POV Leo

Depois do pequeno ataque que nós tivemos, saímos correndo em direção do Olímpo, antes que mais alguns monstros nos atacassem. Dois adolescentes de 15 anos, sujos, cansados e com fome, correndo no meio de Nova York lotada atraem olhares de varias pessoas.

Ao chegarmos ao Olímpo, agradeci mentalmente ao meu pai por não sermos perseguidos ou atacados por ninguém. Fomos até o balcão.

–600 andar, por favor – eu disse.

–Não existe esse andar, garoto. – ele disse calmamente, sem olhar para nós.

–Olha – uma Liz muito brava disse – Somos semi deuses e estamos tentando salvar o mundo, então de logo essa chave!

O homem ficou um pouco assustado com a atitude de Liz e deu a chave de uma vez. Pegamos o elevador e abrimos o botão 600.

–Não precisava daquilo – eu disse – Nós não vamos salvar o mundo!

–Mas podemos destruí-lo – ela disse.

Concordei e ficamos esperando por um bom tempo até o elevador chegar aos andar 600.

Quando vi o Olímpo fiquei um pouco mais calmo, já que eu tinha certeza que conseguiríamos entregar o jarro aos deuses. E foi isso que aconteceu. Eu e Liz fomos até o Olímpo, onde estavam todos os deuses.

Meu pai não estava lá, é claro. Ele vive em sua forja. Mas Apolo, o pai de Liz, estava. E os olhos dela brilharam ao ver pela primeira vez, eu acho, o pai que sorria orgulhosamente para ela.

–Senhor Zeus – eu disse me curvando – Como nos foi pedido, aqui está um dos jarros que devia ser dado ao senhor.

Ele estava gigante, então o jarro que estava em minha mão, voou até Zeus. –Obrigada crianças – ele disse com uma voz de dar medo, mas eu acho que o vi sorrir – Mas a missão ainda não está completa. O outro grupo ainda não se desfez do jarro.

–E estão com dificuldades – uma mulher, que eu reconheci como a deusa Athena, disse.

–E o que fazemos? – eu perguntei. – Não podemos fazer todo o caminho de volta, eles estão muito longe de nós.

–Irão ajudar eles – Zeus disse – Hermes levará vocês até eles em um segundo.

–Alguma dica? – Liz perguntou com os olhos implorando por algo.

–Sim – Zeus disse – Tentem não morrer.

Bufei com a resposta dele.

–Filha – Apolo disse olhando para Liz – Estou muito orgulhoso de você, sei que você consegue.

Liz abriu um sorriso de orelha a orelha. Me curvei novamente para todos os deuses. Tínhamos que ajudar uns amigos.

POV Narradora

Sarah estava muito nervosa. Ela e Nico ficaram procurando Gabriel que nem uns desesperados, ainda sem acreditar que ele faria isso. Ele é um traidor, pensava Sarah.

Nico tentava descobrir onde ele estava através de seus conhecimentos no Mundo Inferior, mas não achavam nada,

–Talvez – Nico disse – Ele viu que demoraríamos e foi até o tártaro.

Sarah olhou para ele como se fosse matá-lo, mas concordou em ir até o tártaro, já que precisava ir até lá.

Ao chegar ao tártaro não encontraram ninguém, muito menos Gabriel com o jarro. Na frente deles, havia um buraco negro gigante e escuro. Dava para ouvir o barulho de gritos horríveis, bem altos, que deu medo em Sarah.

–E se ele desceu? – Sarah perguntou.

–Está maluca? O objetivo é destruir o jarro não entregar na mão dos piores monstros lá em baixo. – revidou Nico.

–Mas e se ele e um traidor?

Os dois pensaram bastante na pergunta. Gabriel poderia estar querendo entregar o jarro aos monstros.

–Ele pode estar indo até o Hades – Sarah disse – Para entregar o que ele tanto quer.

Nico não pensou duas vezes, colocou Sarah em suas costas e os dois viajaram pelas sombras até o castelo de Hades. Sarah teve lembranças ruins ao rever o lugar.

Sarah teve quem se esconder bem em sua capa, já que lá havia vários esqueletos e fúrias. Os dois começaram a andar pelos corredores do castelo, que era imenso, e deram de cara com seus amigos. Liz e Leo, que tinham vindo com Hermes.

–O que vocês estão fazendo aqui? – Nico disse surpreso.

–Entregamos o jarro ao Olímpo – Leo explicou – E os deuses disseram que vocês estavam com problemas e nos mandaram para cá.

–Gabriel sumiu – Sarah disse – Com o jarro.

–O que? – Liz quase gritou, e ficou bem surpresa e abalada. – Onde ele está?

–Provavelmente irá entregar o jarro ao meu pai – Nico disse.

–Como vamos fazer? – Leo perguntou. – Precisamos de um plano.

–Nós vamos até a sala de meu pai – Nico começou a explicar – Eu e Sarah tentamos pegar o jarro enquanto vocês dois distraem seja lá em for que estiver. Nós vamos até o tártaro pela viagem das sombras e vocês tentam se manter vivos até voltarmos, sei lá, fujam.

Leo não gostou da tal separação de novo, mas aceitou. Os quatros foram até a sala de Hades, correndo e acabaram encontrando Gabriel, com o jarro, na frente da porta.

Leo saiu correndo e se jogou em cima do garoto, imobilizando-o. Gabriel tentava sair de todos os jeitos e Liz tampou sua boca, não imaginava ser tão fácil assim.

–Traidor – Sarah disse com raiva.

Nico pegou o jarro das mãos dele.

