Uma Vida A Três escrita por ro_dollores


Capítulo 4
Capítulo 4




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_Será que ele não vai estranhar, amor ?

_Se ele chorar nós vamos ouvir, querida, não se preocupe. - ele pousou a mão sobre a barriga, e fez uma careta. _Acho que comi demais ! Estou cheio !

Ela deu uma risadinha muito conhecida. Ele entendeu “Eu te avisei”

_Já sei … já sei … “eu te avisei”

_Estava sentindo falta da comida da sua mãe ? É isso ?

_Foi um pecado capital. Eu fui tentado, não tive culpa.

_Pela gula ?

_Acho que vão vou conseguir dormir.

_Será que sua mãe não teria um anti ácido ?

_Vou descer e procurar.

Ela o seguiu com a babá eletrônica nas mãos, assim se o filho resmungasse, eles ouviriam.

Sua mãe ainda mantinha a caixa de remédios no mesmo lugar, desde quando ainda era criança. Abriu um envelope tomou fazendo mais uma careta.

_Venha cá, vou fazer uma massagem em sua barriga.

Ele obedeceu, tirou a camiseta e deitou a cabeça em seu colo, no sofá.

De olhos fechados, ele sentiu a mão dela deslizar devagar, fazendo círculos pequenos, por longos minutos.

_Você tem mãos de fada.

_Está se sentindo melhor ?

_Está melhorando, doutora.

Ela sorriu quando ele abriu os olhos e a encarou.

_Sara … hum …eu preciso te contar uma coisa. - A voz dele parecia receosa.

Suas mãos aumentaram o perímetro de seus círculos, chegando até o peito e pescoço.

_O que foi ? Parece assustador !

_É que … a minha mãe … tem uma amiga … talvez melhor amiga … que com certeza vai estar entre nós … amanhã e …

_E …

Ela se chama Júlia, nós dois … há … muito tempo ..

_Ficaram juntos !

Ele arregalou os olhos se surpreendendo com ela.

_Como sabe ?

_Eu não sei, apenas deduzi. Nós estamos no seu território, você viveu aqui boa parte de sua vida … e é admissível que isso tenha ocorrido. Tem mais alguma coisa para me contar ?

_Não !

_Estava preocupado por que ?

_Estava sendo … apenas cuidadoso.

_Ela foi importante para você ?

_Nenhuma mulher teve importância na minha vida como você ! Nenhuma !

Ela deslizou a mão pela rosto cabeludo, depois desenhou seu nariz perfeito.

_Confio em você, querido. Prometo não ter uma crise de ciúme e atacá – la. A não ser que ela queira reviver o passado.

Ele deu uma gargalhada alta, depois encolheu os ombros, poderia acordar o bebê.

_Gil … você se lembra … de suas promessas ?

_De cada uma delas, sem exceção !

_Pois saiba que está cumprindo, com honras.

Ele levou a mão até seu rosto, depois subiu seu corpo, deslizou o polegar pela sua boca e a beijou longamente.

_Nunca me esqueço de uma promessa.

_Eu te amo, Gil

_Também te amo, mais do que tudo em minha vida. Você e o nosso filho.

Neste momento seu telefone começou a tocar novamente, já eram quase onze horas da noite.

Era Cath.

_Gil, estava dormindo ?

_Não, ainda não.

_Recebi um telefonema estranho aqui há alguns minutos perguntando por você !

_Quem era ?

_Não quis dizer o nome e desligou.

_Peça para a Judy localizar a ligação.

_Já pedi, ela não conseguiu.

_Não ?

_Está esperando alguém ou tem alguma pendência para resolver ?

_Não, nenhuma.

_De qualquer maneira vou ficar atenta, talvez seja algum amigo seu.

Ele quase não tinha amigos, e se fosse diria o nome.

_Se acaso ele ligar, me avise Cath, eu quero saber.

_Tudo bem … boa noite, desculpe pelo horário.

_Tudo bem, estava acordado.

_Dê um beijo na sua mãe …

_Será dado. Até mais.

Ele desligou e ficou olhando para o visor, estava marcando duas ligações perdidas, privadas !

_O que foi, Gil.

_Você ouviu o telefone tocar ?

_Não, apenas no final da tarde, como você.

Sua expressão se tornou muito séria e ele tentou disfarçar.

_Algum problema … o que a Cath queria ?

_Me avisar que alguém me procurou mas não se identificou.

Ela olhou para ele que estava de pé bem em frente a ela.

_Isso é estranho.

_Bastante !


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