O Jardim Secreto escrita por MarinaHinacha


Capítulo 13
Décimo Terceiro




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O trio H – Hanashi, Hinata e Hanabi – terminam as compras. A azulada está tranquila porque gastaram sem exageros. Compraram roupas de banho, chapéus de palha, óculos de sol e protetor solar. Pararam um momento para tomar sorvete. Cada uma falou de uma coisa. Hanashi está fazendo aulas de cerâmica – não escondendo a vontade de tê-lo futuramente como hobby praticado junto de Hinata – ,Hanabi falou orgulhosa da excelência de notas das provas, da frequencia escolar e de bom comportamento – ela o faz para usar como motivo quando chegar na idade de fazer uma tatuagem, pintar o cabelo ou pôr um piercing. “Eu sempre fui uma boa filha.” – e Hinata fala sobre a pretensão de retornar a vender quadros e produtos artesanais. Em Konoha há um bom público de arte, além dos visitantes de fora da cidade. Hanashi a apoiou com muito gosto, “Faz um vaso de flores para mim. Querida. Sabe que eu sempre serei sua cliente número 1”. Na volta para casa Hinata reforça no pensamento “Confiança em Naruto! Confiança em Naruto!”. Antes de elas alcançarem o baixo portão da cerca, as Hyuugas avistam os homens no quintal. Hiashi e Neji sentados nos bancos altos e aproveitando a sombra das folhas vindas da árvore nascida no quintal vizinho. A árvore é muito grande e Hinata nunca se importou de vários dos ramos ultrapassarem a cerca porque gosta da época de outono, quando as folhas chovem no quintal dela, nas cores amarela, vermelha, laranja e marrom, com vários tons.

— Sejam bem vindas! — o loiro se interrompe para cumprimentar o trio H. Ele se curva para elas:

— estou explicando para os senhores Hyuugas sobre alguns tipos de espada.

— Tipos de espada? — Hinata cruza o baixo portão e se aproxima deles.

— O Uzumaki está mais interessante que a televisão. — Hiashi menciona. As mãos do senhor Hyuuga descansam nos joelhos entreabertos. E os pés descansam no apoio horizontal que há no próprio banco.

Naruto sorrir por considerar que está conquistando a aprovação do pai de sua doce Hinata.

— É impressionante o quanto ele conhece sobre objetos medievais. Até parece que viveu em uma época assim. — Neji fala.

Naruto sorrindo. Quase tem vontade de falar a verdade para eles. Gosta de interagir com os Hyuugas. Porém, jamais fará isso sem a permissão de Hinata.

— Quando ele entra em uma onda é pra valer. — Hinata segura o punho do loiro:

— já podemos ir para o balneário. Vamos refrescar os nossos corpos. Você adorará conhecer esse lugar. Naruto.

—  O balneário. — O Uzumaki se expressa curioso e sorridente:

— se minha doce Hinata diz. É claro que adorarei.

— Vamos fazer as malas. — Hanashi chega na porta da casa e aguarda pelas filhas. Esperando que elas a ajudassem.

— Mãe. Tem malas vazias em cima do armário. — Hinata informou. E avisa:

— daqui a pouco eu vou. Quero conversar rapidinho com o Naruto.

— Tudo bem. Querida. — Hanashi sorrir à azulada e vira as costas. Entrando na sala, a dona Hyuuga chama pela filha caçula. Hanabi monta uma cara cansada. Pensou que poderia ficar de bobeira até a hora de partirem. Desempolgada, a Hyuuga mais jovem caminha para dentro da casa. Neji e Hiashi se levantam. Neji faz questão de carregar os dois bancos. Ele porá os bancos de volta na cozinha. Hiashi acompanha o sobrinho. Os dois conversam sobre o que Naruto ensinou em relação às armas medievais. Vendo que toda família entrou na casa, Hinata se concentra no loiro.

— Naruto. Vamos de ônibus para o balneário.

O Uzumaki leva poucos segundos procurando na memória o que é ônibus. Um transporte imenso com vários assentos. Os orbes azuis se arregalam.

— Ônibus?!!! — ele entra em pânico.

— SHIIII!!! — ela implora por silêncio, entrando em pânico, pelo pânico do Uzumaki.

— Não sentarei em uma coisa destas!!! Hinata!!! — empalidecido. Ele se treme inteiro e sacode a cabeça em constante negatória. Ele tem os meios dos braços agarrados pela Hyuuga. Os braços nanicos inutilmente tentam conter o monte Everest. O cão do quintal da casa à direita começa a latir. E do outro lado da rua tem um vizinho olhando receoso para os dois. A azulada sorrir ao vizinho. Constrangida. Sem soltar o loiro. O vizinho segura uma mangueira enchendo a piscina de plástico para os filhos pequenos.

