O Jardim Secreto escrita por MarinaHinacha


Capítulo 18
Décimo Oitavo




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Hinata de coração congelado. Ela não consegue se mover. Sasuke a olha com sorriso pequeno. Brilho intenso nos ônix. Ele leva a mão ao rosto da Hyuuga, mas ela se afasta antes que os dedos dele a toque.

— Afaste-se Sasuke! Vá embora! O que faz aqui?!!!

— Eu te amo Hinata!!! Eu te amo!!! Eu vacilei feio!!! Bebi demais!!!

— Não venha colocar culpa na bebida!!! Não venha!!! — ela põe uma mão no peito e leva um tempo, acalmando a respiração. Ela controla a voz:

— eu não queria abrir os olhos e perceber que já estávamos distantes antes de me trair. Acabaria de qualquer jeito. Sasuke.

— Não. Não acabaria. Eu que tomei o caminho mais fácil e fiz merda. Eu sentia que nossas famílias enxergavam nosso casamento como obrigação. E- sabe que não gosto de ser controlado. É uma sensação-

— Sufocante. — Ela completa e vai perdendo o controle da voz:

— eu também me sentia assim. Sasuke. Mas eu pensei que com você ao meu lado nós conseguiríamos superar isso. Vejo que me enganei.

O Uchiha recebe a noção maior de como é o tamanho da merda que fez. Uma conversa teria poupado tanta coisa!

— Me dê mais uma chance! Hinata! Eu imploro! — ele se ajoelha e a abraça pelos quadris.

Ela está incrédula. Ele não parece o homem de poucas palavras de olhar severo. Sasuke se ajoelhando?

Neji aparecendo e com um empurro, o Hyuuga desprende o Uchiha da prima.

— Como ousa aparecer aqui? Uchiha?

— Eu quis ver com meus próprios olhos. — Sasuke passa as mãos pela roupa. Desfazendo as marcas dos dedos de Neji. De pé, ele mantém uma distância segura dos dois Hyuugas:

— sobre o tal homem que Hinata está namorando.

Os orbes da azulada se esbugalham. O coração dela dá umas batidas mais profundas que outras.

— Quem o contou sobre isso?!! — Neji grita, enquanto a prima se aterroriza.

— Recebi uma ligação de uma voz feminina. Estava abafada, mas sei que era de mulher. Assim que atendi foi logo me dizendo que você — fita os orbes perolas da ex:

— estava com um tal de Naruto Uzumaki.

— Amaru! — a azulada pronuncia. Não tendo duvidas de que tenha sido a ruiva:

— ela me viu com Naruto!

O cenho do Uchiha se tranca. Pensando na ligação, ele não equiparou a voz a da Amaru. Mas se a ruiva estava em Konoha faz sentido ter sido ela. Por isso, a voz jazia abafada, para Amaru não ser identificada. O nervosismo se espalha em Sasuke:

— Então é verdade. Você está com esse tal Naruto Uzumaki. — Ele tenta observar o interior da casa. Quer encontrar esse homem alto e loiro descrito pela ligação de Amaru.

— E daí? Para Amaru ter seu número foi porque você forneceu. Aproveite e tente algo com ela. Siga em frente também. Sasuke.

— Não sei como ela conseguiu meu número! Hinata! Eu não tenho nada com ela! Minha nossa! Eu sequer lembro do momento que compartilhei com ela na cama!!!

— Não me interessa. Não me interessa. — A azulada reforça. Ela se despede antes de recuar e fechar a porta:

— adeus Sasuke.

O Uchiha não desiste e esmurra a porta. Ele a manda abrir. Ela tranca a porta. Neji corre para a janela e a tranca também. As esmurradas continuam. A porta está cedendo.

— Hinata! Ligue para a policia!!! — Neji ordena se preparando para entrar em combate. Caso Sasuke consiga entrar.

— Podem ligar à vontade!!! Eu não vou desistir!!! — o cuspe voa da boca do Uchiha.

— O que está acontecendo?!! — Hiashi acordando tenta se levantar. As pálpebras de Hanashi tremem. Ela também está acordando, com a barulheira.

Neji responde:

— É o Uchiha! Ele está do lado de fora! Tentando invadir!

— O Uchiha?!!! — Hiashi se enraivece.

De murros, Sasuke muda para pisadas potentes. Na quinta pisada, ele consegue. Hinata não havia ido pegar o telefone. A porta quase caiu nela. Mas Neji a segurou pelo braço e a puxou para trás. Sasuke encara os dois e depois encara o casal Hyuuga. Hiashi e Hanashi o fitam amargurados.

