Capítulo 59: A arte de ferir o que não pode ser ferido, a honra inabalável da espadachim

A beira da praia, afastado de onde Erlec Jr. estava, pode-se ouvir o som de lâminas colidindo e pode-se observar o brilho das espadas. Um golpe mais forte é desferido e os adversários se separam.

- Sua habilidade com espada é no mínimo interessante. – fala Naty com um leve sorriso, segurava sua espada atrás de seu corpo apenas com a mão direita.

- Você não viu nada ainda! Você ainda vai presenciar toda a capacidade de Aldar, o melhor espadachim da tripulação de Erlec Jr! – fala o tritão. Aldar é parecido com uma arraia, tem braços como o de um humano, mas possui grande nadadeira que prendem eles ao troco, sua cabeça é mais achatada e com grandes olhos, possui também uma grande e fina cauda, no final dela um longo arpão, tem pernas como de um humano, as cores predominantes dele são o preto em suas costas e o branco em seu peito. Vestia-se com uma calça larga e rosa e sapatos com salto da mesma cor, usava muita maquiagem, um batom vermelho forte e cílios postiços.

- Pra mim ainda é uma surpresa que existam metrossexuais entre os tritões. – a espadachim fala colocando sua arma frente a seu corpo.

- Você tem inveja de meu estilo único! – Aldar fala partindo pra cima da moça, desfere uma estocada com seu arpão visando à cabeça de Naty, ela desvia do golpe com um movimento e, com um impulso, ataca o tritão. Ela golpeia num corte descendo diagonalmente da direita para esquerda, o homem peixe se desvia no último instante ao mesmo tempo em que puxara sua cauda para golpear as costas de sua adversária. Naty se desvia do último golpe saltando para frente, apenas um leve corte se abre em sua perna.

- Tenho que admitir sua capacidade, você consegue lutar de salto alto e na areia da praia com um primor único! – ela fala.

- Eu tenho minha técnica pro meu salto não afundar, se quiser depois de nossa batalha te ensino “miga’. – o peixe fala.

- Não se preocupe com isso, não uso essas coisas. – fala colocando a ponta de sua espada na areia. – Fantasma assassino! – fala se projetando pra cima de seu adversário, Aldar só consegue ver os rastros da espada na areia, pois, onde a lâmina passava abria um caminho perfeito dividido por dois montes.

- Incrível! Ela também se movimenta tranquilamente na areia... – fala após um salto. – FERRÃO DA ARRAIA! – grita desferindo várias estocadas com sua cauda, seu alvo era o sítio onde estava antes do salto. Perfurações vão aparecendo no solo, faíscas voam e a cauda a criatura é afastada assim como a espadachim que aparece novamente segurando sua espada atrás de suas costas.

“Ele tem muitos meios de atacar, mesmo não sabendo exatamente onde o inimigo está.” Pensa colocando sua arma a frente de seu corpo em posição de estocar.

“Ela é perigosa demais, como uma humana pode ser forte assim? Não vou deixar que me ataque... Tomar as rédeas da situação é a atitude mais fashion a se tomar!” Pensa correndo para atacar diretamente a moça. Ele ataca com seu ferrão novamente numa estocada e a moça que consegue se defender, entretanto ela fica com a guarda aberta em seu lado esquerdo, o monstro faz menção de atacar com um soco. Naty consegue ser mais rápida que seu adversário, antes que o monstro ataque ela consegue movimentar sua espada desferindo um corte visando à cabeça dele, o que ela não sabia era que isso era exatamente o que ele queria que ela fizesse, Aldar segura com suas duas mãos os pulsos dela impedido que a lâmina da espada encoste nele.

- Te peguei garota, adeus humana! – fala atacando com um corte da esquerda para direita visando à cabeça. O golpe parecia certeiro, pode-se ver sangue, porém não muito. – Mas como...?! – o homem peixe se pergunta ao ver Naty segurando o ferrão dele com os dentes, o canto esquerdo de sua boca sangrava um pouco.

- Humnmnmnmnmnmninmnmninimnn, mninmn! – o ferrão em seus dentes a impedia de falar corretamente, quis dizer: “A honra de um espadachim está em saber usar todo seu corpo como arma, inclusive os dentes!” depois de tais dizeres ela projeta seu corpo para trás puxando o tritão, à medida que caia erguia sua perna direita, ela coloca seu pé no abdômen dele, cai de costas na areia e arremessa seu adversário pro alto com a força de suas pernas.

“Golpe de sorte, nada mais que isso!” Pensa enquanto caía de cabeça na areia de olhos fechados, ao os abrir se depara com Naty a sua frente segurando a espada dela com as duas mãos.

- LÂMINA FANTASMA! – grita passando como um relâmpago por seu adversário ainda no ar, pára atrás dele em posição de golpe desferido, incontáveis cortes se abrem no tritão e ele cai na areia.

- Numa batalha de espadachins de nível não a espaço para falhas! Ensinamento honroso de meu mestre! – fala com chamas nos olhos.

“Esse golpe é forte demais, se tomar outro desses não levanto mais!” pensa o peixe se erguendo com dificuldade, “O problema é que não posso vencê-la nesse estado, se pelo menos estivéssemos no mar... Espera...” Um estalar em sua mente e uma ideia.

- Está longe de vencer essa batalha fêmea humana! – a arraia fala nervosa.

