Fic cancelada escrita por Escritora sonhadora


Capítulo 1
Capítulo 1 - Nosso monstro é outro


Notas iniciais do capítulo

Aqui é onde Clara descobre que é uma semideusa e onde ela ganha uma nova e divertida família.



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Tudo começou quando em minha escola Hakima, um menino de gorro azul acompanhado de dois gêmeos de cabelos castanhos entrou correndo e me puxou dizendo para segui-los. Eu me assustei, quem seriam eles? Um dos gêmeos falou com meu professor que logo disse:

- Srat. Clara, você esta liberada.

Eles me puxaram e eu os segui até a saída da escola.

- Queem... quem são vocês?

- Não temos tempo para explicar, temos que lhe deixar em segurança, já falamos com sua mãe, ela sabe onde estamos te levando, agora você deve nos seguir – disse o garoto de gorro azul sem parar ao menos para respirar.

Eles saíram correndo pela Avenida Isher, um dos gêmeos me puxou pelo pulso e me obrigou a segui-los. Ele parecia ter minha idade, era alto, bonito, tinha cabelos compridos e uma expressão meio sapeca.

- Sou Travis Stoll – ele disse enquanto virávamos a esquina – aqueles são Connor Stoll e Brendown o sátiro, estamos aqui para salva-la.

- Do que? - perguntei

- Disso – ele apontou para trás, olhei e vi do que ele falava, era um monstro terrível, um morcego com garras e corpo humano, apesar de uma de suas pernas ser de bode ele parecia um vampiro, o que achei realmente esquisito.

- AHH! – gritei quando vi que o monstro se aproximava - Isso esta atrás de mim?

- Sim – disse Travis apertando cada vez mais meu pulso

- Entrem aqui – sussurrou Connor

Foi o que fizemos, viramos em um beco e entramos na lanchonete.

- Acho que o despistamos – disse Brendown

- Onde fica o banheiro? – pergunto Connor para a balconista

- A sua esquerda – a balconista limitou-se a falar e dar um suspiro, sem ao menos levantar os olhos de sua revista.

Sentei me junto a Travis em uma mesa e pedimos quatro cafés, Brendown e Connor seguiram na direção do banheiro.

- Isso sempre acontece? – perguntei a Travis reprimindo uma cara de espanto.

- Depende, se for um semideus, como eu e você – ele riu – acho que sim.

- Um semi o que?

- Um semideus – ele explicou – sabe aquelas historias de mitologia quando um Deus e um mortal tem um filho? Assim como Perseu o filho de Zeus. Então, essas historias são reais.

- Isso quer dizer que...

- Isso mesmo – ele me interrompeu – seu pai é um Deus, só ainda não sabemos qual deles.

- Mas e seu pai, quem ele é?

Travis abaixou a cabeça e não pude ver sua expressão, mas com certeza era tristeza, nesse mesmo instante nossos cafés chegaram e Brendown veio pulando pegar um.

- Café! – disse Brendown animado

- Entramos em contato com o acampamento – disse Connor chegando logo atrás dele – o tal centauro Quiron quer que cheguemos lá quarta de manhã.

- Isso é loucura! – disse Travis levantando-se – não somos tão rápidos, o caminho é longo!

- É só pegarmos uma carona com Apolo – disse Brendown – o problema é convencê-lo a nos levar. As caçadoras me devem uma, salvei uma delas uma vez, podemos pedir ajuda.

Os irmãos assentiram, mesmo que no rosto de Connor houvesse um pouco de preocupação

- Vamos, temos que encontrar-las... – Connor foi interrompido

- Esperem! – eu gritei, no momento todos olharam para mim, mesmo a moça do caixa levantou seus olhos da revista e ficou me encarando

Fiquei vermelha e lagrimas rolaram em meu rosto, eu estava em perigo, confusa e com pessoas que eu nunca havia visto antes me levando para não sei aonde que seria seguro porque eu sou filha de um deus, sinceramente se eu contasse isso para alguém eu seria levada para o hospício ou ainda algo pior.

