Trevasluz escrita por Mondai


Capítulo 5
Noção de perigo


Notas iniciais do capítulo

Olá novamente! Capitulo legal, eu acho, então aproveitem.
Bem,
Boa Leitura e desculpem os erros...



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A semana foi normal para Hermione. Os dias foram normais, o único grande acontecimento foi na quarta-feira quando Sr.ª Cole a chamou no seu escritório e arquivou todos os dados de Hermione (que, graças a Merlin, já havia pensado sobre o que dizer). Ninguém falou com ela, nem as meninas do próprio dormitório, Hermione percebeu que era ela que teria que tomar iniciativa, mas ela não queria criar vínculos com ninguém, assim ela não sofreria quando fosse embora. Ela frequentava seu quarto, o refeitório, o banheiro e a biblioteca. Sobre Riddle, ele agia da mesma maneira que no primeiro dia, a única mudança era que quando eles se encontravam na biblioteca (que por sinal, era frequentado por só eles e a bibliotecária), eles cumprimentavam-se com acenos de cabeça e grunhidos amigáveis. Hoje era domingo, e também dia de passeio. Hermione almoçava tranquilamente antes de fazer o que sempre fazia, observar Riddle.

Quando ela terminou o mingau olhou para a mesa que Tom sempre se sentava. Para sua grande surpresa ele não estava lá, ela varreu o refeitório com os olhos, viu muitas pessoas conversando animadamente, mas aos poucos as cabeças foram virando-se para encarar algo na mesa de Hermione. Como muito choque ela percebeu que a encaravam. As pessoas depois do segundo dia não a observavam tanto. O que ela havia feito? Agora todo salão olhava para ela e o silencio era doloroso.

-Hoje eu irei ao Beco Diagonal comprar meu material, Dumbledore me pediu para levar você até o Cabeça de Javali, apesar de eu ter certeza que você sabe o caminho. Irá comigo, Srtª Granger? – A voz fria e vazia sussurrava tão perto que era possível sentir os lábios dele roçando sua orelha. Cada pelinho do corpo dela se arrepiou e suas pernas pareciam derreter. Uma parte de Hermione estava preocupada se ela demonstrava isso no seu rosto. Talvez ele só estivesse perto por que as outras pessoas podiam escutar apesar dela estar o mais longe possível da confusão da hora do almoço.

Ele se afasta dela, mas continua parado, atrás de Hermione. Ela vira seu pescoço e encara Riddle por alguns segundos antes de assentir. Ele se afasta mais um pouco e estica sua mão, ela se assusta com o gesto, mas antes que ele fique com cara de bobo na frente de todos, ela segura sua mão levantando- se do banco. Tom dá o braço para Hermione igual naqueles filmes antigos. Mas é claro! , ela pensa, Nessa década é muito comum cavalheiros agirem assim com mulheres.  Então, todo salão os encarava saírem do refeitório não por causa da atitude dele, mas pela atitude ser dele.

Andavam pelos longos corredores de braços dados. Hermione estava certa, ele tinha sutis músculos. Seu braço parecia não ser parte de seu corpo, apesar de Riddle estar despreocupado e não olhar para ela, ela estava à beira de um ataque de nervos por estar assim com Voldemort.

-Sr. Riddle, eu preciso trocar minhas roupas, acho que está frio lá fora. – Ela diz soltando seu braço e indicando o dormitório feminino.

- Claro Srtª Granger espero você no hall de entrada. – Sua voz era calma e letal. Hermione jamais se acostumaria com isso. Ela entrou em seu quarto e vestiu-se rapidamente.

Acabou menos de dez minutos depois, estava descendo as escadas a encontro de Riddle. Ela acabou vestindo um vestido dois palmos após seu joelho, era preto, grosso, sem brilho e com gola alta, uma meia calça grossa da mesma cor que o vestido, um sapato de fivela com salto de quatro centímetros e um sobretudo cinza escuro que tinha duas fileiras de botões negros e alcançava seus joelhos. Seu cabelo estava em um coque banana que sua mãe a havia ensinado a fazer, seus acessórios eram luvas justas e negras e pequenos brincos de esmeralda, que eram um presente de sua avó. Ela ficou impressionada que suas roupas pudessem combinar tão bem com aquela época. Hermione não se maquiou, nunca gostou de se maquiar, por isso nem maquiagem ela tinha.

