Trevasluz escrita por Mondai


Capítulo 37
Parando de resistir


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!!!!
Demorou, eu sei...
Mas veio !!!!!! Yupi!!!!!
Bem, boa leitura!
Desculpem os erros ;D !!!!!!!



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Ah, era realmente necessário invadir Hogwarts hoje? Hermione não conseguia parar de pensar nisso enquanto se arrumava pela manhã. Ou melhor, madrugada. Eram quatro horas.

Colocou uma calça jeans surrada e uma blusa de lã marfim. Seu cabelo agora ficava muito bagunçado, sua única solução era colocar uma faixa, puxando-o para trás. Colocou seu sobretudo e se dirigiu ao quarto de Rony, Harry, Fred e Jorge.

- Estão prontos? – Ela disse, abotoando o sobretudo enquanto abria a porta do quarto – Mas que?... – Estancou enquanto analisava a bagunça no quarto. Rony e Harry tentavam preparar-se para sair num cantinho do quarto, enquanto Fred e Jorge ocupavam todo o espaço restante. Havia vários, milhares, de objetos estranhos e desconhecidos pelo quarto.

- Rony! – Fred exclamou de repente. Rony ergueu a cabeça confuso e murmurou um “Ahn?”.

- Prove isso – Jorge disse, andando até Ron e enfiando algo na boca dele. Instantaneamente, Ron caiu desacordado.

- Que diabos?... –  Ela falou. Todos olhavam Rony caído no chão.

- É, não funcionou... – Fred concluiu. Hermione guinchou – Olá, Hermione! Você já está pronta? – Os gêmeos disseram, passando pela porta, saindo de fininho com sorrisos inocentes. Ela continuou olhando para Ron e Harry, com o cenho franzido. Ron acordou desnorteado.

- JORGE! – Ele disse levantando-se e passando rapidamente por Hermione. Harry foi até ela.

- Er... Bom dia! – Ele a cumprimentou.

- Que bagunça é essa? – Hermione perguntou. Mas antes que Harry pudesse responder, um barulho de louças quebrando e um grito da Senhora Weasley foi escutado no andar de baixo.

- FREEEEEED! – Ela berrou. Harry e Hermione começaram a rir.

- Fred e Jorge estavam procurando algo que pudesse ser útil... O que você acha? – Ele perguntou a guiando pela bagunça.

- Acho que coisas explosivas podem ser necessárias... Sabe, para explodir as passagens... Não vamos ter muito tempo... – Ele pegou alguns quadradinhos azuis que deviam ser explosivos.

- Você ainda tem sua bolsinha? – Ele perguntou, já com as mãos cheias daqueles objetos. Hermione tirou a bolsinha de contas do bolso de seu sobretudo e começou a jogar os quadradinhos ali dentro – Cuidado! Elas podem explodir com o impacto... – Ela começou a arrumar cuidadosamente os objetos.


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       Às sete horas da manhã, todos já estavam em frente a casa de Aberforth. Hermione estava agindo igual no dia da inspeção; por reflexo e instintos. Todos estavam nervosos, então ninguém conseguia ver por que o nervosismo de Hermione era diferente. Mas era diferente.

Ela não conseguia suportar a ideia de machucar ele. Matá-lo

É, tudo estava acontecendo igual no dia da inspeção. Hermione já estava andando pela passagem apertada sem nem ao menos lembrar-se da aparência do irmão do Dumbledore ou como chegara ali. Suas pernas pareciam ter vontade própria...

- Hermione! Hermione! – Harry falava. Hermione acha que deve ter respondido... Mas quando percebeu já estava na Sala Precisa. E com o mesmo pensamento desde que saíra da Toca: “Matar o Tom. Matar o Tom. Matar Voldemort. Matar a mim mesma. Matar o Tom”.

- Muito bem! Estão todos aqui? – Sr. Weasley perguntou olhando para todos. Todo mundo estava encarando a porta de saída da Sala Precisa. Podiam ser escutados espécies de grunhidos e gemidos de dor do outro lado, eram os Inferis e espíritos agourentos – Muito bem! Quero todos em linha! Certo, certo! Varinhas em punho! – Ele olhou para todos se preparando – Vamos ir agora... – Ele virou-se também para a porta e o coração de Hermione falhou duas batidas; havia chegado a hora – AGORAAA!!! – Sr. Weasley gritou e aporta se abriu.

