O Jardim Secreto escrita por MarinaHinacha


Capítulo 19
Décimo Nono




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Fora da cidade. A Hyuuga tem noção de que a família e a amiga já estejam sentindo a falta dela. Ela não voltará atrás. Ela interrompe a correria quando quer saber se ônibus já saiu. “Um acabou de sair há vinte minutos.” É a resposta que ela recebe. “Merda! O próximo demorará quase uma hora para passar de novo.” É o que ela pensa. Não quer correr o risco de ser encontrada pela família. Ela decide disparar correndo pela estrada deserta. Os pulmões ardem. Respirar se torna difícil. Ela para novamente para se livrar dos calçados. Sem se importar os joga para o mato. O suor faz a pele do rosto e do colo brilhar. A corrida vai reduzindo de velocidade se tornando uma andada apressada. A azulada não se importa com a exaustão do corpo, a transpiração excessiva das axilas e o fedor exalado delas. A Hyuuga é movida pela determinação. Ela avista a parada de ônibus do balneário. Há um carro estacionado do outro lado da estrada. Com a frente voltada para a direção de Konoha. Na parada, a perolada apoia as mãos no assento. Os perolados lacrimejando. Há duas pessoas esperando o ônibus. Uma delas é um senhor que lia um jornal, mas ele fecha a folha de jornal e se preocupa com a situação da azulada. “Precisa de ajuda? Senhorita?”.

— Não. Obrigada. — Ela sorrir entre os arfares:

— só estou cansada. Preciso ir.

O senhor a nota descalça, mas evita comentar algo a respeito. Ela se afasta do banco e adentra no caminho terroso lateralizado pelas pedras. O suor se torna grudento. Colando os fios azulados na pele. Ela ainda realiza uma última corrida. Ela toma o caminho por onde passeou com Naruto, no primeiro dia que ele visitou o balneário. Ao se aproximar do lugar que atraiu a atenção dele, os pés dela vão perdendo a velocidade. E se ele não estiver lá? Ela tem que retornar para casa? Ou permanecer por ali? Na esperança de que ele volte? Aquele lugar da floresta foi o único que cativou uma atenção especial dele. Bem. Perguntas não entregariam as respostas. Ela se move, saindo do caminho sinalizado de placas. Ela se mete na mata. E encontra o espaçamento pelo qual Naruto vagou. E ela tem a grata surpresa de não ter que lutar contra tantas questões do que fazer, pois o loiro está ali. O Uzumaki é acobertado por algumas folhas. Adormecido sobre as raízes de uma árvore. A azulada anda até ele e se abaixa.

— Naruto. — Ela o chama segurando o braço dele. Dá um leve empurro:

— sou eu, Hinata. Acorde, por favor. Deixe-me explicar por que-

Ela o empurra forte, porém ele não acorda.

— Naruto?! Acorde!!! O que aconteceu?!! Eu estou aqui!!! — ela passa a sacudi-lo com os dois braços. E quando pausa para descansar, ela murmura:

— Naruto-

A Hyuuga toca nos lábios dele. Ela se curva e deita a orelha no peito dele. Ela escuta as batidas do coração. Vem o único conforto em saber que ele permanece vivo. Porém. Ela observa em volta e não encontra o livro.

— Procurando isso? — um homem loiro sai das sombras da floresta. Ele está de paletó e calça preta. Os sapatos também são pretos. Uma camisa azul marinho sob. E uma gravata laranja de listras pretas. Os cabelos dele são loiros, compridos e ondulados. Orbes azuis piscina e na face tem traços finos, suaves. Mais precisamente, ele tem um rosto andrógino.

— Quem é você? — ela se ergue alertada.

— Menma Nojima. Aqui na sua época.

É um nome familiar. A azulada não demora lembrar:

— É o corretor de imóveis?!!

— Sou eu sim, mas minha verdadeira identidade é Mesma Namikaze.

— O meio irmão do Naruto!

— Eu não gosto dessa palavra “meio”. Sou irmão do Naruto e pronto. — Ele fecha as pálpebras e se transforma em um homem mais parecido com Naruto. Só que com mexas alongadas pelos lados do rosto e sem os riscos nas bochechas:

— ainda bem que Deus Samas me concedeu o dom da transformação para eu conseguir sobreviver durante todos esses séculos. Apesar de eu me transformar em diversos seres. Sempre preferirei minha forma original. Droga. Esse terno fica apertado em mim. — Tenta afrouxar a gravata.

— O que fez com Naruto?

