Hanna observou a pequena criatura que entrara em seu chalé; era um coelho branco e felpudo, certamente o coelho mais fofo que já vira em sua vida. Mas tinha um detalhe: o pequenino estava todo coberto de purpurina cor de rosa. No momento que Hanna se deu conta disso, o coelho foi ficando maior, até que tomou a forma de uma linda mulher.

– Ah, coelhos são tão adoráveis, não é mesmo? - Disse a mulher.

– Hã... Quem é você? - Perguntou Hanna, assustada.

– Eu sou Afrodite, querida. A deusa do amor.

– É uma honra, lady. - Disse Hanna, curvando-se diante da deusa.

– Oh, levante-se, por favor! E me chame apenas de Afrodite.

– O que você está fazendo aqui?

– Primeiramente, queria pedir desculpas pela bagunça que fiz no seu coraçãozinho. Me desculpe! Mas tem mais uma coisa que eu queria te dizer.

– O que é? - Perguntou Hanna, nervosa e ansiosa.

– Bom, eu sei que você está confusa e não consegue entender o que está acontecendo com você. Eu sei o que é, Hanna. É o amor. Nem as pessoas mais sábias compreendem o amor. É algo que nos muda completamente! - Disse Afrodite.

– Eu percebi. - Respondeu Hanna. - Mas porque eu deixei o Nico sozinho na praia? Afinal, eu o amo.

– Ora, querida! Você só está com medo de entregar seu coração a ele. - Explicou a deusa, deixando Hanna mais confusa.

– Entregar meu... coração? - Perguntou Hanna, curiosa.

– Sabe, Hanna, quando nos apaixonamos, entregamos nosso coração para essa pessoa. - Começou Afrodite. - Achamos que ele estará seguro com a pessoa amada. Mas então, quando menos esperamos, essa pessoa joga seu coração no chão, pisa nele e quebra-o em mil pedacinhos. Você pega seu coração de volta, e tenta consertá-lo. Você cola todos os pedaços, mas mesmo assim ele continua frágil. Então, você fica com medo de entregá-lo a alguém novamente. E é isso que está acontecendo com você. Mas escute, cria de Athena: Nico realmente ama você. Então não tenha medo de entregar-lhe seu coração. Quer dizer, isso se ele aceitar, depois do que você fez hoje.

– Ah, não! - Gritou Hanna, batendo na própria testa. - O Nico! Ele nunca mais vai querer saber de mim! Amanhã tenho que falar com ele! Você me ajuda, Afrodi...

Mas a deusa havia partido. No seu lugar, agora havia apenas purpurina cor de rosa e um pequeno coração de vidro vermelho, no qual estavam escritas as palavras "Coração da Hanna". Havia também um bilhete:



– Obrigada, Afrodite! - Sussurrou Hanna, rindo. “É melhor eu dormir, amanhã será um longo dia!“, pensou. Deitou-se e dormiu.

Neste momento, Nico estava em seu chalé. Ainda não conseguira dormir. Estava sentindo raiva e tristeza ao mesmo tempo. E estava confuso também. Algumas horas atrás, tinha certeza que tudo daria certo entre eles. Nico a amava, e aparentemente, Hanna o amava também. Mas era tudo fingimento. Nico sentia como se tivesse sido usado. “Ela nunca esqueceu Percy; estava só me usando para esquecê-lo. Como eu sou idiota!“. Deu um soco na parede ao pensar na última frase. Ele suava frio. Lentamente, ele sentou-se em sua cama e apenas... chorou. Era difícil ser durão o tempo inteiro. Afinal, ele também tinha um coração. Um coração que fora destruído por Hanna. Deitou-se, mas não conseguia dormir. Morfeu, com pena do garoto, pôs o sono em seus olhos. E assim se encerrou aquele dia.