Todos saíram correndo pela passagem, prontos para lançar feitiços na primeira coisa que atravessasse o caminho deles. 
          Mas nada aconteceu.

Eles estavam parados no corredor do terceiro andar. O local que estava interditado por criaturas malignas. Eles tinham certeza disso, por que haviam escutado as criaturas de dentro da sala.

Mas não tinha nada lá. Nada. Só o grupo de visitantes que se olhavam com surpresa.

- Mas... Ah, não! Droga! – Lupin exclamou procurando Harry e Hermione no meio do grupo – Hermione! Harry! Corram! Eles devem ter descoberto o nosso plano! Temos pouco tempo! Vão! – Ele berrava para eles. Harry agarrou a mão de uma Hermione em choque e começaram a correr pelos corredores. Droga! Era o horário de início de aulas!

- Harry! – Hermione tentava falar durante a correria – Harry! – Ele puxou ela para trás de uma estátua.

- Escute – Ele ordenou, falando baixo. Barulhos de aparatação foram escutados.

- Comensais... – Ela sussurrou. De repente, ela teve a certeza de que haviam descoberto a invasão. E isso foi como um choque de realidade. Sentiu a adrenalina e o medo pulsarem por seu corpo e embrulharem seu estômago – Aonde vamos primeiro?

- A Sala Comunal da Corvinal – Ele disse, saindo do esconderijo e puxando Hermione junto – Eu sei que parece estranho... Mas... Tenho um pressentimento... Vamos! – Eles começaram a correr mais rápido. Os corredores começaram a ficar lotados de alunos confusos com o barulho de explosões e feitiços.

Eles começaram a subir as escadas e de repente Harry caiu de joelhos, com as mãos na cicatriz e uma terrível expressão de dor no rosto.

- HARRY! – Ela sentou ao lado dele, aflita – Harry, o que está acontecendo? Harry! – Hermione estava prestes a chorar. Tocava os ombros dele e olhava para seu corpo, tentando ver se estava ferido.

Ele olhou para Hermione e levantou-se, recobrando seu estado normal. Ele pôs-se a andar rapidamente pelos degraus, na direção oposta.

-Mas o Salão da Corvinal é para o outro lado... – Ela disse confusa. Ele virou-se para a Hermione, parando de andar.

- Vá ficar com a Ordem – Ele falou sério.

- O quê? Como... Como assim? – Perguntou completamente aturdida.

- Vá. Agora! – Ele falou de maneira suplicativa. Hermione não iria fazer isso, ela queria saber o que estava acontecendo – Por favor... Não temos tempo, eu sei o que eu estou fazendo, por favor... – Ele implorou. Ela franziu o cenho, confusa, mas vidrou ao ver um Comensal da Morte atacando um terceiranista lufano no fim da escadaria. Desceu os degraus correndo, com a varinha apontada.

- ESTUPEÇA! – Berrou e o Comensal voou contra a parede, desacordado. Ela abaixou-se e olhou para o terceiranista que estava assustado – Procure ajuda! – Falou, voltando para o lugar onde Harry estava.  Ele não estava mais lá.

Hermione começou a correr procurando por Harry, não fazia ideia de onde ele podia ter ido.

Chegou ao pátio da escola. Nunca virá algo tão horrível como aquilo.

Centenas de Comensais. Dúzias de gigantes e aranhas enormes. Corpos mortos no chão. Fogo e gritos. O brilho da manhã estava coberto por uma enorme fumaça escura.

Ela corria e lançava feitiços enquanto procurava por Harry, ele estava correndo grave perigo.

Depois de alguns minutos de destruição e caos, ela já não tinha mais fôlego. Onde ela estava agora? Ah, estava na entrada do Salão Principal. Entrou bruscamente lá dentro e viu vários duelos entre Comensais e professores.

Aquilo não podia estar acontecendo. Não agora, as horcruxes precisavam estar destruídas para poderem duelar.

Enquanto ela estava perdida em seus devaneios, uma voz ecoou por todo o castelo. Uma voz que ela conhecia muito bem. A voz que ela mais apreciava e ao mesmo tempo mais odiava. Todos pararam de lutar.

- Entreguem-me Harry Potter... Entreguem-me Harry Potter e serão poupados... Entreguem-me Harry Potter e terão piedade... Não é necessário tanto desperdício de sangue mágico... Ordeno que meus aliados se retirem... Terão uma hora para cuidar de seus feridos e me entregar Harry Potter... E você, Harry Potter, tenha coragem e encontre-me na Floresta Negra... Seus amigos não precisam morrer por você... Do contrário, irão ser massacrados... Um... Por... Um... – Voldemort terminou de falar. Sua voz era arrastada e fria. Hermione sentiu seus joelhos tremerem e cederem. Não suportava ouvir aquelas palavras da voz que tanto amava. Seu coração estava sendo moído e esmagado.

