POV Liz

Não demorou muito para chegarmos ao porto. Percebi que Leo tinha tido algum sonho ou pesadelo bem ruim, mas preferi não perguntar nada, já que ele estava bem abalado, se ele quisesse dizer algo, ele diria.

Ao sair do porto, fizemos um caminho bem chato e irritante. Pegamos um ônibus que nos levou até a estação de trem, e depois pegamos um trem de nos levou até Nova York. Tudo isso demorou quase um dia inteiro, já que pegamos o trem de manhã e chegamos em Nova York do final da tarde.

–Estou preocupado com os outros – Leo disse algo serio pela primeira vez.

–Eles vão conseguir – eu disse – Já devem estar no Mundo Inferior.

–Eu tive um sonho, em que eles deixaram cair o jarro deles.

–Serio?

–Mais ou menos – ele disse – O jarro quase caiu, daí eu acordei.

–O que devemos fazer? – eu perguntei.

–Que tal uma mensagem de íris?

–Vamos.

Fomos até uma fonte bem escondida em Nova York, eu fiquei segurando o jarro (que a viagem inteira não tivemos vontade de abri-lo) e prestava atenção se vinha monstros ou coisa do tipo.

Leo jogou um dracma na fonte e eu como sou filha de Apolo, fiz um feixe de luz ir até a água, formando um arco-íris.

–Óh, Íris, Deusa do Arco-Íris, aceite minha oferenda – Leo disse – Mostre-me Nico Di Angelo, Mundo Inferior.

A imagem começou a aparecer. Mostrou Nico sentado no chão, tudo estava escuro, e ao seu lado, Sarah e Gabriel estavam dormindo.

–Nico! – Leo disse.

Nico olhou para nós e tomou um susto, mas depois veio conversar.

–Olá – ele disse. – Aconteceu alguma coisa?

–Sim – Leo disse – Tive um sonho em que um monstro atacava Sarah por trás e ela acabava deixando o jarro cair, eu acordei bem quando o jarro ia bater no chão, mas achei bom te avisar.

–Sim, claro! – ele disse olhando para Sarah e para o jarro – Vou avisa-la, quando ela acordar. E vocês?

–Já estamos em Nova York – Leo disse – Vamos ir agora até o Olímpo.

–Nós decidimos descansar antes de ir ao Tártaro. – Nico disse – Daqui a pouco vamos trocar a vigia.

–Tudo bem – Leo disse – Boa sorte.

–Assim que vocês entregarem o jarro, vão para o acampamento.

–Tem certeza?

–Absoluta – Nico disse.

–Se precisar é só chamar.

–O mesmo.

Leo passou a mão pela imagem, que desapareceu.

–Estão avisados – eu disse.

–Sim, é melhor nós irmos.

Quando viramos demos de cara um 4 dracenas.

–Estava demorando – Leo disse – Liz fique aí.

–Não! – eu quase gritei – Vou ajudar, você não consegue derrotar as três sozinho!

–Consigo sim! Cuide do jarro, é isso que elas querem!

Ele atacou as três dracenas de uma vez e eu me escondi atrás da fonte. Cuidava do jarro como se fosse minha vida. Quando espiei, depois de um tempo, vi que Leo já tinha acabado com uma e estava machucado. Ele foi atacar, mas uma dracena o atacou por trás e ele não viu.

–Ei! – eu gritei me levantando e chamando a atenção das duas – Por que vocês não vem logo pegar o jarro?

Lado bom: As duas dracenas se distraíram com isso, e a dracena que iria atacar por trás não atacou Leo. Leo aproveitou essa distração e fez a dracena em sua frente virar pó.

Lado ruim: A outra dracena veio correndo em minha direção e eu acho que eu a vi sorrindo maleficamente.

Comecei a correr, segurando o jarro com uma mão, e com a outra eu pegava a minha espada.

Era bem difícil lutar segurando um jarro, acho que o acampamento devia fazer isso nos treinos. Eu já estava quase perdendo quando Leo chegou até nós e destruiu a dracena por trás.

Sentei no chão cansada e Leo fez o mesmo.

–Por que as dracenas nos atacaram? – eu perguntei – Elas trabalham para Hades, e ele quer o outro jarro.

–Nós não trocamos os jarros, não? – Leo perguntou assustado, verifiquei o jarro.

–Se um jarro branco e com desenhos bonitinhos seja o do mal, sim, nós trocamos.

–Acho que se entrarmos ao deuses – Leo pensou – Os deuses ficam mais poderosos, e Hades não quer isso.

–Pode ser – eu disse me levantando – Vamos? Precisamos ir ao Olímpo.

POV Nico

Depois de receber a mensagem de Íris de Leo, não desgrudei do jarro, estava bem preocupado. Já tinha se passado duas horas que os dois dormiam, então acordei Sarah. Ela demorou um pouco para acordar, ficou reclamando e me batendo, mas se levantou.

–Leo mandou uma mensagem de Íris – eu disse e ela ficou mais atenta, o que me irritou.

