Minhas mãos tremiam e suavam. Ok, era oficial, era o meu fim. Ele vai me matar, ele vai me matar, ele vai me matar...

Onde eu coloquei a cabeça quando pensei em arranjar um encontro pro meu pai????

Eu acho que tenho alguns problemas psicológicos, só pode. Enfim, tarde demais para andar pra trás, o encontro estava marcado, já havia avisado Sue, mas agora só falta avisar meu pai. E como eu sou uma filha exemplar, decidi que um jantar em casa, com o melhor peixe frito da região, vai acalmar seus nervos.

-Bella,já acabou de arrumar tudo?-Tia Rose perguntou colocando o peixe em cima da mesa.

-Sim. -falei. -Talheres, pratos, tudo no lugar.

-Tudo bem, agora é por sua conta. -ela deu um meio sorriso enquanto pegava sua bolsa pronta para sair.

Sim, minha própria tia estava me deixando, porque ela achava que como fui eu quem criou o problema, seria eu que teria de resolvê-lo. Odeio pessoas sensatas.

-Ok. -respirei fundo, dando algumas voltinhas na cozinha. Não seria tão difícil assim afinal. Meu pai vai gostar de ter uma companhia para passar a noite. E foi com esse pensamento positivo que eu fiquei esperando meu pai chegar da delegacia naquela noite.

Depois de algum tempo, eu escutei um barulho de chaves na porta. Engoli em seco e esperei meu destino.

-Bella?-meu pai entrou em casa já me procurando. Corri para a perto da porta, o ajudando a tirar seu casaco. -Obrigado... -ele murmurou obviamente estranhando o fato de eu estar fazendo uma gentileza dessas.

-Oi paizinho. -após pendurar seu casaco no lugar costumeiro, me inclinei e beijei sua bochecha. -Venha, eu te preparei um jantar incrível!-exclamei o puxando para a cozinha.

-Ok... -resmungou. Assim que chegamos, mostrei ao meu pai, a mesa já prontinha com o jantar. -Uau... Bella o que é isso?

-Eu resolvi presenteá-lo com um ótimo jantar hoje. Não sei por que, mas... Acordei com essa vontade hoje. -Mentira deslavada!

-Tudo bem. Vou aproveitar esse milagre. -ele falou se sentando.

Sentei-me também, esperando meu pai arrumar seu prato, e quando ele o fez comecei a arrumar o meu, minhas mãos suavam.

-Nossa Bella,está muito delicioso esse peixe!-meu pai  exclamou contente após experimentar a comida.

-Sim, é o melhor peixe da região e eu o consegui só para você. -pisquei para meu pai, também experimentando o peixe.

-Onde está Rosalie?

-Ela decidiu dar uma volta por aí. -sorri amarelo.

Ele subitamente largou os talheres na mesa e me encarou.

-O que está acontecendo Bella?

-C-como assim?-perguntei gaguejando.

-Quero saber o motivo disso tudo. Esse peixe, essa gentileza toda... Tem gato nesse mato. -Bufei. Meu pai e suas gírias eternas...

-Ué pai, não posso te fazer um jantar e já duvida de mim?

-Eu te conheço Bella,pode botando tudo pra fora.Sou policial,sei quando alguém tem um comportamento suspeito.

Ai Deus... É agora ou nunca.

-Bom... Pai... Nesses dias... Eu vi você tão sozinho, então eu pensei que você precisasse de companhia, alguém para dividir seus medos, conflitos, sentimentos...

-Mas eu já tenho você Bella.

-É, mas é diferente pai. Você precisa de companhia, você fica entediado aqui em casa. Precisa de alguém que vá com você na pescaria, porque você sabe que eu não sou muito fã.

-Bella,chegue logo no assunto.

Respirei fundo.

-Olha eu fiquei, angustiada, perdida, e pensei e pensei,e acabei bolando um plano pra você arranjar uma namorada!-falei tudo num fôlego só.

-VOCÊ FEZ O QUÊ?

-Eu... arranjei uma namorada pra você.-sussurrei me encolhendo na cadeira.Meu pai passou de vermelho para azul,de azul para roxo,de roxo para rosa e de rosa para ficar super pálido.-Pai...você está bem?

