Fic cancelada escrita por Escritora sonhadora


Capítulo 2
Capítulo 2 - A visita de um velho amigo rancoroso




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- Hora da troca de armas – Travis pegou uma espada e trocou com a sua, Connor fez o mesmo, quando fui escolher um artefato Connor impediu minha mão e estendeu a sua, mostrando uma pulseira de prata com um pingente de arqueiro.

- A sua vai ser essa aqui – ele disse em um tom sério, mas não acreditei.

- Vocês usam armas e eu uso uma pulseira? – perguntei indignada.

Os irmãos riram e me falaram para pega-la e por as mãos como se fosse atirar em algo, eu o fiz e então um arco surgiu nelas.

- Uau! – tentei não parecer surpresa, mas isso já estava estampado em meu rosto.

- Nunca duvide de coisas pequenas – os irmãos gargalharam.

- Mas isso deve ter lhes custado uma fortuna! Quanto foi? Eu pago, só preciso entrar em contanto com minha mãe e...

- Ei, ei, - os irmãos me interromperam – calma esquentadinha, com os Stoll dinheiro nunca é problema – eles fizeram uma pose de cowboys e sorriram sarcasticamente.

Eu ri um bom tempo, arrumamos nossas mochilas e voltamos para nossos postos, Travis e eu decidimos acender uma fogueira, estava começando a esfriar. Quando eu fui jogar um fósforo na madeira para queimá-la Travis segurou minha mão, fez uma prece e jogou junto a mim um fósforo na fogueira, achei muito estranho, mas achei melhor não perguntar. Começamos a falar sobre nosso passado, de onde viemos, sobre nossos pais e percebi que Travis tinha sérios problemas ao falar de sua mãe, ele parecia culpado ao pronunciar o nome dela. Decidi mudar de assunto, comecei a falar sobre aquele monstro que vimos perto de minha antiga escola, ele disse que aquele monstro era na verdade uma empousa e que ela estava atrás de mim porque sentiu meu “cheiro de meio-sangue” – uma coisa que não me deixou lá muito feliz. Era tarde e estávamos com sono, comecei a ouvir um barulho vindo da mata, achei que não era nada, mas Travis parecia inquieto.

- Você também ouviu? – perguntei

- Sim, – Travis respondeu meio preocupado – só quero saber se é o que estou pensando, me siga e nada vai acontecer a você.

Ele deu a língua e foi a caminho da floresta escura, eu o segui. O barulho de galhos quebrando ficava cada vez mais alto e forte, ficamos de costas um para o outro, uma posição de ataque nada interessante pra quem está caçando uma coisa que vai usar você como palito de dente. Eu estava morrendo de medo, mas decidi confiar nas palavras de Travis, ele era um guerreiro muito experiente. Ouvi o barulho se aproximando, minha pulseira se expandiu até se tornar um arco e flecha, alguns segundos depois ouviu-se um barulho enorme, o monstro surgiu em minha frente, arrancando algumas árvores e bufando fogo pelo nariz, era um javali do tamanho de um prédio de 20 andares, tinha olhos vermelhos que brilhavam de ódio, eu quis gritar e correr, mas sabia que não podia fazer isso.

- Atire! – Travis gritou pra mim

O monstro se aproximou mais, comecei a atirar contra ele, boa notícia, acertei todas as flechas no peito do monstro, má notícia, ele ainda estava vivo, bravo e vindo em minha direção.

- Por que você não morre? - disse enquanto preparava mais uma saraivada de flechas para atingir o monstro.

- A pele dele é muito grossa – disse Travis enquanto ia na direção do mostro – tente acertar no nariz, a pele deve ser mais frágil.

Travis tentou acertar o monstro pela lateral, mas só conseguiu chamar a atenção do monstro que imediatamente virou-se para ele e investiu com suas presas, Travis esquivou-se. Eu tinha que fazer alguma coisa, Travis não daria conta daquele monstro sozinho e eu não estava em um bom ângulo para acertar o focinho daquele monstro.

- Ei balofão! –isso realmente pareceu melhor em minha mente.