Encontrou Tom escorado no batente da porta, com uma roupa preta, assim como Hermione. O resto das pessoas já tinha saído para o passeio de final de semana. Andaram em silêncio até o Beco Diagonal, onde Hermione observou Tom comprar suas coisas.

- Você sabe aparatar? – Tom pergunta ao saírem da última loja, ele carregava livros, penas e ingredientes para poções. Hermione assente. - Vamos para Godric’s Hollow.

Ele agarrou a mão de Hermione, de forma fria, e ela sentiu um puxão antes de sentir um chão firme sobre seus pés. Disposta a descobrir mais sobre ele (tudo parte do plano, é claro) ela começa a falar.

-Por que Dumbledore quer falar comigo? – Ela pergunta o encarando, apesar de ele não olhar para ela. Eles agora andavam pela rua de braços dados.

- Alguma coisa relacionada à Hogwarts, talvez. – Ele dá de ombros.

- Mas o diretor de Hogwarts não é Armando Dippet? – Ela pergunta realmente curiosa.

- Sim, mas Dumbledore é quase sempre designado para este tipo de assunto. – Ela a olha com um olhar superior e depois desvia o rosto para a rua. Agora já estavam perto do bar.

O bar não estava lotado, mas também não estava vazio. Eles entram e Hermione localiza um Dumbledore mais jovem sentado em uma mesa sozinho, ao fundo do bar. Tom se separa de Hermione e vai até um das mesas afastadas e fala com o garçom. Ela senta-se de frente para Dumbledore e ele a olha com um sorriso real que Hermione retribuiu com entusiasmo.

- Boa tarde, Srtª Granger. – Ele a analisava, ela estava extremamente nervosa. Seu plano poderia ir por água à baixo em um piscar de olhos. Ela só esperava que ele atribuísse seu nervosismo ao fato de estar falando com ele, afinal, ele era um bruxo muito poderoso.

- Boa tarde, Prof. Dumbledore – Por sorte, sua voz estava composta.

- A senhorita tem algo a me contar, não? – A voz dele era suave.

Hermione desatou a contar a mesma estória que contou para Riddle. Sabe-se lá de onde ela havia tirado o nome Mary Perr, ela só sabe que veio em boa hora. Para sua surpresa, ele não questionou nada sobre seus pais ou Mary, só a olhou com um sorriso de entusiasmo, depois de pena quando contou sobre a morte de seus pais e Mary e depois de compreensão. No final ele assentiu e disse:

- Minha jovem, sabe, o diretor Dippet havia me pedido para lhe oferecer uma vaga no sétimo ano em Hogwarts. Vejo que você tem potencial para cursá-lo, pelo que me contou. O que acha da proposta?

- Oh, Merlin! O senhor está falando sério? Oh, muito obrigada! – Hermione tinha as mãos juntas com se estivesse batendo palmas, mais um passo para a concretização de seu plano.

-Acho que o senhor Riddle já realizou suas compras- Ambos olharam para a mesa que Tom estava sentado em silêncio bebericando uma cerveja amanteigada – Ainda é cedo, você pode pedir a ajuda dele para realizar as suas. Aqui está sua lista de compras – Ele retirou do bolso de seu casaco um envelope – E não se preocupe, Hogwarts possui uma conta no Gringotes para alunos nascidos trouxa, é só você informar na hora que for comprar seus materiais. Bem, eu estou atrasado, Srtª Granger, creio que o Sr. Riddle pode lhe explicar o resto. Adeus, nos veremos em primeiro de setembro. – Ele passa pela mesa e dá algumas batidinhas amigáveis no ombro dela e depois saí. Ela fica sentada e alguns minutos depois Tom a chama, eles saem pela porta e vão andando pela rua. Devia ser umas quatro horas da tarde.

- Nos podemos ir agora comprar seu material. Não quero ter que aturar sua ansiedade até semana que vem. – Ele lança um sorriso frio para ela. Hermione arrepia-se e ele abre um sorriso ainda maior. Eles aparatam no Beco Diagonal. Fazem as compras de Hermione silenciosamente, ele só deu palpite algumas vezes. Ela não tinha muita experiência com aqueles livros, eram parecidos com os de sua época, mas eram de autores e títulos diferentes.