— Nada. — Menma sorrir achando engraçada a suposição de que ele fez algo contra quem mais queria proteger:

— ele estava sentindo que se lembrava de algo. Estava batendo o punho contra a própria testa. Eu cheguei nesse momento, mas me mantive longe para ele não me ver. Eu ainda não estava preparado para reencontrá-lo. — Menma encara as próprias mãos:

— acho que ainda não estou. — Baixa as mãos:

— ele começou a ler o livro e conseguiu se lembrar de tudo. Ele sofreu uma descarga de lembranças e desmaiou. E ele me parecia bem cansado antes de ler o livro. Isso colaborou para que ele apagasse.

Naruto deve ter partido da casa da Hyuuga, antes do sol nascer. Hinata considera. O loiro sequer dormiu. E ele já havia se acostumado a dormir bem. Um dia sem dormir já seria prejudicial para ele.

— Tem certeza que ele se lembra de tudo?

— Tenho. Ele agarrou a cabeça com força e já ia dar uma cabeçada nessa árvore – aponta para a árvore cujas raízes estão servindo de cama para o Uzumaki:

— eu saí do meu esconderijo e fui detê-lo. Ele me encarou. “Menma? Você? Eu lembro- lembro de tudo. De tudo.” E pluft! Apagou.

— Então- quando ele acordar-

Ela murmura, fitando o rosto do belo adormecido.

— Sim. Ele acordará com as lembranças completas. Estou tentando me preparar para isso.

— Sr. Nojima-

— Namikaze.

— Sr. Namikaze. Eu gostaria de mais explicações.

— Pois não. O que acha de eu começar sobre o que se procede depois que Naruto deixa o jardim de Kishan?

— Seria bom.

— Pois bem. Depois do encontro com Kishah. Naruto não foge e acaba sendo entregue para o outro reino onde é torturado de muitas formas até morrer.

A perolada balança a cabeça. Não aceitando:

— Ele não morreu porque está aqui com a gente!

— Eu vou te explicar. — O Namikaze senta no chão:

— os deuses costumam ter seus preferidos. Quando uma divindade tem seu preferido, é costume que ela o presenteie com algum dom. Quando eu completei 15 anos recebi a visita de um mensageiro divino que me avisou que quando nasci, eu agradei o Deus Samas, pois eu não nasci chorando, nasci um bebê lindo e calmo. Já sorrindo.

— Ele lhe presenteou com um dom?

— Sim. Eu recebi o dom de escrever o futuro de alguém.

— É um dom muito poderoso!

— Sim. Mas eu nunca o realizava para fazer grandes coisas. Por causa da existência de muitas divindades, eu evitava, por exemplo, mudar o destino de um rei, pois isso pode implicar no futuro de um povo inteiro. E se esse povo cultua uma divindade que não seja Samas, eu poderia estar arranjando briga com forças além das minhas. Um deus continua mais poderoso que um semideus.

— Então é um poder limitado.

— Sim. É poderoso e limitado na mesma medida. Não posso alterar o futuro de mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Não posso escrever sobre o meu próprio futuro. Obviamente, não posso usar contra divindades, nem para salvar alguém de alguma maldição vinda de um deus.

Hinata também senta no chão. Mesmo com o vento a percorre-la, a quentura do corpo dela está alta. Muito alta. Segura uma mão do Uzumaki.

— Depois que Naruto morreu torturado. Eu escrevi que a alma dele deveria se aprisionar no pergaminho. Atualmente é um livro. Também posso fazê-lo mudar de forma. Mas é o único objeto que posso transformar.

— Por que não aprisionou Naruto antes de ele ser torturado? Sr. Namikaze?

— Por que ele nunca me perdoaria. Se eu fizesse isso, quem pagaria seriam os outros escravos. Ele viveria dentro do livro, sozinho, se lamentando pelo que aconteceu com eles.

— Sr. Namikaze, você melhorou somente um pouquinho a situação dele. Ainda foi ruim ele passar tanto tempo no livro.

— Eu sei. Mas não tive muita escolha. O meu objetivo era escrever que a alma de Naruto renascesse em uma criança de uma boa família. Mas a Deusa Kishah me proibiu. Ela estava revoltada por ter tido a ajuda dela negada pelo Naruto. O tanto que Deuses são amorosos, também são rancorosos.

— Mas ele negou por um bom motivo!

— Queria ver você tentar convencê-la disso. O amor pelos Deuses tem que ser maior do que pelos mortais. É a ordem divina.

— Isso é revoltante.

— Muito. Kishah lançou uma maldição. Aprisionando a alma do meu irmão no livro e a única forma de ele se libertar seria se alguém cultivasse um amor verdadeiro por ele.

