Tra Te E Il Mare (Entre Você e o Mar) escrita por Lety Paixão


Capítulo 4
Capítulo 4




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O homem dês de sua existência vem tentando conquista lugares desconhecidos, para o céu ele criou o avião e desafiou a gravidade, para o mar os navios empurram as ondas, para o espaço as naves tiram amostras de rochas. Porém mesmo com tantas viagens, tantas conquistas e vitórias o homem esqueceu-se de explorar um lugar, lugar este que é o mais escuro e profundo que qualquer céu ou mar, o homem esqueceu-se de explorar o homem.


Esqueceu porque está ocupado demais criando desafios e os superando, gastando dinheiro e tempo com armas e usando como justificativa a luta pela paz. Mas a paz é a união, na paz ninguém se sobressai todos dividem o que querem, seja território, petróleo ou religião. A paz só tem um gasto necessário: O amor.


Este é o real desafio do homem, o mais primitivo e difícil, amar. O amor é associado ao coração, porém ele afeta todo o seu corpo. Quando se ama suas mãos tremem, seu corpo aquece, sua mente viaja por lugares desconhecidos. No amor não existe o lado de fora, apenas o dentro, o que se sente e o que quer se sentir é uma sensação que se torna possível a coragem para investigar e conhece a si mesmo e o desejo sem fim de que essa exploração jamais acabe, e que as novas sensações sejam eternas. Então porque o homem não usa o amor para se explora?


Simples, o amor não é guerra que dura por séculos, o amor, ás vezes, precisa ser cortado e tudo que se sentia em seu corpo e mente vira do avesso, o que se queria vira sonho, o que se sentia vira lembrança, o calor vira gelo, as viagens pela mente viram decepção, arrependimento, raiva e o pior de todos: Saudade.


E como o grande poeta Pablo Neruda diz: Saudade é quando o amor ainda não foi embora, mas o amado já.





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Nunca sabemos se tomamos ou não a decisão certa na hora do ato, só sabemos se o caminho que estamos trilhando é bom ou não quando aparecem as primeiras pedras. Se elas não aparecerem podemos seguir levemente até o próximo desafio, caso você tropece em alguma, nem sempre voltar a atrás é a melhor escolha, na maioria das vezes não á mais como.


No meu caso não sabia se já tinha tropeçado ou não, eu nem mesmo sabia se as palavras que havia dito na noite anterior tinha sido uma escolha, mas de uma coisa eu tinha certeza, ficar parada na minha janela esperando que o vento me sopre uma resposta não ira resolver meu caso.


Fechei a janela com raiva, mas não forte suficiente para quebrá-la, não preciso de uma janela quebrada enquanto eu mesma já estou danificada o suficiente. Olhei para o relógio com a esperança do tempo já ter passado, foi um erro. Ainda faltava uma hora para o trabalho, eu não havia dormido quase nada e não foi por falta de tentativa.


Em uma decisão rápida peguei a chave do carro e fui para a porta, não podia mais ficar sentada e esperar, isso ia me levar à loucura, precisava ocupar minha mente com qualquer coisa, qualquer coisa que não me lembre ele.

Assim que cheguei à garagem pensei em ligar para ver ser Greg já estava de pé, mas desistir é claro que ele ainda estava dormindo.


–Era o que eu devia esta fazendo. –Disse a mim mesma fechando o celular antes de fazer a ligação.


–Dizem que falar sozinha é o primeiro sinal para a loucura. –Ouvi uma voz atrás de mim disser me fazendo quase gritar de susto.


–O que você esta fazendo aqui? –Perguntei tentando disfarçar o temor em minha voz.


–Você quer disser por que não estou preso?


–Não importa a pergunta quando a resposta é a mesma. –Disse sem rodeios.


–Brass confirmou meu álibi, um funcionário do aeroporto me reconheceu na hora que Michael foi morto. Não havia provas para me manter preso, só não posso sair da cidade.


–Estava querendo fazer isso? –Perguntei me arrependendo no mesmo instante, onde eu estava com a cabeça? Fui eu que disse adeus para ele noite passada, não foi?


–Se não tiver mais ninguém me prendendo aqui, farei isso. Algum problema?


–Não, e sim. O que esta fazendo na minha garagem?


–Achei que se batesse na sua porta você no me deixaria entrar, então resolvi te espera aqui, sabe seu porteiro não da muita segurança.


–Posso muito bem me defender sozinha. –Falei sabendo que isso pouco importava, ele queria conversa, eu queria paz, e nenhum dos dois ia desistir de seu objetivo. –Você tem cinco minutos fale logo o que você quer.


–Eu tenho três coisas para te fala. A primeira é que eu não quis esconder o que estava acontecendo para você, nem para Nick, para ninguém. Eu não tive muito tempo para pensar, e quando cheguei aqui e descobrir o que aconteceu... Sara, eu não podia te meter nisso, você voltou para equipe, te colocar nisso podia te prejudicar.


Grissom me esperou disser alguma coisa, mas eu não tinha o que falar, estava irritada e com raiva, não sabia se suas palavras eram verdadeiras, elas já tinham me enganado muitas vezes.


