Acordei cedo e desci para o café da manhã, não havia muita gente nas mesas, então sentei-me à mesa da Grifinória. Peguei um de meus livros da bolsa coloquei-o sobre a mesa e comecei a lê-lo enquanto comia um pedaço de torta de abobora. De repente percebi que o salão já estava cheio, não havia percebido que os alunos já haviam começado a entrar.

Olhei em volta e avistei o Malfoy fazendo alguma gracinha para os sonserinos que estavam em sua volta, então percebi que ele imitava meu irmão desmaiar, pois o mesmo estava entrando no salão. A buldogue (leia-se Pansy Parkinson) disse algo que fez todos rirem. Harry fez de conta que ignorou a atitude dos sonserinos e se jogou ao meu lado no banco.

— Não liga pra ele Harry, Malfoy é um idiota — disse a ele enquanto afagava seu ombro.

Jorge distribuiu os horários pra gente olhei qual seria minha primeira aula, poções, fechei meu livro e me levantei.

— Aonde você vai? — perguntou Harry.

— Buscar meu material para a minha primeira aula — disse simplesmente.

— Mas você já tomou café? — ele perguntou.

— Claro que sim, levantei cedo hoje. — respondi.

— Qual é sua primeira aula? — perguntou Fred.

— Poção. Por isso tenho que buscar meu livro e meu caldeirão no dormitório. Se virem a Gina diz a ela que me espere em frente à sala de aula — disse a eles.

— Ok — Fred e Jorge disseram juntos.

— Obrigada — disse pegando meu livro de cima da mesa — Boa aula pra vocês.

— Por favor, nem me lembra delas, Mel — Fred disse.

Apenas ri e sai de lá. Fui buscar meu material de poção no dormitório, a Gina já não estava mais lá e como não passei pelos atalhos nem me preocupei.

Me sentei no chão em frente a sala de poções, abri o livro do terceiro ano e comecei a ler o capítulo 10, já havia lido o meu livro de poções, por isso havia pegado o de Hermione emprestado, a final ela já o havia lido mesmo.

Não havia avançado muito no livro quando escutei passos se aproximando, os ignorei, porém a pessoa parou na minha frente.

— Mellody? O que faz aqui tão cedo? — Perguntou o professor Snape.

— Bom dia, professor. É que levantei cedo hoje e resolvi terminar de ler o livro, e como sempre me esqueço do tempo quando estou lendo resolvi ler aqui na frente da sala, assim não teria problema de me atrasar. — disse a ele.

— Então entre na sala — Ele disse abrindo a porta e dando espaço pra que eu passasse.

Me sentei na carteira que costumo dividir com a Gina e o Colin e abri novamente o livro.

— Sabe, sua mãe quando estudava em Hogwarts também estudava bastante. — ele disse depois de um certo tempo.

Levantei a cabeça do livro e sorri, gostava quando as pessoas que conheceram meus pais falavam sobre eles, era uma maneira de conhecê-los, mas não entendo o porquê do professor Snape nunca mencionar nada sobre meu pai, porém nunca tive coragem o suficiente para perguntar.

— O senhor foi amigo dela? — Perguntei afinal queria saber o máximo que podia sobre eles.

— Sua mãe... — ele começou, mas foi interrompido por alguém que acabara de entrar na sala ele simplesmente voltou a fazer o que fazia antes como se estivesse fazendo isso o tempo todo, era sempre assim quando estávamos conversando e alguém chegava.

Não demorou muito para a Gina e o Colin chegarem e se sentaram ao meu lado. Após uma explicação de que conteúdos veríamos em poção esse ano o professor mandou começarmos a fazer uma poção anti furúnculos a minha saiu quase da cor que deveria sair.

Tivemos dois tempos de DCART o professor Lupin é o melhor professor de Hogwarts, ele teve que retomar vários conteúdos, pois ao que parece meu antigo professor se achava demais para nos ensinar algo realmente útil.

O almoço foi normal, o Malfoy ainda imitava meu irmão e tínhamos que fingir que não os víamos.

— Ele é um idiota — murmurei enquanto passávamos pelo Malfoy.

— Quem? O Malfoy? — Colin perguntou e confirmei com a cabeça.

— Você percebeu isso só agora Mel? — Gina disse rindo e nós a acompanhamos.

— Que aula temos agora? — perguntei assim que me recuperei do ataque de risos.

— Dois tempos de Transfiguração — respondeu Colin olhando no horário.

— Depois? — perguntou Gina.

— Um tempo livre — ele disse conferindo.

— Então vamos para sala para que logo chegue o tempo livre — Gina disse nos puxando.

Ficamos conversando na frente da sala até a professora chegar, quando ela chegou entramos e nos sentamos nos lugares de sempre, não demorou muito para que os outros alunos chegassem.

— Srta. Potter poderia distribuir esses ratos entre os alunos? — a professora perguntou.

— Hm, ratos? É claro professora — disse levantando, não sou muito fã de rato, mas fazer o que.

Peguei a caixa com ratos de cima da mesa dela e comecei a distribuir tive que segurar a risada ao ver a expressão de alguns alunos ao perceber com o que trabalharíamos hoje.

— Professora tem certeza que precisamos trabalhar com estes animais hoje? — perguntou Sabrina Stand da sonserina apontando com nojo o seu rato.

— Se quiser aprender algo sim, se não pode se retirar da sala, mas sua casa perderá vinte pontos- disse a professora.

A sonserina ficou em silencio e nenhum dos demais alunos apresentou rejeição a tarefa.