— Por que você não o libertou antes? Pelo visto, seu amor por ele é verdadeiro.

— É que sendo mais claro. Kishah foi mais especifica. Esse amor teria que partir de uma mulher. Se uma mulher se apaixonasse pelo Naruto, ela seria capaz de tirá-lo do livro. Kishah fez isso para se tornar mais difícil de alguém libertá-lo. O que é verdade. Se passaram séculos desde então. A propósito, como conseguiu libertá-lo?

Se lembrar do dia que conheceu fisicamente Naruto fez Hinata sorrir:

— Eu pintei um quadro. Pintei um cenário que se parece com o jardim secreto dele. Naruto disse que saiu do quadro.

— Haaa. Estou entendendo. O jardim que Kishah criou para abrigar Naruto se conectava com o jardim secreto que Naruto encontrou. Funcionava como um portal para se passar de um jardim para o outro. Kishah construiu esse portal, na esperança de que o Uzumaki fugisse pelo jardim secreto, na última noite que dormiu no espaço reservado aos escravos. O seu quadro funcionou como um portal para ele, senhorita-

— Hinata Hyuuga.

— Esse nome- você é a dona da última casa que vendi em Konoha!

— Sim. Sou eu.

Eles nunca se viram pessoalmente, haja vista que ele fechou negócio com a Yamanaka.

— A casa é muito boa. Estou satisfeita. — Hinata elogia.

— Maravilha! Você ganhou a casa a partir do momento que a Sra. Yamanaka avisou que a mulher interessada em morar na casa era uma com um grande hábito de leitura.

— Ler sempre me trouxe emoção. E Naruto, conhece-lo, foi a emoção mais forte de todas que a leitura já me proporcionou. — Ela faz carinho na face do Uzumaki e depois fita o Namikaze:

— o senhor poderia ter deixado o livro, em um lugar mais acessível. Se tivessem aranhas naquele sótão eu nunca teria explorado aquele lugar e nunca teria encontrado o livro.

— O bom é que encontrou. Eu sempre deixo passar alguns meses para visitar a casa. Se você não tivesse encontrado, eu me transformaria na antiga moradora da casa e pediria que você buscasse algo no sótão.

— O senhor não fica longe do livro por muito tempo. — Hinata sorrir com a constatação.

— Claro que não.

— Mas- mas- voltando à conversa, já que o senhor era o preferido de Samas, por que que não o pediu que impedisse Kishah de amaldiçoar Naruto? Assim, Naruto renasceria em uma vida melhor, como o senhor queria.

— Eu pedi. Mas um mortal não pode decidir sobre o renascimento de uma alma. Isso é pratica de uma divindade. Não posso me meter no trabalho de um Deus. Mas Samas me foi benéfico. Ele visitou meus sonhos onde explicou que me daria a juventude eterna. Meu envelhecer reapareceria quando Naruto saísse do livro. Ontem eu catei um fio de cabelo branco e logo caí na estrada, vindo como um foguete, direto para Konoha. Mas perto daqui meus olhos não me enganaram quando avistei um gigante loiro entrando no mato. Aquele tinha que ser o Naruto! E aqui estou, não enganado, ainda bem.

— Eu vi o seu carro.

— Ele ainda está lá? Que sorte. Pois desci com tanta pressa do carro que acho que esqueci as chaves lá e não lembro se fechei a porta. Eu vou lá verificar. Faça companhia ao meu irmão. Sim? — ele se levanta.

— Só um momento.

— Diga.

— Por que no livro não há a descrição mais clara sobre sua relação com Naruto?

— Eu removi. Tenho acesso ao passado de quem pretendo alterar o futuro. Não posso alterar o passado, mas posso apagar todos os momentos que eu desejar. Apaguei todos os momentos próximos que Naruto teve comigo. De mim, a ele só restou as lembranças, de quando eu fingia ser um guarda bem severo.

— Não acha que teria sido melhor ele ter as boas lembranças com você? Enquanto esteve no livro?

— Nós dois não conseguimos ter um momento de despedida. Eu preferia que ele não passasse o tempo aprisionado no livro, tendo saudades minha. — Menma observa o Uzumaki. Sorrir. Mesmo tendo apagado os momentos dos dois, Naruto novamente retornou a se lembrar dele, antes de ficar inconsciente. Em alguma parte do coração do Uzumaki, ele nunca se esqueceu do próprio irmão. Por um amor tão genuíno assim, valeu todo o esforço que Menma fez.


CONTINUA


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