Por que ela não tinha direito de ser feliz? Direito de amar quem ela amava, sem medos. Direito de ser correspondida.

Chorava violentamente no chão do Salão Principal. Agora, sem os Comensais, o local começava a ficar cheio de alunos feridos e pessoas cuidando deles. Ela sabia que Harry estaria nessa hora encaminhando-se para a floresta; conhecia seu amigo. E sabia que Tom não pensaria duas vezes em matá-lo.

- Hermione... – Era Rony, sentando-se ao lado dela – Ele foi, não é? – Hermione chorou alto e jogou os braços ao redor de Rony. Seu melhor amigo iria morrer. Se é que já não estava morto...

Várias pessoas estavam sendo curadas e várias estavam mortas. Hermione não conseguia levantar do chão e ajudar. Não tinha forças para isso...

Chorou, chorou e chorou... Pensou nos momentos que passou com Tom. Todos eles.

Sempre pareceram tão especiais, perfeitos demais para serem verdade. Agora era o que mais pareciam: Irreais.

De repente, risadas e passos foram escutados do lado de fora. A porta do salão foi rudemente arrombada e todos formaram um grupo só, em frente à porta, esperando o que quer que fosse acontecer. Esse grupo incluía alguns alunos, a Ordem e os funcionários de Hogwarts. Que encaravam a porta aberta com medo, mas mesmo assim, dispostos a tudo e com varinhas em punho.

Havia... Havia Tom na frente, liderando o grupo de Comensais. Havia centenas de Comensais atrás dele, tantos que não couberam todos no Salão Principal e... E ao lado de Tom, havia Hagrid... Carregando...

- NÃOOO! – Gina berrou ao olhar o corpo do amado sem vida nos braços de Hagrid.

Mas todos foram silenciados com um feitiço de Voldemort. Tom sorria de maneira maníaca.

Hermione sentiu um peso em seu peito ao ver Harry ali morto, mas não conseguiu olhar muito para ele... Olhava para Tom... Queria o ver olhar nos olhos dela, mas ele parecia estar muito distraído com sua glória...

Ele estava impecavelmente bem, diferente de Hermione, que tinha arranhões superficiais pelo rosto e fuligem por todo o corpo, como todos que haviam lutado, além de estar com suas roupas um pouco rasgadas.
Ele tinha a mesma postura superior e o mesmo rosto angelical de sempre. Foi inevitável lembrar-se de cinco dias atrás, quando ela esteva na mansão dele. Nos braços dele. Será que ele havia a procurado? Será que ele pensara nela? Será que ele ainda a amava?

Eram preocupações fúteis para aquele momento, mas eram impossíveis de ser refreadas pela mente de Hermione.
Tom bufou para todos no salão. O lado “bom” estava há uns dez metros de distância do lado “mal”.

- Harry Potter está morto! – Ele anunciou e Belatriz gargalhou escandalosamente, assim como vários Comensais. Hermione olhou para seus pés enquanto ele falava, seria mais doloroso olhar para ele – Vocês podem vir para o lugar certo, se quiserem... Não serão mortos se vierem para o meu lado... Caso oponham-se, serão exterminados... O que seria uma pena... Um total desperdício... – Ela falava friamente, da maneira mais cruel que ela já o vira falar. Olhou para ele, evitando seus olhos, e viu que ele andava de um lado para o outro, arrastando as vestes negras pelo chão empoeirado – Quem gostaria de tomar a decisão correta? – Ele parou de andar, olhando para todos os alunos.

Draco Malfoy começou a andar com a típica elegância sonserina, atravessando o espaço vazio e juntando-se aos seus pais, junto com os outros comensais.

- Muito bem, jovem Malfoy... – Voldemort disse, sem comoção alguma. Mais alguns sonserinos passaram para o outro lado e receberam a aprovação de Tom. Ele esperou mais alguns segundos e ninguém se aproximou. Inspirou o ar profundamente – Ótimo... Poucos, tenho que admitir, mas todos sonserinos... Infelizmente, o resto de vocês terá que morrer... – Hermione olhou para os lados. Lupin e Tonks estavam abraçados, Ron e Gina também, a família Weasley estava com as varinhas em punho, e a Ordem também. Tom suspirou, chamando a atenção de todos novamente – Ninguém mais? Última chance... – Ele passava os olhos por todos, com sua varinha em riste. Ela o olhou nos olhos e ele olhou, pela primeira vez desde que entrara naquele salão, nos olhos de Hermione. Ele a olhou profundamente e ela retribuiu.

