Tales of Love and Revenge escrita por H Lounie


Capítulo 7
Se eu morrer jovem - Percy e Rachel


Notas iniciais do capítulo

Curto, eu sei. É apenas uma variação do trecho Percy e Rachel no carro de Paul, do livro O ultimo olimpiano. Não sei, sempre que pensava em Rachel e Percy apenas esse momento me vinha a cabeça, então eu meio que fui obrigada a escrevê-lo (sim, obrigada por mim mesma). Para Dani, maior fã de percy e rachel, espero corresponder as espectativas (muito embora ache que não). Ei, alguém aí joga orb rpg olimpiano?
Sem mais.



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Amor

Rachel e Percy


Ele não queria escolher. Não queria fazer sofrer, não ela. Nem ele. Mas a vida não é um conto de fadas, a vida é um pouco mais difícil, é quase cruel. Ela não se importa muito com como as coisas deveriam ser e acontecer, está sempre ocupada demais para ouvir nossos lamentos. E então chega aquela hora em que ou você anda para frente, ou é deixado para trás.

Percy Jackson estava enfrentando um dilema. Ele dizia a si mesmo que preferia enfrentar um titã, que mitologicamente falando é bem pior que uma garota ruiva e mortal, praticamente inofensiva. Mas ela era seu pesadelo ruivo. E todas essas coisas aconteceram um pouco antes do fim do mundo começar.

Em um carro, na praia, apenas os dois e uma declaração-surpresa. E foi tudo tão estranho de inicio. O primeiro de beijo, de Percy, ao menos, era o primeiro. Estava nervoso, com medo de não saber o que fazer. Preferia enfrentar Luke desarmado a passar vergonha, Rachel era especial. Ele não conseguia calcular o quanto.

As mãos de Rachel agarradas aos cabelos de Percy eram cuidadosas e até receosas. Percy concentrava-se em mover seus lábios em sincronia com os dela, seus pensamentos soltos e incoerentes devido a intensidade do momento. Sorriam, e de vez em quando suas mãos se união em um jogo rápido de caricias. Os dois estavam espremidos no banco do motorista do carro de Paul, seria realmente constrangedor se Sally os visse assim, mas pouco importava no momento. A música que tocava no carro não combinava, e quando Freddy Mercury cantou “Thunderbolt and lightning, very, very frightening me”, de Bohemian Rhapsody, Rachel riu com vontade.

— Muito romântica essa nossa música do primeiro beijo, Perce.

E realmente não era. Percy buscou outra, ficando com Teenage dream, da Katty Perry. Era o melhor que podia fazer com aquele CD. Ótimo dia para estar sem uma boa música.

A conversa fluía naturalmente entre os dois, de uma forma que Percy não imaginava possível, pois de inicio sua timidez o havia tomado. Entre beijos e risadas, tudo estava absolutamente perfeito, mas claro, o assunto que tanto incomoda veio à tona. Percy não queria falar sobre as coisas que aprendeu apanhando do destino, de tudo que havia acontecido com ele, tudo que o trouxera até ali. Isso era assunto para outro dia, ou para outra vida, se tivesse sorte.

Ah, os assuntos de vida e morte. Esses sempre iam e vinham, já eram até esperados. Eram tão indesejáveis quanto ele mesmo, às vezes. Só que Percy era dito indesejável por dizer a indesejada verdade e fazer o que pensa, já aqueles assuntos eram apenas por serem cansativos e perturbadores em demasia. Gostaria de poder evitá-los.

Rachel dizia-lhe que não compreendia de onde vinha tanta coragem, e que com certeza não seria capaz de fazer tudo que Percy já havia feito. Percy lhe disse que o único medo que existe é morrer. Rachel puxou-lhe para si mesma, mordendo levemente seu lábio inferior, enquanto o filho de Poseidon ria, abraçando-lhe pela cintura e trazendo-a para seu colo no assento do carro.

— Se eu morrer jovem não me coloque nas suas lágrimas, apenas carregue-me no seu coração, se não pesar demais — Ela sorriu, puxando os cabelos negros de Percy para trás.

— E se eu morrer jovem apenas faça de conta que jamais estive aqui. Não chore, não culpe os deuses ou a própria vida, pois tanto os deuses quanto a vida estão ocupado demais para notar os lamentos de uma mera mortal ruiva — Ele sorriu com a brincadeira, ela torceu o nariz, fingindo desaprovação.

Rachel pediu por assunto mais leve, em troca, recebeu calorosos beijos, daqueles de deixar sem ar. Quando a conversa outra vez surgiu, falaram de suas preferências, de seus sonhos e ambições.

— Você pode realizar tudo isso que deseja — Falou Percy, desviando o olhar, imaginando o mundo de facilidades do qual dispõe as pessoas ricas como Rachel.

Ele já havia pensando em ficar com Rachel, mas tinha medo, afinal, como ele iria poder manter uma namorada rica como Rachel? Não que ela ligasse para dinheiro, mas mesmo assim, como ele daria um presente de aniversário para ela, por exemplo? Ela já tinha de tudo. Com certeza seria estranho. Estranho do tipo que leva um cara à falência.

A ruiva de pronto sentiu-se incomodada ao observar o devaneio de Percy, tentando imaginar o que ele pensava. Sentia pena do jovem semideus que muito provavelmente se sentiria grato se ao fim de tudo, se depois de salvar todo o mundo um dia, tivesse uma morte sem muita dor. Quão detestável pode ser a realidade, não? Semideuses que o digam.

— Você poderia viajar comigo. Como férias, você merece e precisa Perce — Proferiu baixinho, beijando-lhe o pescoço.

Percy de inicio se animou, mas depois a realidade veio para dar-lhe um forte muro na cara. Coisas ruins poderiam acontecer em uma semana, seu aniversário de 16 anos. Ele não ansiava por isso, mas mais dia ou menos dia tal data chegaria e ele haveria de estar pronto.

— Não é o momento certo, não é? — Perguntou ela.

Ele balançou a cabeça, ela tentou sorrir, mas sua tentativa fracassou. Percy beijou-a com toda a vontade que conseguiu reunir, querendo demonstrar que aquilo não era um fora, não exatamente. Ele estava apenas preocupado demais com a possível guerra, não deveria haver espaço para romances, por mais disposto a ceder que ele estivesse. A expressão de Rachel era insondável, mas ao mesmo tempo era como se dissesse “Oh, não. Não ouse ultrapassar minha cortina de amor próprio me dispensando”. E Percy não o faria. Já seria ruim demais para que ainda houvesse ressentimento depois do momento que passaram. Rachel pulou para o banco do passageiro, puxou o rosto de Percy para perto do dela, e o beijou de forma lenta e apaixonada.

— Cuidado, há perigo na próxima esquina. Não os deixe vencer — E partiu.

Percy precisava ir salvar o mundo, ele queria viver, queria vencer, sabia que de uma forma ou de outra a vida estava apenas começando. E viver é melhor do que sonhar. E o amor é uma coisa boa no fim das contas.


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