— Espero que ela tenha um bom motivo para não me revelar nada sobre isso. — Ino reclama se dirigindo para a casa da Hyuuga. Ela se veste quase toda de rosa. Saltos altos, saia justa e de cintura alta e uma jaqueta. Por baixo da jaqueta, tem uma camisa branca e sem alças. O rabo de cavalo loiro se sacode enfurecidamente. O ritmo do andar dela é fulminante.

— Bom d-

O policial Genma nem termina o cumprimento. O furacão loiro e rosa passa aceleradamente por ele. Sem nenhum contato visual. Izumo Kamizuki se retira de um estabelecimento localizado poucos metros atrás de Genma.  Izumo segurando dois capuchinos se aproxima do Shiranui. O Kamizuki o entrega um dos copos grandes. Genma segura o copo. Sem deixar de observar a Yamanaka que vai longe. Izumo sorve um pouco do líquido quente e presta atenção no que os olhos de Genma se vidram. O Kamizuki sorrir ao fitar as curvas da loira. Ele se prende no bumbum dela antes de ela sumir de vista. Ele assobia e elogia:

— Um avião desses. Ô lá em casa.

— Ela está irritada hoje. — Genma anda para a viatura estacionada.

— TPM com certeza. — Izumo anda atrás do colega e sorve mais um gole de capuchino.

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A Yamanaka com um empurrão abre o pequeno portão da cerca branca. Com passos duros ela atravessa o quintal da Hyuuga. Na frente da porta, Ino desfere murros na madeira branca.

— Amigo estrangeiro é? Não consigo crer! Só se conheceu pela internet. Mas ela jamais acolheria em casa alguém que conheceu pela internet!

A loira é sabedora do nível extremo de segurança da amiga. Ino desfere mais murros contra a porta e quem a abre faz o queixo da Yamanaka sofrer uma queda. O Uzumaki estuda as feições femininas. Ele estica mais os lados da boca. Reconhece a mulher das fotos.

— Tu és Ino Yamanaka. Amiga de minha doce Hinata. Entre por favor. Ela se banhas neste momento.

Ele está com a camisa branca e o short laranja da noite anterior. Imobilizada pelo choque de conhecer o dito estrangeiro, a loira se torna uma estátua. Seus orbes dilatados descem pela figura majestosa do homem e quase tem um ataque, notando o volume perceptível no fino tecido do short. O Uzumaki retorna para o meio da sala e se ajoelha à mesa de centro. Posicionado entre a mesa e o sofá. Pega um dos gizes de cera espalhados pela superfície do móvel.

— Enquanto minha doce Hinata se banha, não gostarias tu de se juntar a mim e pintar uma linda paisagem? — ele separou um papel em branco para a Yamanaka:

— minha doce Hinata entregou-me giz de cera porque não suja tanto quanto a tinta. — Pega o giz de cera amarelo e o coloca horizontalmente sob as narinas. Suga o cheiro e sorrir:

— este material é incrível e tem um cheiro apreciável.

A Yamanaka avança apenas dois passos para o interior da casa e chega a apoiar uma mão na parede. Tentando conceber que a Hyuuga dividia o teto com aquela montanha de homem. “Deus. Agora sei por que ela quis recebê-lo em casa.” Nem mesmo alguém bem desconfiada e com alto nível de segurança, como Hinata, resistiria a um loiro desses. Abrindo um sorriso Ino avança mais até se sentar na poltrona e de propósito sobe sua saia. Revelando mais das coxas lisas e impecavelmente torneadas.

— De onde você veio os gizes de cera são diferentes? — ela o pergunta.

— Não. — Antes de riscar um papel, Naruto sempre leva um giz às narinas e o cheira forte:

— o único tipo de cera que conhecia eu era a cera de velas.

— Sério?

— INO!

A Hyuuga se desespera deslizando os dedos pelo corrimão enquanto desce a escada. Os cabelos azuis presos em um coque. Não é dia de molhar cabelo. Ela está de calça cinza-clara de alfaiataria e camisa branca sem mangas e com ombreiras feitas a partir da dobra do próprio tecido. O Uzumaki logo se esquece da presença da Yamanaka. Hipnotizado pela aparência da Hyuuga. Ofegando Hinata chega à sala e se apoia com as duas mãos no encosto do sofá.