–Achou que ia conseguir? – Nico disse, mas quando se virou deu de cara com um monte de fúrias, um monte mesmo. Do outro lado tinham varias dracenas, estavam cercados.

–E agora? – Sarah perguntou assustada.

–Acho que corremos – Nico respondeu.

Ele pegou na mão de Sarah e juntos os dois correram entre as fúrias e dracenas, desviando delas e recebendo alguns cortes e arranhões e tentando ao máximo não deixar que ninguém pegasse o jarro. Leo já tinha prendido Gabriel com uma corda que ele guardava em sua mochila e junto com Liz eles começaram a lutar contra todos aqueles monstros.

POV Sarah

Eu estava toda arranhada, com cortes nos braços e me cabelo estava muito bagunçado. Mesmo assim, muito cansada, eu corria que nem uma louca pelos corredores do castelo, sendo seguida por um monte de fúrias.

–Por aqui! – Nico gritou e nós desviamos, subindo uma escada. Nós ouvíamos os gritos das dracenas ficarem cada vez mais longe.

Acho que eu e o Nico subimos uns 18 andares e eu nem sabia que aquele castelo tinha tantos andares. Parei de subir correndo e me sentei no chão, arfando de tão cansada. Nico sentou-se ao meu lado.

–As despistamos? – eu disse com os olhos fechados.

–Sim – Nico disse com dificuldade. – Precisamos ir até o tártaro.

–Acho melhor eu ir – eu disse – E você ajuda Leo e Liz.

–Ta maluca? Você quer ir sozinha?

–Sim, eles precisam de ajuda, você viu o quanto de monstros estavam lá em baixo!

–Não! – ele disse – Vamos logo até o tártaro e voltamos para ajudá-los.

Respirei fundo.

–É o melhor – eu insisti – Vá ajudá-los.

–Não vou te deixar – ele disse.

–Você está duvidando da minha capacidade.

–Só não consigo agüentar a idéia de te deixar. De deixar você sozinha. – ele disse olhando no fundo de meus olhos.

Depois disso ele me beijou. Foi um beijo que eu esperava há um bom tempo e foi bem melhor do que eu imaginava. Começou lento e carinhoso e depois ficou mais... Como eu posso dizer? Agressivo... Totalmente o oposto de como foi com o Leo.

Eu estava pressionada por ele contra a parede e suas duas mãos estavam encostadas na parede, impedindo qualquer fuga que eu poderia ter. Retribui o beijo com a mesma intensidade e ficamos assim por um bom tempo.

Eu segurava seu cabelo com um pouco de força, foi quando eu percebi o que eu estava fazendo. Estava agarrando meu melhor amigo enquanto os outros estavam correndo perigo.

Quando estava praticamente sem ar, nos separamos ofegantes e não consegui segurar um sorriso enorme que foi retribuído por ele.

–Acho que não tem jeito – eu disse – Vamos juntos.

Subi nas costas de Nico, o que me deu uma dó, porque ele já estava muito cansado e teria que levar duas pessoas, e fomos até o tártaro.

Nico ficou tonto e teve que se sentar, gastou muito seu poder. Fui até o grande buraco, mas antes de eu jogar o jarro lá, algo segurou minha mão, me impedindo, era Hades.

–Não tão cedo – ele disse.

Fiquei um pouco surpresa, mas desviei, impedindo que ele pegasse o jarro, mas me impedindo de jogá-lo no tártaro.

–Sarah – ele disse – não faça isso.

–Eu faço o que eu quero – eu disse.

–Me de o jarro – ele disse bem de vagar – e em troca eu te entrego o seu pai.

Ao lado dele uma imagem apareceu, tremula. Era meu pai, quer dizer, o homem que eu sempre disse ser meu pai. Era a alma dele. Ele me olhava com desespero e aos poucos minha vontade de chorar voltou, mas consegui controlar.

–Sarah – Nico disse ainda fraco – Não faça isso.

–Você teria que entregar meu pai de um jeito ou de outro – eu disse ríspida.

–Mas ele não é seu pai – ele disse – Poseidon é. Como que eu entregaria Poseidon?

Fiquei com muita raiva. Hades e suas trapaças.

Olhei para meu pai de novo, agora a expressão dele estava calma e sorrindo um pouco, eu tinha certeza de que ele estava orgulhoso de mim. Eu já me acostumei com a perda dele, não preciso dele de volta, por mais que eu queira. Nico perdeu a irmã e mesmo sendo filho de Hades se acostumou com a idéia.

–Desculpa – eu disse sorrindo – Mas estou cansada de cair nas suas mentiras.

Ok, o que eu consegui fazer depois disso foi muito estranho, foi uma cena bem de filme, só sei que eu consegui me desviar de Hades e jogar o jarro no tártaro enquanto Hades gritava e tentava me impedir.

Acho que Hades deve ter ficado com muita raiva e ficou em sua verdadeira forma, tive que desviar da luz e acabei caindo ao lado de Nico.

–Você foi muito corajosa – ele disse quando Hades sumiu. Sorri com seu elogio. – Desculpa não te ajudar.

Eu o abracei e ele me deu um selinho, não estava muito acostumada com isso, eu me senti culpada.

–Ele estava com meu pai – eu disse com voz de choro.

–Tudo bem, seu pai vai ficar bem.

–Como sabe?

–Só confie em mim.

Nos levantamos e eu olhei para o tártaro. Lembrei da proposta de Luke, que eu poderia me juntar a ele e derrotar o deuses poderia reencontrar meu pai, só precisava descer até lá.