O Jardim Secreto escrita por MarinaHinacha


Capítulo 9
Nono




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A semana vai passando. A Hyuuga não retorna a se encontrar com a Yamanaka. Algumas vezes Hinata passa na frente da casa dela. Fingindo ir para algum lugar. Mas na verdade só quer vê-la. Mesmo que de relance. Apenas para ter certeza de que Ino está bem. Recorre a Sai para saber se ele tem mantido contato com ela. Ele respondeu que não. Nem na academia. A loira não anda respondendo as mensagens da azulada. “Deus! Devo contar a verdade pra ela?” Como provar que Naruto veio de um livro? A única coisa que pode fazer é mostrá-la os trechos do livro nos quais está escrito “Naruto Uzumaki”. Contudo, do que adiantará? “É capaz de Ino achar que estou inventando uma maluquice dessas só para justificar não abrir mão de Naruto”. Tentando ocupar a falta que a loira faz, a Hyuuga se concentra cada vez mais no Uzumaki. Hinata saiu com Naruto o apresentando aos lugares que ela gosta em Konoha. Naruto se assustou com os carros e aviões. “Eles não pareciam assustadores na televisão.” Ele comentou se mostrando bem assustado ao avistar mais de um avião no céu e os carros pelas ruas. Sem dúvidas o que mais o amedrontou foi um caminhão. Hinata recorreu aos vídeos na internet para apresenta-lo aos diversos tipos de transporte. Com o tempo, Naruto não se apresentou mais com o espanto, porém guardou receio. Na galeria que a Hyuuga visita aos sábados, ela mostrou ao loiro, os quadros de Sai. O Pejon não estava presente na galeria. Ele só a visita quando monta seus eventos restritos. Hinata passa a entender o porquê de nunca encontrá-lo na Chubu durante os meses morando em Konoha. O loiro pouco deu atenção às pinturas abstratas do Pejon. Naruto se hipnotizou por pinturas de outros autores cujos cenários medievais o relembraram ao reino de Samas. O Uzumaki estendeu o braço querendo tocar em uma das pinturas, no entanto, foi impedido pela azulada. Ela o avisou ser proibido tocar nas obras de arte da galeria. Além da galeria, Hinata conduziu o Uzumaki para lugares a céu aberto. Precisamente onde o vento não levava a fumaceira das fábricas. Bastante grama onde podiam deitar e rolar, bastante flores para aspirar e pequenos lagos onde podiam molhar os pés. A cada dia a Hyuuga se emociona mais por compartilhar a rotina dela com um personagem pelo qual é apaixonada. Esse sentimento cresce a cada manhã. A cada noite. Naruto lhe declara que o momento preferido dele é quando chove e ela embrulha os dois com um único e imenso cobertor. Enquanto tomam chocolate quente. O chocolate continua o surpreendendo com seu sabor, em diferentes formas. Naruto só não entende porque a Hyuuga prefere amargo. É a mesma coisa com café. Tentou compartilhar do gosto dela, mas é horrível. Ele aprecia a doçura e a cremosidade que o açúcar e leite promovem no café e no chocolate quente. Julho se inicia e Hinata recebe uma mensalidade da família. Separa o dinheiro para pagar a primeira parcela de suas últimas compras. E usará outro cartão para comprar um colchão para o Uzumaki. Não suporta mais vê-lo dormir no sofá. Quando ela oferece a cama para ele, ele firmemente rejeita e se enraivece quando ela insiste. Enfim. Ele é um amor. Um homem de ouro. Algo curioso vem acontecendo com Naruto. Ele vem dizendo que seus sonhos querem trazê-lo lembranças. Porém, tudo o que ele enxerga durante o sono são imagens embaçadas. A azulada se enche de esperança. Podem ser lembranças do que aconteceu depois que ele tomou banho no lago. Ela se preocupa pelo fato do loiro parecer forçar a mente para tentar se lembrar. A pele dele chega a ficar vermelha e as veias engrossas surgem pelas têmporas e testa. Hinata recorre ao abraço e o implorando para parar. E como ele não resiste quando ela pede algo, ele para de fazer. Tudo o que eles podem fazer é esperar o dia que tais lembranças podem se tornar mais esclarecidas na mente do loiro. Na quinta feira da primeira semana de julho, a Hyuuga conversa com a mãe pelo telefone. Marca um dia para receber a família em casa. Ela decide conversar com Naruto. Terá de orientá-lo sobre como ele deve agir com seus parentes e explica-lo um pouco sobre eles. No fim de tarde da quinta, enquanto Naruto está no banho, a Hyuuga adentra o quarto. Indo buscar o álbum de fotos da família. Cada membro Hyuuga tem uma cópia das fotos originais que estão sob o domínio do patriarca Hiashi Hyuuga. Na última gaveta do armário, do lado direito, ela encontra o álbum verde musgo de capa aveludada. Ela fecha a gaveta e leva o álbum à saída. Entretanto, ela regride os passos e dá meio giro. Retornando ao interior do quarto. Ela decide apagar a luz do abajur. Quando chega diante do abajur, ela interrompe o objetivo. Ela se atrai pelo livro ao lado da luminária. “O jardim secreto”. Por mais que tenha o próprio Naruto Uzumaki habitando sua casa, tem Hinata saudades de ler a história. Com a mão esquerda, ela segura o livro. Coloca o álbum sobre a cômoda. Sua mão direita passa a segurar o livro também. Abre-o. Fecha os olhos e cheira as páginas antigas. Êxtase. Senta na borda da cama. Folheia o livro. Aprecia o barulho das folhas. “Ho, isso que é um orgasmo mental!”. As sobrancelhas azuladas e finas se zangam. A Hyuuga folheia o livro mais uma vez e percebe que uma página a mais escrita. Arregala os olhos. 