— Ino, esse é-

— Naruto Uzumaki. Estou sabendo. — Ino interrompe. Ela sai da poltrona. Põe as mãos na cintura. Em sequencia veloz ela bate o salto direito contra a madeira do piso.

— Eu posso explicar. — Hinata contorna o sofá e se coloca na frente da amiga.

— Bonito hein? Dá pra entender agora o tanto que você evitava construir novas relações. Já tinha alguém no forno. — Ino tira as próprias conclusões. Os orbes azulados dela brilham devoradores sobre os músculos do Uzumaki. Enquanto isso. O olhar dele devora a traseira da Hyuuga. Babando por Hinata, ele está alheio ao que as duas mulheres conversam:

— humpf. Sortuda. — A inveja domina Ino e depois perde o lugar para o desespero. A loira agarra as mãos da perolada:

— vai Hinata, vai abrindo a boca. Diz onde consigo arranjar um desses!!!

— Ino. Calma. Vamos sentar. — A Hyuuga se solta da amiga e vai fechar a porta que a Yamanaka esqueceu aberta. Convida a loira para irem à cozinha e a Yamanaka prontamente aceita. Hinata avisa:

— fique comportado aí Naruto. Quero ter uma conversa particular com minha amiga.

— Está bem. Doce Hinata. Respeito a tua privacidade. — Ele se liberta do hipnotismo que a beleza da Hyuuga causou nele. Ele limpa os cantos dos lábios pelos quais chegou a escorrer baba e tenta se concentrar no desenho. Mais cedo na manhã, a Hyuuga o pediu que desenhasse paisagens. Usando o giz marrom Naruto traça o contorno de uma montanha. Inconscientemente, o loiro se inspira no bumbum de Hinata para desenhar a forma da montanha. Desconfortado o Uzumaki leva uma mão para cima do short, apertando o que há entre as coxas. A ereção matinal está mais dura nessa manhã.

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Na cozinha de paredes beges e chão de lajota, Ino senta na bancada de mármore. De braços e pernas cruzadas. Na parede atrás da loira há um armário suspenso de quatro portas. A pia se avizinha à bancada. Entre a pia e a bancada há o cesto de lixo revestido internamente de plástico preto. E no meio do espaço da cozinha há a mesa arredondada coberta por uma toalha quadriculada de branco e roxo. Impaciente Ino escuta o relato de Hinata. A Hyuuga inventa que Naruto comprava vários quadros dela via internet. E que ele sempre a quis conhecer. Porém ela rejeitava os convites porque ainda namorava na época.

— Essa semana ele chegou ao Japão e pretendia se hospedar em Tóquio. Ele me mandou uma mensagem perguntando se eu ainda pintava. E puxamos uma conversa. No fim acabei o convidando para se hospedar aqui.

— Nunca me falou dele. — A Yamanaka se chateia.

— Eu não o achava interessante. Via-o apenas como um cliente. Eu não olhava para nenhum outro homem com segundas intenções. Não enquanto eu namorava o Sasuke.

— Hinata?

— Hm? — a Hyuuga abre o armário da cozinha e pega um pote de bolachas.

— Você falou o nome dele.

— É mesmo. — A Hyuuga estranha a si mesma. Sorrir:

— que bobeira eu achar que pronunciar o nome dele doeria mais.

É só um nome idiota. No fim.

— Mesmo assim obrigada por também não pronunciar o nome dele só porque eu pedi.

— Amigas são pra isso. E amigas deveriam empurrar um boy lindo para a outra, viu? Se estava com a merda do Sasuke, poderia ter me apresentado a esse modelo que está na sala.

— Eu não tinha certeza se a foto do perfil do Naruto era verdadeira. Ele não era de postar fotos no perfil. Ele é do tipo que compartilha fotos de paisagens sabe. Do pôr-do-sol. Do jardim. Do chão. Da chuva. Eu só tive certeza da aparência dele porque quando ele chegou no Japão fez um vídeo se filmando rápido.

