaram. Como aquela garota sabia daquilo? E principalmente, como ela ainda estava viva? – se perguntou.

Não é algo comum, praticamente é impossível para um humano escapar da morte, no entanto ali estava a menina, “conversando animadamente” com a personificação da morte.

– Sou Isabella Swan. – ela sorriu estendendo a mão, mas Edward nem sequer prestou atenção no que ela falava, estava perdido em seus próprios pensamentos. – O senhor cuidou do meu pai... – ela olhou para o lado e seu sorriso sumiu. – Antes dele morrer.
Sim, agora ele se lembrava exatamente de Isabella, então esse era o nome da garota que o perseguia. Isabella Swan. A garota que escapou várias vezes da morte.

Edward tentou se sentar e gemeu baixo de dor.

– Acho que chegou a minha hora de cuidar de você. – ela sussurrou pegando a pequena maleta. Limpou suas mãos em um pequeno recipiente com água e sorriu de lado. – Não tive a chance de pedir obrigado por tudo que o senhor fez por mim.

– Não. – Edward sussurrou se afastando da garota.

– Não vou lhe machucar. – ela disse como se aquilo fosse algo óbvio.

Ela pegou alguns algodões molhando-os na água limpa, tirou o excesso da água, mas quando passou por todo rosto de Edward percebeu que não havia mais nada ali, apenas o resto de sangue que restou do sangue.

– O que você é? – perguntou assustada.

– Se eu lhe contasse... Você não acreditaria. – ele forçou um sorriso.

– Apenas tente. – implorou.

Edward fechou os olhos respirando fundo. Sabia que aquilo era erro, mas por incrível que pareça, fazia questão de cometê-lo.

– Sou seu melhor amigo e o pior inimigo de quem lhe ama. Sou o ceifador, o anjo da morte, mais conhecido como a morte. Prazer. Sou seu anjo da morte.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo.
Lembrando: Edward não é vampiro, muito menos humano. Edward Cullen é um ceifador. Isso explica as várias mortes que ele provocou não é? rs
Não se esqueçam de comentar.