— Eu não vou sair daqui. Hinata. Não sem você!!!

A perolada cerra os dentes. E as mãos.

— Eu odeio você. Sasuke Uchiha.

Encarando a expressão mortífera dela, Sasuke se desconserta. Há uma atmosfera muito sobrecarregada nas feições femininas. Bem diferente do dia em que ela descobriu a traição. Naquele dia ela demonstrava mais desespero. Sofrimento. Nesse dia. No agora. Ela esbanja um ódio mais concentrado. Ela declara com plena consciência. Com plena certeza. Jamais ele considerou que veria esse sentimento perverso ser manifestado por ela. A mulher mais doce que já conheceu. Se ele conseguiu despertar aquilo nela, significa que ele é um lixo de ser humano mesmo. Tinoni-tinoni-tinoni. É a sirene da viatura. Neji está de punhos cerrados. Atento a qualquer movimento de Sasuke:

— E então? O que vai ser? Uchiha?

O Uchiha ainda tenta recuperar o ar gasto no arrombamento da porta. Precisa mesmo redobrar seu tempo de treinamento. Está fora de forma. Suspira cansado. Com a polícia não conseguirá ter uma boa conversa com a azulada. “O que estou fazendo?” está fora de si.

— Está bem. Não vou brigar. Se eu fizer isso- ele observa a perolada:

— só lhe despertarei mais raiva. Ao menos me prometa que conversará comigo.

O ódio dela permanece na face. Mas ela o entrega uma resposta pensada:

— Se conversarmos quero que depois você parta para sempre.

— Sim. — Ele não quer deixar de vê-la, mas acredita que se tiver a conversa com ela, algum dia ela repensará. Ele precisa fazê-la ao menos diminuir o ódio bem expressivo nela.

— Está bem, mas não hoje. Hoje quero curtir o último festival das flores, da cidade de Konoha, com a minha família.

— Amanhã?

— É. Amanhã pode ser. Te ligo para marcar o horário.

— Obrigado. Hinata. Eu estarei hospedado na cidade. Vou procurar um lugar para ficar.

Genma e Izumo chegam na viatura. Estacionam atrás de um carro preto pertencente ao Uchiha. Os dois policiais se retiram. Passando pela cerca, os dois avistam a porta arrombada. Eles vão se aproximando devagar da casa. Hinata não quis dar queixa e pediu aos parentes que eles também não dessem. Os pais e o primo não gostaram dessa decisão. Mas como se trata da porta da casa dela e ela quer resolver a situação conversando com Sasuke, eles aceitaram. Como Naruto se ausenta da casa desde o dia anterior, Hanabi dormiu junto com a irmã. Ela desce a escada trazendo uma toalha e escova de dentes. Quando ela pisa na sala, os policiais e o Uchiha haviam partido minutos atrás. A caçula Hyuuga se assusta com a porta caída e observa as expressões nada contentes dos parentes.

— Gente? O que aconteceu?

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09: 00h. Hinata usa vestido branco com decote em V. Laço azul claro na cintura, com uma violeta de enfeite. Na bainha tem pequenas flores coloridas a enfeitando – a sequencia de cores se compõe de amarela, azul, vermelha, rosa e laranja. Usa sapatilhas e meias-brancas que chegam nos joelhos e tem brilho leve na face. Não gosta de maquiagem acentuada. Suspira ao se fitar no espelho. Imagina os elogios de Naruto se ele a visse dessa forma. De repente. Pensa no livro. Será que Naruto está atormentado, tentando se lembrar de algo? E por isso se isolou? Como ela não pensou nisso antes? Apressada ela corre para pegar o banquinho e pô-lo na frente do armário. Sobe no pequeno assento e mete a mão sobre o grande móvel. Os perolados se esbugalham. O livro não está lá!!! Quase perde o equilíbrio com o susto da descoberta. Salta para trás e cai de pé. O banquinho vira, caindo de lado. Naruto! Ele encontrou o livro e viu as últimas páginas! Ele suspeita que ela tenha escondido o livro dele! Ele fugiu magoado! As piores possibilidades passam uma atrás da outra pela mente da perolada. Ela tem vontade de chorar. Quase perde a força nas pernas. Apoia as mãos no armário e encara o chão. Ela ouve alguém bater na porta do quarto. “Droga. Eu não tenho tempo nem para chorar.” Esfrega as pálpebras.

— Entre.  

— Bom dia Hinata! — a loira sorridente adentra no quarto:

— me disseram que eu podia subir, então subi!