— Há mais texto aqui! — seus dedos tremulam e chega a se sentar na cama para se acalmar. Ler: 

— o Uzumaki está deitado na margem do lago. Sentindo a grama misturada ao barro em suas costas. Os outros escravos mergulhavam. Banhavam-se após mais uma guerra com muitas perdas e sangue. 

A cada linha que Hinata lê, ela ressalta uma surpresa na face. Após assimilar os novos textos, a Hyuuga entende que Naruto avistou uma luminosidade na floresta e que ele notou que ninguém além dele a via. Quem liderava os vigias dos escravos era Menma Namikaze que apesar de não ser próximo de Naruto, não o maltratava. E demonstrava uma confiança sobre o Uzumaki que alguns afirmava superar a confiança que o Namikaze tinha sobre os guardas. Tanto era verdade que quando Naruto pediu para passear pela floresta, Menma sequer hesitou em permitir. O Namikaze não recorreu a nenhuma ameaça. E era costume ameaçar quando algum escravo avisava que faria suas necessidades no mato. “Se tentar fugir, que reze para conseguir, ou será empalado!”, “Você é bem apegado aos seus colegas né? Se tentar fugir, saiba que as cabeças deles rolarão!” entre outras assombrosas ameaças. A Hyuuga sempre quis conhecer o ponto de vista de Menma Namikaze que é meio irmão de Naruto. Por parte de pai. Uma pena que o livro nunca abordou os pensamentos de Menma. 

— Doce Hinata. 

— HA! — ela grita assustada e jogando o livro para o lado. 

— O que há? Estás machucada? — ele corre até ela e se ajoelha. Agarra as mãos dela e a vasculha com o olhar. 

— Nada não. Foi um susto bobo. Juro. — Ela sorrir e faz carinho nos cabelos loiros e ele fecha os olhos beijando os dedos dela: 

— tenho algo a pergunta-lo. 

— Pergunte. Doce Hinata. 

— Conseguiu se lembrar o que aconteceu depois de se banhar no lago? 

Ele esfrega a cabeça e de repente um brilho aparece nos orbes azuis. 

— Agora que falastes, doce Hinata, lembro-me de ir à floresta. Atrás de uma luz. — Fecha os olhos e com o punho fechado bate repetidamente contra a testa. Acha que com essas batidas lembrará mais rápido. 

— Pare. Naruto. Já disse que detesto quando faz isso. Não force sua mente. — Ela segura o punho dele. Carinhosa:

— o tempo está trazendo sua memória aos poucos. Vamos continuar aguardando.

— Sim. Doce Hinata. Com o tempo, recordar-me-ei de tudo.

— Por que está aqui, Naruto? — a perolada observa as gotas de água, nos ombros largos, refletindo a luz do abajur: 

— ainda está úmido. 

— Não há nenhuma roupa na porta. Doce Hinata. 

— Me desculpe. Eu pensei que já tinha posto. — Ela se ergue pretendendo ir até o armário, mas Naruto segura sua cintura. Ele aspira a barriga da Hyuuga que com rosto roseado passa as mãos pelos cabelos umedecidos: 

— Naruto- 

— Deixe-me descansar um pouco em seu colo. Doce Hinata. Imploro-te. 

Hesitante. Aos poucos. Ela senta. Ele deita a cabeça sobre as coxas femininas. As mãos dele se mantêm na cintura dela. Depois de um momento a mão direita dele se desprende da cintura dela e segura uma mão feminina. Ele coloca a mão da perolada sobre seus cabelos. E ela sorrir entendendo o que ele quer. Ela faz o carinho nos cabelos loiros e a mão dele volta para a cintura da Hyuuga. Eles se prolongam nesse momento carinhoso. E Hinata observa o livro jogado na cama. A Hyuuga não quis revelar sobre o surgimento de um novo texto no livro pelo motivo de temer que o Uzumaki se atormente para lembrar. É mais saudável que elas venham naturalmente. Precisará esconder o livro dele. 

