One Piece ACD escrita por Hellt


Capítulo 51
Capítulo 51




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Capítulo 51: Uma invasão, um passado que jamais será esquecido, parte II


– Pai olha... – Daniel mostrava algo no céu a seu pai. – Aquelas estrelas juntas formam um carneiro.


– Não consigo enxergar nada. – o pai fala.


– Tem que usar a imaginação pai! – o garoto fala sorrindo. – Aproveita que hoje é lua cheia dá pra ver melhor as estrelas!


– Você gosta dessa lua né garoto? – Hellt pergunta e o garoto responde positivamente, o menino então se lembra de algo que fizera, um desenho, ele o pega e leva para seu pai.


– Olha o desenho que fiz pai, são os animais nas estrelas! – era um desenho esforçado de um menino pequeno.


– Ficou legal, mas e esse nome aqui do lado? Nad?! Quem é Nad? – o pai pergunta curioso.


– Nad é minha assinatura de desenhista... Gostou? – Daniel fala, Hellt olha surpreso pra sua mulher e depois olha novamente para o menino.


– Você ta muito pra frente garoto, assinatura de desenhista... – fala em tom de piada.


– Todo desenhista tem, eu vi na revista que o senhor trouxe da última viagem... Qual é sua assinatura de desenhista pai?


– Eu não tenho, por que não inventa uma pra mim? – aquelas palavras do pai animam o menino que corre pra seus cadernos imaginando uma assinatura para o pai, Hellt então se levanta e vai até sua esposa.


– Esse garoto ta ficando bem esperto, ele tem lido as revistas e jornais que trago das viagens... – fala abraçando a esposa por trás e olhando a janela.


– Nosso menino é bem esperto, ele aprendeu sobre as estrelas nas revistas... Mudando de assunto eu já decidi o lugar onde vou plantar minhas flores... – Maria fala. – Nosso jardim vai ficar lindo e vou vender essas flores e com um pouco mais de dinheiro você não precisará trabalhar tanto. – ela sela os lábios dele depois desses dizeres.


– Você sempre foi apaixonado pelas flores não é? – Hellt pergunta retoricamente, a mulher responde com um sorriso.


– Olha pai! – o garoto chama a atenção dele. – Sua assinatura vai ser essa... – o garoto fala mostrando um nome num desenho de barco que seu pai fizera, o nome em questão era “Hellt”.


– Que nome diferente... – o pai fala meio sem jeito apesar de ter gostado do nome.


– Sabe pai quando eu crescer eu quero andar de navio igual o senhor! Quero conhecer vários lugares...

– Mas eu trabalho duro garoto, eu faço de um tudo em um navio às vezes até proteção.


– Eu quero conhecer o mundo todo e eu quero ver dinossauros! Eu li numa das suas revistas que tem deles num oceano que chama Grande Linha! – o menino fala animado, aquela afirmação dele causa risadas em seus pais.


– Eu pensava que você queria estudar as estrelas? – a mãe fala.


– E quero, mas poso fazer as duas coisas, eu li nas revistas que existem lugares no globo melhores pra se observar o céu! – o menino fala confiante.


– Você ta certo garoto! Sonhar, objetivar não é uma atitude ruim, vou fazer de tudo para que você realize seu sonho... – o pai fala com as mãos nos ombros do menino. – Você também meu anjo! Amanhã mesmo a gente sai pra ver sobre suas flores, o que acha? – fala olhando para Maria.


– Obrigada, me senti poderosa agora! – ela fala em tom de piada o que provoca risos nos três.


– E qual é o seu sonho pai? Você tem algum não tem? – o menino pergunta curioso.


– Não sou bom nessas coisas, meu maior desejo é a felicidade de vocês, acho que poso dizer que meu sonho é ver o sonho de vocês realizado. – Hellt fala calmamente.


– De casa? – a voz de Augusto chega aos ouvidos dos moradores, eles abrem a porta e lá estava o senhor com algo em mãos.


