Trancou-se em uma cabine e começou a chorar, murmurando coisas desconexas e chorar desesperadamente, esperando acalmar-se para poder pensar melhor nessa situação. Não era drama, seu peito parecia sufocar com as lágrimas, sua garganta já ardia. Foi quando um silvo baixo seguido por um ranger a tirou de seu desespero. Pegou sua varinha e entreabriu a porta do seu boxe para ver a origem do som. Olhou o Tom abrindo a Câmara Secreta. Viu aturdida ele começar a se dirigir para a entrada e Hermione saiu do banheiro; ganhando um olhar surpreso de Tom e ele apontou sua varinha para ela.

- Não se preocupe, eu sei que foi você que matou a Murta-que-Geme e que abriu a Câmara Secreta. – Ela fala, abaixando sua varinha e andando em direção a ele. A expressão dele ficou séria e ele olhou seriamente e vazio para ela, também abaixando a sua varinha.

- Era de se esperar... – Ele murmura sem tonalidade. (N/A: Entenderam? Tom sem tom, HAHAHA, tá vou deixar vocês lerem).

Hermione andou até ele e olhou para a entrada da Câmara. Era só um grande buraco, apesar de não ser tão profundo.

- Quer entrar? – Pergunta ele, sério a encarando. – Ou você já conhece? – De fato, ela nunca entrara ali, só ouvira fala.

- Ahn... Bem... – Ela tomou coragem e fez a pergunta que queria. – O basilisco está ali? – Hermione fala sussurrando. Tom surpreende-se por ela conhecer o monstro, mas não deixou perceber isso em sua expressão. Ele estica o braço e afaga as costas dela.

- Sim, mas prometo que ele não irá a atacar. – Diz seriamente.

Talvez ela estivesse começando a conquistar a confiança dele. Não perderia uma oportunidade como aquela. Mesmo que a machucasse ficar perto dele. Encarou o buraco.

- É só me seguir, não é muita altura... Façamos assim, eu lhe pego quando você for descer. – Ele diz, interpretando mal o olhar apreensivo que ela tinha sobre o buraco.

Então Tom sentou-se na beirada e colocou as pernas para dentro. Depois saltou dentro do buraco, ela escutou um baque. Hermione se aproximou mais do buraco e tentou ver ele, mas era uma escuridão imensa e não era possível nem ao menos ver Riddle.

- Lumus... – Tom murmurou, colocando a varinha a frente de seu rosto, possibilitando uma visão da localização dele. – Venha, Hermione... – Ele disse erguendo os braços e flexionando os dedos num sinal convidativo. Ela sentou-se na borda, como ele fizera, e ajeitou a saia do seu vestido. Deu um pequeno impulso e logo sentiu os braços de Tom na sua cintura, seu vestido subira, deixando a maior para de suas pernas a mostra. Fortemente corada, livrou-se dos braços dele e sentiu um farfalhar abaixo de seus pés.

- Lumus... – Murmurou com a varinha apontada para seus pés. – Oh! Merlin! - Eram ossos. Crânios, na maioria. Sentiu um enjoo repentino.

- Eu sei... Mas vamos entrar. – Ele disse a conduzindo com uma mão em sua cintura. Por que ele estava agindo assim?

Passaram por aquele cômodo e foram a uma porta circular com várias serpentes de metal. Tom disse algo em ofidioglossia e as cobras começaram a se mexer, destrancando a passagem e deixando a vista um grande salão de pedra, onde uma enorme cobra repousava com metade de seu corpo dentro de uma espécie de lago interno.  Hermione agarrou o braço de Riddle e arfou baixinho. Era só o monstro virar um pouco a cabeça que ela estaria morta. Tom disse algo novamente e o basilisco entrou na água, como se fosse um filme retrocedendo.

Observou Riddle sentar-se no chão frio e úmido daquela “masmorra” e esticou as pernas, cruzando os pés. Ela resistiu um pouco, mas acabou sentando-se um pouco afastada dele, com as pernas esticadas, assim como ele.

- Por que você estava chorando? – Ele pergunta, inclinando a cabeça para o lado, como se quisesse analisa-la. Hermione olha para o outro lado, o que ela diria para ele?

- Eu... Fiquei com saudade dos meus pais... – Era uma terça parte de uma verdade. Ela estava com saudades de seus pais. Tom limitou-se a dar um sorriso maroto. – Você sabe que eu estou mentindo, não é? – Hermione pergunta, com um fraco sorriso que lutava em erguer os cantos dos lábios dela.  Tom assente, com um sorriso aberto. – Há coisas sobre mim que eu realmente quero contar para você, mas não é algo só meu, é como se fosse um segredo que colocaria outras pessoas em risco. Eu quero tanto contar a verdade sobre mim, mas eu não confio em você. Na realidade, esse segredo eu não posso contar a ninguém... Talvez depois que eu vá alguém... – Ela foi interrompida por Tom. Que estava de olhos arregalados.

- Você... Você vai ir embora? – Ele quase grita.

- Não... – Foi novamente interrompida.

- Não minta agora, Granger! Por que você vai embora? – Ele pergunta, bravo.

- Tom, me escute! Não posso lhe falar! – Ela diz, aproximando-se dele e juntando as mãos, como se estivesse orando. – Mas... – Ela diz, sentando sobre os joelhos. – Por que você importaria se eu fosse embora? – Agora Hermione estava curiosa, ele não era para ficar feliz se ela fosse embora?

Nem o próprio Tom sabia por que queria que ela ficasse. Mas não suportaria perde-la.

- Não sei... – Tom disse a fitando intensamente. Segundos depois ele estava sobre ela, deitando-a no chão frio da masmorra. Beijando-a afetuosamente. Hermione estava surpresa e sabia que retribuir o beijo não era o certo, mas não conseguiu pensar em nada além de Tom.

Com um pingo de lucidez, ela conseguiu afastar ele com força, o tirando de cima de seu corpo, retirando as mãos dele de sua cintura. Não deixaria-se cair em um plano tão óbvio.

- O que você pensa que está fazendo? Eu não sou boba, não vou cair no seu plano. Não vou! – Ela disse mais para si mesma do que para ele. Com um grande nó na garganta ela disse aquelas palavras, sua voz estava embargada. Levantou-se e saiu correndo pela porta metálica que ele deixara aberta. Não olhou para trás para ver um Tom bestificado e louco de raiva de si mesmo. O que estava acontecendo com ele?