— Entendo. Entendo. Aí logo você correu o risco de estar convidando um psicopata para hospedar.

A azulada entreabre a boca, mas não consegue contra argumentar. Envergonhada.

— Relaxa Hina. Eu também correria esse risco. Vamos ao que interessa. — Ino alcança o pote de bolacha e o traz ao colo. Mastiga e engole uma bolacha, antes de querer saber:

— o que esse gostoso do loiro faz?

A Hyuuga rir.

— Ele é atleta. A especialidade dele é saltos, sabe, aquelas corridas com obstáculos ou salto com vara.

— É esperado, a vara ele já tem! E que varão!

A perolada tampa a boca. Abafa seus risos.

— Sabe Hina, eu terei que pedi-la um favor.

— Claro. Peça.

Ino come mais uma bolacha e coloca o pote sobre o mármore, entre ela e a amiga.

— Descola ele para mim.

— O que? — a Hyuuga trava a mão segurando uma bolacha perto da boca. Joga a bolacha de volta ao pote. 

— Há vai Hinata. Você me entendeu. — Ino discursa imploradora:

— já que está se dando uma oportunidade de se envolver com um homem, por que não vai atrás de Sai? Eu vi o quanto se empolgou quando descobriu que Sai era o pintor famoso de Konoha. Vocês dois tem tanto em comum. Se não fosse Amaru aparecer, você se jogaria de cara em um encontro com ele. Então vá atrás dele. Fica com o Sai e me dá esse loiro gostoso.

— Eu sinto muito. Ino. A visão que quero ter de Sai é apenas de alguém que admiro como artista. Só isso.

— Sério? Olha. Acho que está enganada. Querida. Você está vislumbrada com a beleza do Uzumaki. Até a mulher mais fiel do mundo teria uma vontadezinha de sentar nele. Por isso você depressa descartou o encontro com Sai. Mas quando você organizar seus pensament-

— Não. Ino. Não terei nada com Sai. Não viso nenhum relacionamento sério. Por enquanto eu só quero curtir. E já comecei a curtir com Naruto. — A Hyuuga revela enrubescida. Lembrando de se agarrar com Naruto no sofá. O Uzumaki preferiu dormir no sofá por afirmar que se dividisse a cama com ela a noite inteira, sem tocá-la, ele não se livraria da ereção. Mesmo o sofá sendo pequeno e pouco espaçoso para ele. Ele dormiu feliz. E acordou de bom humor. É nítido a doce alegria dele de ter experimentado os beijos dela:

— eu quero o Naruto. Ino. — Hinata tem certeza.

— Que inveja! Vocês se pegando! Então ve se ele abre pra mim. Topo ménage, Hina. 

— Ino!

— Eu só quero prová-lo um pouquinho. Depois disso ele é todo seu!

— Chega Ino. Desista dessa ideia. Não permitirei que toque no Naruto dessa forma.

— Não me permitirá? Não abrirá mão de um cara por mim? Depois de tudo o que fiz? — desce da bancada:

—  entendi o seu tipo de amizade. — Vira as costas para a azulada e vai embora.  

— Ino-

— Poupe-se Hinata. Não posso ser hipócrita. Acho que eu também não abriria mão de um cara como Naruto Uzumaki. Mesmo que eu não tivesse nada sério com ele. Vou descansar em casa. — A Yamanaka sai da cozinha e faz uma curva para a sala. Ela bate a porta com força quando sai da casa. A Hyuuga corre até a porta e a abre. Avista a loira cruzando o portão da cerca. Grita para ela:

— posso lhe visitar mais tarde?!!!

— Eu te ligo. — A loira responde sem olhá-la.

Ela não vai ligar. A Hyuuga sabe e se entristece.

— Terminei! Doce Hinata! — Naruto levanta o desenho.

E a perolada fecha a porta e se volta ao hóspede. A Hyuuga bserva as montanhas redondinhas amarronzadas no meio de um imenso verde de floresta. Solta um sorriso pequeno.

— Está muito lindo. Naruto.

— Onde está tua amiga?

— Foi descansar em casa. Está com dor de cabeça.

CONTINUA