Lumos

Draco Malfoy, o homem que dizia que a amava e só estava tentando protegê-la , estava aos beijos com Pansy Parkinson. Se sentiu humilhada da pior maneira possível,ele a estava “traindo” em sua frente e com toda a certeza havia percebido sua presença,mas nem por isso havia parado. Então sua ficha caiu.

Ela foi usada.

Ele a usou depois jogou fora. Talvez como uma conquista pessoal do tipo “Eu dormi com a melhor amiga do Santo-Potter” e de novo estava quebrando seu coração,se é que restava algum pedaço a ser quebrado... Mas dessa vez seria diferente,ela não iria chorar,pelo menos não ali; Ela permaneceria forte e mostraria a Draco Malfoy quem era Hermione Granger.

Deu um suspiro cansado e pôs sua mais nova máscara,uma expressão entediada,porém irritada enfeitava sua face,uma de suas mãos desceu à cintura e batia um dos pés impacientemente,demonstrando impaciência.

– Caham. – Pigarreou alto,até que as duas criaturas a sua frente pararam o contato. – De volta para o dormitório,T O D O S vocês. Estam surdos?

– Calminha aí Granger. – Pronunciou-se Pansy. – Só por que você é uma solteirona mal-amada não significa que pode acabar com... – Olhou Draco de relance e mordeu o lábio. – A festa,alheia. – Completou sínica. Draco nada falou,estava chocado pela falta de reação por parte de Hermione. Esperava gritos,tapas,feitiços,azarações... Tudo,menos indiferença. Analisou-a novamente,a expressão corporal mostrava tensão,raiva e ao mesmo tempo,indiferença.

Foi aí que a olhou nos olhos. Ah! Aqueles olhos...nunca mentiam para ele e foi lá que achou o que estava procurando: Nojo,tristeza,raiva.

– Em primeiro lugar Parkinson, minha vida amorosa não lhe diz respeito,por tanto,não fale o que não sabe. – Riu irônica e olhou discretamente para Draco. Foi pior que o soco que recebeu em seu terceiro ano. – E em segundo,tanto posso acabar com essa palhaçada que o vou fazer. Para os dormitórios agora,todos irão cumprir detenção durante um mês limpando os troféis da Grifinória sem magia. – Burburinhos se formaram entre os alunos sonserinos,agora revoltados com a castanha.

– Abusando do poder,Granger? Tudo isso seria...ciúmes?– Foi a vez do Malfoy lhe dirigir a palavra. Seria melhor não o tê-lo feito,pelo menos não dessa forma.Ao receber o olhar gélido da castanha riu de lado se aproximando,um frio percorreu a espinha de Hermione. “Não,ele não vai fazer isso.” Pensou com medo,mas tarde de mais,pois ele já a havia encurralado na parede de pedras e a beijava com avidez,deixando todos ali com expressão perplexas. Hermione quase se entregou ao beijo,ele mantia um controle sobre ela que nem gostava de admitir pra si mesma.Mas o empurrou com toda a força que conseguiu reunir,ela estava furiosa.

– SEU GRANDE IDIOTA! – Gritou limpando a boca,com as costas da mão. – NÃO SE ATREVA A ENCOSTAR UM DEDO EM MIM,ESTÁ OUVINDO?VOCÊ E ESSE BULDOGUE COM RENITE – Apontou displicentemente para Pansy. – ALÉM DE LIMPAREM OS TROFÉUS IRÃO AJUDAR O HAGRID COM AS CAÇAS DA ESCOLA! – Sorriria sadicamente - se não estivesse cega pela raiva - com a cara estupefata dos dois,Pansy parecia prestes a azará-la,porém o Malfoy a conteve. Ele não poderia tirar a razão de Hermione,mas sentia que ainda faltava mais.

– Virão o que falei? – Se pronunciou o loiro num tom esnobe e de escárnio. – A sangue ruim está caidinha por mim,tks,tsk. Bastou um encostar de lábios e quase se entregou ao momento.Parabéns Granger,até que para uma nascida trouxa,consegue resitir bem a teus desejos. – Aquilo era demais...estava sendo humilhada por ele! Estava com muita raiva.

– Saiba,Malfoy que tenho tanta vontade de beijar você quanto tenho de beijar um Dementador. – Respondeu num tom ameaçadoramente baixo. – E O QUE FOI? ESTÃO SURDOS? PRA SEUS DORMITÓRIOS,JÁ! OU QUEREM MAIS UM MÊS DE DETENÇÃO?! – No mesmo instantes o Sonserinos se retiravam,não ousando testar a paciência da castanha.

– Saiba Granger,que o que não pôde ser terminado aqui,pode ser terminado em outro lugar. – Disse Pansy se retirando.

– Paguem um Motel! Por que Hogwarts não é um prostíbulo. – Quando Pansy saiu,rindo vitoriosa a castanha sentiu um lágrima solitária traçar um caminho por seu rosto e morrer em seus lábios.A última lágrima que derramaria por ele.

Uma lágrima de ódio.

– Não chores. Ainda vai arranjar alguém que queira esse seu corpo meia-boca e que agüente esse seu gênio de trasgo. – A voz de Draco saiu rouca no ouvido da castanha e a próxima coisa que viu foi uma das mãos da castanha em punho na direção de seu rosto que foi ao lado oposto à força que o atingiu. Sentiu um gosto metálico em sua boca,uma dor exasperante em seu maxilar,mas aquilo toda aquela dor externa nem se comparava a que sentia em seu interior. Aquilo que estava fazendo com ela,com certeza doía muito mais.

