– NÃO! – Hermione gritou para Lupin. Ele era a milésima pessoa que perguntava se ela não se lembrava de nada. Ele a olhou em choque, ou melhor, todos que jantavam na mesa a olharam em choque – Desculpe! Desculpe, Lupin! Eu... Eu só... – Ela balançou a cabeça e foi para o quarto de Gina o mais rápido que pode.
Faltava um mês e meio para o fim das aulas em Hogwarts. Naquele mesmo dia, mais cedo, Harry havia falado com Hermione sobre isso...

Flashback

– Hermione, preciso falar com você – Harry anunciou entrando e fechando a porta do quarto de Gina.

– Hm... – Ela murmurou. Ele se encaminhou e sentou ao lado dela na cama.

– Vou... Vou ir a Hogwarts... – Ele falou sem delongas. Ela assentiu.

– Ótimo... Como vamos entrar? O terceiro andar está bloqueado, mas...

– Não, você não entendeu... Eu vou ir. Só eu – Ele falou pausadamente. Ela o olhou incrédula, abriu a boca duas vezes, mas só saíram sons estranhos.

– Que... Mas... Nada disso! – Falou Hermione finalmente.

– Não! Nem pensar! Você vai se machucar novamente! – Ele retrucou.

– HARRY POTTER! VOCÊ NÃO PODE ESTAR PENSANDO EM ME DEIXAR AQUI! VOCÊ NÃO VAI FAZER ISSO, ME OUVIU? NÃO VAI!!! – Ela gritou, fazendo com que atraísse as pessoas que estavam no andar de baixo. Não podia deixar seu amigo se arriscar daquela maneira sozinho!

– O que está acontecendo aqui? – Sr. Weasley falou. Infelizmente, era hora do almoço, por isso, a Ordem também estava lá. Hermione e Harry se olharam por alguns segundos.

– Vamos, falem! – Lupin ordenou da porta. Harry olhou para Hermione que lançou um olhar “Eu vou ir junto nem que seja a última coisa que eu faça”, bufou e olhou para Lupin.

– Nós vamos invadir Hogwarts. – Ele falou simplesmente. Vários “O que?” e “Que brincadeira é essa?” foram ouvidos. Lupin o olhou descrente.

– Aham... E como você pretende fazer isso? – Ele continuou cético.

– Não sei... – Ele falou sincero. Hermione o interrompeu.

– Como eu estava dizendo antes – Ela fuzilou Harry com o olhar – O terceiro andar está bloqueado, pelo menos da última vez que eu vi. Tem Inferis, Dementadores, Comensais da Morte, Monitores-Chefes e sabe-se lá o que. Mas... A Sala Precisa não tem como ser bloqueada... Então, eu acho que a passagem que se utiliza para entrar na Sala Precisa, ou seja, em Hogwarts ainda funciona.

– Sim... Mas, Hermione, nós precisamos entrar no castelo, não na Sala Precisa... – Ele disse sugestivo. Ela entendeu o que ele quis dizer.

– Bem, então nós precisamos de mais pessoas que saibam matar Inferis – Ela disse com um sorriso para a Ordem.

– O que? Hermione! Mesmo que, sei lá, conseguíssemos passar por Aleto e Amico, teríamos que ser rápidos, só teríamos tempo até Você-Sabe-Quem aparecer! E nós precisamos de tempo... – Harry protestou.

– Eu sei... Mas é a nossa única chance, Harry... – Hermione disse cansada.

– Quando vocês vão contar o que está acontecendo? – Lupin continuou. Harry ignorou a pergunta dele.

– Nós vamos partir à Hogwarts para uma busca... Precisamos da ajuda de vocês para entrar no castelo e conseguir... Despistar os Comensais... Vamos ter que ser rápidos... – Harry olhou para Hermione, compreensivo. Ela sabia que eles não podiam iniciar uma guerra sem ter as horcruxes destruídas. Mas para destruir, eles precisavam encontrá-las.

– Nós vamos conseguir... – Ela falou, mesmo sabendo que, se Harry estivesse certo, Voldemort teria novas horcruxes... Não gostava de pensar em Tom morto...

Fim do Flashback

Ficara decidido que a invasão seria no dia seguinte. A Ordem se viu obrigada a contar que a passagem para a Sala Precisa era na casa do irmão de Dumbledore. Hermione ficou surpresa, mas fazia sentido.
Ela estava uma pilha de nervos por no dia seguinte ter que matar... Matar uma parte dele. Seu peito doía e sua respiração ficava falha toda a vez que pensava nisso. Toda vez que pensava nisso chorava, sabendo que estava fazendo mal a ele. Não queria que ninguém se machucasse; muito menos seu amado.

Mas o que ela podia fazer? Foi ela que fugira dele quando recobrara a memória... Será... Será que ele estava a procurando? Permitiu-se sorrir com este pensamento.

– Toc, Toc – Hermione virou-se e viu que era Rony que estava na porta – Posso falar com a Srtª Estresse? – Ele brincou, ela sorriu e acenou a cabeça positivamente.

– Fui muito rude? – Questionou, sabia que agira mal no jantar, mas tudo estava indo tão rápido...

– Não... Eu também ficaria assim se não me lembrasse do que aconteceu na última na semana... – Ela sentiu-se culpada, odiava mentir para eles – E se soubesse que teria que enfrentar Comensais no dia seguinte... Na realidade, eu estou me sentindo assim... É, Hermione, eu também vou ir com a Ordem... – Ele anunciou sorrindo. Ela sorriu verdadeiramente e o abraçou.

– Verdade? – Falou com a voz abafada pela camisa dele. Ela estava um pouco feliz com isso.

–É... Minha família também vai ir... Eu não podia deixar vocês desprotegidos, não é? – Ele a abraçou pela cintura, a apertando. Ela sentiu-se desrespeitando Tom. Não, não... Sentiu-se desrespeitando a si mesma.

– Er... Você está ansioso? – Perguntou, afastando-se delicadamente dele.

– Sim, quem não está? – Eles se olharam por alguns segundos – Não se preocupe tanto... Sabe, tudo vai dar certo... Sempre deu... Lembra-se de quando entramos no Ministério? – Ela assentiu – Todos pensamos que iríamos morrer... Mas estamos aqui, não é verdade? Essa vez não vai ser diferente...

“Tudo vai ser diferente”, uma voz disse na cabeça de Hermione, “Tudo”.