Depois do jantar, cada um foi para o seu chalé e dormiu.

Na manhã seguinte, Hanna acordou e foi procurar algo em sua bolsa, quando se deparou com um bilhete: “Desde ontem, tudo que eu consigo pensar é no seu sorriso. Sinto falta dos seus lábios nos meus. É loucura, eu sei. Não devia ser assim, mas não consigo mais esconder. Podemos nos ver hoje? Me encontre atrás dos estábulos depois do café da manhã.“

Hanna achou o bilhete lindo. Só achou estranho a parte que Nico dizia que aquilo era loucura e que não devia ser assim. Resolveu ignorar. Engoliu seu café da manhã sem nem sentir o gosto e saiu do pavilhão. Deu de cara com Nico.

– Nico! Senti sua falta também! Acho que você deveria estar atrás dos estábulos agora, não?

– Do que você tá falando, amor? Tá tudo bem? - Ele perguntou, pondo a mão na testa dela pra ver se estava com febre.

– Claro que sim! Mas porque você disse que isso é loucura e... - Ela parou de falar e ficou pensando. - Ah, não.

– O que? Dá pra me explicar o que está acontecendo? - Nico perguntou, confuso.

– De-depois a gente se fala, Nico. Eu já volto. - Ela disse, andando em direção aos estábulos. “Não pode ser.“, ela pensava repetidamente.

Chegando lá, não viu ninguém, apenas vários cavalos e pégasos descansando. De repente, avistou um garoto mais ou menos da sua altura, cabelos pretos e pele branca. Devia ter uns 15 ou 16 anos.

– Percy. - Ela sussurrou.

– Ei. Acho que você viu meu bilhete. - Ele disse, indo até ela.

– É, eu vi sim. Achei que fosse do Nico. - Ela disse. - Porque você me chamou aqui?

– Como eu disse no bilhete, não consigo esquecer do... do beijo. - Ele disse, tímido.

– Percy, isso é mesmo loucura. Eu tenho namorado. E você também tem uma namorada! - Ela disse.

– Eu sei, eu sei! Me escuta, Hanna. - Ele disse, segurando o rosto dela a centímetros do dele. - Eu não sei o que está acontecendo comigo. Só sei que, desde ontem, quando você me beijou, eu senti algo... Quer dizer, eu gostei. Eu sei que você ainda sente alguma coisa por mim.

– Percy, eu... eu amo o Nico. E você me magoou. - Ela disse, seu rosto ainda nas mãos dele.

– Me desculpa. Eu sei que isso é errado e nós não devíamos estar aqui, mas... Vamos só esquecer tudo por um tempo. - Ele disse, e depois a beijou.

Pov. Nico

”Atrás dos estábulos? Porque a Hanna disse que eu devia estar lá?”, pensei. Resolvi descobrir o que estava acontecendo e fui até lá. Chegando lá, eu vi. Não estava acreditando. Me escondi atrás de um cavalo (que fedia muito) e fiquei observando. O Percy estava mesmo beijando a Hanna. E ela estava retribuindo. Eu... eu achava que ela me amava. Eu realmente a amava. Meus olhos se encheram de lágrimas. Dei um soco na parede mais próxima e eles olharam para mim.

– NICO! Nico, por favor, não é o que você tá pensando! - Ela gritou, uma cachoeira de lágrimas saindo de seus olhos.

– É claro que é o que eu estou pensando! Ridícula! Você... você tem a mínima noção do que você fez? - Eu gritei. Tão alto que minha garganta ardia.

– Nico, por favor, me desculpa! EU TE AMO, NICO! - Ela gritou, caindo de joelhos.

– Eu estou vendo. É assim que você me ama? Não olha mais na minha cara, tá bom? - Eu disse, indo embora.

– ESPERA! - Ela gritou, e veio atrás de mim. Ela chorava como eu nunca tinha visto antes. Parecia que ia desmaiar a qualquer momento. - Por favor, não me deixa.

Eu me virei e disse:

– Não me deixa? Eu nunca te deixaria, Hanna. Eu te amava. Foi você quem me deixou. Parabéns, você estragou tudo. - Eu disse. Agora, nós dois chorávamos. Ela me abraçou e tentou me beijar, mas eu disse:

– Não. Só... só vai embora, tá?

Ela saiu correndo de volta aos estábulos. ”Isso aí, vai lá dar uns amassos no Percy.”, pensei. Agora que meu mundo havia desmoronado, voltei para o meu chalé e dormi, torcendo para não acordar nunca mais.