-Eu... -ele murmurou desnorteado. Será que ele pirou de vez?Preocupada com a saúde do meu pai, me levantei com a intenção de ajudá-lo, mas ele foi mais rápido. Levantou-se tão rápido que a cadeira foi ao chão.

-Pai!-gritei com o susto.

Ele nada disse, mas vi suas mãos levemente tremendo.

-Pai... o que está acontecendo?

Ele respirou fundo e então finalmente colocou seus olhos nos meus.

-Por quê?-perguntou friamente.

-Quer água?-perguntei aflita. -É melhor se sentar.

-Porque Isabella?!-repetiu a pergunta mais alto e rude.

Suspirei.

-Essa reação já era esperada... -sussurrei. -Pai, você está tão sozinho, sempre ficou. Depois que... ”ela”.. foi embora.você sempre se dedicou tanto a mim,sempre querendo o melhor pra mim.Agora é a minha vez de querer o melhor pra você.

-E o que a fez pensar que eu queria uma namorada?-ele disse ríspido.

-Você precisa de uma!Todos precisam do amor... -sussurrei a última frase.

-E VOCÊ SE IMPORTOU EM PERGUNTAR SE EU QUERIA?!-ele gritou.

Quase cuspi um pulmão. Meu pai não brigava muito comigo, nem quando eu comecei a namorar, ele se importou, porque ele estava agindo assim?

-Pai, me escuta...

-TE ESCUTAR?VOCÊ JÁ PERGUNTOU PRA MIM SE É ISSO O QUE EU QUERO POR ACASO?E SE EU GOSTAR DE FICAR SOZINHO??

Engoli em seco.

-Calma pai eu só...

-SÓ QUIS SE METER AONDE NÃO É DA SUA CONTA!

-Eu só quis te ajudar!Me desculpa se não era isso que você queria!Eu só não sei  porque está gritando comigo!-falei alterada.

Meu pai pareceu pensar bem e levantou a cadeira caída e se sentou, respirando fundo e colocando as mãos na cabeça. Sentei-me na minha cadeira, suspirando e esperando meu pai se manifestar.

-Me desculpe filha, sei que fui rude só que... isso foi um choque!Uma namorada?Isso não é necessário.

-Ah pai, qual é?Você sabe muito bem que você precisa de uma!E eu passei por muita coisa ontem, pra conseguir a garota certa pra você, enfrentei travestis, piriguetes,velhas que cometem pedofilia,um porco com doença e também uma cigana maluca!Por favor, vá ao encontro amanhã.

-Bella... eu não sei.

-Vamos pai!-peguei sua mão. -Ela é perfeita!Tem o trabalho perfeito, é dentro da lei, também tem uma filha, divorciada, e o mais importante, o robe dela é pescar!É perfeito!

Ele estreitou os olhos pra mim.

-Ela gosta de peixe é...?-ele sorriu. Sorri de volta. Ele estava convencido, venci a batalha. Pulei da cadeira e o abracei e o enchi de beijos no rosto.

-Ai que ótimo pai!-me sentei ao seu lado e passei o resto da noite contando sobre Sue, como ela era, do que ela gostava e como seria o encontro deles.

No final das contas, meu pai conseguiu aceitar o encontro. Eu até tinha reservado tudo bonitinho, o restaurante na praia, uma passeio e quem sabe uns amassos?No dia seguinte, estava tudo resolvido, eu estava marcando com tia Rose e Alice na minha casa, sobre como vai ser o jantar, quando a campainha toca.

-Ah deve ser o Emmett. -Alice falou. -Ele disse que ia passar por aqui.

-Emmett?-tia Rose perguntou mais branca que papel.

-Ah, Rose, relaxa. Meu primo não morde. -Alice disse rindo enquanto ia até a porta.

-Fale por você. -sussurrei e tia Rose me olhou feio.

Alice abriu a porta e sorriu para Emmett.

-Entra Emm.Você demorou.

-Foi mal, eu tive que passar em um lugar e... -ele parou de falar assim que notou tia Rose na sala. Pigarreei.

-E...?-o incentivei a falar.

-E... -Emmett suspirou arrumando as ideias na sua cabeça. -Demorei mais do que o previsto. -ele concluiu.

-Vem, a gente tava conversando sobre o encontro do meu pai hoje. Ele aceitou ir.

-Sério?Legal. -Emmett veio e se sentou no sofá também.

