Trevasluz escrita por Mondai


Capítulo 4
Pensamentos de uma mente perturbada


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários, vocês são DEMAIS!!!
Boa Leitura e desculpem os erros *-*
Obs.: O capitulo é curtinho, é só o diálogo dos dois. Queria fazer um cap. especial, só pra essa conversa. Sorry ;)



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Aquele silêncio estava ficando constrangedor. Hermione arriscou um olhar nos olhos cinza dele. Foi um erro. No momento em que eles se olharam, Hermione se perdeu na beleza do olhar de Riddle. Mas ela consegue desviar o olhar para seus pés novamente. O rosto dele era frio.

Ele dá dois passos, mas Hermione não recua. Pelo contrário, olha dentro de seus olhos.

- Como você descobriu que era bruxa? – Ele pergunta com uma voz diferente. Era calma e persuasiva. Ela o sentiu tentando penetrar em sua mente e imediatamente utilizou seus conhecimentos em oclumência e o bloqueou.

- A-a-alguém nos pode o-ouvir – Ela estava se chutando interiormente, o rosto inexpressivo dela se perdera, dando espaço ao medo e terror. Para sua inglória, ele percebeu e lutou contra um sorriso que elevava o canto de seus lábios.

- Está com medo do que eu possa fazer? – A voz dele era quase um melodia extremamente doce. Fez o efeito contrário que ele esperava em Hermione, não lhe causou medo. Ah, Hermione! A capacidade de confiar cegamente em pessoas só pelo tom de voz era impressionante. De certa forma, ela gostou mais dessa voz, era quase reconfortante. Seu rosto relaxou um pouco, apesar dela não baixar guarda.

Vendo que ela não respondia, ele fala:

-Se é pelo barulho, posso dar um jeito... abaffiato  – Ele murmura o feitiço apontando sua varinha para porta, e passa por Hermione, que vira-se para acompanhar o movimento dele. Ele andava tão bonito! Hermione não acreditou que pensou isso, por Merlin, ele já era um assassino. Ele sentou em uma das poltronas, apoiando o cotovelo no braço da poltrona e encostando o queixo na mão. Ele observa Hermione, que não saiu do lugar, e indica com as sobrancelhas a poltrona a sua frente. Ela não pensa duas vezes (com medo que ela utilize a maldição Imperius para fazê-la sentar-se) e caminha nervosamente, porém decidida, a outra poltrona. Quando ela se senta ele exibe um meio sorriso de aprovação. Isso a deixou mais nervosa, seu sorriso não a acalmava como sua voz melosa. Ela o encarou, ele estava relaxado e inexpressivo, como ele estava desde que ela o vira pela primeira vez.

-Então, - Ele ajeita-se melhor na poltrona e inclina-se um pouco para fitá-la melhor – Como você descobriu que era bruxa? – Ele pergunta novamente.

- Eu tinha onze anos, meus pais eram trouxas, eles não tinham conhecimento de Hogwarts, nem do que estava acontecendo comigo. – Ela mentiu com a voz mais firme que ela conseguiu, ainda estava se ocupando de proteger sua mente. –Um dia eu fui ao parque, uma mulher, acidentalmente, me viu levitar. Ela explicou o que eu era, mas no início meus pais não acreditaram, é claro. Ela me levou ao Beco Diagonal, eu comprei minha varinha e livros. Sabe, meus pais começaram a acreditar, mas não me deixaram ir para nenhuma escola bruxa. Mary me ensinou tudo que eu sei sobre magia. Mas ela morreu junto com meus pais. – Para finalizar com chave de ouro, Hermione finaliza falando a última frase olhando para o nada, como se estivesse imaginando. – E você? – Ela pergunta com sua voz normal, voltando seu olhar para o de Riddle.

 - Eu morei toda minha vida aqui, um dia apareceu Dumbledore e disse que eu iria para Hogwarts. – Ele falou com uma voz vazia, mas parecia ser essa sua voz normal. Hermione se surpreendeu com a honestidade dele, ela já sabia dessa parte por Harry. – Foi Hitler?

Ela entendeu sua pergunta e assentiu afirmamente.

 - Você parece ser legal. Prazer, Tom Riddle. – Ele estende a mão num gesto incomum para Hermione que aperta a mão dele, sem se intimidar. Ela era orgulhosa demais.

- O prazer é todo meu, Sr. Riddle. Meu nome é Hermione Granger. – Eles se encostaram novamente nas respectivas poltronas.

- Você é um sonserino, estou certa? – Ela percebe seus olhos abrirem um pouco mais antes que ele disfarçasse.

- Sim... Como você sabe? – Ele pergunta com a sua voz “normal”.