– Boa noite, trouxe algo pra vocês, fiz um assado à moda de Esmeralda daí me lembrei o quanto que o Daniel gosta dos meus pratos e resolvi trazer... – o senhor fala com um largo sorriso.


– Augusto não precisava, vamos entra... – Maria fala, durante aquela noite confraternizaram, era muito comum fazerem isso. Augusto gostava muito deles e a recíproca era verdadeira, entretanto naquela mesma noite a calmaria daquele lugar acabaria.


.............................


Na praia próxima do vilarejo principal um navio atracava, uma embarcação com bandeira negra, ossos cruzados e uma boca como a de um tubarão aberta, seres grandes para uma pessoa normal descem daquelas caravelas vestindo mantas negras, seguem até o vilarejo. Era noite e por tal motivo não havia ninguém nas ruas, uma voz se pronuncia em meio às mantas:


– Saqueiem... – os outros seres se espalham invadindo as casas e retirando coisas de possível valor, a noite tranquila se torna conturbada e agitada, não demora para que o líder do vilarejo saia para verificar o que estava acontecendo, nas vilas do Arquipélago de Esmeralda o líder era o mais velho, este ancião era como um prefeito de uma cidade para os moradores daquele lugar.


– Piratas... Podem levar o que desejarem só peço que deixem nossas pessoas, não levem nossos moradores, nenhum de nós é forte ou útil numa tripulação pirata... – o idoso tentava argumentar, sabia que o lugar não teria proteção contra piratas e que se eles quisessem poderiam fazer qualquer coisa contra as pessoas dali.


– Você é aquele a quem chamam de líder? – o ser de manta mais próximo do ancião se pronuncia, o senhor responde positivamente, o ser então saca uma arma e dispara contra o ancião, um tiro que pode ser escutado por toda ilha, o ancião cai sem vida.


– De agora em diante esse Arquipélago é de propriedade minha, Erlec o devorador! – depois dessas palavras ele retira sua manta junto com seus parceiros, aquele ser era um tritão*, nenhuma pessoa ali jamais havia visto uma criatura como aquela antes, devia ter uns dois metros de altura, de porte humano e bem encorpado, sua pele era um azul claro, coberto de escamas, possuía guelras, mas não tinha dificuldade em respirar em terra, não possuía cabelo, nem nariz e nem orelhas, havia a presença de fossetas nasais e auditivas, havia barbatanas no alto de sua cabeça, nas costas e nos antebraços, tinha cinco dedos e entre eles membranas, possuía uma longa cauda com duas barbatanas, dentes muito serrilhados, olhos negros com retina branca e reta, não usava camisa, apenas uma calça preta mais justa, era um ser que parecia ter saído de um pesadelo.


Erlec vinha da Grande Linha, possivelmente em fuga, e resolveu se instalar naquelas ilhas pelo difícil acesso, era um local ideal para um ponto base. O tritão exigiu que cada morador daquele lugar pagasse uma taxa pela própria vida, aquele que não pagasse morreria, entretanto se você pagasse suas taxas e não perturbasse os tritões dificilmente eles te machucariam.


O primeiro impulso de Hellt ao saber da notícia da invasão e da morte do líder era de lutar contra aqueles tritões, entretanto era quase uma briga solo, os cidadãos tinham medo deles, a força daqueles piratas era assustadora apesar de sua intimidação ser muito mais eficaz. O desenhista pensou melhor e resolveu não se envolver, afinal tinha família e depois se tivesse dinheiro para pagá-los nada aconteceria, não era necessário correr tantos riscos.


Em pouco tempo os monstros ergueram uma base de comandos na ilha, Erlec enviava seus piratas para as proximidades para saquear, graças a isso a movimentação nas águas próximas ao arquipélago aumentaram, os moradores acreditavam que tal movimentação chamaria a atenção da marinha. Alguns meses depois um barco da marinha foi avistado, os moradores se encheram de esperança, pensavam que suas terras seriam libertas daquele mal que os oprimia.


