The Death. escrita por July Carter


Capítulo 12
Capítulo onze.


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos reviews.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/178092/chapter/12

"Estou sempre achando seres humanos no que eles têm de melhor e de pior. Vejo sua feiura e sua beleza. E me pergunto como uma coisa pode ser as duas."

Markus Zusak em A menina que roubava livros

1346 – Século XIX

Essa não foi uma época fácil para o povo Europeu. Uma grande crise de saúde se alastrava por todo o continente. A Peste Negra batia a porta de todos. Doença trazida pelos ratos vindos do oriente encontrou um ambiente favorável nos berços europeus, já que os mesmos possuíam esgotos a céu aberto e o lixo era acumulado livremente pelas ruas. Com essa doença, todos morriam, inclusive os ratos contaminados. Na época, não havia chance alguma de salvação.

Não era uma época boa para se viver, principalmente naquele local.

Carlisle nasceu na Europa, mais especificadamente na Grécia, mudou-se para Roma após completar dezesseis anos, mas nunca se esqueceu de seus costumes. Sua vida não era muito fácil, na verdade, não era fácil para ninguém que fazia parte da plebe. Eles estavam mais expostos a doenças infecciosas e com Carlisle não foi diferente.

O rapaz jovem adquiriu a infeliz doença, em poucas semanas a doença se alastrava por seu corpo. Não havia chance de cura, sua sepultura já estava cavada. 
Em meio à crise, um homem apareceu, ele era corajoso o suficiente para se aproximar dos enfermos, a maior parte das pessoas dali acreditava que ele era uma figura dos deuses.  Thanatos, sabia Carlisle.

Thanatos na visão da Grécia antiga era a contrapartida da morte, poderia ser visto como um homem barbado, poderia ser visto também como um jovem rapaz. Apesar de saber que ele não era própria figura do mal, Carlisle temia em vê-lo.

O homem aproximou-se de Carlisle que queimava de febre, ele estava nauseado, seu corpo estava coberto por bolhas. Carlisle pensou em abrir sua boca para que pudesse falar para que ele se afastasse, não o queria em seu lado. Em momento algum. Ele ainda tinha esperanças que algo o salvasse, não queria ser levado pela morte, não agora.

- O que está fazendo? – o homem sussurrou ao ver Carlisle agarrado em seu pequeno crucifixo.

Os lábios de Carlisle se abriram aos poucos e ele sussurrou:

- Se os deuses não me ajudaram até agora não irão me ajudar mais. – Carlisle fechou seus olhos

Naquele momento Carlisle livrou-se de suas crenças e aderiu ao catolicismo.

- Quem disse que os deuses não estão lhe ajudando jovem homem? – Thanatos se aproximou sentando-se a beira do leito de morte de Carlisle. – Estou aqui para isso, te livrar das dores e das injustiças que andam cometendo pelo mundo a fora. Lhe darei um nova vida, não precisará de ninguém a não ser de si mesmo, poderá se vingar de todos que te fizeram mal .

- A vingança não é um caminho louvável meu pobre senhor. – sussurrou perante a dor.

- Não para você reles humano, mas para pessoas como ele, sim. Ela é.

Thanatos tocou na pele de Carlisle e aos poucos foi passando sua mão por todo o corpo do mesmo, ele parecia saber o que fazia e Carlisle apenas encarava assustado. Aos poucos as bolhas foram murchando e sumindo. Ao terminar, Thanatos não tirou a mão de Carlisle, encaro-o nos olhos e deu um pequeno sorriso.

- Ainda acha que os deuses desistiram de você?

Carlisle apenas balançou a cabeça, agora ele seria apenas mais um ceifador de tantos outros que Thanatos procurava criar.

[N/A: Thanatos existe, pelo menos perante a antiga cultura grega. Segundo a mitologia, ele é o Deus da morte e um dos mensageiros de Hades. Sua versão romana é Orcus (Em latim) ou Mors (Morte).]

18 de janeiro de 1916

A guerra já estava acabando. Pelo menos era isso que diziam os benditos jornais da época. A cada dia mais soldados alemães voltavam para casa, muitos deles sem parte dos membros e outros simplesmente em caixões e então, mais jovens eram convocados.

Juntamente com eles estava Edward Masen.

Um jovem de apenas dezessete anos que possuía seus sonhos, medos e defeitos. Foi para guerra, pois seu pai acabara de “voltar”. Edward Masen Senior perdeu uma de suas pernas em meio a guerra, mesmo achando tudo aquilo errado ele foi obrigado a se atirar em meio ao campo de batalha para salvar seu filho daquele destino, mas foi em vão, mesmo voltando, a nação alemã achava que a família deveria ressarcir a perda com outro soldado. O segundo homem mais velho da família. Edward.

- Você não precisa fazer isso meu filho, podemos fugir. – sussurrou Elizabeth, sua mãe, desesperada.

- Se fugirmos eles nos caçaram e não será só eu que não voltarei, mas Alice e papai também. – disse em tom baixo olhando para a pequena menina que estava sentada com a cabeça encostada no ombro de seu pai. Ela aparentava ser nova, tinha de três a quatro anos, possuía pele rosada e cabelos escuros. Na visão de Edward e seus pais era absurdamente linda.

- A protegeremos. Eu e seu pai podemos fazer isso. – a mulher baixa de cabelos loiros choramingava abraçada contra o filho.

- Não posso correr o risco de perder vocês somente para ficar salvo. – ele olhou nos olhos da mãe. – Eu prometo que voltarei para casa, de um jeito ou de outro.

Um carro grande, típico do exército se aproximou da pequena casa. Edward olhou mais uma vez para a irmã que dormia, ambos eram muito ligados, e depositou um beijo em sua testa.

- Cuide delas por mim. – falou para o pai dando um abraço desajeitado no mesmo.

- Cuide-se por nós. – o homem com aparência mais velha deu um meio sorriso para o filho que andou calmamente em direção ao carro, subindo no mesmo rapidamente.

[...]

O campo de batalha era uma loucura, nada se parecia com as batalhas das antigas guerras medievais. Não era homem contra homem, não existia uma raça melhor que a outra e sim  uma arma contra outra. Na opinião de Carlisle isso não provava que um era melhor que o outro, só causava mais degradação do que os outros estilos de guerra.

Ele olhou para a sua roupa de guerra e fez careta. Carlisle não apoiava nenhuma das nações que guerreava, só estava ali em busca de alimento. Carlisle estava defendendo a França, despejava toda a sua fúria em cima dos alemães. Sabia que se ele quisesse nada iria feri-lo. A noite, quando davam uma “pausa”, Carlisle saía até o “necrotério” alemão e se alimentava o máximo que conseguisse. Mas essa noite foi diferente.

Enquanto Carlisle entrava no necrotério uma grande movimentação se alastrava pelo lugar.

- Não poderemos colocar mais ninguém no lugar dele, se ele morrer estaremos perdidos. O incompetente do Masen só produziu um filho homem tão froixo quanto ele.

- O que está fazendo aqui? – Carlisle perguntou com voz autoritária e todos ficaram em posição de guerra, menos Edward, que estava deitado na maca.

- O que você está fazendo aqui? – um dos homens se aproximou puxando Carlisle pelo braço e logo em seguida o homem caiu contra o chão. Todos os outros se afastaram e Carlisle caminhou até Edward pegando-o no colo.  

- Você ficará bem. – sussurrou olhando o semblante de dor do rapaz.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente, a votação termina amanhã, quem puder votar lá em The Death, por favor, vote.
http://www.enquetes.com.br/popenquete.asp?id=1018526