–Seu tempo esta acabando e ainda faltam dois tópicos. –Falei querendo acabar logo com aquilo e enfim poder respirar.


–O segundo é que você tem razão, mas quero que entenda, eu fiquei muito tempo como chefe da equipe, ir para São Francisco foi bom para respirar, ter você, mas me deixou um pouco perdido. Retomei meu gosto nas aulas e esqueci-me do que realmente importa, esperei você voltar e você esperou o mesmo. Esperamos por tempo demais Sara.


–E o tempo não volta atrás. –Complementei, era isso, o fim. Eu devia estar me sentindo aliviada naquele momento, leve, livre e solta. Mas não estava, e sentia como se o mundo resolvesse descansar em minha cabeça, meus olhos começaram a arde. E então eu soube, eu estava com medo, sozinha e com raiva. Mas ainda o amava, e como o amava, eu sempre amei, dês daquela porcaria de palestra.


Fechei minha mão apertando minha chave com força, lembrei do que estava ir a fazer: respira. Agora a ordem era outra: Viver. Sem encosta em Grissom passei por ele e fui ate meu carro, eu pedi pelo que tive, era a melhor forma, não podia ter duas coisas ao mesmo tempo, duas paixões não vivem em um só coração.


–Ainda falta o item três. –Ele disse, fechei a porta mais não dei a partida no carro, eu não sei o que era mais sentia como se precisassem ouvir suas palavras, precisasse da ultima carta do baralho na mesa.


–Diga. –Sussurrei o incentivando.


–Eu te amo. –Sem olhar para ele disse as únicas palavras que poderia disser antes de arrancar com o carro.


–Os cinco minutos já passaram.


E então sem qualquer pensamento concreto em minha mente avancei pelas ruas de Las Vegas e fiz uma coisa que não fazia há muito tempo.


Chorei.




Cerco di notte in ogni stella un tuo riflesso

Procuro na noite em cada estrela o seu reflexo

Ma tutto questo a me non basta adesso cresco.

Mas isso tudo não me basta agora amadureço



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–Eu só fiz o que tinha que ser feito! –Jackson, o reitor, gritou para mim tentando se defender.


–Você quer disser enfia a faca por trás das costas de Michael era o que devia ter feito senhor? –Perguntei percebendo que Nick e eu estávamos perto de uma confissão. Conseguimos o trazer para interrogatório, bem a tempo, ele estava fugindo com seu filho para deus sabe a onde.


–Michael foi uma conseqüência, a culpa toda é de Mike, ele que meteu o nariz o onde não foi chamado!


–Esta se referindo ao dinheiro que você estava roubando? –Nick perguntou se aproximando dele.


–Se fosse só isso não tinha que ter chegado a tanto. –Nick e eu nos olhamos, hora de pressionar.


–O que mais pode ter te levado a matar um homem pelas costas por não ter coragem de enfrentá-lo, dar sumiço em outro por esta preocupado com o seu trabalho que seria organiza uma faculdade e não extorquir dela? Talvez porque ele deixou isso publico? Não queria ser demitido? Ou quem sabe seu filho não descobrir que seu pai é um corrupto e agora um assassino?! –Gritei batendo na mesa em seguida.


–Deixe meu Cody fora disso!


–Ele é o motivo não é? O que o garoto tem haver com tudo isso em Jack, o que o menino não pode saber que Mike e Michael sabia? –Nick perguntou percebendo que havia muito mais coisa por trás, sempre há.


–Cody precisava ser protegido, eu só fiz meu dever como pai dele.


–Grande trabalho você vai para a pressão e ele ficara sozinho, e por quê? –Perguntei querendo desvendar isso.


–Minha mulher e eu tivemos problemas antes do Cody nascer. Separamos-nos e voltamos depois.


–Ela já voltou grávida?


–Já, mas eu a aceitei, Cody era nossa salvação, eu sempre o tratei com meu filho independente do que ela disse a Mike antes de morrer! –Ele gritou para Nick com lagrimas nos olhos, era isso, um pai desesperado e corrupto, querendo seu filho perto dele.


–Então você deu fim no Mike antes que ele pudesse fazer algo para tomar o Cody para ele, Michael descobriu e em um ato de desespero você o matou. –Nick concluiu.


–Mike queria a guarda de Cody, contou a verdade para o irmão, eu o ouvi pedindo ajuda, não tive escolha.


–Na verdade você teve você podia ter conversado com Mike e seu filho, contado a verdade, você o criou todos esses anos, você o pôs para dormi com historias, acha mesmo que ele ia querer ir embora? Você agiu sem pensar, agiu com medo e assustado, você fugiu da solução mais simples que era aceita os fatos e resolver a situação em você mesmo. E agora vocês vai ficar longe por anos, e quando você pensar em voltar talvez ele não te queira mais. –Falei duramente percebendo depois a verdade em minhas palavras, não em Jackson, mas em mim.


–Caso encerrado. –Disse antes de deixar a sala e andar rapidamente pelo corredor.


–Você foi muito bem lá dentro. –Greg disse quase correndo para me acompanhar.