— Estamos só brincando!!! — Hinata avisa ao vizinho da frente. Ela tenta manter o sorriso. Se o vizinho acreditou nela? Ela ficou sem saber, pois o homem desprendeu um óculos escuros da camisa e cobriu os olhos com ele. Enquanto isso, o Uzumaki está mais branco e Hinata se assusta com o imenso gelar da pele dele.

— Naruto-

Ela murmura o abraçando pela cintura. O olhar dele está desnorteado. Ele não se concentra em nada. A Hyuuga não imaginava vê-lo tão fragilizado. Naruto não é uma perfeição. Ele é alguém imbatível, incrivelmente forte. No livro. Mas na vida real. Na realidade fora do livro. Ele é humano como qualquer outro. E terá medos, como qualquer outro.

— Naruto! Por favor! Olhe pra mim! — ela não mede a voz e não liga mais se o vizinho ou outra pessoa olhá-los. Os azuis pousam nos perolados. As mãos da azulada se movem pelo corpo dele até descansarem na musculosidade do peito.

— eu estarei sentada ao seu lado. Segurando sua mão. Enquanto estivermos dentro do ônibus. Está bem?

A boca de Naruto fica meio aberta. Deixando passar um ar pesado. O ar vai perdendo peso até se tornar um ar leve. As feições femininas acalmam o Uzumaki.

— Está tudo bem aí? — Neji aparece na porta da casa:

— escutei você gritar. Hinata.

Hanabi está na varanda do andar de cima. Também escutou a voz alta da irmã e foi ver o que é. Naruto e Hinata mantém contato visual.

— Eu não o deixaria fazer algo perigoso. — Hinata continua a tentar convencê-lo. Com sua suavidade e peixão que sustenta pelo Uzumaki:

— não confia em mim? Naruto?   

— Claro que confio. Hinata. — Naruto prende a cintura dela e abaixa a cabeça e ela se ergue na pontinha dos pés. Os dois encostam as testas. Neji balança os ombros e volta para dentro da casa, não esperando mais nenhuma resposta.

— por você. Doce Hinata. Entrarei neste ônibus por você.

— Obrigada. Naruto. — Ela aproveita a proximidade para tasca-lo um beijo. Rapidamente o Uzumaki trata de aprofundar o contato entre as bocas. “Brincadeira estranha.” Pensa o vizinho que já havia enchido a piscina e que até o momento ainda observa, sutilmente, o que acontece entre aqueles dois enamorados.


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No ônibus. Hanashi perguntou umas duas vezes à filha mais velha se Naruto passava bem. O Uzumaki se tornou uma estátua durante a viagem. “Está sim. Naruto é que sempre fica meio enjoado quando anda de ônibus.” Foi a resposta da azulada. Hinata não quis avisar a Naruto que a mão dela doía por conta do aperto que a mãozona dele cingia nela. “Do jeito que ele está. Nem parece que me escuta.” A Hyuuga pensou. Ela sente muita pena dele. Cada minuto de viagem para Naruto foi uma tortura eterna. Finalmente o ônibus pausa na parada para o balneário. A azulada sorrir:

— Podemos descer. Naruto. — Ela está mais alegre pelo fato de que ele soltará a mão dela. O loiro a abre a mão e se ergue. Ele avança pelo ônibus. Empurrando todo mundo que está no caminho.

— O que deu nele? — Hanabi perguntou. Ela se levanta do assento atrás do assento de Hinata que também se levanta.

— Acho que foi vomitar. — Respondeu a irmã mais velha. Hipotética.

— Ele me pareceu desesperado. — Neji solta sua opinião. Ele carrega as duas malas que contêm tudo o que a família Hyuuga e mais Naruto precisarão.

— Que nada – Hinata tenta convencê-lo do contrário. Ela exalta a despreocupação. Dando leve tapinha no vento. Na frente da cara. – Naruto é bem intenso. Ele demonstra alguns comportamentos exagerados mesmo. — Ela mal termina a fala e se acelera para sair do ônibus. Ela descobre que sua mão ficou muito vermelha. Por causa do aperto do loiro. A azulada massageia a mão. De modo acelerado. Esperando que a cor fosse embora. Fora do ônibus não demora a encontrar o tamanhão do Uzumaki. Naruto se apresenta bem melhor. Abrindo os braços e as narinas sugando o ar. Terra. Areia. Mato. Folhas. O loiro sorrir aliviado. Contente por se mover com seus próprios pés.