-Sabe Bella?Eu tenho algumas coisas pra fazer... a gente se vê depois.-Tia Rose falou se levantando e correndo para o andar de cima.Depois de ouvirmos uma porta ser fechada,Emmett se manifestou.

-É impressão minha, ou ela está fugindo de mim?

-Não é impressão não. -Alice respondeu rindo. -Ela tem pavor de você desde o meu aniversário.

-Que estranho. Será que ainda é por causa do feijão?

-Eu não sei. Talvez...

-Hei gente. -estalei meus dedos na frente dos dois. -Será que vocês podem parar de falar da minha tia e me ajudarem com o encontro do meu pai, que vai ser hoje à noite?

Os dois suspiraram.

-Obrigada. -bufei. -Voltando ao assunto...

A campainha tocou novamente. Caramba!

-Eu atendo. -Alice pulou do sofá, correndo até a porta. Assim que a abriu, vi Edward entrar todo sorridente. Não evitei em sorrir também.

-Oi pessoal. -ele abriu um imenso sorriso Colgate para nós e eu, como sempre, me derreti.

Depois do dia 10 de Janeiro, ou seja, dois dias atrás, Edward e eu estávamos quase de bem. Tentando, juntos, reconstruir nossa amizade. Só que quem disse que seria fácil?Eu amo aquele garoto tanto.

-Oi Edward. Chegou no momento certo.-Alice sorriu pra ele.

-Mesmo?Por quê?

-Meu pai vai ao encontro hoje. -falei sorridente, efeito dele sobre mim.

-Uau.Pensei que ele ia surtar.

-Bem... isso não quer dizer que não surtou.-falei sem graça.

-Não brinca!-Emmett exclamou soltando uma alta gargalhada. -Como foi?

-Ah ele começou a gritar comigo. -ri também. -Mas no final deu tudo certo.

-Tinha que ser o pai da Bella.-Alice caçoou.

-Hei!-resmunguei. -Sua família também não é perfeita.

Ela me deu língua.

-Ok,podemos voltar ao assunto principal?-pediu Edward.

-Tudo bem. -suspirei. -Hoje... -eu já ia começar a falar quando a campainha toca novamente. -Cacete!A minha casa agora ta parecendo a casa da mãe Joana!-exclamei com raiva. Vi Alice pronta para ir atender, mas me levantei primeiro que ela. -Pode ficar aí, que dessa vez eu vou!-soltei minha raiva em cima dela, caminhei a passos pesados até a porta, bufando de raiva. Assim que a abri soltei os cachorros em cima da pessoa, sem nem mesmo saber quem era. -Olha aqui, eu não to com tempo agora falo!Vai procurar a casa de outra pessoa para...

Parei de gritar assim que percebi quem era. Engasguei na hora. Sue me olhava de olhos arregalados, as bochechas coradas e a boca aberta. Oh Deus...alguém me mate agora!Tadinho do meu pai vai ficar sem namorada por minha culpa...

-Ah... Sue.. eu só...-falei toda atrapalhada tentando me explicar.

-Ah Bella me desculpe aparecer assim, mas... esse foi o endereço que você me deu e eu pensei em passar aqui para...-ela pigarreou.-Mas não importa mais,Desculpe mesmo pelo incômodo

-Não!-gritei. Ela arregalou os olhos novamente. -Sue, eu que me desculpo pela minha grosseria. Às vezes eu não penso antes de falar.

-Ah Bella,não tem problema,vejo que atrapalhei algo.Conversamos outra hora então.-ela sorriu,pronta para ir embora.

-Espera!-fui até a varanda. -Você ainda vai se encontrar com meu pai hoje né?

-Claro, só se tiver acontecido alguma coisa e ele tiver cancelado...

-Não!Está tudo certo. -sorri aliviada.

-Tudo bem. Até mais Bella.-ela acenou.

-Tchau. E desculpa mais uma vez. -gritei antes de voltar para dentro de casa.

Três pessoas curiosas me encararam assim que eu entrei na sala.

-O que foi que aconteceu lá fora?-Alice perguntou.

-Quase fiz meu pobre pai, ficar sozinho pra sempre. -resmunguei envergonhada pulando no sofá. Todos me olharam desentendidos, e eu nem toquei mais no assunto voltando a falar do jantar de hoje à noite.

[...]

