Milagre De Ano Novo escrita por Lua, March Hare


Capítulo 4
The first "Hero’s things to do" list!


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ^^



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Today things to do:

Organize the hideout,

save the world and

defeat the super villains.

Alfred estava radiante enquanto arrumava as coisas no seu novo apartamento. Pôster de super herói. Miniatura de super herói. Filmes e jogos de super herói. Até os cômodos da casa eram decorados com super heróis.

A cozinha era dividida entra os Satélites e a Sala da Justiça.

A sala, uma mistura das varias bases de operações dos Vingadores.

O banheiro e o corredor, partes da “Mansão X”, dos X-Man, com direito a uma estatua perfeita do Wolverine.

O quarto era uma Batcaverna perfeita.

Viciado seria eufemismo.

Demorou a arrumar aquilo tudo. Teve que buscar cada parte em lugares diferentes do mundo. O que é mais fácil quando se tem um avião... Mas demora um bom tempo mesmo assim.

Mas todo tempo, esforço e dinheiro gasto valeram à pena. Finalmente ele tinha seu “esconderijo secreto”! Poderia fazer o que quisesse, na hora que quisesse. Nesse momento ele jogava vídeo game. Claro, a primeira coisa que todo garoto de 19 anos faz quando ganha um apartamento e jogar um jogo de super herói no vídeo game.

Já que ele estava na sala e esta era dos Vingadores, resolveu jogar algo do Capitão America, seu herói preferido daquele grupo.

Depois de uma ou duas horas jogando ‘Captain America Super Soldier’ no seu ‘Nintendo Wii’, ele já tinha “matado” o Zola. Mas a imagem final do rosto do Caveira Vermelha surgindo e desaparecendo na escuridão o causaria pesadelos por muito tempo.

Resolveu que já tinha salvado o mundo o suficiente por aquele dia. Agora iria cumprir o resto de suas tarefas heróicas daquele dia.

Na “lista de coisas que o Herói tem que fazer” já tinha se riscado arrumar o esconderijo, mas salvar o mundo e derrotar os super vilões eram tarefas eternas que ele tinha que cumprir uma vez por dia no minimo.

Claro que com “salvar o mundo” Alfred quer dizer “jogar vídeo game” e com “ derrotar super vilões”, “ irritar Francis e Arthur”.

Novamente, viciado seria eufemismo.

Exatamente por isso ele resolveu sair. Iria procurar Arthur e Francis e arrastá-los para algum lugar. Depois de alguns, muitos, minutos procurando a chave em sua Batcaverna ele finalmente saiu.


Lembra-se que eu disse que o apartamento do Alfred ficava perto da rua onde os outros dois moravam? Se fosse especificar mais essa distancia seria um quarteirão virando à direita. Alfred não tinha parado para pensar nessa distancia ainda. Saiu de seu prédio e começou a andar. Reto para a esquerda.

Para aquele estadunidense se perder bastava um espaço com mais de 10 metros e uma parede. Era capaz de ficar perdido no próprio apartamento, trancado dentro da Batcaverna. Só para exemplificar, a casa de Alfred em Nova Iorque fica a dois quarteirões do Central Park. O garoto vai para lá todo domingo, dia que seu pai sempre tem folga e que eles estão nos EUA. Todo domingo, desde que era uma criança, Alfred se perde no caminho de sua casa até o parque.

Então não foi nenhuma surpresa quando Alfred parou no meio de uma rua que ele não podia identificar, olhou para os dois lados e se tocou não fazia a menos idéia de onde estava. E também não foi nenhuma surpresa, com a personalidade escandalosa e exagerada do garoto, quando ele começou a correr e a gritar.

Era uma rua pequena, daqueles sem saída onde todos se conhecem e as crianças brincam nas ruas sem medo de serem atropeladas ou seqüestradas. Varias casas, antigas e bonitas, quase todas de dois andares. Aquele tipo de lugar que as pessoas moram uma vida inteira e deixam as casas, em testamentos para seus parentes mais queridos, para que as gerações seguintes possam compartilhar a alegria, a simplicidade e a paz do lugar.

Paz que estava sendo estragada por um estrangeiro maluco.