Aparataram na rua do orfanato, andaram de braços dados até a grande casa. Como sempre, Tom fazia aquilo por educação, ele olhava para o orfanato no final da rua assim como Hermione. Também, por educação, Tom carregava as compras dela.

Era entardecer, os órfãos já haviam chegado e, apesar do frio, estavam no jardim. Eles observaram Tom e Hermione entrarem. Algumas garotas cochichavam e falam coisas ofensivas em voz alta. Hermione atravessou o jardim com Tom em um absoluto silêncio. Quando chegaram ao primeiro lance de escadas, Tom entregou as compras dela e ambos se dirigiram aos seus respectivos dormitórios.

Mais tarde, depois de Hermione ter arrumado suas coisas, ela foi à biblioteca. Faltava uma hora para o jantar. Não foi surpresa para ela encontrar Tom com as pernas cruzadas sentado em um banco com as mãos atrás da cabeça. Ele não estava lendo.

- Olá, Srtª Granger. Conseguiu arrumar suas coisas? – O sorriso dele era para ser um sorriso de curiosidade, mas Hermione sabia reconhecer um sorriso de deboche.

-Sim, obrigada. – Ela responde, mesmo sabendo que era uma pergunta retórica. Ela permanece em pé perto da porta. O rosto dele volta a ser inexpressivo e frio.

- Você tem alguma dúvida sobre Hogwarts? – Ela sabe que ele só queria ser cordial, talvez por medo que ela o difamasse pelos corredores de Hogwarts.

- Pare de fingir, Tom. Eu sei que você não quer realmente me ajudar. Então, você podia ser mais verdadeiro, mesmo que eu ache isso impossível, e agir naturalmente. – Ela foi se aproximando de Tom que havia levantado e estava a cinco passos dela, ela avançou na direção dele falando: - Ah, Tom... Você pensa que eu sou burra? Você não falou com ninguém desde que eu cheguei aqui e começa a me tratar bem, eu, uma estranha e sangue-ruim?

Seus rostos estavam a centímetros, ela não se importava, queria o fazer provar um pouquinho do seu próprio veneno, da dor que ele causaria futuramente em seus amigos. Ela tinha a noite toda para arrepender-se de ter dito isso.

 Ele aponta sua varinha por cima do ombro de Hermione e lança um feitiço mudo, que Hermione poderia ter certeza que era um feitiço silenciador. Ele guarda a varinha no cós da calça de cetim negro que ele usava e olha profundamente nos olhos de Hermione. Ela conseguiu manter a expressão dura mesmo quando viu um lampejo vermelho atravessar os olhos dele. Ela sabia que coisa boa não aconteceria.

Ele pegou uma mecha de cabelo que havia se soltado do coque de Hermione. Ele a analisou, rolando a mexa nos dedos longos e brancos depois colocou delicadamente atrás da orelha dela. Ela se arrepiou, mas não de desconcentração como os arrepios daquela tarde quando seus braços estavam juntos. Dessa vez, foi de medo.

-Você está com medo. – Ele sussurrou friamente, abaixando-se para ficar na mesma altura que ela. Ela só lançou um olhar frio. – Sangue- ruim. – Ela sentiu seu coração moer um pouco, há tempos alguém não colocava tanto nojo e desprezo nessa palavra. – Sabe, você é muito fraca, me julga, mas não sabe o que eu passei...

Sem ter noção do perigo ela o interrompe.

- O que você passou? Você não sabe o que eu passei, ou melhor, oque eu estou passando. Você não quer pena dos outros, você não quer a compaixão que os outros estão dispostos a dar para você. Você só pensa no poder e em si mesmo, nunca ninguém irá te amar. Talvez alguém o obedeça, mas eu não. Você é nada. Você é o fraco, Tom. – Ela não estava gritando, falou isso ríspida com sua raiva contida. Nesses últimos meses ela aprendera a agir com cautela. E como se estivesse interagindo com uma cobra ela esperou o bote. Ele veio rápido.


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Notas finais do capítulo

E aí? Curiosos para saber o que ele fez? Vocês sabem como funciona: Deixem reviews(Sério mesmo, nem que seja pra dizer que tá horrivel) que o cap.6 saí ainda hoje... Muahahhaha...
Obs.: Já tenho alguns capitulos prontos, mas aguardo a opinião de vocês...