 

 

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Hinata divide o sofá com Naruto. Abraçando o álbum de família a Hyuuga aguarda o Uzumaki terminar os biscoitos de chocolate e beber todo o achocolatado. Ele passa a língua pelos lábios. Puxa para dentro da boca as migalhas que se grudaram nos beiços. Ele está de regata preta e short laranja escuro, peças de tecido fino, também aconchegantes para dormir. Depois dos momentos de carinho entre os dois, o que Hinata mais aprecia na convivência com o Uzumaki é assisti-lo apreciar à simplicidade das coisas da época dela. Ele coloca o copo de vidro sobre a bandeja depositada na mesa de centro. Há a embalagem do biscoito também sobre a bandeja. A Hyuuga se curva e estende os braços intuindo pegar a bandeja. O loiro a impede:

— Não. Doce Hinata. Aprendi observando-a. — Alcança a bandeja primeiro. E caminha à cozinha. Ele joga a embalagem de biscoito no cesto de lixo e coloca a bandeja na pia. Ele abre a torneira e imita os movimentos que assistiu diariamente Hinata fazer, quando ela lavava a louça. Ele usa o sabão liquido e a esponja. No final ele enxuga o copo e o deixa junto aos outros no armário. Orgulhosa a perolada permanecia sentada no sofá, aguardando o loiro se juntar a ela. Naruto retorna à sala e se senta ao lado da azulada. Hinata usa camisão branco de mangas enroladas no meio dos braços e short de pano quase completamente coberto pelo camisão. Seu cabelo se prende pela chucha de crochê e há uma mexa de cada lado do rosto. O loiro a contempla, como se ela fosse a mais bela das divindades de Samas. Hinata abre o álbum o posicionando entre ela e Naruto.

— Meus parentes chegarão amanhã de manhã e irão embora na segunda feira. Sei que já viu as fotos de alguns deles, mas é sempre bom reforçar. Quero que esteja bem preparado para interagir com eles e que aja do modo que irei orientá-lo.

— Anseio conhecê-los. Doce Hinata. Agirei como desejares.

— Muito bem. Vamos começar pelo meu pai. — Aponta para a foto de um homem vestido de terno e gravata preta, com uma camisa social branca sob. Ele tem traços envelhecidos no rosto, mas os cabelos continuam totalmente pretos. E os olhos quase sem cor indicam o parentesco dele com a Hyuuga.

— Hiashi Hyuuga.

— Não se esqueceu do nome. — Ela se anima.

— Não esqueci de nenhum. Doce Hinata. Hiashi Hyuuga é teu pai. Tua mãe é Hanashi Hyuuga. Tua irmã mais nova, Hanabi Hyuuga.

— Maravilhoso. Naruto. Comentei pouco deles com você. Vou contar mais: meu pai não é de sorrir. Rir então, é mais raro. Mas isso não o impede de ter uma conversa agradável. Ele é muito educado e respeitoso. Da minha família, ele foi o único que reprovou minha decisão de morar em Konoha. Por isso, ele pode parecer desconfortado em estar na minha casa. Será a primeira vez que ele pisará aqui.

— Por que ele é contra minha doce Hinata morar aqui? Konoha é envolta de beleza. Exceto, claro, pelas fumaças que saem das torres daqueles castelos.

A Hyuuga rir um momento. O loiro confuso a assiste. Ela se dá um momento para se recompor e o explica:

— Não são castelos. Naruto. São fábricas. Lugares onde se produzem coisas.

— Que tipos de coisas?

— Várias. Há fábricas de sapatos, tecidos, roupas-

— E para este objetivo é necessário soltar tudo aquilo de fumaça?

— Huuum. Eu acredito que sim. Todas as fábricas que vi expelem fumaça. No método de produção das fábricas eles usam o fogo para algo.

— Quero ver eu como as coisas são produzidas. Doce Hinata.

— Acho que não é permitido alguém que não trabalha nas fábricas visitá-las. Mas quem sabe.

— Então diga-me, doce Hinata. Por que teu pai não quer que tu mores aqui?

— Porque é muito longe de onde ele mora. E quando eu mostrei para ele as fotos da casa, ele achou muito simples.

— Simples?!!! Tua casa não é da nobreza?!!!

— Não há há há. Ela é mediana. Não é de classe pobre, mas também não é tamanho de uma casa de gente rica.

— Tens certeza? O lugar que dividia eu com os outros escravos é metade da tua sala.

Uma dorzinha no peito domina o coração da azulada.

— Eu tenho certeza. Naruto. Considere minha casa, a sua. — Quer que ele aproveite de todo o “luxo” que seu lar poder fornecê-lo.

— Doce Hinata. Posso me empolgar tanto com esta casa, mas sem tu aqui, qualquer coisa se torna sem clamor. Empolgaria eu mais dividir meu espaço de escravo contigo do que estar em uma casa como esta, sem tu ao meu lado.

E com tal declaração a Hyuuga o sorrir. Sabendo que a paixão pelo loiro está crescendo. Não tardará para o amor enlaça-la de vez.


CONTINUA


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