Olhei mais uma vez meu vestido. Ele tinha ficado perfeito em mim, graças ao bom Deus, porque senão seria um fiasco. Com prancheta em mãos, eu esperava ansiosamente a chegada do meu pai. Mordi meu lábio inferior com força. Só me faltava essa, meu pai chegar depois de Sue.

Bufei revirando os olhos e olhando novamente no relógio, 10 minutos atrasado. Pelo menos Sue ainda não havia chegado.

-Bella!-Alice chegou ofegante ao meu lado.

-Porque ta assim?-falei curiosa. Ela não veio correndo.

Alice desviou os olhos parecendo envergonhada.

-Depois te explico. -mudou de assunto. -O caso é que seu pai está atrasado e Sue pode chegar a qualquer momento!

-E você acha que eu não sei disso?E cadê todo mundo??Edward disse que iria ser o responsável de trazer o buquê, Emmett encontraria com Sue na entrada e a conduziria até a mesa, tia Rose já deveria estar aqui com meu pai e cadê o imprestável do Jacob?!-sim, eu estava surtando.

-Você não disse que o Jake tinha alguma missão. -Alice defendeu nosso amigo.

-Dane-se!Ele devia estar aqui do meu lado, me fazendo companhia!-bufei contrariada. Alice desviou os olhos, só então decidi jogar minha frustração em cima dela também. -Poxa Alice,você vai ficar aí parada?!-gritei a assustando.

-Opa, acho que tem gente que precisa de um suco de maracujá aqui. -ela resmungou. Revirei os olhos, voltando meu olhar para a entrada do estacionamento do restaurante, batendo insistentemente os pés no chão. Eu iria trucidar todos eles!

E para “melhorar” a situação, (e digo isso com o maior sarcasmo do mundo.), vejo ao longe Emmett conduzindo Sue até nós.

-Fudeu!-exclamei exasperada jogando os braços para o ar.

Alice seguiu meu olhar e arregalou os olhos.

-E agora?-perguntou estática.

-Enrola ela, eu vou ligar pra tia Rose. -falei enquanto me distanciava. Fiquei de frente para o mar, olhando a água da praia completamente furiosa enquanto discava os números no meu celular.

-Alô?-a voz despreocupada de minha tia me irritou ainda mais.

-Onde vocês estão?!-gritei.

-Estamos saindo de casa já Bella.

-Caramba tia Rose, a Sue acabou de chegar!

-Oh meu Deus!Verdade Bella?Espera um pouquinho aí que já estamos chegando. -e ela desligou.

Contrariada, respirei profundamente milhares de vezes e logo voltei para a frente do restaurante,abrindo um enorme e gordo sorriso falso para  minha provável ex futura madrasta.

-Oi Sue.-falei chegando perto dela e a abraçando.

-Olá Bella.-ela sorriu completamente feliz,Olhei para ela suplicante como quem dizia “por favor não mate meu pai”.

A observei bem. Ela estava radiante.

-Sue.. -Comecei hesitante. -Meu pai, ele teve alguns probleminhas e está um pouquinho atrasado. -falei apertando minha prancheta, quase fazendo com que ela se quebrasse.

-Probleminhas?-ela perguntou assustada. -Ele está bem?

Por enquanto. -pensei.

-Sim, está ótimo. -sorri falsamente pra ela. -Enquanto ele não chega, Emmett pode te acompanhar até a mesa. -Vendo que Emmett continuou completamente parado, lancei-lhe um olhar mortal. -Emmett!-chamei sua atenção.

Ele pulou de susto e logo conduziu Sue para dentro do restaurante. Mordi meu lábio furiosamente andando de um lado para o outro.

-Ah isso é mal. isso é muito mal. - falei desesperada.

-Oi meninas. -vi Edward chegar à nossa frente, tranquilo, com as mãos no bolso da calça jeans. -Como é que vai?

Ao contrário dessa manhã, não me derreti ao ver Edward. Dessa vez eu senti uma raiva tremenda dele, voei pra cima dele, batendo nele com minha prancheta.

-Seu ridículo!Como assim “como é que vai??”.Meu pai está atrasado para a merda do encontro e eu estou aqui preocupada e você ainda me pergunta como é que vai?!-gritei tacando a prancheta nele que tentava se defender. -E ONDE ESTÁ A PORCARIA DO BUQUÊ QUE EU PEDI PRA VOCÊ TRAZER EDWARD CULLEN?!!!