Naquela hora, todos os ingleses que moravam nas casas daquela rua amaldiçoaram os fundadores daquelas 13 colônias que viriam a se tornar parte dos Estados Unidos da America. Se os britânicos não tivessem cuidado daquele lugar hoje eles não teriam que ouvir as gírias “deformadoras do inglês da rainha” gritadas por aquele estadunidense estranho que corria em círculos na frente de suas casas. Por que não tinham deixado aquele lugar para os franceses? Afinal, não se vêem canadenses correndo e gritando pelas ruas de Paris... Não é?

Se bem que o Canadá também foi colônia britânica... Bem, então o problema é dos ares de Nova Iorque. Afinal, o garoto que gritava vinha de lá, como dizia a blusa, o boné escrito “New Yorker Boy” e os gritos infantis de “Quero voltar pra NY!”.

Enquanto os moradores daquele lugar tentavam arrumar alguém para culpar e um meio de fazer o estranho Nova-Iorquino calar a boca, tal estranho se desesperava mais.

Depois de ganhar uma rua inteira de inimigos ingleses, Alfred resolveu parar para pensar. Ninguém ia cair do céu para salva-lo. E o capitão America não agiria assim se ficasse perdido. Nem o Superman, nem o Batman, nem o Wolverine...

Bem, vocês entenderam.

Não que algum deles fosse se perder. O Batman e o Capitão America teriam aqueles aparelhos legais que fazem quase tudo (no caso do Cap, cortesia de Stark). O Superman pode voar. E o Wolverine... Bem, aquele canadense baixinho tem seus métodos de se encontrar. Também conhecidos como “garras de adamantium”, “fator de cura”, “sentidos super aguçados” e “cara de mal” e outras qualidades incríveis. Afinal, ele é o Wolverine!

Mas isso não vem ao caso agora, voltemos ao nosso “herói perdido”.

Enquanto eu divagava sobre o meu querido Wolverine, Alfred ainda pensava. Ele não deveria estar perto o suficiente da rua de seus amigos para eles aparecerem. Se não, Arthur já estaria ali xingando-o e pedindo desculpas para os moradores da rua, como se falasse do irmão mais novo que não sabe se comportar. E Francis estaria rindo e falando coisas em francês, língua incompreensível para o pobre estadunidense.

E também estava longe dos EUA para qualquer Super-Herói salvá-lo. Sim, de acordo com Alfred, os Super-Heróis só agem na área dos Estados Unidos.

Afinal, pra que serve o resto do mundo, não é mesmo? Muito agradável...

No meio da rua, literalmente, Alfred ficou olhando para os lados, para baixo, para todos os lugares, em busca de algo conhecido. Limpou seus óculos.

Sorte que não passavam muitos carros naquela rua pequena, afinal, não teria graça se Alfred morresse atropelado logo no começo da historia.

Quando terminou de tentar melhorar sua visão, algo no horizonte chamou a atenção do garoto. Sinos soaram e uma luz cercou tal coisa.

Não, não era a imaginação de Alfred, o Big Ben acabava de badalar e o sol se punha atrás da Torre do Relógio, fazendo ela se iluminar como num desenho animado.

O estadunidense começou a andar, disposto a não perder o relógio de vista. Estava salvo! Não que ele soubesse chegar em casa a partir daquele lugar, mas sabia que Arthur passava ali todo dia para voltar do trabalho, exatamente as 19h30min. E que como era sábado, possivelmente Francis apareceria para implicar com ele. Afinal, ter que trabalhar no fim de semana é um dos muitos motivos preferidos do francês para irritar o outro.

Então Alfred poderia finalmente derrotar os dois super vilões! Seria perfeito.

Alfred chegou lá às 19 em ponto, de acordo com o relógio do mundo. Sentou-se no meio fio e esperou. Ele estava muito cansado, tinha corrido muito para chegar ali e se perdendo mais uma dezena de vezes. Tinha meia hora até que Arthur aparecesse para levá-lo para casa.

Durante esse tempo, ele começou a pensar. Por dois meses ele moraria numa cidade que, apesar dele já ter visitado inúmeras vezes, era quase desconhecida. E também sozinho. Nunca, em todos os seus 19 anos, tinha morado sozinho. Nem sequer tinha ficado mais de 12 horas sozinho na sua casa em Nova Iorque! Na verdade, quando estava em NY sem o “Papai Jones” seu irmão cuidava de tudo.

Matt foi a melhor coisa que tinha acontecido na vida de Alfred. Quando seu pai disse que ia se casar de novo, ele se assustou. Quando soube que a tal namorada era canadense e que tinha um filho alguns meses mais novo que ele, Alfred se desesperou.