- Sua postura quando lhe disse que eu era uma sangue-ruim. – Ela falou simplesmente. Ora, ela não estava mentindo, ela percebeu o corpo dele se retrair quando ela disse que seus pais eram trouxas. Ele ficou sem fala.

- Tudo bem. – Agora Hermione o estava tranquilizando? – Eu estou acostumada com essa reação. – Ela deu de ombros.

-De qualquer maneira, será bom ter alguém com quem conversar sobre esse assunto. – Ele responde também dando de ombros. – Até quando você pretende ficar?

Um novo plano toma a cabeça de Hermione. E se ela, ao invés de observa - lo de longe, ganhasse sua confiança? Talvez isso não fosse possível, mas se ela conseguisse o manter por perto? Ela poderia ir mais cedo pra casa. O plano dela era assim: Ela conversaria com ele sobre o desejo de ir para Hogwarts, sobre como ela não sabia para onde ir, o que seria de sua vida e todo o resto que ela havia feito para entrar no orfanato. Ela não queria que ele tivesse pena ou compaixão por ela, não, isso nem era possível, ela só desejava que ele a ajudasse.

Nos mesmos segundos que ela decidiu isso ela pôs seu plano em prática.

- Não sei... – Sua voz era falha propositalmente.

-Por quê? – Ele tentava ser cordial, mas a curiosidade ardia em sua garganta. Hermione encarou Riddle.

- Eu não sei se isso aconteceria, mas eu gostaria de ir para Hogwarts. Cursar o sétimo ano. – Ela fala, utilizando sua voz normal.

- O conteúdo do sétimo ano é extremamente avançado. – Ele diz sugestivamente, olhando-a dos pés a cabeça. Ela soltou uma pequena risada que o irritou um pouco.

- Quanto a isso, Mary me ensinou tudo o que Hogwarts ensinou para você. – Ela disse, sua voz agora educada, não queria ser arrogante, apesar de ele estar agindo assim. Não se rebaixaria ao nível dele.

- Realmente espero... – Ele murmurou baixinho. – Você tem um bom gosto literário, Srtª Granger, o livro que você leu hoje é realmente bom.

- Obrigada. – Ela diz dando um sorrisinho tímido. Típico de Hermione. Tom limitou-se a um aceno de cabeça.

Ele levantou foi até a porta e retirou o feitiço silenciador. Esperou, como um cavalheiro, Hermione passar e com cuidado fechou a porta. Eram oito horas, Hermione estava indo para seu dormitório, ela desistiu de tomar banho, tinha muito que pensar. Notou que Tom passou do dormitório masculino, ele a seguia. Hermione estranhou aquilo e parou. Ele também parou.

- Você não quer que eu a acompanhe até o seu dormitório? – Essa frase podia até ser uma frase gentil, mas a voz fria, dura e sem emoção que ele usava deixava as palavras quase grosseiras, apesar de ele falar lentamente. Hermione não esperava por essa, ela piscou os olhos um pouco desconcertada, sabe-se porque, com o jeito intenso que ele a olhava.

- Oh, não, não, eu só não imaginei que você tivesse esse tipo de comportamento... Amigável - Ela pensou que ele devia estar tramando algo, durante todo o dia ele não dissera nem bom dia para alguém, por que agia assim? Como se ele estivesse lendo a mente dela (e talvez estivesse mesmo) ele explica:

- Você pode ser uma sangue-ruim, mas ainda é uma bruxa. E eu respeito bruxos. Só os que me respeitam... – As palavras eram hostis, mas vindas de Voldemort era com se ele a pedisse em casamento. Ele esperava que essas palavras a deixassem com raiva, mas ela sorriu.

- Tudo bem. – Ela se vira e vai para seu quarto e ele faz a mesma coisa. Sem dizerem mais nada.

Quando Hermione já estava com a cabeça no travesseiro ela começa a pensar sobre a “agradável” conversa que tivera com Riddle, foi agradável, afinal de contas ele não amaldiçoou nem uma vez. Tirando o fato de Hermione ter mudar todos seus planos ela estava tranquila. Ela não precisava ser melhor amiga de Tom, só precisava o manter por perto para economizar tempo e esforço. Não poderia baixar a guarda na frente dele. Parecia que com o tempo se tornaria mais fácil ter um diálogo civilizado com ele. Ela foi dormir lembrando-se do aperto de mãos que eles trocaram. Depois ela passou mais vinte minutos repreendendo-se por pensar nisso e dizendo a si mesma, palavras muito ofensivas a respeito de Tom. “Tom. Urgh!” ela pensou antes de adormecer.


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Notas finais do capítulo

Atendeu as expectativas de vocês? Pode criticar. Amanhã eu posto o cap. 5 e 6. Como eu disse, será uma fic bem grande e esse começo é só para estabelecer um inicio bem concreto, perdoem-me se está muito "parado". Continuem acompanhando...
Beijos...