— Bom dia Ino. Você está linda. — A loira está de vestido azul celeste que se assemelha ao da Cinderela. A sombra azul dos olhos, o batom bem vermelho e as bochechas rosadas de maquiagem, tudo bem forte a deixa com cara de atriz de cinema. Porém, ainda sim, a perolada prefere contemplar a beleza natural da amiga.

— Você também está linda. Hina. — A Yamanaka a abraça e fica pesarosa:

— Genma me contou o que aconteceu hoje mais cedo.

A azulada se afasta da loira:

— Ele não devia contar. Tinha que se manter profissional. Eu tinha que contar para você.

— Ele não me contou como policial. Ele me contou como Genma Shiranui. Ele foi liberado do posto há uma hora. Ele vai pegar o turno da madrugada. Hoje terá o dia inteiro para ser meu par no festival de contemplação das flores. E como meu ficante que sabe que sou sua melhor amiga e que sabe o que aconteceria com ele se não me contasse, ele achou melhor dizer logo. Até porque eu ia ficar sabendo de qualquer jeito mesmo. Aliás, como farão para substituir a porta?

— Neji decidiu ficar em casa. Para resolver isso. — Hinata suspira triste. Ela almejava toda a família reunida no festival.

— Eu diria que pena. Mas não estou mais caçando seu primo. Mas e quanto ao merda do Uchiha? Vai mesmo conversar com ele depois de ele arrombar a porta de sua casa?

A perolada baixa o olhar.

— Sim. Acha que fiz errado em não dar queixa de Sasuke?

— Há. Eu gostaria de ver o bolso dele doer. Mas pagar uma porta para Sasuke é o mesmo que gastar uns centavos. Porém – ela estica o braço e acaricia os cabelos azulados:

— não sei o que pretende. Mas seja lá o que for me deixe ficar ao seu lado.

— Obrigada. Ino. — Hinata descansa o rosto contra o peito dela. Após um longo momento nesse contato quente com a loira, Hanabi bate na porta, avisando que todos estão prontos para ir ao evento e vai embora ao andar debaixo. As duas amigas desfazem o abraço e se dão as mãos.

— Sabe Ino. Tem algo que preciso conta-la. Hoje a noite seria bom sairmos.

— Tudo bem. Sobre o que vai me contar?

— Sobre Naruto.

Sim. Hinata quer compartilhar seu segredo com a Yamanaka. Precisa de alguém com quem possa desabafar. E Ino está em seu coração para isso.

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Na contemplação de flores, em Konoha, as pessoas estendem as toalhas de piquenique e comem, enquanto apreciam as cerejeiras e ameixeiras. O vento arranca centenas de pétalas formando uma linda chuva com elas. No centro da cidade há um desfile de “modelos da primavera” acontecendo. A Yamanaka se inscreveu e quando foi a vez dela, Hinata vibrou mais do que nunca. O vestido da loira está sobrecarregado com enfeites de flores que ela mesma montou. Ela parece uma divindade da estação primaveril. A Yamanaka se orgulha mais quando percebe o olhar satisfatório dos juízes. Nem eles conseguiram esconder o quão deslumbrante ela está.

— Tá eu não nego. Tua amiga está lindíssima. — Ao lado de Hinata, Hanabi reconhece.

— Ela sempre foi. — A azulada continua batendo palmas, mesmo depois da loira se retirar do tapete vermelho, dando espaço para outra participante. Cansando de bater palmas, baixa os braços, seu olhar vai se esvaziando de emoção. Naruto. Ele está retornando ao seu pensamento. Em um momento a azulada se afasta da multidão, avisando à família que fará uma ligação. Ela liga para seu número residencial. É atendida pelo primo e o pergunta se alguém chegou em casa. Neji responde que somente o homem para quem ela ligou para consertar a porta. Depois de conversar com o primo, ela volta para perto da família. Hanashi a oferece alguns dangos. E Hiashi distribui coroa de flores para as filhas. Afastada dos Hyuugas, a Yamanaka está se beijando com Genma. A loira interrompe seus amassos com ele e vai ao encontro da amiga. Abraçando-a. A azulada sorrir. Porém, conforme o tempo avança, fica mais difícil fingir que está curtindo o evento. A imagem de Naruto vai pesando mais. Até que não consegue mais permanecer no festival das flores. Avisa que vai ao banheiro e se afasta de todo mundo. Se Naruto não foi para longe só há um lugar onde ele pode ter se enfiado! Precisará conferir!

CONTINUA


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