Teria que dividir seu pai com uma mulher e com outra criança? Não só seu pai, mas seu quarto, sua casa, sua vida seria dividida com um garoto canadense que ele deveria tratar como irmão? Para uma criança de oito anos muito mimada, isso era o fim do mundo.

Mas depois de uma ou duas semanas de convivência a opinião de Alfred mudou completamente. Béatrice Williams o tratava com muito carinho, como a mãe que o garoto não tinha. Desde o primeiro dia, tratou Alfred como tratava o próprio filho. Alfred achava seu sotaque francês divertido e passou a chamá-la de mãe, com uma naturalidade tão grande, um mês depois do casamento. Matthew Williams era um garoto tímido e doce, parecia o oposto do novo irmão. Talvez por isso ambos se dessem tão bem.

Alfred basicamente vivia para seu irmãozinho. Adorava ver ele o jeito diferente que ele falava, misturando palavras em francês no meio das frases. Eles eram inseparáveis.

Matt e a mãe vinham de uma parte de Quebec onde o francês era a língua materna e quase nunca se falava inglês. No começo, foi muito difícil para os dois viverem em Nova Iorque, o coração dos EUA, um lugar que só se fala inglês de um jeito rápido e quase incompreensível para os canadenses. Mas depois eles se acostumaram.

Enquanto Alfred pensava no irmão, que agora estavam a um oceano de distancia, uma tristeza invadiu os olhos dele, quase os fazendo transbordar. Mesmo que quisesse seu gostinho da liberdade, ele não podia deixar de sentir falta de casa.

Era raro ver o estadunidense triste. Era quase algo inédito vê-lo a ponto de chorar. Alfred chegou até a pensar em voltar para Nova Iorque naquela hora. Ainda sentado no meio fio ele abraçou os joelhos. Queria seu irmão com ele. Se Matt tivesse por perto, com certeza ele não estaria perdido, sentado na rua e com frio.

As pessoas que passavam pareciam não vê-lo sentado no chão. O vento frio o fazia tremer. A escuridão da noite o assustava, fazendo-o se encolher e tremer mais, lembrando-o dos monstros e fantasmas que poderiam buscá-lo. Aliais, não era o frio uma das características das aparições de coisas sobrenaturais? Aquele pensamento o apavorou e o fez sentir pequeno e abandonado. Naquele momento, a solidão assolava-o até o ponto mais fundo de sua alma.

Alfred nunca tinha se sentido assim. Mas também, nunca tinha passado mais de um dia longe de sua família.

As lagrimas já escorriam livres pelo rosto, mostrando a saudade de casa e o medo de estar sozinho, quando Alfred sentiu uma mão no seu cabelo. Era Arthur.

As grandes sobrancelhas do inglês estavam franzidas de preocupação. Os olhos verdes arregalados ao ver que o mais novo chorava.

– Alfred! Meu deus garoto, o que ouve?- ele se ajoelhou – Por que você está chorando?

Possivelmente o inglês já pensava que alguém tinha torturado ou algo parecido o outro. Imagina, Alfred chorando! Deveria ser um sinal do apocalipse. Melhor reservar seu lugar nas colinas, pois daqui a pouco todos estarão correndo para lá.

–Arthur... I think I’m homesick... And I´m scary.

Alfred não entende o suspiro aliviado do outro.

–Alfred, não precisa ficar assim!- limpa as lagrimas do mais novo e o abraça – Você pode voltar para casa sempre que quiser, lembra? Tem seu avião. Se você quiser eu e o Sapo vamos com você amanhã! Só não chore, está bem? E não precisa ficar assustado, seu imbecil. I’m here. I will take all the ghosts away from you.

Quando Alfred ouviu aquelas palavras a vontade de chorar e a solidão abandonaram sua alma. Era aconchegante ver Arthur sorrindo para ele e estava quente naquele abraço. Por que ele se sentia assim, tão bem? Era como se Matt tivesse ali.

– Arthur... Você se preocupa mesmo comigo?

– Claro.

– Como se eu não fosse mais um amigo qualquer?

– Como se você fosse meu irmãozinho. Mas não fique se achando só por isso, Yankee estúpido.

