Sento-me quieta tentando não pensar em como será meus próximos dias, meu plano de curtir a vida foi um pouco precipitado e impensado, mas tenho certeza que conseguirei um lugar, na verdade qualquer lugar é melhor que minha casa. Alguns anos meu lar era o lugar seguro onde eu tinha abrigo e carinho onde estava sempre tudo bem. Agora eu não posso pensar em casa sem ter repulsa, cada ambiente me trazia más lembranças.

–-Você parece preocupada. -O homem de cabelos engraçado diz com uma voz suave e um pouco persuasiva.

–-Não, eu estou bem. -Minto e sei que fui péssima quando ele começa a rir.

–-Qual seu problema? De rir a cada palavra que eu falo. ---Resmungo séria. Eu estou planejando em que direção ir e um idiota fica rindo e me desconcentrado, isso não está certo.

–-Você é uma péssima mentirosa, quer uma dica?—Ele inclina seu rosto por cima da mesa e fala baixinho. --Não jogue porque vai perder até a última moeda. – Eu posso sentir seu hálito e ele é extremamente doce.

Ele me encara por longos segundos ainda perto do meu rosto, eu não desvio de seu olhar, pois sei que se eu o fizer ele vai se sentir triunfante encaro ele até que a garçonete chega com o menu.Ele suspira cortando seu olhar e dispensa o cardápio, pede 2hambúrgueres, 1 porção de salada , batatas e outras coisas. Eu só Fico observando enquanto ele a dispensa com um piscar.

–-Você gosta de salada, certo? Sussurra pra mim do outro lado da mesa.

–-Nem vem o hambúrguer é meu. – Digo me endireitando. Agora que estamos falando de comida meu estômago começa a roncar alto, não sei como, mas tenho quase certeza que ele ouviu.

–-Então você é nova em Seattle. —Não é exatamente uma pergunta então eu só o encaro.

Alguma coisa em seus olhos me é familiar, eu não sei se é a cor ou a forma mais eu posso sentir alguma lembrança tentando se desencadear.

–-Esta na casa de um amigo ou parente... –Supõe ainda sério.

–-Na verdade eu estou sozinha, não conheço ninguém aqui. — digo soltando mais que o necessário.

–-Uma menina na sua idade não pode estar sozinha em uma cidade como Seattle. —diz ele com uma expressão um pouco perturbada.

–-Eu não sou menina, sou maior de idade o que me da permissão para ir onde eu bem entender. —digo um pouco irritada pela insinuação de eu ser uma criança.

–--então senhorita maior de idade, onde você está hospedada, espero que não pretenda ficar na praça esta noite. —diz ele com um sorriso sínico em seu rosto de exprime seu sarcasmo.

Dormir na praça, bem isso já tinha passado pela minha mente. Talvez lá fosse um bom lugar por uma ou duas noites, mais estava chovendo e tão frio... Tenho que achar um lugar.

–--Vou arrumar um lugar, tenho certeza que alguma pessoa está a procura de alguém para dividir um apartamento ou coisa assim. ---digo desdenhosa .

–-- Na verdade eu conheço alguém. --Ele agora tem um sorriso mais que debochado, satisfeito na verdade.

–--E quem disse que eu estou pedindo sua ajuda?---Ele estava se achando agora.

–--E você por algum acaso conhece mais alguém?

–--Eu não te conheço. ---Falo devagar para que ele entenda cada palavra.

Eu encaro bem seus olhos e agora percebo que é da exata cor do mar, não qualquer mar, mas o mar da praia onde eu estive há poucos dias, um verde profundo com alguns reflexos de um azul brilhante. Mas isso não era tudo, tinha mais algo em seus olhos, algo muito familiar.

Agora a garçonete chegou cortando mais uma vez seu olhar ele também parecia tentar encontrar algo em meu rosto o que o fazia ficar frustrado. Eu podia dizer que era por isso que suas sobrancelhas se moviam com se ele estivesse resolvendo um calculo difícil.

Ela deixa nossos pratos da um forte suspiro encarando ele e sai com passos curtos e rápidos.

–--Isso não importa, eu tenho um apartamento, mas tenho uma condição. --- diz rápido como se tivesse medo que tudo fugisse de controle ou qualquer coisa.

–--O que? --- Digo surpresa com o rumo que a conversa tomou.

–--Vamos aceite antes que eu desista, não é todos os dias que eu levo garotas encharcadas e totalmente perdidas para casa. ---Fala agora com o sorriso sínico

–--Calma, se você esta pensando que vou te chupar ou qualquer coisa está muito enganado ok. Eu não sou dessas vadias desesperadas que você leva para sua cama. ---digo com raiva, como ele podia dizer algo desse tipo.

–--Eu não disse isso, só acho que seria uma boa idéia dividir o apartamento. ---reclama parecendo ofendido.

–--Então qual é essa condição?

–--Você teria que deixar seu atual emprego e trabalhar comigo e com minha irmã. ---fala ele calmamente, quase soletrando, como se tivesse falndo com uma criança.

–--Que tipo de trabalho?---Digo sem mostrar minha surpresa, eu não tenho trabalho, mas estava perto de conseguir meu primeiro numa mesa de lanchonete.

–--Não tenho certeza ainda, mas temos que conversar sobre isso. ---disse ainda com a expressão de calculo.

Olho para o meu prato ainda intocado e começo a comer, eu não tenho muitas opções, mas esse cara é um tanto estranho acabei de conhecê-lo e ele me chama para morar com ele... Muito suspeito, mas algo me dizia que ele podia ser uma boa pessoa quem sabe dividir apartamento com ele não seria uma boa idéia, com certeza um avanço para minha atual situação de sem teto.

–--Está certo, eu concordo. --- Digo baixo quando acabamos de comer ,sem ter coragem de admitir essa grande loucura a plenos pulmões.

–--Que bom, a propósito meu nome é Edward, Edward Cullen.