— Naruto! — Hinata corre na direção dele e para atrás do mesmo. Ele se vira para fita-la e ela incomodada continua:

— você empurrou aquela gente. — Apontou com o polegar para trás. Acima do ombro. Os azuis seguem a direção mostrada pela azulada e avista as pessoas que desceram do transporte. Elas passam longe dele e há três expressões destinadas a ele: medo, raiva e receio.

— Sinto muito. Doce Hinata. Irei desculpar-me.

Ela suspira:

— Não precisa. Da próxima vez se levante com calma e peça licença se estiver apressado. Apenas isso.

— Da próxima vez? — ele se atordoa.

— Naruto. Vamos voltar de ônibus. — Ela é enfática.

— Não importa a mim voltar andando. Doce Hinata.

— Naruto. — Ela é reprovativa.

— Não sou digno de teu amor. Doce Hinata. Sou um covarde. — Ele baixa a cabeça e cobre os olhos com os dedos da mão direita:

— nem em minha vida de escravo chegou um dia que o medo transbordasse tanto de dentro de mim. Que vergonha. Que vergonha.

— Não fale assim. Naruto. — Com mansidão ela tenta elevá-lo energia positiva:

— sabia que na minha época existem pessoas com o mesmo medo que você? Não são muitas. Mas existem. Se elas que cresceram na minha época têm medo, não é surpresa que alguém que veio de um lugar como o seu, tenha esse medo também. É normal. Naruto. Você é normal.

— Tu não falas isso apenas para acalmar-me?

— Jamais. Naruto. Jamais. Vou pesquisar por fobia na internet. E te mostrar o tanto de medo estranho existe por aí.

— Fobia?

Com o sol ainda forte, Hanashi pede que Neji deposite a mala no banco da parada de ônibus. Depois que ele obedece, ela abre a mala e separa chapéu de palha e óculos escuros para cada um. Faltando entregar para Naruto e Hinata, a dona Hyuuga os chama. Os dois estão mais afastados da parada. Mas conseguem escutar o chamado. Eles se aproximam. E quando a dona Hyuuga entrega um chapéu ao Uzumaki, ela pergunta:

— Naruto. Querido. Já está melhor?

— Agora estou. Encantadora Hanashi. — Ele aperta a mão de Hinata:

— perdoe-me pelos meus modos no ônibus.

— Deixe disso. Querido. O importante é que está bem. — Entrega um chapéu e um óculos de sol para a filha mais velha:

— vamos a caminho do banho! — ela aponta para onde vão as pessoas que desceram do ônibus. Elas estão entrando em um caminho de terra cujas laterais se compõe de pedras cinzas. No início do caminho, ao lado dele, tem uma placa de madeira indicando ser o ali o trajeto ao balneário mais visitado próximo de Konoha.

— Vamos andar por alguns minutos. — Hinata avisa.

Hanabi faz logo uma cara de desânimo. O tempo no ônibus que passou sentada não foi suficiente para se sentir totalmente descansada. Andar pela floresta anima o loiro que vai logo na frente.

— Não muito rápido. Naruto. Não muito rápido. — A azulada pede. Pois ele não solta a mão dela e seus passos são muito avançados.

— vamos fazer uma caminhada calma. — Hinata acaricia o braço que está segurando sua mão. E recebe um olhar doce do loiro.

— Claro. Doce Hinata. Perdoe-me a minha alegria de estar dentro da natureza novamente. — Ele suaviza o andar. A Hyuuga sem dificuldade consegue acompanha-lo nesse ritmo.

Ela sorrir. Ele nem precisa detalhar. Ela conhece muito bem o sentimento que ele tem pela natureza. O jardim secreto para Naruto era um pedaço da natureza que ele podia visitar quando não podia sair do espaçamento dos escravos. Mesmo sendo um jardim abandonado. Ainda se nasciam algumas espécies de árvores e plantas, atraindo vários tipos de insetos. Naruto não nutria rancor das pessoas que o destratavam, mesmo ele fazendo um bom trabalho na defesa do reino de Samas. Porém, ele também não mendigava o afeto delas. Ele agia como ele mesmo. Ele conseguia encontrar paz no modo de vida que cabia a ele. Mas a maior paz que ele sentia. Era o contato que ele tinha com a natureza.

CONTINUA

 


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