Edward conseguiu segurar meus pulsos, me fazendo parar de atacá-lo. Olhei para ele ferozmente e ofegante.

-Calma Bellet´z.Alguém precisa de um suco de maracujá aqui.-ele bufou.

Grunhi de raiva e voltei a bater nele, mas ele novamente me parou.

-Será que da pra parar?!-ele pediu. -O Buquê está com o Jacob.

-E CADE O IMPRESTÁVEL DO JACOB AFINAL DE CONTAS??-não parei de gritar.

-Obrigada pelo seu amor e gratidão Bella.-Jacob apareceu atrás de Edward bufando,com um buquê de rosas em suas mãos.

-Jacob... -comecei calma, mas logo explodi. -EU FALEI UM BUQUÊ DE TULIPAS!TULIPAS!E NÃO ROSAS!ELA É ALÉRGICA A ROSAS!!

-Sério?-ele coçou a cabeça ,confuso. -Mas que tipo de mulher é alérgica a rosas?!

-ELA!!-gritei.

-Ok Bella,todo mundo aqui ta vendo que você precisa relaxar,então senta um pouquinho aqui e respira fundo.-Alice disse me puxando para um cadeira que tinha ali.Me sentei exausta.Alice pegou a prancheta de minhas mãos,abanando-a na minha frente me produzindo um vento agradável.

-Gente. -Emmett apareceu, saindo do restaurante. -Cadê o Charlie, acho que a Sue está ficando entediada. -rosnei para Emmett e ele se afastou.

Eu já ia soltar os cachorros em cima dele também quando outra voz me fez paralisar.

-Oi gente, o que está acontecendo aqui?-meu pai chegou todo chique com blusa social, calça social, gravata e tudo.

-Graças a Deus!-exclamei me levantando da cadeira, peguei a prancheta das mãos da Alice bruscamente e me voltei para meu pai e tia Rose. -Onde vocês estavam?!

-Eu não tinha umas roupas muito boas. -meu pai parecia envergonhado. Olhei para suas roupas. Cafonas. -Ela já chegou?-ele perguntou olhando para dentro do restaurante.

-JÁ!-todos nós falamos ao mesmo tempo.

-Tudo bem, eu vou entrar. -ele respirou fundo, e pegou o buquê de rosas das mãos de Jacob.

-Peraí!-parei tudo e me coloquei na frente do meu pai. Olhei seu visual. -Você não vai entrar assim, ela veio toda bonita, você não pode estragar o momento.

-Bella,eu não tenho tempo para isso.-meu pai revirou os olhos.

O ignorei e comecei a ajudá-lo.

-Que gravata é essa?Você não vai para uma reunião de negócios!-falei tirando aquela gravata ridícula e a jogando no chão. Dobrei a manga de sua camisa até o cotovelo e revirei os olhos ao ver sua blusa enfiada dentro a calça. Coloquei sua blusa para fora e abri os dois primeiros botões o deixando mais charmoso. Baguncei um pouco seus cabelos e fiz uma careta para sua calça. -Pai, calça social?Você não vai para a igreja!-exclamei em reprovação. Enquanto eu olhava sua caça, notei algo em seu cinto. Olhei feio para meu pai.

-O quê?!-ele falou sem saber do porque que eu o olhava assim.

-Pai, sobre o que nós conversamos sobre, sem armas?!-ergui uma sobrancelha.

-É só para o caso de emergência!-tentou de defender.

Neguei.

-Pode passando para cá. -estendi minha mão. Ele bufou e tirou o revolver do cinto. Peguei a arma e a joguei dentro de um saco plástico. Apalpei as canelas do meu pai e olhei feio pra ele enquanto pegava a outra arma e a coloquei com a outra. -Pai, pelo amor de Deus!Você vai para um encontro e não resolver um dos seus casos!-ele deu de ombros.

-Estou livre?-ele perguntou.

O olhei de cima a baixo, o avaliando. Meu pai estava hot!

-Só mais uma coisinha. -peguei o buquê de rosas e o joguei no chão, fazendo com que Jacob abrisse sua boca, incrédulo, peguei na grama uma margarida e dei para o meu pai. -Sem rosas. -falei vitoriosa.

Ele sorriu pra mim e beijou minha testa.