–Só fiz o meu trabalho. –Falei ríspida.


–Sara...


–Olha Greg. –Comecei parando de olhar. –Não pergunte se eu to bem porque você já sabe a resposta, eu não estou ok? Estou confusa, vim o caminho inteiro chorando, descontei minha raiva lá dentro e agora estou fazendo isso em você. Eu sei que você vai disser que quer me ajuda, eu agradeço sua preocupação mais o que ira me ajuda agora será um balde de sorvete. E porque diabos você esta sorrindo?


–Você disse lá dentro que era preciso aceitar, finalmente você fez isso, aceitou a situação. Parabéns Sara, qualquer coisa me liga caso o sorvete acabe. –Greg me disse antes de me deixar sozinha pensando no que ele disse. Eu tinha mesmo aceitado minha nova situação? Isso só ia descobrir na pratica.


Sai do departamento e fui direto para casa, o sol brilhava no horário de meio dia, era cedo para ir embora, mas com o caso encerrado foi nos dado o resto do dia de descanso. Eu precisava disso.


Depois de conseguir sobreviver ao engarrafamento de Las Vegas, cheguei em casa uma hora depois, guardei o carro e esperei o elevador chegar no meu andar. Tudo que eu queria era entrar, tomar um bom banho, ver um filme e não pensar em quem não devia esta pensando. Mas o destino, como antes disse tem um nome, e gosta de brincar comigo.


–Achei que só ia chegar mais tarde. –Olhei para o dono da voz surpresa eu vê-lo, e aceitando o que ele disse, preciso de um novo porteiro.


–Caso encerrado, fomos liberados, não vou nem pergunta o que esta fazendo aqui, seus cinco minutos já acabou há muito tempo.




–Eu ouvi da primeira vez, quando eu disse que lhe amava, sabe não foi bem o que eu esperava ouvi como resposta.


–Da próxima vez deixe anotado a resposta que você queira ouvir, e me dê licença. –Falei tentando passar por ela para chegar a minha porta.


–Então você quer uma próxima vez? –Arrependi por não ter pensado no que falei.


–Eu quero que você se mexa. –Disse tentando parecer grossa e não nervosa, mas eu não esperava o que viria a seguir.


Grissom e eu estávamos consideravelmente perto, perto o suficiente para ele lançar seu corpo contra o meu me pretendo na parede em um gesto rápido e imprevisível.


–Seu desejo é uma ordem Sara Sidle. –Dito isso com nossos corpos colados e respiração ofegante, ele calmamente, colocou seus lábios sobre os meus e antes que eu pudesse pensar no que fazer surpresa com sua atitude retribuir mais forte nos deixando, se possível, ainda mais próximos.


Nesse momento a saudade dos toques e caricias me invadiu por completo e o que era raiva e filtração se transformou em desejo. Sua mão veio para meu rosto em um gesto delicado e ao mesmo tempo desesperado.


Quando o ar já não existia nos separamos e nos olhamos. Aqueles pares de olhos azuis me estudavam tentando descobrir o que fazer em seguida, tentando definir minhas emoções. Sua mão ainda estava em meu rosto, o calor dela sobre minha pele me fez ver o quanto eu pedir e conquistei, estava mesmo pronta para seguir a diante e esquecer Gil Grissom? Melhor, poderia eu depois de anos esquecê-lo?


–Gil me deixe ir. –Falei em um sussurro.


–Por quê? –Ele perguntou confuso, e com razão. Eu precisava decidir o que queria, não podia dar as costas quando ele dizia que me ama e beijá-lo quando ele me prende contra parede, não era justo com nenhum de nos.


–Me de um dia ok? Só um dia, eu te imploro... –Sem uma resposta ele me soltou me dando passagem ate a porta, peguei a chave que tinha caído no chão e conseguir a segurar com minha mão tremendo, abri a porta e quando fui fechá-la tive minha terceira surpresa do dia com Grissom. Seu pé a prendia não me deixando da o ato final daquele momento.


–Sara me deixe entrar. –Ele pediu, melhor, me implorou.


–Gil...


–Por favor, me deixe entrar. –Olhei para ele e então respirei fundo, já tinha tomado minha decisão.


No, amore no

Não, amor não

Io non ci sto

Eu não concordo

O ritorni o resti lì

Ou você volta ou então fique

Non vivo più

Não vivo mais

Non sogno più

Não sonho mais

Ho paura aiutami

Eu tenho medo me ajude

Amore non ti credo più

Amor, não acredito mais em você

Ogni volta che vai via

Cada vez que você vai embora

Mi giuri che è l'ultima

Eu juro que é a última

Preferisco dirti addio

Prefiro dizer adeus.


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Notas finais do capítulo

Acho que demorei um pouco para postar o capítulo, mas estava viajando e sem internet.
O proximo eu tenho quase certeza que será o ultimo, a fic nao tinha planejado ser longa, mas com Tra te e il Mare eu descobrir que não quero parar de escrever Grissom e Sara tão cedo, e vou pensar em um novo enredo.
Obrigada por acompanharem,
bjs



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