Dês que voltei a Las Vegas desejei em vários momentos ter a equipe reunida novamente, não apenas para ter Grissom mais uma vez ao meu lado, mas sim para sentir que as coisas estão em seu antigo lugar, quando tudo era mais fácil. Porém nada volta ao passado, tudo muda e dificilmente regride. Uma prova disso é que finalmente estávamos juntos em um mesmo ambiente depois de tantos dias, mas ainda sentia como se tudo estivesse separado, e estava.

 Eu estava ao lado de Greg olhando diretamente para a sala do interrogatório, do outro lado ninguém podia nos ver, outra coisa que só comprovava o quanto distantes estávamos.

 Nick respirou fundo antes de abrir a porta e entrar com Brass, ele havia me oferecido o direito de entrar antes de qualquer um, mas eu recusei, precisava de respostas e sei que se Gil olhasse para mim eu não ia conseguir. Mas não era só comigo que seria difícil, com todos nós estava sendo, eu podia ver isso nos olhos de cada um.

 O problema não era só interrogar Grissom, e sim interroga Gil Grissom nosso ex-chefe, amigo, companheiro e amante. E acusá-lo de algo enquanto queríamos gritar para o mundo que ele era inocente, queimar as evidencias e burla o sistema. Podia da certo se não fosse por mais um detalhe, não havia só mais um ex-membro da equipe envolvido e sim mais um membro: Catherine.

 Pelo que Brass tinha nos dito, Catharine escoltou Grissom ate aqui e permaneceu com ele até então. Seja lá o que acontecia ela também estava envolvida e estava cada vez mais difícil acreditar em alguma coisa. Já era ruim suficiente ter alguém conhecido como suspeito, mas dois? Era demais para a gente. Mas quem eu queria enganar, eu não estava só chateada por não conseguir inocentar os dois, eu estava irritada por Grissom ter buscado Catherine e não a mim.

 -Senhor Grissom, que tal explica o que sua digital estava fazendo na arma do crime do assassinato de Michael Smith? –Nick perguntou profissionalmente, mas ele mal olhou para Grissom.

-Nick não precisa disso, eu não vim aqui para ser interrogado e perde tempo com ameaças, eu quero ajuda a resolver esse caso. –Suas palavras me fizeram congela, não pelo que dizia, e sim pelo tempo que não as ouvia.

-Quer explica? Então se explique! Porque é disso que todos nos precisamos de uma explicação por você ser nosso principal suspeito! Por nem se quer ter nos procurado para ajuda! Por mentir para aqueles que sempre confiaram em você! Por enfia a Catherine nessa situação! E acredite não é só nisso que você deve explicação...

-Não meta a Sara nisso Nick. –Ouvi-lo disser meu nome foi diferente de ouvi-lo disser qualquer outra palavra, se antes estava congelada pelo que via e ouvia agora estava ansiosa e nervosa, como uma adolescente pulando de alegria por saber que o menino que ela gosta sabe seu nome. De certa forma odiava essa sensação, me sentia incapaz de ter controle.

 -Tarde demais, ela já estava nisso há muito tempo. Mas o que você deve a Sara é apenas com ela. Fale sobre Michael e seu irmão Mike, e quero a verdade. –Brass disse antes que Nick pudesse dizer qualquer outra coisa, fiquei agradecida por isso, ter meu nome fora da discussão e fazer com que Nick se acalme, ele estava perdendo o controle.

-Estava dando uma palestra, voltei para casa, não tinha ninguém em casa como sempre. O telefone tocou, eu atendi era Michael, disse que precisava de minha ajuda e que o irmão dele tinha sumido. Falei para ele procura a policia, ele disse que não podia envolver a policia e precisava de mim, que eu era o único que podia ajuda.

-Onde você conheceu Michael? –Nick perguntou.

-Em uma palestra em São Francisco, Sara sabe qual foi.

-Como você disse, Sara esta fora disto. Porque Michael disse que só você poderia ajudá-lo? –Mais uma vez Brass o impediu de falar de mim, eu já não sabia o que devia sentir.

-Ele sabia que eu trabalhei aqui como chefe de vocês, queria que eu achasse seu irmão sem a policia envolvida. Ele é um grande amigo então eu vim. Quando cheguei aqui tinha cinco ligações perdidas dele, estava no avião então desliguei o celular, a ultima ligação tinha uma mensagem de voz.

-O que dizia? –Brass perguntou.