Possivelmente aquela situação de medo fez com que as pessoas que moravam no Arquipélago de Esmeralda se esquecessem da índole do ser humano, a esperança que tinham em ser libertos pela marinha os fez esquecer que corações podem ser facilmente corrompidos. Erlec subornou o marinheiro que foi até ele, constantemente o marinheiro vinha e Erlec o pagava, a cada dia que aquele marinheiro aparecia naquele arquipélago ele voltava mais rico. Além de dinheiro e joias a marinha levava também a esperança daquelas pessoas, com o passar do tempo os moradores perderam suas identidades, o medo e a desesperança destruíram seus espíritos, mas Hellt continuava firme em suas convicções, continuava trabalhando em suas viagens e juntando dinheiro para seu filho e mulher, nunca deixou de pagar as taxas aos tritões e nunca tivera problemas com eles até aquele momento.


– Consegui! – Maria fala contando um dinheiro, aquelas palavras chamaram a atenção de Hellt. – Olha só amor, eu consegui juntar o dinheiro pra comprar as mudas e sementes para as flores do jardim! – a presença dos monstros fez com que o possível dinheiro para o negócio das flores fosse desviado para eles, desde então Maria juntara dinheiro pra cultivar seu jardim.


– Que ótimo meu anjo! É uma pena que não pude te ajudar a juntar esse dinheiro... – Hellt fala com um pouco de tristeza na voz.


– Como assim amor? Se você não tivesse cuidado da casa eu nunca teria conseguido juntar esse dinheiro, agora eu vou lá no vilarejo comprar as sementes, o senhor Augusto vai comigo, eu quero que você fique aqui e cuide do Daniel, não tira os olhos dele, não quero que ele chegue nem perto dos tritões! – por mais que a situação parecesse mais branda para aquela família por morarem mais distantes do vilarejo principal todos temiam os tritões. Maria e Hellt nunca deixariam que seu filho chegasse perto deles por vontade própria.


– Querida toma cuidado... Não facilite com aqueles piratas... – Hellt fala preocupado com sua esposa.


– Não se preocupa amor, vou lá com o Augusto, compro as flores e volto, não tem com o que se preocupar... – ela fala com um largo sorriso, Hellt achava incrível o quanto o sorriso dela se parecia com o de seu menino, ela o abraça e em seguida o beija nos lábios apaixonadamente, depois se pronuncia delicadamente:


– Eu sei o quanto nossa vida tem sido difícil, mas coisas boas virão eu sinto! Nosso filho vai crescer forte, vai estudar numa cidade grande e se tornar um explorador e nós vamos envelhecer juntos numa terra tranquila... Teremos a paz de novo! – ela fala com um pouco de lágrimas nos olhos e sai, Hellt nem imaginava o que estaria por vir e o quanto sua vida mudaria de rumo mais uma vez.


Preview:


– O que você ta pensando em fazer? – Augusto pergunta temendo a resposta.


– Vou fazer o que já deveria ter feito há muito tempo, esses homens peixes vão pagar! Cuida do Daniel por favor.


– Cuidar de mim por que pai? Cadê a mãe? Aonde o senhor vai? – a voz do garoto chega a seus ouvidos, Hellt se vira e caminha até ele, se abaixa e o abraça forte.


– Temos que ser fortes garoto, a Maria não ia querer a nossa tristeza porque ela nos ama e sempre vai ser assim!


– Por que você ta falando assim pai? O que ta acontecendo? – o pai nada responde ao seu filho, somente se levanta e sai, não olha pra trás, não hesita, apenas corre seguindo para a fortaleza dos homens peixe.


Próximo capítulo: Mortes, um passado que jamais será esquecido parte III



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Notas finais do capítulo

Tritão* = São seres metade homem metade peixe originários da Grande Linha.
Segunda parte de tres do passado do Hellt......... semana q vem acaba e voltamos ao tempo presente da fic............
té mais........



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