Capítulo 48: O momento teatral chega ao fim, adeus senhor Lian

- Você conseguiu tio! – Bruno pulava de alegria enquanto as cortinas principais desceram tapando os atores da visão da plateia.

- Não pode ser, o Lian não pode ter nos derrotado assim! – Moacir fala nervoso.

- Desgraçado! Ainda não acabou vamos acabar com seu espetáculo! – Joseph fala igualmente furioso.

- Irmãos Astor, tentaram me atrapalhar novamente, não conheço ninguém mais baixo que vocês! – Lian fala com sua mão na cintura.

- Pai eterno! Uma discussão de muleconas teatrais! – Hellt fala e continua: - Daniel, você é o contra-regra, é sua obrigação tirar aqueles dois daqui...

- Ta certo Hellt. – o gordinho sorrindo vai até os irmãos Astor.

- Sai daqui moleque se não quiser apanhar pirralho! – Joseph fala erguendo seu pé para chutá-lo, Moacir levanta sua mão para golpear o gordinho também. Os irmãos desferem seus respectivos golpes no menino, entretanto machucam seus corpos ao acertar o jovem capitão.

- Querem brincar? – Daniel pergunta estalando os dedos.

- Isso não vai ser legal. – Jonas fala virando seu rosto, escuta vários estalos, quando vira seu rosto novamente vê o gordinho levantando e levando os irmãos Astor desmaiados dali, eles sangravam um pouco e lhes faltavam dentes.

- Go to hell! Que pessoas estranhas... – Gabriel fala acendendo um cigarro.

- Gente isso não é importante, eu preciso de uma roupa! – a navegadora fala ainda vestida de monstro e procurando uma roupa, de ser humano normal, para vestir.

- Isso não é importante corajosa navegadora, o importante é que realizamos nossa tarefa com honra! – Naty fala com seus olhos em chamas.

- No final das contas o saldo foi positivo correto? Minha primeira missão como pirata, não imaginava que seria assim. – Jonas fala novamente.

- Hei, olha quem eu trouxe. – foram as palavras de Daniel ao voltar trazendo Simon Grojan, o crítico queria falar pessoalmente com Lian.

- Essa peça foi a encenação mais incrível que já vi! – o crítico fala se aproximando do diretor. – O tom de comédia de atores que pareciam não saber o que faziam e a princesa guerreira que se une ao vilão para vencer o monstro tecnológico foi totalmente anti clichê, o nu artístico de um ser que se vestia de homem e tinha corpo de mulher foi sensacional! Aí de repente o som de uma guitarra e um garoto dançando, foi tão artístico tão inovador! E aquele final com a tinta simbolizando a queda do padrão tradicional e obsoleto de uma peça teatral... Arte é isso, é o inesperado, é o moderno em harmonia com o clássico... O senhor está de parabéns, minha critica será excelente a sua peça! – Lian sorria sem graça concordando com tudo.

- Que bom que gostou, mas não teria feito nada sem meus atores.

- Por falar em seus atores eu me impressionei com o vilão, ele tem uma beleza rústica e máscula, onde você o achou?

- Eu não escutei isso... – o desenhista fala com desânimo.

- Dali Hellt, arrasando o coração das muleconas! – foram as palavras do músico, de súbito ele sente o peso da esfera de aço do cassetete de Hellt em sua face, o adolescente recebe um violento golpe que o lança longe.

- Ta aqui seu coração arrasado! – o desenhista fala furioso.

- Hei você... – as palavras de Simon chegam aos ouvidos do maior. – Se você vier comigo posso te transformar em uma super estrela! Se estiver comigo sua carreira vai dar um salto. – Hellt olha para o crítico, ergue seu pé e empurra aquele pequeno senhor.

- Converse com a sola mulecona teatral máxima! Eu não quero nada com isso de teatro!

- LIIIAAAANNNN...! – uma voz feminina corta o ar e chega aos ouvidos de todos ali, a cena impressionava, uma mulher alta, de cabelos castanhos longos e bonitos, de olhos azuis, pele lisa como um pêssego e seios muito grandes corre até Lian e o abraça, o beijando muito. – Que bom que deu tudo certo meu touro!

- “Meu touro?!” ta de zuação né? – Jonas fala com feição de susto.

- Como é possível se equilibrar com coisas daquele tamanho? – Naty pergunta fazendo referencia aos seios enormes da mulher, também ostentava uma face de susto.

- Gente que injustiça! – Rebeka fala segurando os próprios seios.

- Ele não é tão artista quanto pensei... – Daniel fala e logo recebe um golpe de cassetete na face idêntico ao que o guitarrista recebera mais cedo.

- Go to hell! O que houve...? – Gabriel se pergunta tentando se levantar, acabara de acordar do desmaio que sofrera pelo golpe de Hellt. De repente uma sombra o cobre, ele olha pra cima e faz feição de susto ao ver Daniel se projetando para cair em cima dele, não houve tempo de fugir, o impacto assusta os presentes.

- Valeu por me segurar Gabriel... – Daniel fala ao músico, porém não houve resposta. – Gabriel seu dorminhoco! – o capitão fala.

- JÁ TE FALEI QUE ARTISTA NÃO É ISSO CHUPETA DE BALEIA!!! – Hellt fala muitíssimo alterado. – E QUE PORRA É ESSA?! O LIAN NÃO ERA UMA MULECONA!