-Obrigada filha.

-De nada pai. -sorri.

Ele afagou meus cabelos e entrou no restaurante. Depois do enorme erro do meu pai, em ter sentado e cumprimentado a mulher errada no restaurante, ele finalmente sentou ao lado de Sue lhe oferecendo a margarida. Sorri aliviada. Tudo ocorreu bem.

-Ela... o meu buquê...-Jacob balbuciava ainda indignado.-Me custou 50 pratas!

-Foi mal Jake.-me desculpei agora mais calma.-Mas eu avisei que eram tulipas.

Ele abaixou a cabeça e saiu dali, com Alice tentando deixá-lo melhor. Tia Rose logo deu uma desculpa qualquer, e saiu logo dali  para não ter que ficar perto de Emmett.Emmett logo se despediu de nós e foi embora,e então só sobrou Edward e eu na frente do restaurante.

Observei meu pai que sorria e conversava animadamente com Sue. Os dois se divertiam, e ao observar meu pai feliz, eu também me senti feliz. Era bom aquilo, ele achar alguém que preencha os dias vazios dele, alguém que não seja eu. Uma lágrima tímida deslizou pelo me rosto, junto com um grande sorriso.

-Bella?-a voz de Edward me assustou. -Você está chorando?

Limpei a lágrima rapidamente.

-Não é nada.

-Tem certeza?

-Ah... é só que...ver meu pai assim...é muito bom.-Sorri para Edward e ele sorriu de volta.-Eu pensei que “aquela mulher” tinha destruído tudo de bom que tinha nele.Mas eu estava enganada,Edward.Ele pode amar novamente.-voltei a olhar meu pai e Sue novamente.-Ele pode ser feliz de novo,só que muito melhor do que a primeira vez.Porque agora é pra valer.

E eu sabia no fundo do meu coração que Sue nunca iria machucar o coração do meu pai. Ouvi uma movimentação de Edward atrás de mim e quando me virei ele estendeu uma das rodas do buquê de Jacob pra mim.

-Aceita?Ou também é alérgica a rosas?

Ri.

-Seu bobo. -falei pegando a rosa de suas mãos. -Obrigada.

-Não tem de quê. -Ele deu aquele sorriso arrasador de corações pra mim e eu novamente derreti. -Que tal um passeio na praia?

-Eu adoraria, mas... amanhã tem aula.Preciso dormir cedo.-dei uma desculpa.

Ele suspirou.

-Eu sei que não é isso Bella.

Aquele garoto me conhecia muito bem.

-Edward, estamos tentando renovar nossa amizade lembra?

-Eu sei, mas... -ele passou a mão no cabelo contrariado.

-Tudo bem. -sorri pra ele. -Eu também me sinto assim às vezes.Mas uma pessoa uma vez me disse que tudo vem no tempo certo,apenas devemos esperar.E eu esperarei Edward.-falei com firmeza.-Eu esperarei.Nem que seja pra sempre.

Ele veio até mim e me pegou de surpresa me dando um leve selinho. Olhou-me nos olhos e disse:

-EU não cavalheiro. Não preciso esperar por nada. -Dei seu sorriso torto.

Sorri.

-Ok então, senhor “eu não sou cavalheiro”. Pode me dar uma carona pra casa?To vendo que meu pai não vai voltar cedo pra casa. -sorri olhando pra ele e Sue no restaurante.

-Claro madame.-sorriu me estendendo o braço.

Edward e eu caminhamos tranquilamente até o estacionamento, quando ouvimos alguns barulhos. Olhamos em volta alarmados, então segui o barulho. Vinha do canto do estacionamento. Podia ser um pássaro ferido, ou uma criança perdida.

Mas quando cheguei lá, fiquei completamente em choque. Não era um passarinho ferido. Nem uma criança ferida.

Eram Alice e Jacob dando uns amassos encostados em um carro. Deixei minha prancheta escorregar de meus dedos com o susto, produzindo um barulho alto. Os dois se desgrudaram e me olharam de olhos arregalados.

-B-Bella.-Alice gaguejou atrapalhada.

-Podemos explicar. -Jacob falou rapidamente.

Minha boca devia estar indo até o chão porque aquela cena era completamente...

-QUE MERDA TA ACONTECENDO AQUI?!-me exasperei querendo explicações.