Então era isso. Alfred entendeu por que aquela sensação aconchegante que sentia perto de Arthur. É algo que se sente quando está com a família da gente. Alfred sorriu. Talvez ele não precisasse estar sozinho em Londres. Afinal, Arthur era a pessoa que ele conhecia a mais tempo na vida, tirando seu pai, obviamente. Realmente, quase como um irmão mais velho.

– Irmãozinho?

– Sim. - Arthur estava corado, ele nunca tinha admitido se preocupar com o outro - Agora anda moleque, está frio aqui, eu vou te levar para casa. E vê se você aprende o caminho! Não quero ter que te levar pra casa todo dia, não conheço ninguém tão idiota e com uma capacidade tão grande de se perder do que você.

Então, uma gargalhada escandalosa encheu o frio ar noturno, que logo foi seguida de uma bronca sobre barulho excessivo. Mas, se Alfred reparasse bem, poderia notar um pequeno sorriso no rosto do inglês, como se esse falasse ”O idiota de sempre voltou, e prefiro-o assim”.

Eles começaram a andar e o estadunidense já estava com seu humor normal de volta. Ou seja, já estava falando alto sobre coisas inúteis e gargalhando, atraindo a atenção de quase todos na rua.

Alfred chegou à conclusão que em algum Multiverso ou final alternativo ele e Arthur são ou eram da mesma família. Possivelmente algum herói mudou essa realidade por que algo ruim acontecia nela, então é por isso que Arthur e ele são tão próximos.

“Sim, sim exatamente assim. Posso até ver o Superman mudando a rotação da terra para voltar no tempo e mudar o rumo das coisas. Então o Iggy é meu irmão mais velho.”

Claro que isso faz todo o sentido do mundo.

X-X-X

No seguinte Francis, Arthur e Alfred marcaram de se encontrar no London Hard Rock Café, perto do Hyde Park, mais especificamente perto da Hyde Park Corner. Como os mais velhos tinham que trabalhar de manha, eles marcaram 12h30min no lugar.(“Pontualmente!” frisava o inglês varias vezes)

Francis tinha que entregar seu capítulo e resolveu fazer isso com um dia de antecedência para impressionar seu editor. Tinha trabalhado a noite inteira naquele capítulo, seu garoto coelho tinha lhe encantado completamente. Ele nem tinha ido perturbar o Arthur na noite anterior!

Arthur tinha que entregar a nova campanha publicitária na empresa da família. Tinha trabalhado muito naquilo e realmente tinha ficado boa. Dessa vez seus irmãos tinham que ficar felizes e dar-lhe os créditos, aquele produto venderia milhões.

E, coincidentemente, a editora e a Kirkland’s Advertisement ficam na mesma rua, mais especificamente uma do lado da outra.


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organize the hideout…

But the villains wait for me!

The hero is here!


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Notas finais do capítulo

Com coincidentemente, é claro, eu quero dizer para minha conveniência.
Eu mexi tanto nesse capitulo que não sem nem mais onde ele começa ou onde ele acaba. Passei umas duas semanas inteiras colocando e tirando coisas dele.
Ah, eu amo o Wolverine, meu baixinho canadense agressivo querido *-* E alguém mais já jogou/zerou Capitão America para Wii?
Bem, quando eu escrevi a parte que o Alfie estava falando da casa dele e que com o Iggy era como estar com a família dele a minha família gentil e amigável estava brigando(pra variar, eles não fazem outra coisa). Ou seja, eu estava meio sensível a esse tema, então desculpem se ficou OOC demais.
Olha, hj é dia 22! Ou seja, é a ultima quinta feira antes do natal! Como possivelmente eu não vou ver mais vocês até o natal (já que a coragem de postar a fic de natal faltou novamente esse ano), desejo um Feliz Natal para todo mundo. Que todos vocês tenham uma festa ótima e muito feliz, com tudo que tem direito, que ganhem muitos presentes, que comam muito ( pq comida de natal é divina)e que comemorem com as pessoas que vocês gostam. Feliz Natal!
Falando em natal, eu estava pensando em fazer um cap especial (cofcofFillercofcof), contando um natal de quando esses coisas ai eram crianças. Aí eu postaria dia 24/25 ou próximo disso. Oq vcs acham? Respondam nos reviews para ajudar essa criança indecisa aqui a se decidir.
Beijinhos e até capítulo que vem ^-^
(p.s.: Alguém tem uma ideia para o nome da editora do livro do Francis? Ñ tenho nenhuma criatividade para nomes e não consigo pensar em nada TT.TT )