— Vocês irão transformar os ratos em taças... — a professora começou a explicar como transformaríamos os ratos em taças em quanto me sentava novamente.

O meu rato se transformou em taça na segunda tentativa, o da Gina virou taça, mas com pelos e a do Colin ficou com pelos, rabo e uma orelha. A professora acabou deixando como tarefa treinar transformar algo em taça, mas na verdade isso não era muito complicado.

Assim que a aula acabou, saímos para a próxima aula que era de feitiços. Quando já estávamos próximo as escadas como sempre o Malfoy estava azarando um primeiranista.

— Malfoy vai mexer com alguém do seu tamanho — disse apontando a varinha para ele, até parece que sou muito mais velha que os primeiranistas. Logo que perceberam o que estava acontecendo Gina e Colin também ergueram as varinhas.

— Mellody, Mellody como vai seu irmão? — ele disse largando o primeiranista e se aproximando — Pois a escola está cheia de dementadores e ele parece que desmaia de medo deles — ele disse rindo e sendo acompanhado pelos outros.

Me aproximei dele e sussurrei:

— Deixe meu irmão em paz.

— Ou vai fazer o quê?

— Vou contar a todos o que aconteceu no trem. — disse colocando as mãos na cintura, pondo-me nas pontas dos pés para ficar de sua altura e fazendo a melhor cara ameaçadora que sabia. — Pois sabe você vive dizendo que detesta quem não é sangue puro, mas pelo jeito gosta de salvar os mestiços de dementadores, não é? — eu disse de forma que apenas ele ouvisse.

— Não vou deixar o cicatriz em paz. — ele bufou e sussurrou de volta.

— Então tá, gente sabe que... — me virei e comecei a dizer em voz alta, mas ele tampou minha boca com a mão.

— Fica quieta, depois conversamos, estou atrasado para a próxima aula me encontre no banheiro da Murta que geme depois do jantar. — ele sussurrou perto demais.

— Mas os alunos menores de quinze anos não podem ficar fora dos salões comunais de suas casas depois do jantar. — sussurrei em resposta.

— Não gosta de uma aventurazinha Mellody?

— Em primeiro lugar é Potter, e se eu ganhar uma detenção por sua culpa, você vai desejar não ter nascido Malfoy. — Disse ameaçadoramente.

Virei-me para ver se havia alguém ainda e o corredor estava deserto todo mundo que antes nos observava havia desistido de ver a briga e ido para suas aulas, falando nisso o professor Flitwick vai me matar estou uns dez minutos atrasada. Assim que me lembrei disso sai praticamente correndo para a sala, quer dizer meninas não correm andam apressadamente.

— Até que enfim Mel, sorte sua que o professor teve que buscar alguma coisa na sala da McGonagall, senão você estava ferrada — disse Colin aliviado.

— O que você tanto falou com o Malfoy? — Gina perguntou.

— Depois te conto — sussurrei ao perceber que o professor estava entrando na sala.

Depois do almoço tínhamos um tempo livre, então fomos para o Salão Comunal da Grifinória e fiz a Gina e o Colin treinarem o feitiço enquanto eu lia um livro de poções, eles obtiveram um resultado melhor, depois de várias tentativas a taça da Gina tinha ficado com pelos quase transparentes e a de Colin ficou só com rabo.

— Depois treinamos mais — disse me levantando.

— Treinamos? Você só ficou lendo e nos corrigindo — Gina disse fingindo estar brava.

— Você entendeu, Gina — disse ajudando o Colin a se levantar.

— Acho que na próxima aula de transfiguração vou conseguir transformar o rato em taça. — Colin disse animado enquanto saiamos pelo retrato da mulher gorda.

— Claro Colin, é só você treinar bastante. — disse a ele também animada.

Logo o Colin começou a falar sobre a temporada de quadribol da qual ele nem participava, ele só sabia de tudo sobre isso por que meu irmão joga.

O resto das aulas transcorreram normalmente, com os professores passando exercícios na sala e muita tarefa, nos mostrando que irá ser mais puxado do que o ano passado.

O Harry já estava na mesa da Grifinória conversando como sempre com o Rony e com a Mione.

— Oi, maninho como foram suas aulas hoje? — disse dando um beijo na bochecha dele e me sentando ao lado do Rony. — Rony, Mione.

— Oi, Mel. — os dois murmuraram.

— Normais e as suas?

— Legais.

— Legais? — perguntou Rony espantado e ao ver meu olhar de interrogação completou — Esqueci que temos duas Mione agora.

Revirei os olhos e me servi de suco de abóbora e de um empadão de rins, comi rapidamente e ao perceber que o Malfoy já não estava na mesa da sonserina supus que deveria ir logo ao banheiro, quem sabe assim não precisaria ficar depois do horário permitido e me livrar de uma provável futura detenção. Murmurei no ouvido da Gina:

— Depois eu explico. — ela assentiu disfarçadamente e eu me virei para os outros e disse já me levantando: — Acho que já vou subir, tenho que terminar de ler o livro de transfiguração vol. 3 — disse me levantando.

— Mas... Ai! — Colin começou a dizer algo, mas alguém que acredito se chamar Gina Weasley o fez calar.

— Boa noite, maninho. — disse dando um beijo na bochecha do Harry. — Boa noite pra vocês todos.

Andei calmamente até o banheiro da Murta, o caminho até lá estava completamente deserto. Cheguei ao banheiro e abri a porta devagar, havia uma pessoa no banheiro certamente, pois a Murta estava brigando com alguém.

— Malfoy? É você? — perguntei espiando pela fresta da porta.