Mandei algumas flechas e o monstro virou-se novamente contra mim, mas dessa vez mais irritado e correndo, fiz o mesmo, sai correndo floresta adentro mandando flechas sem ver pra onde elas iam, estava apavorada, achei que ia morrer até que ouvi um som estranho.

- IRAH! – Travis avia subido no javali e o usava como toro de rodeio.

Eu riria muito da situação se não estivesse com tanto medo, Travis puxou os chifres do monstro e gritou para que eu atirasse. Uma saraivada de flechas surgiu e o monstro se desintegrou. Travis cai no chão, fui desesperada á seu encontro, ele tinha um novo arranhão no rosto mais levantou e riu um pouco.

- E ai, sou um bom cowboy?

- Nós quase morremos e você está fazendo graça? – dei um soco em seu ombro enfurecida – Você está louco?

- Vá se acostumando novata, essa foi uma noite tranquila.

Achei que seria impossível encontrar o acampamento novamente, mas para minha surpresa o achamos em pouco tempo. Assim que chegamos Travis pegou sua mochila e ficou procurando algo, ele tirou um pequeno pote, comeu um pouco do que tinha lá e me ofereceu.

- Coma, você vai se sentir melhor, isso se chama ambrósia e tem poderes que ajudam nossa reabilitação, ou quase isso.

Fiz uma cara de nojo, não queria comer aquilo, mas estava tão cansada que pensei na possibilidade de aquilo me ajudar. Assim que aquela tal ambrósia tocou minha língua senti um gosto maravilhoso e percebi que estava um milhão de vezes melhor.

- Já é manhã, me ajude a acordar os outros e desmontar o acampamento, - Travis disse parecendo um pouco mais confiante - logo estaremos em casa.

Acordei Connor e Brendown enquanto Travis desmontava as barracas e recolhia as mochilas. Começamos nossa caminhada por uma trilha, eu não estava com sono, o que achei incrível depois do que aconteceu na noite passada, devia ser o efeito que a ambrosia tem. Andamos por uma trilha no meio da floresta até chegarmos em uma cidadezinha, ela era uma espécie de Texas no meio de cidades grandes. Fomos almoçar em um restaurante chamado “a ultima garfada”, um nome que particularmente achei muito engraçado. Pedimos alguns sanduíches e nos sentamos perto do balcão de bebidas, lá estava sentado um homem com uma aparência de rockeiro, barba longa, roupas pretas, cabelos grisalhos e compridos.

- Aquele é quem eu penso que é? – disse Connor com uma expressão terrivelmente assustada.

- Se for estamos lascados, não vamos conseguir escapar dessa vez – disse Brendown

- De quem estão falando? – sussurrei para Travis que estava do meu lado.

- De um velho amigo que guarda um pouquinho de ressentimento – ele disse irônico, mas parecia assustado.

O estranho veio se aproximando e então meus amigos começaram a se apertar na cadeira, pareciam desconfortáveis, como se aquele homem fosse matá-los.

- Hora, hora, quem eu achei aqui, se não são os gêmeos pivetes e o guardião inútil. Vejo que trazem uma nova alma. – o homem sentou em nossa mesa

-Senhor Hades, – Brendown o reverenciou trêmulo – o senhor por aqui?

Os irmãos começaram a soar frio.

- Sabe, eu não costumo vir muito para esse mundo, mas quando tenho alguns assuntos importantes, como matar certos semi-deuses e seus amiguinhos, sou obrigado a comparecer – disse o deus dos mortos.

- Peço perdão em meu nome e em nome dos senhores Stoll – disse Brendown engolindo a parte metálica de um saleiro.

- Ah é? – retrucou Hades – mas eu acho que só palavras não vão adiantar muita coisa, preciso de algo mais material, como uma espada nova, ou melhor, uma espada nova feita pelos ciclopes que trabalham para meu irmão Zeus.

- Mas isso é impossível, - disse Brendown amedrontado – digo, mal chegamos no acampamento e já recebemos uma missão dessa urgência..

- Quero essa espada até o ultimo dia de outono, se não vocês já eram. – Hades levantou-se e virou pó, assim como o monstro da noite anterior.


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Notas finais do capítulo

ps: eu não acho Hades mal, o detalhe é que os Stoll mexeram com ele, o que não o deixa lá muito feliz.



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