-Sua localização, sua voz estava baixa e cansada, quando cheguei lá o encontrei. Peguei na faca sem pensar, eu não sabia o que fazer, ainda não tinha acreditado que ele tinha morrido. Mas eu sabia que precisava descobrir sobre Mike e sabia também que não podia fazer isso sozinho.

-Então ele me ligou, quando me disse o que aconteceu tirei os dias de férias, o disse para vim a minha casa e deixar o corpo lá. Michael seria encontrado e então sua morte investigada, mais cedo ou mais tarde vocês iam chegar a Mike. O que eu não contava era com a digital e a busca por Grissom.

-Vocês estão indo na direção errada, por isso vim, para levá-los ao lugar certo. Também quero achar Mike, eu devo isso a seu irmão.

-Estamos seguindo as evidencia, e adivinha? Elas apontam para você.

-Esqueças as evidencias Nick. –Grissom disse, e essas quatro palavras foi o suficiente para fazer Nick perde de vez se controle.

-Esquecer as evidencia?! Dês que estou aqui foi isso que você me ensinou a fazer seguir a droga da evidencia! Dês que você saiu é isso que venho fazendo e agora você vem me disser que sua filosofia de vida é para ser deixada de lado? O que você quer mais em? Talvez que esqueça tudo e faça uma festa por você ter voltado?!

-Nick já chega! –Brass gritou o segurando e tentando levá-lo para fora da sala.

-Eu só quero que você faça seu trabalho direito e ache o verdadeiro assassino! –Grissom gritou e levantou ficando a frente com Nick.

-Pelo menos eu ainda faço o meu trabalho e não me escondo em palestras! Você quer o verdadeiro assassino nos procurasse antes mais eu acho que você nem se lembra de nós não é? Assim como não se lembra da Sara!

-Nick pare! –Gritei abrindo a porta da sala antes mesmo de percebe o que estava fazendo.

-Sara... –Ouvi Grissom sussurra, mas não podia olhar, precisava fazer meu trabalho como ele mesmo havia dito.

-Nick olhe para mim. –Pedi e foi o que ele vez e assim fui capaz de ver seu olhar idêntico ao meu: medo. –Não faça isso, temos trabalho a fazer, temos que encerra este caso. Sei que você esta cansado, todos nós estamos, mas isso não vai lhe ajudar em nada ok? Porque não vai busca nosso jantar? Eu e Greg estamos morrendo de fome.

 Antes de me responder Nick olhou para Grissom não mais com medo e sim com raiva.

-Tudo bem, já volto. –Dito isso ele saiu da sala tentando manter os passos firmes, mas assim como eu ele só queria correr para longe de tudo. 

-Sara. –Grissom me chamou mais uma vez.

-Greg vamos repassar tudo que temos sim? Brass tem que cuidar deles. –Disse olhando diretamente para Greg, não podia virar-me, e como Nick mantive os passos firmes para fora da sala, mas antes de desaparecer do corredor ouvi as ultimas palavras daquele interrogatório, as que nos levariam para o caminho certo.

-Depois de disser o endereço, Michael disse uma ultima palavra, um nome: Cody.

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-Cody é o filho de Jackson Stuart, o que ele tem haver com Mike? –Perguntei para Greg. Não trocamos nenhuma palavra sobre o ocorrido no interrogatório, voltamos ao caso como se nada tivesse acontecido, ou pelo menos estávamos tentando.

-Pelo que eu achei a mãe do Cody morreu uma semana antes de Mike desaparecer de câncer, ma nada que ligue os dois.

-Não, mas eu já sei o que liga Mike e Jackson. –Nick disse entrando na sala com nosso jantar.

-O que você achou?

-Eu conseguir o extrato bancário do querido reitor da Sara, esse mês o dinheiro em sua conta dobrou, e foi quando as obras da faculdade pararam. Ele estava desviando dinheiro.

-Ele desvia dinheiro, Mike descobre, para não perde seu emprego ele desaparece com Mike. Michael sabia das suspeitas de Mike podia coloca tudo a perde então ele também o mata. Se desapareceu com um porque não com o outro? –Perguntei novamente, como sempre mesmo com as respostas tínhamos perguntas.

-Ele pode te descoberto que Michael procurou ajuda, sem tempo teve que fazer o necessário.

-Pode ser Greg, temos que trazer p reitor em custodia amanha e interrogá-lo. O que Brass não ira me deixa fazer.

-Você esta melhor? –Greg perguntou a Nick pela primeira vez se referindo ao acontecido.

-Sim, eu deixei as coisas fugirem do controle, mas esta tudo bem. Devo desculpas a você Sara.

-Não se preocupe você agüentou bastante, todos nos. Melhor pararmos, está tarde não vamos conseguir mais nada.