Os gêmeos sorriram caridosos, pareciam estar dizendo “eu sei o que você está sentindo”, mas ali no momento eu sentia que eles não sabiam nada sobre mim, senti que eles não sabiam nada do que se passou comigo esses anos todos.

Os irmãos sentaram-se ao meu lado e me acolheram em um abraço, eu sei, parece estranho levar um abraço de um desconhecido nessas circunstâncias, mas na hora eu estava tão desesperada que foi a melhor coisa que alguém poderia ter feito, e eles sabiam disso.

- Calma, logo estaremos no acampamento, Quiron vai te explicar tudo, você vai ficar bem – Travis abaixou a voz – e tomara que nós também.

- Ainda é cedo – disse Brendown – vamos andando.

- Vamos – disse Connor levantando e me puxando pelo pulso – vai ficar tudo bem.

Aceitei sua promessa e decidi segui-los, afinal, que escolha eu tinha? Andamos até o meio de uma floresta, minhas pernas doíam, Brendown e Travis armaram a barraca, eu e Connor fomos conversar um pouco, ele me explicara um pouco sobre “a vida de um meio-sangue” e como me proteger de alguns monstros – ele disse isso com tanta naturalidade que me assustei – ele também disse pra mim escolher uma arma mágica, qualquer uma, que ele compraria para mim.

– Hum.. – fiquei pensando naquilo - acho que eu gostaria de um arco e flecha, já usei um desses.

Ele ia me fazer mudar de idéia quando Travis se aproximou.

- A barraca está montada, mas precisamos de vigias, noite passada..

- Eu entendo – Connor o interrompeu solidariamente – Quem vai ficar?

- Eu fico – lhes disse.

Os gêmeos se entre olharam pensativos, pareciam receosos, mas chegaram a um acordo.

- Então eu e Clara ficamos de vigia essa noite – Travis sorriu para mim

- O.k. – concordou Connor – você sabe manusear bem isso? – ele estendeu um arco e flecha antigo – nós roubamos.. digo, compramos esse arco há muito tempo, mas acho que talvez ele possa ser útil.

- Claro – respondi, eu já havia passado um verão caçando com meu avô, e por sinal fui uma ótima caçadora, com certeza eu tinha experiência com o arco.

Connor e Brendown foram se deitar, juntei-me à Travis que agora estava sentado em uma rocha observando as estrelas.

- Posso me sentar? – perguntei

Travis sorriu e me abriu espaço. Ficamos um bom tempo ali, observando as constelações e conversando um pouco. Eu estava prestes a dormir quando ouvi um grande “PLOFT”, peguei meu arco, ele parecia mais pesado do que antes. Fui na direção do barulho e Travis me seguiu, o barulho vinha de trás de uma das barracas, nos separamos e fomos um de cada lado “surpreender“ o monstro, um nervosismo terrível consumiu meu corpo, meus pés pareciam ser de chumbo, quase soltei minha flecha quando percebi de quem se tratava, nosso monstro Connor estava ali de pé, um tanto assustado, ele tinha novos pertences nas mãos. Nós rimos enquanto Connor nos dava um sermão. Ele realmente achou que iríamos atirar nele.

- O que trais ai? – perguntou Travis sorrindo sarcasticamente.

- As armas da nossa caçadora – Connor olhou para mim e deu o mesmo sorriso.

- Onde você achou isso? – perguntei intrigada.

- Digamos que eu comprei, – ele deu a língua para Travis – em uma loja a 3km daqui, mas também digamos que seja melhor não voltar lá tão cedo.

- Por acaso essa loja era uma forja dos ciclopes? – Travis reprimiu um riso

- Digamos que você está correto – Connor também reprimiu um riso

Os dois riram um pouco. Olhei para aqueles artefatos no chão, eram armas muito antigas, mas pareciam bem mais fortes do que as nossas.


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