- Eu mulecona? Ui... Eu gosto muito de mulher...! – o homem fala com um timbre quase agudo de voz e com os dedos de sua mão direito em seu peito.

- E o tal do Bruno? – Jonas pergunta.

- É o meu sobrinho, eu falei isso... – o diretor reponde, todos ficam pensativos.

- Ele realmente falou isso... Naty opina.

- Isso é bem verdade... – Rebeka concorda.

..................................

- Adeus amigos! Nunca me esquecerei de vocês! – Lian fala acenando da ilha com sua namorada e Bruno.

- Adeus senhor Lian! A gente se vê...! – Daniel fala quase gritando acenando de volta.

- No final das contas foi uma aventura até legal, mas eu pensei que ia morrer quando o monstro jogou fogo em mim. – Rebeka fala, agora estava vestida com suas roupas tradicionais.

- Go to hell Naty! A mecha rocha no seu cabelo não saiu! – Gabriel exclama observando a espadachim.

- Com o tempo deve sair, mas eu até que gostei não sei se entendem... – foi a resposta da espadachim.

- Pelo meus cálculos os suprimentos que ganhamos em Tessa nos sustentam até a Grande Linha... – Jonas fala com um ábaco em mãos.

- Você considerou o fator “fome destruidora de Daniel” Go to hell?! – o guitarrista fala ao atirador.

- Sim, eu já considerei, se não pararmos em nenhuma cidade mais e multiplicarmos pelo fator fome máxima do Daniel a gente tem suprimento pra travessia da Linha Vermelha! Até que foi uma ótima ideia fazer essa peça de teatro!

- É lógico que foi, a ideia foi minha, quando uma ideia minha foi ruim? – os dizeres do jovem capitão o que atrai olhares inconformados para ele.

Enquanto os jovens discutiam Hellt olhava o horizonte a beira do navio, em sua mão direita a miniatura de barco que comprara em Návia, na direita uma miniatura de dinossauro que ele havia pedido para Lian, o diretor tinha algumas dessas que havia usado em apresentações.

- O que ta fazendo Hellt? – o gordinho se aproxima assustando o desenhista que quase deixa cair os artefatos.

- Nada Daniel, só to pensando... – o maior responde.

- Nossa! O Lian te deu um dos dinossauros dele... – o garoto fala impressionado. – Lá na Grande Linha tem dinossauros de verdade, eu quero muito ver eles! – os dizeres do menino chamam a atenção de Hélio que o olha surpreso, pensava: “como podem ser tão parecidos?”

- O que eu fiz agora Hellt? Por que ta me olhando assim? – o menino fala e o desenhista desvia o olhar, entretanto uma conversa mais ao fundo chama a atenção do mais velho.

- Antes da Linha Vermelha tem mais uma cidade, mas tem um arquipélago aqui olha... – Rebeka mostra no mapa.

- Ilhas Esmeralda, já ouvi falar, acho que tem um pequeno vilarejo lá não é? – o atirador fala.

- Eu passei próximo desse arquipélago faz algum tempo, tem pessoas lá sim... – a espadachim opina.

- Go to hell! Mas temos que passar direto, pra não gastar nossos suprimentos e sermos obrigados a parar na última cidade antes da Linha Vermelha, eu soube que aquela cidade é monitorada pela marinha... – o músico também fala.

As palavras ecoaram na cabeça do desenhista, ele pensava “está bem próximo, engraçado, eu acho que foi tão rápido, que estranho...”

- Hellt, eu to com fome! – o gordinho fala puxando a camisa do maior e o despertando de seus pensamentos.

- Ta certo eu vou preparar algo... – a resposta foi dada, mas o garoto percebia o quanto Hélio estava distante, o menino por mais tapado que fosse já havia percebido que havia algo estranho com seu companheiro de viagens.

Preview: 

- COMO VOCÊ PODE QUEBRAR A BÚSSOLA ASSIM? – Rebeka fala em posição de soco desferido pra baixo, Daniel estava pregado no chão, ele recebera o soco da navegadora por quebrar a bússola dela.

- Go to hell! De novo Daniel! – Gabriel fala com desânimo.

- Como assim? Que tipo de pessoa quebra uma bússola dentro de um navio duas vezes? – Jonas pergunta não acreditando na reincidência do ato.

- Foi sem querer daquela vez e foi sem querer agora, desculpa... – Daniel fala, porém começa a ser chutado pela navegadora.

- Nosso honroso capitão fez isso para testar nossa capacidade! Temos que superar tudo se quisermos ser piratas, é essa a lição que ele quer nos ensinar! – Naty fala com chamas nos olhos.

- Go to hell! Queria ter sua fé! – o músico fala pra espadachim.

- Olha, o arquipélago de Esmeralda... – Jonas fala ao avistar aquelas ilhas no horizonte. – Talvez eles tenham outra bússola lá...

- Não se preocupa, eu tenho mais uma bússola reserva, problema que é a última, dá pra gente se virar... – a navegadora fala acalmando a tripulação, de repente a porta se abre bruscamente, Hellt sai de dentro do navio e vai até a borda, todos os olham.

Próximo capítilo: O Arquipélago de Esmeralda, decisões tomadas podem ser revertidas?