-Sara tem razão encerramos por hoje. Boa noite gente.

-Boa noite. –Respondemos em uníssono, olhei para Greg e ele para mim, estava um esperando o outro para ir embora.

-Vou indo, te vejo amanha. –Greg disse tomando a iniciativa.

-Tudo bem.

-Qualquer coisa me liga.

-Pode deixar.

                     

  Quando o silencio tomou conta do ambiente e eu finalmente estava sozinha soltei um suspiro desesperado. Está sozinha era bom para finalmente pensar, não precisa fingir que esta tudo bem, não precisa mais parecer forte quando tudo que você quer é apenas desabar. Por outro lado não tem ninguém para de distrair era esta apenas com seus pensamentos, e eles são sempre traidores.

 A primeira coisa que me veio à mente foi o quanto eu estava sendo covarde. Todas as manhãs eu acordava desejando que Grissom estivesse ao meu lado me dando bom dia, que beijasse meus lábios com a promessa da eternidade, que abrisse a cortina deixando o sol entrar simbolizando mais um começo. E agora que estamos pelo menos na mesma cidade tudo que eu fiz foi fugir de quem eu mais desejei.

 Durante todo o interrogatório mal o olhei, desviei meu olhar para Nick, Brass e Catherine, mas nunca para ele. Eu tinha meus motivos, olhar seus olhos azuis ia me fazer afundar em meus sentimentos, o coração ia falar mais alto eu a razão como sempre fez se tratando de Grissom, e então a única coisa que eu ia querer era poder tocá-lo novamente e esquecer tudo a meu redor.       

 Mas evitar o encontro só me machucava ainda mais, o medo e a ansiedade eram maiores que a desconfiança. Eu acreditava que Grissom era inocente enquanto ao caso, ele podia nos ter privado informação, mas não mentiu para nós. Eu só não sabia que ele era inocente enquanto mim, quanto a nós.                

-Chega Sara. –Disse a mim mesma levantando-me da mesa e jogando meu jantar inteiro fora, não importava quem era o herói ou vilão, bandido ou mocinha, as coisas ainda estavam desprezíveis.

-Sara. –Me virei sem pensar para ver quem me chamava, foi um erro, o dono do par de olhos azuis que eu vinha evitando estava agora em minha frente. E eu tinha razão, não estava preparada para o confronto, queria corre e abraçá-lo como ocorreu em São Francisco, mas também queria fugir e bater a porta. Considerando a situação não sai do lugar, não conseguir.

-Oi. –Ele disse também parado.

-Oi. –Respondi quase em um sussurro, foi então que percebi que dês que voltou esta era a primeira vez que falava com ele.

-Tudo bem?

-Tudo, e você?

-Considerando que estou preso, estou bem. –Ele disse sorrindo, eu quase sorri também mais não consegui, não consegui mais fingir.

-Então é melhor você volta para sua cela e sua companheira de todas as horas, eu tenho que voltar para casa e descansa, foi um dia muito longo. –Falei virando-me para ir embora, novamente fui impedida.

-Sara o que a de errado?

-Eu não sei. –Respondi com sinceridade. –Talvez você ter voltado sem me ligar, talvez por você não ter me ligado a muito tempo, talvez porque eu não te vejo a muitos dias e messes. O que a de errado Grissom? O que aconteceu com a gente? O que aconteceu com você?

-Não fui eu que larguei tudo e voltei para cá depois de ter me casado.

-Eles precisavam de mim você sabe, e eu também. Eu  voltei para São Francisco porque estava confusa, mas passou. Aqui é meu lugar, e era o seu também.

-O que você queria? Que eu largasse tudo novamente e viesse atrás de você de novo? Eu fui para você em São Francisco.

-Esse é o problema Gil, você espera perde quem te ama para depois ir atrás. Só que as coisas mudam e nem sempre você irar ouvir um sim. –Foram as ultimas palavras que eu disse naquele noite para ele, as ultimas palavras que disse para mim mesma antes de deixar o prédio, de deixar ele para trás.

No, amore no

Não, amor não

Io non ci sto

Eu não concordo

O ritorni o resti lì

Ou você volta ou então fique

Non vivo più

Não vivo mais

Non sogno più

Não sonho mais

Ho paura aiutami

Eu tenho medo me ajude

Amore non ti credo più

Amor, não acredito mais em você

Ogni volta che vai via

Cada vez que você vai embora

Mi giuri che è l'ultima

Você jura que é a última

Preferisco dirti addio

Prefiro dizer adeus