- Suas palavras não condizem com seu corpo, está à beira da derrota homem peixe! – Naty fala determinada, repentinamente o ferrão de Aldar sai da areia abaixo da moça, ela se desvia, mesmo surpreendida pelo golpe, com um pulo para trás, o monstro havia enfiado sua cauda na areia disfarçadamente para atacar de surpresa, contudo sua intenção era apenas colocar Naty mais próxima da água do mar.

“Foi por pouco... Ele é muito ardiloso!” Pensa ao pisar ao solo novamente, agora havia água até seus joelhos. Ela olha a seu redor e não enxerga seu inimigo, começa a formular hipóteses quando seu pé é seguro por algo que a puxa com força mais para o fundo. Ela consegue ver Aldar nadando rápido enquanto a puxava, quando pensou em atacá-lo ele a soltou e continuou nadando.

“Onde ele está? Aquele desgraçado me trouxe pro fundo do mar pra ter uma chance de me vencer! Não deveria ter baixado a guarda.” Subitamente o tritão passa por ela, é muito veloz, um corte se abre em seu braço, o tritão passa novamente e outro corte se abre, agora na perna, Aldar repete esse ato várias vezes, a água vai se tornando vermelha.

“Peixe metrossexual do capeta! Ele está brincando comigo, quer me fazer sofrer antes de me dar o golpe final, então aquele papo de me ensinar a usar salto era só pra me distrair como imaginei” ela concluiu, “Se ele acha que vai me vencer só assim está enganado! Tenho muito mais honra que ele, uma honra que me permite enxergar o padrão de seu ataque, o próximo golpe virá da esquerda e de cima para baixo!” Conclui corretamente mais uma vez, ela tenta golpear aonde viria o ataque, entretanto o peso da coluna de água sobre seu corpo a impede de mover sua espada com a precisão que gostaria. Ela é acertada novamente, está ficando fraca e sem ar.

“Não se desesperar, não posso, o mestre me ensinou a manter a calma em situações difíceis e é o que farei! Concentre-se Nathália!” Seguindo suas próprias palavras ela fechou os olhos e tentou se concentrar, segurou sua espada deitada com a mão direita, tocava a ponta da lâmina com sua mão esquerda, enquanto isso Aldar continuava a passar por ela.

“Lembre-se Nathália, lembre-se que a arte da espada fantasma é a arte de ferir o ar, a arte de ferir o que não pode ser ferido... Nunca se esqueça desse princípio, assim nenhuma força da natureza poderá te vencer.” Eram as palavras do mestre que ecoavam na mente dela, “Tem toda razão mestre... A espada fantasma pode vencer as forças da natureza... Que minha honra alcance minha espada!”

“É hora do golpe final, ela já sofreu o suficiente e deve estar próxima de morrer afogada... Adeus humana! O mar será seu túmulo!” Pensa Aldar acima da moça, começa a nadar ferozmente pra cima dela, estava disposto a desferir o golpe final.

Ela não podia ver, não podia ouvir, sentir somente a água ao redor de seu corpo, sabia que a qualquer minuto poderia receber o golpe final, porém nada disso tirava sua calma. De repente abre os olhos, em sua mente grita “LÂMINA FANTASMA!” Desfere um corte pra cima sentido anti-horário, golpe certeiro em seu adversário.

“O que...?!” o tritão pensa antes de vários e incontáveis cortes se abrirem nele de uma só vez, agora era seu sangue que deixava a água vermelha.

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O mar calmo perto da praia mantinha sua rotina, ondas vinham e voltavam, de repente uma cabeça sai de dentro dele, seguida de um corpo, se tratava da espadachim do navio ACD que saia das águas da praia puxando seu adversário pela cauda, sua feição era séria, tinha cortes pelo corpo, entretanto tinha a certeza de que seu adversário estava pior.

- Você me deu muito trabalho peixe metrossexual, mas sua honra nunca será capaz de vencer a minha! – fala com o corpo todo em chamas e serrando seu punho direito, o fogo é tão intenso que a secou. – Agora preciso voltar, seu capitão peixe tem muitos problemas pela frente. – fala e segue sentido onde Erlec Jr, estava.

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- Só tem três minutos agora garota, tem certeza que não vai nem tentar correr? – o capitão peixe fala a Rebeka.

- Faço das suas as minhas palavras, é melhor você correr porque quando meus colegas voltarem você vira churrasco! – fala tremendo bastante, na verdade não tinha certeza se faziam churrasco de tubarão, suas palavras foram guiadas pelo nervosismo.

- Hilária, pelo menos você tem senso de humor humana. – o capitão fala a observando.

Naty venceu seu adversário e se apressa para voltar onde o capitão tritão está, resta saber se será rápida e forte o suficiente para evitar que o monstro ataque Rebeka.

Preview:

- Não pode fugir de mim humano! Vai pagar por matar meu pai! – Randy fala com muita fúria...

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- Quem disse que estou fugindo? Só estou vendo com quem estou lidando. – o desenhista fala de pé, olhando fixamente para o monstro.

- Eu vou acabar com você! – o tritão fala furioso e parte pra cima do jovem, desfere um soco reto de direita, Hellt se desvia abaixando, contra-ataca com um golpe subindo com a bola de ferro do cassetete direito, porém Randy, agilmente, segura a esfera com sua mão esquerda.

- Como?! – o desenhista se pergunta enquanto o tritão sorri de leve, o peixe desfere um chute reto de direita no abdômen do desenhista o lançando. Hellt bate forte numa árvore.

- Sou muito mais forte do que meu pai foi um dia! Me tornei forte pra poder te destruir um dia humano! – Randy fala caminhando sentido ao jovem.

Próximo capítulo: A vingança de Randy, a batalha do desenhista contra seu passado