Uma Lagrima Especial escrita por Leticia Di Angelo


Capítulo 62
Floresta


Notas iniciais do capítulo

Meus amores! Desculpa pela demora. Espero que gostem!



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POV Sarah


A floresta, com certeza, era o lugar onde o filho de Hades estaria naquele momento. Ele não saía de lá. E era para lá que eu estava indo com o coração na garganta de nervosa.

E se ele não me aceitar? Pensar que eu levei o fora do Leo e vim correndo para ele. Mas na verdade, eu não levei um fora do Leo. Nós apenas nos separamos da melhor forma possível, sem tristeza.

Como eu adivinhei, Nico estava na floresta, mas bem longe, na parte mais escura e sombria. Não sei o que ele tanto faz lá, mas eu apenas fui até ele.

Ele se assustou quando me viu.

–Sarah? – ele disse – O que está fazendo aqui?

–Queria conversar com você.

Ele ficou pensando por um momento e depois, quando ele ia dizer algo, eu ouvi um barulho estranho. Quando me virei vi um monte de bichos correndo.

E eu gritei.

– Eu pensei que uma garota que luta com vários monstros não ia se assustar com meia dúzia de bichos inofensivos – ele disse e balançou a lanterna, que eu não tinha visto antes, para mostrar as criaturas em fuga.

Olhei para a floresta e viu outro bicho aproximando-se de meus pés.

– Em primeiro lugar – eu disse - não se trata de meia dúzia e sim de centenas. Em segundo, o fato de eu lutar com monstros não quer dizer que goste de bichos subindo pelas minhas pernas.

Nico esforçou-se para ficar sério, mas não conseguiu. Quando eu olhei para cima, vi a cara dele.

– Pare de rir de mim. Não tem graça. – eu disse.

– Ah! Tem sim! – ele disse - Você sabe que a gente tem passeado muito pela floresta ultimamente.

– Eu sei. Então, muito obrigada por ter trazido uma lanterna para destruir as minhas boas lembranças.

– Então tá - ele apagou a lanterna.

Eu cravei as unhas nos braços dele.

– O que você está fazendo? Liga a lanterna. – eu quase gritei no escuro.

– Você deixou bem claro que não gosta da lanterna acesa.

– Mas não dá pra ver nada com a lanterna apagada.

– Por isso mesmo.

– Mas pode ter um deles subindo pela minha perna agora mesmo. Liga a lanterna - eu implorei.

Nico ligou a lanterna e ficamos passeando pela floresta. Ele começou a rir.

– Um dia ainda vou entender você.

– Acho que não. Se ainda não conseguiu. Acho que está além das suas capacidades.

– Pode até ser verdade - admitiu me abraçando.

Ficamos mais um tempo só andando e eu me perguntava o porque de eu não ter dito nada até agora, mas o Nico fez esse favor para mim.

–E como anda você e o Leo? – ele perguntou.

Peguei a lanterna de sua mão e comecei a guiar.

–Ah! Bem. Somos bons amigos – eu disse sorrindo, mas como estava escuro, ele não viu isso. Do mesmo jeito que eu não vi sua reação ao que eu disse, e eu queria muito ter visto.

–Amigos? – ele perguntou.

–Sim. Parece que Leo está apaixonado por outra pessoa, e como eu também estou, tudo ficou mais fácil.

–Quer dizer que vocês não estão mais juntos?

–Não. E eu estou feliz por isso. Prefiro ter Leo como um bom amigo.

–Mas quem seria melhor que você, para ele gostar de outra pessoa?

Sorri com o que ele disse.

–Eu não sei – menti – Mas ele precisa lutar por quem ama.

–E você também – ele disse. – É por isso que veio conversar comigo?

Virei para ele. Mesmo no escuro eu conseguia ver aqueles lindos olhos negros me encarando. Eu sorri, e muito.

–Fui tola todo esse tempo – eu disse – Fiz o que Afrodite me aconselhou, mas acabei esquecendo quando ela disse que até a deusa do amor pode errar de vez em quando. Foi muito bom escolher o Leo, pois eu pude perceber e ter certeza que todo esse tempo eu estava errada.

–Eu sempre soube que você fez a escolha errada – ele disse.

–E eu tenho chances que mudar tudo e fazer a escolha certa?

–Sempre – ele disse quase em um sussurro.

As mãos deles foram para a minha cintura e a minha mão para a sua nuca. Fui obrigada a deixar a lanterna cair, mas eu nem me importava. Eu esperava por aquilo fazia muito tempo.

Confesso que fiquei nervosa, com medo que algo desse errado.

Ele balançou a cabeça, mas seus lábios ainda estavam tão perto dos meus, e seu olhar era tão encantador.

Meu corpo se agitou ao ficar na ponta dos pés, indicando até ele. Pousei a mão em seu rosto e Nico piscou, sem se mover. Continuei lentamente, muito lentamente, como se estivesse com medo de assustá-lo, cada segundo sentindo-se mais petrificada. E então, quando estávamos perto o bastante para seus olhos se embaralharem, eu baixei as pálpebras e apertei seus lábios contra os meus.

O toque de seus lábios, suave e leve como um pena.

Então ele começou a realmente me beijar, com delicadeza a princípio, fazendo sons sutis e deliciosos em seu ouvido. Depois longa, doce e ternamente, descendo pelo queixo e para trás. Nico entrelaçou o meu cabelo nos dedos e eu abri os olhos para ver, por um segundo, as primeiras estrelas aparecendo no céu.

Finalmente, Nico voltou para meus lábios, beijando com intensidade — sugando meu lábio inferior para depois pressionar a língua macia pelos meus dentes. Eu abri mais a boca, desesperada para deixá-lo entrar mais, finalmente sem medo de mostrar o quanto eu o queria. Para igualar a intensidade dos beijos dele com o meu.

O resto eu não consigo descrever, perdi totalmente a capacidade de pensar. Mas tivemos que nos separar para buscar ar. Nico encostou sua testa na minha.

–Eu te amo – ele disse e eu sorri.

–Eu também te amo – eu disse – Muito mesmo.

E assim ficamos, no meio da floresta escura, cheia de bichos que me davam mesmo, correndo o risco de sermos atacados por monstros e longe do acampamento, quase por três horas conversando e nos beijando, e eu tinha certeza que tinha feito a escolha certa.






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