Once Upon A Time escrita por Anna Clari


Capítulo 2
Capítulo 2: Nemo, Um Anjo em Minha Vida


Notas iniciais do capítulo

A descoberta de seu nome os aproximou
Mas estava fraco, fraco demais para enfrentar o filho das trevas
Fraco para dizer eu te amo.
E assim se foi
Seus sonhos, suas ilusões, suas promessas, seu amor.



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Aquela cena ficou marcada na vida daquelas pessoas que viram a cena. A cidade praticamente parou, com o medo da face do anjo, com o pobre Tuomas sendo incinerado vivo, com medo da lenda que virou realidade.  Mas mesmo com todo esse medo, era Tarja que sofria pela perda do amigo. Ele era a pessoa mais importante para ela, era quase a vida dela, e isso tinha sido uma tortura. Ela o observava machucado, sangrando, morto. Então, antes do nascer do primeiro raio de sol, Ela correu em direção à árvore queimada. Ajoelhou-se perante a árvore, puxou uma adaga que tinha em seu bolso, fez um corte em sua mão e esfregou-a no caule da árvore.

Ela tinha esperanças de conseguir pactuar com o anjo da árvore, logo fez suas preces.  Observava a árvore completamente destruída, o que fazia lhe lembrar de como a matou. Logo, uma luz que incidia nela fez sua sombra ao formato de um anjo. Ele estava presente naquele lugar, após matar Tuomas, sedentário de sangue, após ter matado Tuomas. Ele a disse: “O que a traz aqui neste lugar aonde você ajudou a destruir?”

- Tenho-lhe uma proposta a lhe fazer. Traga-o de volta à vida que lhe farei tudo o que quiseres. – Disse Tarja confiante, porém assustada.

- Interessante. Uma coisa te peço em troca. Nada mais, nada menos do que descobrir o meu verdadeiro nome. Meu nome será a senha para obter de volta a vida de seu amigo. Procure-me quando descobrir. – Logo a sombra do anjo começou a desaparecer e, aos poucos, o sol raiava. Tarja sentou-se ao lado da árvore e observou aquele belo dia nascer. Pensava nos momentos em que se reunia junto a Tuomas e a Erno para cantarem.

Ela se levantou, foi para casa descansar um pouco.  Sabia que seria difícil encontrar a resposta para o desafio o qual ele lhe propôs, mas decidiu procurar em sua escola quando chegasse a hora. Quando chegou a casa, seus pais já estavam dormindo, logo não notaram sua presença. Acabou deixando uma lágrima fugir de seus olhos, fazendo-se parecer uma garota frágil, o que no caso, nada mais era do que uma fraqueza.

Ao chegar a hora de ir ao colégio, se esqueceu de lanchar, apenas levou seu caderno e uma caneta, não fez questão de levar livro nenhum. Afinal, ela não estava indo para o colégio para assistir à aula, mas sim para investigar na biblioteca de lá. Quando entrou lá, sentiu um ar de suspense, de medo, como se ela estivesse próxima de alguma pista. Tarja então se pôs a procurar livros sobre lendas urbanas da Finlândia. Achou um livro que falava sobre uma terra, Painajaiset. Dizia a lenda que habitavam nessa terra as maiores fantasias e sonhos do mundo.  Tarja sonhava acordada, mas não podia deixar-se levar por ilusões. Após, achou um livro falando sobre a árvore dos desejos, que dizia ser guardada por um anjo e que sempre que um guardião morre, um irmão o substitui.  Os anjos poderiam ser mortos somente se estivessem desacordados ou se estivessem apaixonados, pois quando estão sentindo como um humano, são mais fracos e mais fáceis de matar.

No livro também dizia que os anjos eram conhecidos como sombras do passado ou como “ninguém” e eram batizados com belos nomes em latim, porém havia anjos que eram esquecidos. Tarja parou de ler para fazer uma observação, se o anjo tem tanta ânsia por saber seu verdadeiro nome, é porque ele não foi batizado. Ou seja, qualquer nome que o for ofertado será aceito. Com um pouco de conhecimento que tinha do latim, traduziu a palavra ninguém, o que lhe apareceu a palavra Nemo. Com esperanças, esperou a hora de sair do colégio e, na primeira oportunidade, fugiu. Foi direto à árvore dos desejos, com intuito de responder ao anjo. Ao chegar lá, o chamou como fez na vez passada, com seu sangue.

Já menos sedento de sangue, o anjo aparece mais calmo, interessado no que ela tinha a dizer. Antes disse: “Revele meu verdadeiro nome, que te devolverei a vida de teu amigo.”

- Esquecido, deixado de lado ao ir à igreja, perdeste seu batismo, caro Nemo. – Disse Tarja com um pouco de medo.

- Nemo? Que belo nome é o meu. Como prometi, seu amigo voltará à vida ao anoitecer, assim como a árvore. Mas saibas que só tens três horas antes de seu renascimento.

- Que ótimo. Muito obrigada.

- Minha cara, não se engane. Quando ele voltar, você irá. Você trocou a alma dele pela sua.

- Não, não é possível. Como pôde me enganar? Não posso perder minha alma.

- Te vejo em breve, minha cara. – Disse Nemo, partindo lentamente.

Tarja estava decepcionada, magoada em ter de dar sua própria vida em troca da vida de Tuomas. Seus olhos lacrimejavam, suas mãos gelavam ao ver o sol indo ao longo do tempo a passar. Tinha que fazer algo para quebrar o pacto, algo antes que Tuomas renascesse. Decidiu então tentar matar Nemo. Como o livro dizia, Nemo era um anjo poderoso, porém ficava fraco ao encarnar sentimentos humanos. Logo, Tarja voltou ao encontro da árvore, que já estava bela como sempre. A sombra de Nemo apareceu no chão, então Tarja o pediu que personificasse em humano para poder ver sua face. Em seguida, um jovem com cabelos loiros cumpridos, branco com olhos azuis apareceu para Tarja, era Nemo.

Tarja admirou-se com sua beleza, então se aproximou meio tímida, mas Nemo se afastou. Perguntou o que ela queria, ela então o abraçou forte e o beijou, em plena luz do luar a surgir. Tuomas já havia ressuscitado e tinha ido ver a árvore a qual ele tinha posto fogo. Logo ao se aproximar, viu Tarja beijando Nemo, o que o provocou uma raiva incondicional. Nemo, então apaixonado, Tarja, confusa em seus sentimentos, Tuomas, repleto de ódio. Tuomas avançou em Nemo, que estava fraco por estar apaixonado, que cai. Tuomas o espanca e corta sua garganta até morrer. Tarja, desesperada, tentava fazer de tudo para impedir aquilo, mas já era tarde, Nemo já estava morto.

- O que você fez? Por que o atacou, Tuomas?

- Porque eu te amo, Tarja, e não vou deixar ninguém chegar perto de você.

- Não preciso de ninguém para me proteger. Eu o amava.

- Impossível! Não podia amar esse barbudo.

- Você não sabe o que eu fiz para te ter de volta, e você aparece tirando o que me faz feliz.

- Essa é a nossa hora, Tarja. Fique comigo, vamos abandonar todo o resto do mundo.

- Não. Eu que abandonarei você. Você está tão diferente.

- Não me deixe, por favor.

- Chegou à hora de eu partir. Adeus, Tuomas.

Tarja então caminhou para uma camada de névoas, desaparecendo rapidamente. Tuomas a tentou seguir, mas a perdeu de vista. Apenas gritava seu nome, até não ter mais voz, até não ter mais seu coração.



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Notas finais do capítulo

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