Ninguém reparou que eles se encaravam.

O olhar de Hermione era quase suplico. Ele demonstrava toda a dor que ela sentira e estava sentindo durante esse tempo, também mostrava todo amor que sentia por ele. Era errado amá-lo, ela sabia disso, mas não mandava em seus sentimentos.

Em resposta, o olhar de Tom era frio e vazio.

Ela só queria poder estar nos braços dele novamente, para sempre ficar neles. Só queria poder ser feliz com ele, esclarecer tudo e continuar o amando como o amava no passado. Só queria que eles fossem Tom e Hermione, sem guerra ou Voldemort. Só queria que ele a amasse como ela o amava.

Não aguentou mais manter aquele contato. Desviou o olhar para seus pés.

- Hermione... – A voz suave e melódica dele soou pelo silêncio do salão. Ela voltou seu olhar para o dele, surpresa. Sentiu as pessoas olharem surpresas para ela, mas ela só olhava para Tom. Que fazia a mesma coisa – Hermione... Você sabe qual é o lado certo a escolher... – Ele falou, dando um vagaroso passo em direção a ela. Ela arrepiou-se – Você não precisa morrer... Você não quer ficar ao meu lado? – Ele perguntou, ainda sério e vazio. Ela sentiu seus olhos arderem. Como ela podia ainda o amar, sendo ele que matara Harry? Não foi capaz de responder a pergunta dele, não achou onde estava sua voz – Eu não quero que você morra... – Ele continuou, fazendo o coração de Hermione acelerar – Venha para o meu lado, querida... – Agora sim. Ela soluçou e conseguiu sentir a incredulidade no ar. Todos olhavam para Hermione e Tom – Ou você não me ama mais? – Ele questionou, inclinando a cabeça para o lado – Você prometeu que sempre me amaria... Estava mentindo? – Ela sentia seu coração na garganta – Venha para mim, Hermione... Prometo não lhe machucar... Prometo... – Ele continuou falando como se só os dois estivessem ali.

Por que negar o pedido dele? Ela queria tanto estar com ele para sempre. Se ela o amava tanto como pensava, por que não podia ficar com ele, se ele a queria? Ele iria ganhar a guerra de qualquer jeito, ela tinha que admitir. Será... Será que o certo não era ela ser feliz? Ou ela passaria toda sua vida na solidão, escondida na sombra de um amor proibido?

Hermione não teve certeza do que se passou em sua cabeça, mas ela olhou profundamente nos olhos de Tom e correu para os braços dele, literalmente. Igual a uma criança que está com medo e corre para os braços dos pais.

Abraçou as costas dele com força, enquanto chorava alto. Seu choro era o único som naquele lugar. Ela subia e descia as mãos pelas costas dele, como se estivessem só os dois ali, ele a apertou contra seu corpo e acariciou as costas dela também. Hermione suspirou e continuou a chorar, com seu rosto na curva do pescoço dele, inspirando seu aroma inebriante. Não queria, ou conseguiria, olhar nos olhos das pessoas ao redor. Ele encostou os lábios no ouvido dela e começou a sussurrar.

- Eu te amo... Eu te amo, meu amor... Nunca mais saia de perto de mim, prometa... Prometa ficar comigo... Ah, eu senti tanto a sua falta... Eu te amo... – Ele sussurrava muito baixo e fazia os a pele dela se arrepiar. Hermione passou as mãos pela nuca dele e beijou seu pescoço, enquanto ele continuava a acariciar as costas dela.

Ela sentira tanta falta de seu toque... Os dedos dele pareciam deixar o corpo dela sensível e extremamente entorpecido. Apreciou cada gesto dele como se fosse o último. Esquecendo a morte de Harry, a guerra ou onde se encontravam. Ele a apertou um pouco.

- Matem todos – Ele ordenou para os Comensais antes de aparatar com uma Hermione chorando histericamente para a sua mansão.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Críticas são válidas!
É, o Harry morreu de verdade...
VOLDEMORT WINS!
Até o próximo
Beijõessssss
JuB'S