–Ele está bem?

–Sim, mas teve um sonho em que um monstro atacava você e o jarro caia, então, tome cuidado.

–Tudo bem. E eles já entregaram o jarro?

–Não, mas já estavam em Nova York.

–Tudo bem – ela disse suspirando – Durma.

Dei o jarro a ela e me deitei ai seu lado, fiquei preocupado em deixá-la sozinha e não consegui dormir.

–O que foi? – ela perguntou um tempo depois.

–Não consigo dormir, estou preocupado.

–Não precisa, eu vou ficar bem, você precisa descansar.

Ela veio até perto de mim e começou a mexer em meu cabelo, fazendo cafuné, um tempo depois eu já estava dormindo.

POV Sarah

Nico acabou dormindo e eu fiquei de vigia. Era horrível ficar em silencio e sem fazer nada por duas horas, minha vontade era de deitar e dormir, mas eu não podia, tinha que tomar conta do jarro.

Já tinha se passado uma hora e eu estava quase de olho fechado, mas assustei com um barulho. Quando olhei para trás, vi três fúrias paradas e conversando, procurando algo.

–Droga – eu sussurrei me deitando, para me esconder.

–Eu estou sentindo – ouvi a voz medonha de uma delas – Eles estão perto e o jarro também.

–Nico – eu sussurrei balançando-o. – Acorda!

Ele demorou um pouco para acordar e começou a me xingar em grego antigo, fiz ele calar a boca com a minha mão.

–Tem três fúrias aqui – eu disse e ele arregalou os olhos pegando sua espada.

Fui até Gabriel e fiz a mesma coisa, só que com ele foi mais fácil, ele nem me xingou, só levantou assustado pegando sua espada.

As três fúrias ouviram um barulho, que foi o desastrado do Nico que tropeçou no chão, tive vontade de matá-lo.

–E agora? – eu perguntei.

–Nós atacamos – Nico disse dando de ombros e partindo em direção as três fúrias.

Cada um ficou lutando com uma fúria, ninguém tinha sucesso. Consegui enfiar minha espada nas costelas da fúria na qual eu lutava e só sobrou pó dourado.

–Ei, sua feiosa! – eu gritei para uma fúria que estava quase partindo Gabriel em dois. – Por que você não pede alguns conselhos para Afrodite?

–Vai para o Hades! – ela me xingou correndo até mim.

–Eu já estou aqui! – eu disse como se fosse obvio.

Começamos a duelas, só que a espada dela tinha um liquido verde, veneno, não podia deixá-la fazer um arranhão em mim se eu não quisesse morrer envenenada em menos de 5 minutos.

Vi que Nico já tinha derrotado a sua fúria e vinha até mim.

Passei por centímetros de um corte profundo da espada envenenada em meu braço, mas acabei caindo.

Nico começou a duelar com a ultima fúria quando eu me lembrei do jarro, olhei em volta procurando-o desesperadamente, mas por sorte, ele estava no chão, bem onde deixamos. Fui até ele e o segurei com firmeza. Olhando atenta para todos os lados.

–Sarah! – ouvi Nico dizer – Olhe para trás!

Me virei rapidamente e vi que um monstro, que eu não faço a menor idéia do nome, tentar me atacar. Se não fosse por Nico eu teria caído e provavelmente deixando o jarro cair, mas isso não aconteceu, graças ao aviso de Leo.

Olhei para Gabriel, ele olhava atento para as lutas em sua frente, mas não fazia nada para ajudar, quando ele olhou para mim eu joguei o jarro, com o maior cuidado possível e rezando para algum Deus me ajudasse, até ele.

Graças aos Deuses, ele pegou o jarro e eu consegui me concentrar na luta. Me virei, me levantando, e comecei a atacar o monstro. Ele era duas vezes o meu tamanho e era muito forte.

Ele me atacava muito e eu só sabia me desviar por segundos.

–Sarah! Cuidado! – Nico gritou, ele ainda lutava.

Eu não precisava de ninguém para me avisar que eu precisava de cuidado naquele momento de pânico.

Acho que eu fiquei uns vinte minutos lutando, e aquilo estava me cansando muito. Parecia que o monstro nunca iria cansar, que ele poderia ficar assim para sempre, atacando e eu desviando, ele parecia gostar de fazer aquilo.

Um tempo depois Nico derrotou a fúria e começou a me ajudar, o que facilitou, e em pouco tempo Nico derrotou o monstro com uma espada em seu peito.

Deitei no chão cansada e arfando. Nico fez o mesmo. Ficamos um tempo assim. Eu sentia todos os meus músculos doerem.

–Conseguimos – ele disse batendo a mão na minha no ar.

–Conseguimos – eu respondi surpresa.

–Cadê o jarro?

–Com o Gabriel – eu disse. – Joguei o jarro para ele no meio da luta, já que estava me atrapalhando.

–Outra pergunta: Cada o Gabriel?

Me levantei com tudo, o que me fez ficar tonta.

–Cadê ele? – eu gritei com tudo.