– MENOS TRINTA PONTOS PRA SONSERINA! – Ao tempo que pronunciou mais essas palavras as lágrimas caíram em cascata sob seus olhos. – EU TE ODEIO MALFOY! – Gritou a plenos pulmões sentando-se na cadeira.

XX

Ao lado de fora da sala o Malfoy fechou a porta e suspirou antes de ir em para seu salão comunal,mais estressado que nunca,com todos os acontecimentos dos últimos tempos.

Ela o odiaria,tinha certeza. Mas era melhor assim,para os dois.Andava tão distante que só percebeu que já havia chegado ao salão comunal da Sonserina quando uma morena de pele alva e cara de buldogue o abraçou pelo pescoço.

– Agora não Pansy. – Draco disse seco,retirando os braços dela de si com certa falta de delicadeza,mas Pansy já estava acostumada,ele só agia dessa maneira com uma grifinória,mas ninguém sabia,ou melhor,quase ninguém.

– Mas...Draquinho,agora a pouco você... – Draco a cortou.

– Agora a pouco não interessa,estou mais preocupado em tomar um banho do que ficar me agarrando com você por aí. E não me chama de Draquinho,é ridículo. – Saiu sem ao menos olhar pra ela e entrou no dormitório,batendo a porta violentamente.

Blaise,que até o momento permanecia encostado numa pilastra observando tudo,se aproximou sorrateiramente e disse:

– Você não se cansa,Pansy? – A voz de Blaise Zabini era carregada de sarcasmo.

– Do que está falando? – Questionou com expressão de dúvida e olhos úmidos,que o moreno teve certeza que se ela piscasse,as lágrimas desceriam.

– De ser sempre a última opção do Draco,ser usada por ele. – Soltou seu veneno,ás vezes Pansy precisava ouvir algumas verdades.

– Cala a boca. – A voz dela era quase um silvo.E a essa altura,ela já chorava.

– Aliás,não só por ele. – Disse como quem se lembrava de algo divertido. – Mas pela maioria dos garotos.

– Por está me dizendo isso? – Nessa altura,os poucos alunos que estavam no salão comunal àquela hora,estavam prestando atenção.E como o bom sonserino que era,Blaise percebeu então foi se aproximando dela, - apesar de estar gostando da atenção,aquele trecho da conversa não precisava se tornar público – até que sua boca chegou ao ouvido da morena.

–Por que no final das contas,você não significa nada pra ele. – Sorriu de lado se afastando, todos olhavam apreensivos e soltaram a respiração que nem ao menos perceberam que tinham prendido.Do jeito que estava,ela ficou: Parada,olhando pra o nada,lágrimas finas caindo de seus olhos,seu rosto formava a expressão de mais puro ódio; o barulho da porta do dormitório se fechando foi ouvido,o burburinho na sala comunal começou e ela saiu sem dizer nada,mas seu silêncio naquele momento,representava muito para os que a conheciam.

XX

Depois de muito pensar se decidiu: Ela iria voltar ser o que era antes numa versão melhor. A partir de amanhã, todos iriam conhecer a nova Hermione Granger.

XX

Toc,toc.

O barulho na porta avisava que alguém estava por entrar, Draco deu de ombros estava deitado na sua cama olhando para o teto.

– O que você realmente quer, Draco? – Blaise quebrou o silêncio.

– Como assim? – Respondeu sem emoção sem nem ao menos olhá-lo,Blaise suspirou cansado.

– O que foi aquilo que você fez com a Granger? Foi estúpido... – Malfoy o cortou.

– Se está aqui pra me dar um sermão sugiro que volte de onde saiu. – Sua voz estava ameaçadoramente baixa e dessa vez ele o olhou de esguelha.

– Não estou dando sermão,até por que não sou seu pai. Mas você tem que admitir que está sendo um completo idiota. Afinal,foi muito brilhante da sua parte dizer aos sonserinos que a Granger está tendo uma paixonite por você. – Ele usava de toda a ironia possível.

– Eu tinha que fazer isso. Ela não me merece e é para o bem dela. – Sua voz começava a ficar embargada,mas não se permitiria chorar,não na frente de ninguém.

– Está enganando a si mesmo Draco,usando isso como desculpa pra não ter que enfrentar a todos. – Fez uma pausa enquanto observava o amigo enrijecer os músculos e o viu abrir a boca pra retrucar,mas Blaise foi mais rápido. – E nem pense em me desmentir,porque você sabe que é verdade. – Draco suspirou e apertou os olhos.Ficaram calados por alguns minutos, até que ouviu-se um suspiro de Draco, e naquele momento Blaise soube que era melhor que ele ficasse só.Andou até a porta e parou ao pegar na maçaneta. – E pense Draco: Será que é a Granger que tem que se afastar de você? Por que apesar de parecer sofrer muito,ela permaneceu indiferente a sua existência e a seus olhares. - Draco o olhou interrogativamente. - SIm eu percebi. – Dizendo isso,saiu deixando Draco ainda mais disperso e desabando em lágrimas. Ele havia feito tudo errado novamente e agora não tinha mais jeito,mesmo se saísse vivo daquela guerra. A sua única alternativa,era seguir em frente e a de Hermione também.

Mas ele não tinha certeza se queria que ela fizesse isso.

Nox